Autor Tópico: Pesquisa com médium  (Lida 63484 vezes)

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Offline Spencer

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Re:Pesquisa com médium
« Resposta #925 Online: 09 de Janeiro de 2017, 17:59:24 »
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Quando alguém usa a expressão “extremamente” em alguma definição podes crer que está definindo mal. Uma coisa “extremamente porosa” é o quê? Deve como um balde furado: passa tudo, não fica nada...

Deve ser brincadeira,kkkkkkkk
Pouco poroso:um cartão, alvenaria de tijolos, pex.
Muito poroso:pano
extremamente poroso: um véu, que permite a passagem de qualquer coisa desde que não maior que sua malha. Ou processo homeostático celular, que embora seletivo, potássio, sodio, cálcio, tem perfusão 100%
Ok?
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Não ok...

A própria expressão já diz: “extremamente”, ou seja: algo que está no ápice, no máximo de sua potencialidade, no ponto em que não se pode acrescentar mais coisa alguma... Qual é o ponto máximo de algo extremamente poroso?

Falei que extremamente poroso seria como um balde furado, errei,   ficaria melhor: “como um balde sem fundo”...
Meu caro Montalvão; a isso eu chamo "mimetismo retórico'. O máximo de alguma coisa, sim, desde que não perca a condição básica, ser poroso. Um balde jamais seria poroso ao máximo.

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Por que um véu seria extremamente poroso, já que um coador com buracões seria muito mais? 
Observe que eu dei exemplos que se encaixariam, mas não disse que era o único ou o que mais se adequava.

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É comum o uso desleixado de palavras, sem atinar-se se estão aplicadas condizentemente. Já ouvi quem dissesse: “fulano é extremamente pontual”! Pô, o que significa isso? Alguém que chega ao compromisso nanossegundamente na hora?
Não, meu caro; mas a alguém que excepcionalmente se atrasa. Principalmente se considerarmos que de modo geral nós excepcionalmente somos pontuais. Viu? Isto é um termo de comparação que privilegia a objetividade e não o rigorismo semântico.
 
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Nenhum outro livro espírita, mesmo que voltado para as elites, se assemelha à “Evolução”, aquilo foi um xou de vaidade da dupla Chico/Waldo.
Juízo de valor, meu caro?

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Mesmo que fosse como diz: obra voltada para as elites, tal não altera o fato de que a maioria, nem ferrenhos seguidores de Chico, entenderam o que Evolução em Dois Mundos quis noticiar...
Não, Montalvão, eu não disse que era voltado para as elites; apenas destaquei que tendo a DE surgido e se disseminado historicamente entre as elites, então tal livro teria, hoje, um público ao qual seria útil.

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Note que médicos espíritas acusavam o uso de linguagem pseudocientífica. Se fossem espíritos comunicando nem  brincalhões seriam, seriam sacanas da mais elevada categoria.
Alguns eruditos se deram ao trabalho de avaliar o conteúdo e encontraram, em meio à linguagem rebuscada, erros clamorosos, conforme o trecho de artigo demonstra: 
Interessante que o neuro cirurgião Nubor Facure, professor emérito da Unicamp participa juntamente com vários médicos de renome de uma Boletim Médico Espírita, (o de no. 9) de SPaulo, comentando capítulo por capítulo aquele livro.
Pequenas imprecisões surgem, mesmo porque existe sempre a questão da interpretação. No mais, ressaltam a importância e o conteúdo, que não traz grandes inovações no campo da ciência mas mostra a interação entre estes dois campos, ao longo da evolução do Princípio Espiritual (Mônada).

Mais um esclarecimento, que é muito divulgado e nada tem de verdadeiro: André Luiz não foi médico sanitarista, nem CChagas, nem OCruz. Era um clínico geral e sem grande destaque no meio médico.
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=================================.
[...]
Também nesse campo os erros continuaram a se multiplicar toda vez que os médiuns consultaram os espíritos sobre fatos cientificamente verificáveis. Mais uma vez, pode-se tomar um exemplo de Chico Xavier: Evolução em Dois Mundos (1959), supostamente ditada por “André Luiz”, que supostamente foi médico sanitarista no Rio de Janeiro do início do século XX (claramente inspirado na figura de Carlos Chagas, mas sem se comprometer com detalhes).

Ao se referir à evolução da “mônada espiritual” através dos corpos materiais, afirma que “caminhou na direção dos ganóides e teleósteos, arquegossauros e labirintodontes para culminar nos grandes lacertinos e nas aves estranhas, descendentes dos pterossáurios, no jurássico superior, chegando à época supracretácea para entrar na classe dos primeiros mamíferos”.

Nesse caso, não se trata nem de afirmações cientificamente aceitáveis quando foram escritas, mas superadas mais tarde. Mesmo em 1959, não passavam de mal-entendidos típicos de leigos com conhecimento superficial de biologia e evolução. Os dinossauros não são “lacertinos” (lagartos) e mesmo no século XIX, quando a origem das aves ainda era controvertida, sabia-se que elas não descendiam dos pterossauros (seus ancestrais eram dinossauros carnívoros bípedes, da sub-ordem dos terópodes). Os primeiros mamíferos surgiram muito antes da época “supracretácea” (ou seja, o Cenozóico): são quase tão antigos quanto os primeiros dinossauros e isso é sabido desde fins do século XIX.
Aqui, os menos avisados pedem perdão e saem da sala:
No prefácio da obra o autor esclarece que as informações científicas ali relacionadas se baseiam nos conhecimentos dos sábios da época. Nenhuma revelação nesta área.
Por isto que é bom ler-se o livro, antes.

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E, não esqueça que os “espritos” superiores bagunçaram o coreto científico de Kardec, ao noticiar-lhe da pluralidade dos mundos habitados, dos marcianos trogloditas, da casa de Mozart em Júpiter, dos habitantes da lua, do espírito que se desgruda do corpo durante o sono, do magnetismo animal...
No meio espírita, particularmente entre os menos estudiosos e mais críticos (que por ali também sobeja) isto é sempre lembrado.
No entanto o pp AKardec dá, permita dizê-lo, a mão à palmatória desde os prolegômenos do LEspíritos, quando esclarece que, se o texto se referir a uma opinião pessoal, viria em corpo de letra diferente para não ser confundido com as respostas dos Espíritos.
As principais incongruências da obra, embora não sejam tantas se deve à personalidade voluntariosa de Kardec, mas facilmente detectadas pelo formato do texto.
Outro ponto em que os Espíritos da Codificação foram rigorosos é no que diz respeito às revelações científicas. A DE não veio trazer os avanços tão aguardados da Ciência, sim auxiliar a humanidade em ser progresso moral. No entanto, quando o esclarecimento com este objetivo é imprescindível, não se negam à cooperação. André Luiz e Emmanuel, p.ex. não se prestam exclusivamente aos ensinamentos do Evangelho.


 

Offline Gigaview

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Re:Pesquisa com médium
« Resposta #926 Online: 09 de Janeiro de 2017, 20:01:20 »
Pelo avançado da hora continuaremos nossos diálogos amanhã, mas, meu caro Buck, a exigência de prova física sobre questões espirituais é um tanto descabida, pois não?
Não que isso não seja possível, mas um cético não aceitaria nem que visse.
Faz parte da natureza cética... este é o busílis.

A exigência de prova física sobre alegações espirituais pode ser descabida, mas a exigência de demonstração objetiva da ação de mortos na natureza não só é aceitável como recomendável.

Os céticos, mesmo céticos qual o Giga, aceitariam mais facilmente que "tem algo que merece atenção no espiritismo" se os falecidos se dignassem dar provas de suas presenças, em testes simples, passando informações que só uma consciência invisível e presente pudesse dar.

Exemplifico (em linhas gerais, sem detalhamento): numa sala escura, alguém põe um relógio convencional, tipo despertador tamanho grande, ele deve estar parado (sem dar corda). A pessoa mexe aleatoriamente os ponteiros e o deixa no local. Noutra sala o médium deverá pedir ao espírito que veja a hora marcada. Visto que as almas enxergam no escuro, a entidade não terá dificuldade em visualizar o registro. Repete-se o teste um tanto de vezes, para evitar acerto casual.

A pontuação deverá ficar em 100% ou próximo disso. Se for "ligeiramente acima" do esperado pelo acaso, considera-se fracasso.

Caso o morto alegue não ter condição de "traduzir" o que viu em palavras, não tem problema, ele manda para o médium um desenho da posição dos ponteiros...

Uma dentre muitas possibilidades de verificação objetiva...

O seu experimento é tão bobinho, mas tão bobinho que fico aqui me perguntando como você ainda não virou espírita diante de provas tão robustas que ele poderia gerar para você sobre a comunicação com os mortos.

Russel Targ propõe experimentos semelhantes, talvez menos bobinhos, em que afirma alcançar resultados que nos seus experimentos poderiam ser atribuídos a "espíritos" ou qualquer outro tipo de entidade espiritual. Não estou entrando no mérito da análise dos resultados de Targ apesar de já ter lido um livro dele com esses resultados. A questão aqui é o desenho do experimento que (de novo) não deve se fixar em confirmação de fatos.


« Última modificação: 09 de Janeiro de 2017, 20:12:48 por Gigaview »
Brandolini's Bullshit Asymmetry Principle: "The amount of effort necessary to refute bullshit is an order of magnitude bigger than to produce it".

Pavlov probably thought about feeding his dogs every time someone rang a bell.

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Pesquisa com médium
« Resposta #927 Online: 09 de Janeiro de 2017, 22:11:12 »
Existiria alguma coisa "análoga" a espíritos, no sentido de algo meio "imaterial" (argh), e experimentos que tentam refutar isso, mas falham, para comparação?

Offline Gigaview

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Re:Pesquisa com médium
« Resposta #928 Online: 09 de Janeiro de 2017, 23:33:47 »
Existiria alguma coisa "análoga" a espíritos, no sentido de algo meio "imaterial" (argh), e experimentos que tentam refutar isso, mas falham, para comparação?

Algo como um tulpa? Jinn?

Essas coisas são esotéricas demais para fazer parte de experimentos científicos, mas há quem se dedique ao "estudo" de fadas e até existe um projeto de agricultura em Findhorn na Escócia que conta com a participação de Devas que são as entidades responsáveis pelos seres elementais que incluem as fadas, os elfos, os gnomos e as salamandras.

http://www.spiritofmaat.com/archive/aug3/findhorn.htm

Desconheço experimentos que tentam refutar essas coisas.
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Offline Buckaroo Banzai

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Re:Pesquisa com médium
« Resposta #929 Online: 10 de Janeiro de 2017, 01:24:26 »
Não, me referia a algum experimento que tivesse falhado em comprovar algo supostamente real, porém, que pudesse ser análogo a fantasmas por não ser algo tão aparente quanto, sei lá, "fogo".

Como transmissão por rádio. É algo meio "fantasmagórico", você não vê nada, mas a mensagem chega do emissor aos receptores.


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Maxwell published A Treatise on Electricity and Magnetism in 1873, stimulating many people to experiment with wireless communication. Others experimented without the benefit of his theories. It is considered likely that the first intentional transmission of a signal by means of electromagnetic waves was performed by David Edward Hughes around 1880, although this was considered to be induction at the time. The first systematic and unequivocal transmission of EM waves was performed by Heinrich Rudolf Hertz and described in papers published in 1887 and 1890. Hertz famously considered these results as being of little practical value.

After Hertz's work many people were involved in further development of the electronic components and methods to improve the transmission and detection of electromagnetic waves. Around the turn of the 20th century, Guglielmo Marconi developed the first apparatus for long distance radio communication.[1] On 23 December 1900, Reginald A. Fessenden became the first person to send audio (wireless telephony) by means of electromagnetic waves, successfully transmitting over a distance of about 1.6 kilometers, and six years later on Christmas Eve 1906 he became the first person to make a public radio broadcast.[2][3]

Talvez em alguma outra coisa de física avançada ou mesmo biologia possa existir alguma coisa que pudesse servir de análogo a uma entidade hipotética/fenômeno hipotético de natureza até então pouco conhecida, e que tenha se tentado em algum momento refutar a existência. Provavelmente não foi bem assim com rádio especificamente.

Talvez doenças virais e os postulados de Coch e Evans se aproxime um pouco disso, sei lá.

Offline Gigaview

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Re:Pesquisa com médium
« Resposta #930 Online: 10 de Janeiro de 2017, 02:11:07 »
Não conheço nada parecido.
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Offline AlienígenA

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Re:Pesquisa com médium
« Resposta #931 Online: 10 de Janeiro de 2017, 07:59:46 »
Não, me referia a algum experimento que tivesse falhado em comprovar algo supostamente real, porém, que pudesse ser análogo a fantasmas por não ser algo tão aparente quanto, sei lá, "fogo".

O Éter luminífero?

Offline Shadow

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Re:Pesquisa com médium
« Resposta #932 Online: 10 de Janeiro de 2017, 09:00:27 »
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Around the turn of the 20th century, Guglielmo Marconi developed the first apparatus for long distance radio communication.[1]

Na verdade Roberto Landell de Moura transmitiu voz em 1894, 2 anos antes de Marconi, em plena Avenida Paulista.
"Who knows what evil lurks in the hearts of men? The Shadow knows..."

Offline montalvão

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Re:Pesquisa com médium
« Resposta #933 Online: 10 de Janeiro de 2017, 09:34:00 »
O seu experimento é tão bobinho, mas tão bobinho que fico aqui me perguntando como você ainda não virou espírita diante de provas tão robustas que ele poderia gerar para você sobre a comunicação com os mortos.

De fato, a sugestão para o experimento é bobinha, embora aqui no meu país substituímos bobinho por simples. São ideias que surgem a medida que se pensa em formas não sofisticadas de testar a presença de espíritos (ou, dito de outra forma, “conferir as alegações espiritistas”). Serviriam para experimentações caseiras e, caso houvesse quem disposto a implementá-las (médiuns e pesquisadores), teriam que ser devidamente buriladas, se viáveis ou não.

Penso eu que, numa verificação técnica, se poderia utilizar um programa gerador de imagens aleatórias, que ficaria numa sala isolada. Noutro aposento, onde estava o médium,  o experimentador controlaria remotamente a apresentação. Ele, durante a verificação, não teria acesso ao que estava exposto no monitor, mas teria a opção de mudar a estampa quando bem quisesse,   por acionamento remoto. Então, o programa exporia uma figura e o médium deveria informar o que o “espírito” viu. Anotada a informação, outra imagem era disponibilizada e novamente o espírito deveria expressar o que vira.

Considerando que o experimento testaria a hipótese de espírito presente e comunicante, esperar-se-ia acertos da ordem de 100% ou bem próximo disso. Nada de coisas tipo “levemente acima do esperado pela casualidade”, muito comum em verificações do paranormal. Além disso, no experimento acima esboçado, a casualidade ficaria diminuída acentuadamente


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fico aqui me perguntando como você ainda não virou espírita diante de provas tão robustas que ele poderia gerar para você sobre a comunicação com os mortos.

Cogitação um tanto esdrúxula... como me converteria ante uma (remota) perspectiva de que o retorno fosse positivo? Por essa linha de pensamento me seria válido cogitar que sua pessoa critica veemente a proposta por recear que os espíritos se mostrem presentes, o que o levaria à conversão... Teríamos, pois, duas situações inusitadas: 1) os espíritas fogem do desafio por temerem que seus espíritos não respondam; 2) o Giga repudia a ideia por tremer que os espíritos respondam...


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Russel Targ propõe experimentos semelhantes, talvez menos bobinhos, em que afirma alcançar resultados que nos seus experimentos poderiam ser atribuídos a "espíritos" ou qualquer outro tipo de entidade espiritual. Não estou entrando no mérito da análise dos resultados de Targ apesar de já ter lido um livro dele com esses resultados. A questão aqui é o desenho do experimento que (de novo) não deve se fixar em confirmação de fatos.

Acompanhar a palestra em inglês me é difícil, mas poderia ter citado o livro de Targ, dele tenho alguns e posso verificar o que afirma. De qualquer modo, é sabido que Russel Targ (e seu parceiro Puthoff) são voltados para confirmar coisas que provavelmente não existem, e se existirem, são de manifestação mui branda, esporádica e sem qualquer efeito útil ou prático. James Randi chamava a dupla de “os patetas da pesquisa” e, da leitura do trabalho que realizam e das ideias que apregoam,  é fácil concordar com Randi. (Nota: não estou usando ad hominem com Targ, posso bem demonstrar o que afirmo, embora o sujeito não seja o foco da conversa).

Acho que não sei se entendi o que quer dizer com “A questão aqui é o desenho do experimento que (de novo) não deve se fixar em confirmação de fatos.” Poderia ser mais claro?

Offline Gigaview

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Re:Pesquisa com médium
« Resposta #934 Online: 10 de Janeiro de 2017, 13:22:10 »
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“A questão aqui é o desenho do experimento que (de novo) não deve se fixar em confirmação de fatos.” Poderia ser mais claro?

O desenho do experimento deve ser o mais abrangente possível e incluir as possibilidades que você considera remotas, como a ESP, por exemplo. Por isso mencionei Targ, apesar de não entrar no mérito da análise da validade de seus resultados. O seu experimento é bobinho porque poderia equivocadamente confirmar espíritos quando na realidade poderia ser qualquer outra coisa estranha, inclusive ESP, apesar de remota ou aparentemente impossível como a própria idéia da ação de um espírito.
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Offline montalvão

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Re:Pesquisa com médium
« Resposta #935 Online: 10 de Janeiro de 2017, 13:29:12 »
 
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Falei que extremamente poroso seria como um balde furado, errei,   ficaria melhor: “como um balde sem fundo”...

Meu caro Montalvão; a isso eu chamo "mimetismo retórico'. O máximo de alguma coisa, sim, desde que não perca a condição básica, ser poroso. Um balde jamais seria poroso ao máximo.

Isso é o que chamo de espantalho. Não falei que um balde fosse poroso, preste atenção: “extremamente poroso seria COMO um balde sem fundo, passa tudo, não retém nada”


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Por que um véu seria extremamente poroso, já que um coador com buracões seria muito mais? 

Observe que eu dei exemplos que se encaixariam, mas não disse que era o único ou o que mais se adequava.

O que não percebe, seja por não querer ou por desatenção, é que tais expressões (extremamente, incontáveis, etc.) são de difícil mensuração: não devem (nunca) serem usadas em definições.


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É comum o uso desleixado de palavras, sem atinar-se se estão aplicadas condizentemente. Já ouvi quem dissesse: “fulano é extremamente pontual”! Pô, o que significa isso? Alguém que chega ao compromisso nanossegundamente na hora?

Não, meu caro; mas a alguém que excepcionalmente se atrasa. Principalmente se considerarmos que de modo geral nós excepcionalmente somos pontuais. Viu? Isto é um termo de comparação que privilegia a objetividade e não o rigorismo semântico.

Quem raramente se atrasa é pontual, quem o faz frequentemente é impontual ou imerecedor de confiança. Desnecessário “extremalizar” os conceitos. Mui dificilmente expressões tais, qual o extremamente, privilegiariam a objetividade.


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Nenhum outro livro espírita, mesmo que voltado para as elites, se assemelha à “Evolução”, aquilo foi um xou de vaidade da dupla Chico/Waldo.

Juízo de valor, meu caro?

Qual seria o “Juízo de valor”, a vaidade da dupla ou a insolitez da obra? Seja o que for, ambos são facilmente demonstráveis. Em torno de Chico construíram-se muitas “fraudes pias”, dentro da concepção de que se tratava de enviado especial da espiritualidade. Então, temos, por exemplo,  o Chico iletrado, mesmo assim capaz de psicografar mais de 400 obras, incluindo o para alguns complexo, para outros confuso, para outros um saco, Evolução em Dois Mundos. Outro exemplo, o Chico abençoado que, em leito de hospital, recebe a visita do inexistente Emmanuel e de sua mãe, sob a forma de fachos luminosos...

Chico era desapegado de bens materiais, isso é verdade, seus valores eram outros. Envaidecia-se ante a glória de ser arauto da espiritualidade, um Kardec nacional, a trazer consolo a corações aflitos, o grande mediador do século entre mortos e vivos...



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Mesmo que fosse como diz: obra voltada para as elites, tal não altera o fato de que a maioria, nem ferrenhos seguidores de Chico, entenderam o que Evolução em Dois Mundos quis noticiar...


Não, Montalvão, eu não disse que era voltado para as elites; apenas destaquei que tendo a DE surgido e se disseminado historicamente entre as elites, então tal livro teria, hoje, um público ao qual seria útil.

Se o livro tem ou teria “público ao qual seria útil”, esse público ainda não se consubstanciou...


Mais um esclarecimento, que é muito divulgado e nada tem de verdadeiro: André Luiz não foi médico sanitarista, nem CChagas, nem OCruz. Era um clínico geral e sem grande destaque no meio médico.


Luciano dos Anjos concorda com você: nem Chagas, nem Cruz, A.L. fora, sim, Faustino Esposel!

O fato é que, na seara espírita, há defensores acerbos das várias opções disponíveis, inclusive quem garanta seu prestígio que recebera do próprio Chico a informação. A verdade verdadeira é que A.Luiz foi lucubração da fértil e doentia mente xaveriana, do mesmo modo que Emmanuel...


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Nesse caso, não se trata nem de afirmações cientificamente aceitáveis quando foram escritas, mas superadas mais tarde. Mesmo em 1959, não passavam de mal-entendidos típicos de leigos com conhecimento superficial de biologia e evolução. Os dinossauros não são “lacertinos” (lagartos) e mesmo no século XIX, quando a origem das aves ainda era controvertida, sabia-se que elas não descendiam dos pterossauros (seus ancestrais eram dinossauros carnívoros bípedes, da sub-ordem dos terópodes). Os primeiros mamíferos surgiram muito antes da época “supracretácea” (ou seja, o Cenozóico): são quase tão antigos quanto os primeiros dinossauros e isso é sabido desde fins do século XIX.


Aqui, os menos avisados pedem perdão e saem da sala:
No prefácio da obra o autor esclarece que as informações científicas ali relacionadas se baseiam nos conhecimentos dos sábios da época. Nenhuma revelação nesta área.
Por isto que é bom ler-se o livro, antes.

O que Chico/Waldo fizeram foi uma pedante exibição de conhecimento, arrimado em linguajar tão rebuscado quem especialistas na área ousariam. Se fossem mais humildes nessa questão produziriam versão popular da obra, tornando-a palatável ao grande público.

Agora, se a espiritualidade, na pessoa de A.L. se esmerou em produzir aquela maçaroca de considerações nebulosas, que apenas espelha,  de uma maneira exótica, discutível erudição, sem acrescentar nada de útil ao conhecimento disponível, e ainda cometendo erros crassos, pergunta-se: pra que tanto trabalho pra nada? Para qual público uma obra assim, tão sem sentido, seria útil?


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E, não esqueça que os “espritos” superiores bagunçaram o coreto científico de Kardec, ao noticiar-lhe da pluralidade dos mundos habitados, dos marcianos trogloditas, da casa de Mozart em Júpiter, dos habitantes da lua, do espírito que se desgruda do corpo durante o sono, do magnetismo animal...

No meio espírita, particularmente entre os menos estudiosos e mais críticos (que por ali também sobeja) isto é sempre lembrado.

Sempre lembrado e sempre não levado em consideração. O fato é que do exame sério dessas falhanças eclode, no mínimo,   a suspeita de que mortos não comunicam, por isso quando acontece de a questão ser ventilada é abordada superficialmente.



No entanto o pp AKardec dá, permita dizê-lo, a mão à palmatória desde os prolegômenos do LEspíritos, quando esclarece que, se o texto se referir a uma opinião pessoal, viria em corpo de letra diferente para não ser confundido com as respostas dos Espíritos.

As falhas na doutrina dos espíritos estão tanto nas considerações pessoais (o codificador era  mau intérprete do que teria ouvido dos espíritos), quanto nos recados diretos da espiritualidade: os marcianos rudes foram falados pelos espíritos;  a pluralidade dos mundos habitados,  idem; a alma fora do corpo no sono, do mesmo modo...


As principais incongruências da obra, embora não sejam tantas se deve à personalidade voluntariosa de Kardec, mas facilmente detectadas pelo formato do texto.

Outro ponto em que os Espíritos da Codificação foram rigorosos é no que diz respeito às revelações científicas. A DE não veio trazer os avanços tão aguardados da Ciência, sim auxiliar a humanidade em ser progresso moral. No entanto, quando o esclarecimento com este objetivo é imprescindível, não se negam à cooperação. André Luiz e Emmanuel, p.ex. não se prestam exclusivamente aos ensinamentos do Evangelho.

A guisa de ilustração, poderia citar apoios efetivos da espiritualidade ao conhecimento humano? Seja nas ciências ou na filosofia.

Interessante que o neuro cirurgião Nubor Facure, professor emérito da Unicamp participa juntamente com vários médicos de renome de uma Boletim Médico Espírita, (o de no. 9) de SPaulo, comentando capítulo por capítulo aquele livro.
Pequenas imprecisões surgem, mesmo porque existe sempre a questão da interpretação. No mais, ressaltam a importância e o conteúdo, que não traz grandes inovações no campo da ciência mas mostra a interação entre estes dois campos, ao longo da evolução do Princípio Espiritual (Mônada).

Parece que o citado boletim é vendido. Entrei no site da AME e não vi disponibilidade do material...

Tenho um livro do Nubor, que ainda não pude ler (está na fila): “O Cérebro e a Mente – Uma Conexão Espiritual”.

As experiências publicadas por membros da AME, que conheço, são todas fraquinhas. Uma “prova” cientificamente a mediunidade de Chico, outra exalta os “poderes” de João de Deus. Mais uma (se não me engano, também veio da AME) diz que a medicina reconhece a mediunidade... Mesmo assim, gostaria de avaliar esse trabalho de Facure, para não ter que opinar sem exame... De antemão adianto que, sabendo-se ser a abordagem do médico calcada nos ensinos kardecistas-chiquitistas, e, sabendo-se que o espiritismo tem muito pouco (mais precisamente nada) de útil a dizer sobre a mente e o cérebro, não se pode esperar muito  de apreciável em trabalhos dessa natureza.

Respeito o espiritismo como religião, pois,  qual a maioria delas, propõe a elevação moral de seus seguidores. Entretanto, como “força” real de ação da espiritualidade na natureza carece de fundamentos...

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Pesquisa com médium
« Resposta #936 Online: 10 de Janeiro de 2017, 14:25:21 »
Não, me referia a algum experimento que tivesse falhado em comprovar algo supostamente real, porém, que pudesse ser análogo a fantasmas por não ser algo tão aparente quanto, sei lá, "fogo".

O Éter luminífero?

Bem, como eu disse "algo real", apenas se você for fazer a analogia de que o espaço einsteniano é esse éter luminífero, analogia longe de ser consensual, embora talvez Einstein mesmo tivesse feito, se não me engano.

OPS.: quis dizer "falhado em refutar algo supostamente real". Démit.

Offline montalvão

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Re:Pesquisa com médium
« Resposta #937 Online: 10 de Janeiro de 2017, 20:41:18 »
Existiria alguma coisa "análoga" a espíritos, no sentido de algo meio "imaterial" (argh), e experimentos que tentam refutar isso, mas falham, para comparação?

Existiria, caso existisse: o perispírito, o envoltório semimaterial (note: semimaterial) dos espíritos, quer dizer: um tanto material, outro tanto espiritual, já que faz a interface entre o corpo e o espírito. Entretanto, experimentos não conseguem tentar refutar a hipótese porque, até aqui, a parte material do perispírito ainda não foi detectada pelos modestos instrumentos de aferição dos homens: nem microscópio, nem telescópio, osciloscópio, procópio, nada funciona na busca perispiritual.... talvez a espiritualidade, um dia, disponibilize a planta de um perispiritoscópio: a partir de então, tudo será diferente...

Offline AlienígenA

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Re:Pesquisa com médium
« Resposta #938 Online: 10 de Janeiro de 2017, 21:22:03 »
Não, me referia a algum experimento que tivesse falhado em comprovar algo supostamente real, porém, que pudesse ser análogo a fantasmas por não ser algo tão aparente quanto, sei lá, "fogo".

O Éter luminífero?

Bem, como eu disse "algo real", apenas se você for fazer a analogia de que o espaço einsteniano é esse éter luminífero, analogia longe de ser consensual, embora talvez Einstein mesmo tivesse feito, se não me engano.

OPS.: quis dizer "falhado em refutar algo supostamente real". Démit.

Duh! Sua pergunta ficou mesmo dúbia ou sou eu que tenho algum deficit congnitivo?  :umm:

Por falar em Einstein, o mais próximo do que você, de fato, perguntou que me lembro foi um texto que li tempos atrás sugerindo que a matéria/energia escura meio que funcionava como a tal constante cosmológica que Einstein tirou da cartola, depois chamou de seu maior erro. Talvez isso te dê alguma ideia melhor. :/


Offline Johnny Cash

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Re:Pesquisa com médium
« Resposta #939 Online: 10 de Janeiro de 2017, 21:40:20 »
[...] Só um pequeno reparo: os céticos não se preocupam com argumentos. Apenas pedem provas... nada de errado com isto.

É engraçado isso, porque argumentos em si não demonstram a validade de qualquer coisa a não ser a do próprio argumento caso esse venha a ter coerência lógica.

Pedir provas é apenas querer ver a tradução dos argumentos em "realidade", ou em relação ào que se observa no "mundo real" ou experimental.

O ser que crê no sobrenatural e insiste em correlacionar a sobrenaturalidade com a naturalidade é apenas bobo, mesmo. Por definição, nem precisaríamos ir mais longe do que isso.

É muito mais tranquilo para a própria alma o caso dos, por exemplo, padres que ao mesmo tempo são cientistas e não misturam uma coisa com a outra.

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Pesquisa com médium
« Resposta #940 Online: 10 de Janeiro de 2017, 21:52:36 »
Argumentação é imprescendível, faz parte da sustentação de que algo constitua "prova". Que não será o caso da defesa de hipóteses ad hoc que servem só como "desculpas" para tentar continuar sustentando uma "possibilidade".






Não, me referia a algum experimento que tivesse falhado em comprovar algo supostamente real, porém, que pudesse ser análogo a fantasmas por não ser algo tão aparente quanto, sei lá, "fogo".

O Éter luminífero?

Bem, como eu disse "algo real", apenas se você for fazer a analogia de que o espaço einsteniano é esse éter luminífero, analogia longe de ser consensual, embora talvez Einstein mesmo tivesse feito, se não me engano.

OPS.: quis dizer "falhado em refutar algo supostamente real". Démit.

Duh! Sua pergunta ficou mesmo dúbia ou sou eu que tenho algum deficit congnitivo?  :umm:

Por falar em Einstein, o mais próximo do que você, de fato, perguntou que me lembro foi um texto que li tempos atrás sugerindo que a matéria/energia escura meio que funcionava como a tal constante cosmológica que Einstein tirou da cartola, depois chamou de seu maior erro. Talvez isso te dê alguma ideia melhor. :/


Bem, eu simplesmente inverti o sentido do que eu queria perguntar mesmo.

Queria algo como, "veja só, existe esse fenômeno X, que céticos poderiam apontar não ser real, por não ser algo óbvio, na verdade ser até bastante obscuro e difícil de ser detectado, porém, veja como esse experimento feito em mil novecentos e bolinha difere dos experimentos espíritas, em ser desenhado de forma que muito provavelmente refutaria a existência do fenômeno X se fosse feita a observação A, sem no entanto tê-lo feito."

Algo que "apontasse a direção" de como seria uma investigação mais propriamente científica sobre algo "fantasmagórico".

Offline Johnny Cash

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Re:Pesquisa com médium
« Resposta #941 Online: 10 de Janeiro de 2017, 21:54:37 »
Argumentação é imprescendível, faz parte da sustentação de que algo constitua "prova". Que não será o caso da defesa de hipóteses ad hoc que servem só como "desculpas" para tentar continuar sustentando uma "possibilidade".



Não é possível que você tenha entendido que eu tenha defendido que argumentação não é necessária, ou até que não seja imprescindível.

Offline montalvão

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Re:Pesquisa com médium
« Resposta #942 Online: 10 de Janeiro de 2017, 21:59:44 »
Interessante que o neurocirurgião Nubor Facure, professor emérito da Unicamp participa juntamente com vários médicos de renome de uma Boletim Médico Espírita, (o de no. 9) de SPaulo, comentando capítulo por capítulo aquele livro.
Pequenas imprecisões surgem, mesmo porque existe sempre a questão da interpretação. No mais, ressaltam a importância e o conteúdo, que não traz grandes inovações no campo da ciência mas mostra a interação entre estes dois campos, ao longo da evolução do Princípio Espiritual (Mônada).

Assisti palestra do Dr. Facure no Youtube (): Minha nossa senhora! Muito doidão o sujeito! Deve ser um emérito neurocirurgião, mas saindo de sua especialidade o sujeito delira. Defende o mesmerismo, Hannemann, e outras doidices... Não espanta que tenha ousado comentar o Evolução em Dois Mundos...

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Pesquisa com médium
« Resposta #943 Online: 10 de Janeiro de 2017, 22:00:36 »
Argumentação é imprescendível, faz parte da sustentação de que algo constitua "prova". Que não será o caso da defesa de hipóteses ad hoc que servem só como "desculpas" para tentar continuar sustentando uma "possibilidade".



Não é possível que você tenha entendido que eu tenha defendido que argumentação não é necessária, ou até que não seja imprescindível.

Não entendi isso, apenas comentei ao mesmo trecho que você comentava, sem citá-lo.

Offline montalvão

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Re:Pesquisa com médium
« Resposta #944 Online: 11 de Janeiro de 2017, 00:26:52 »
O desenho do experimento deve ser o mais abrangente possível e incluir as possibilidades que você considera remotas, como a ESP, por exemplo. Por isso mencionei Targ, apesar de não entrar no mérito da análise da validade de seus resultados. O seu experimento é bobinho porque poderia equivocadamente confirmar espíritos quando na realidade poderia ser qualquer outra coisa estranha, inclusive ESP, apesar de remota ou aparentemente impossível como a própria idéia da ação de um espírito.

Tá difícil chegar a um entendimento, ao menos nesse quesito. Já falei anteriormente: ESP, ou PES, só caberia ser cogitada nos tempos de antanho, quando os pesquisadores julgavam que os fenômenos fossem intensos, rotineiros e havia a dúvida se a “nova força” provinha do além ou do aquém. Richet, por exemplo, erigiu sua metapsíquica como opção à hipótese espírita. Não esqueçamos que a “ectoplasmia” foi criação desse fisiologista e que o espiritismo gostosamente a inseriu na doutrina.

Hodiernamente a parapsicologia abandonou as investigações do ectoplasma (sem maiores satisfações) enquanto que o espiritismo o adotou por inteiro,  com adaptações. A reboque levaram também o pobre Richet que agora, na ótica da inteligência kardecista, se converteu ao espiritismo nos estertores fatídicos.

Tanto o espiritismo quando a paranormalidade mudaram drasticamente. Materializações que brotavam aos “gorgotões” no passado, presentemente se restringem a nichos fechados. Os “grandes” espíritos, inclusive de santos, que tão generosamente comunicavam, foram procurar coisa melhor para fazer, nos dias que correm, só fichinhas aparecem, com algumas exceções. Nem Chico quer dar as caras, embora haja quem diga que já deu...

No lado da paranormalidade foi pior: a “força” minguou de tal maneira que agora só acham parcos indícios do que não se sabe o quê. É claro, tem hora que brotam das prefundas certos mutantes, que fazem coisas que até Russel Targ duvida: Uri Geller, Amyr Amiden, Green Morton, Sean Harribance, Ingo Swann, Antonio Carlos Amorim...

Fico pasmado quando vejo quem não consiga distinguir a hipótese paranormal da espírita, principalmente nos dias que correm. Contemporaneamente, os bons experimento de PES tendem corroborar a Conjetura de Moi, que reza: “PSI, caso exista, é “força” de atuação tênue, de ocorrência esporádica e imprevisível, sem controle da parte quem supostamente a possui, e sem utilidade conhecida.”

É certo que tem quem misture tudo, sob a alegação de que “todo médium é paranormal, mas nem todo paranormal é médium”: frase bonita, né? Pena que não diga nada...

Então, em experimentação das alegações espíritas, a “coisa” experimentada deverá responder conforme a doutrina a descreve e não com os retornos estatísticos confusos, frequentemente necessitando de metanálises para se desencavar algo plausível, típicos da investigação do paranormal.

Um “espírito” sob verificação objetiva responderia como espírito: se lhe fossem apresentadas dez imagens ele identificaria as dez imagens, mesmo que confundisse uma ou outra (um tomate com uma maçã, por exemplo). Diferentemente dos testes de clarividência, quando os melhores espécimes, ditos clarividentes,  têm, no máximo,  “vislumbres” vagos e difusos dos alvos.

E também, conforme bem afirmou-me um amigo, alegar-se  algo do tipo: “médiuns” não existem; “materializações” não existem; “mesas girantes” não existem; “espíritos” não comunicam, não imposta o que seja proposto, não há experimentos capazes de testar as conjeturas e nada do que vocês – os espíritas no caso, claro – digam vai nos convencer do contrário e nem nunca perderíamos nosso tempo participando se convidados de investigações, aí não é uma postura aceitável.

Seria meio que molecagem: de certo modo, desonestidade intelectual para com o oponente espírita.

Ou seja: se duvidamos e ao mesmo tempo participamos de debates, temos a obrigação de definir como e em quais condições essas dúvidas seriam sanadas e de que modo reconheceríamos que as alegações deles (espíritas) procedem.

Ao menos provisoriamente, até que outras explicações surjam e sejam cotejadas.


Offline Buckaroo Banzai

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Re:Pesquisa com médium
« Resposta #945 Online: 11 de Janeiro de 2017, 00:54:11 »
Fico pasmado quando vejo quem não consiga distinguir a hipótese paranormal da espírita, principalmente nos dias que correm.

Não devia, pois não há como distinguir. Sem estar restrito a fenômenos sabidamente reais, você pode inventar os fenômenos extraordinários que quiser para "explicar" qualquer observação. Sejam fenômenos especificamente espíritas, ou o mais abrangente/vago "paranormal".

O "andar da carruagem" sobre o que pesquisadores dessas áreas pensam sobre as limitações e características de cada fenômeno não muda esse fato lógico.

Toda e qualquer coisa "explicada" por espíritos pode ser na verdade "poderes paranormais" (ou ETs, ou espíritos de ETs, ou duendes), e qualquer coisa "explicada" como poderes paranormais poderia ser obra de espíritos.


Você só muda isso se os experimentos são tais que dizem, "isso, espíritos não poderiam fazer de qualquer jeito; logo, se isso for observado, definitivamente não foi obra de espíritos". Ou vice-versa.

Mas não tem esse "não poderiam fazer de qualquer jeito", para quaisquer das classes de "fenômenos".

Offline Gigaview

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Re:Pesquisa com médium
« Resposta #946 Online: 11 de Janeiro de 2017, 01:20:20 »
Exato. Vamos ver se o Montalvão entendeu dessa vez.
Brandolini's Bullshit Asymmetry Principle: "The amount of effort necessary to refute bullshit is an order of magnitude bigger than to produce it".

Pavlov probably thought about feeding his dogs every time someone rang a bell.

Offline montalvão

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Re:Pesquisa com médium
« Resposta #947 Online: 11 de Janeiro de 2017, 11:36:56 »
Fico pasmado quando vejo quem não consiga distinguir a hipótese paranormal da espírita, principalmente nos dias que correm.

Não devia, pois não há como distinguir. Sem estar restrito a fenômenos sabidamente reais, você pode inventar os fenômenos extraordinários que quiser para "explicar" qualquer observação. Sejam fenômenos especificamente espíritas, ou o mais abrangente/vago "paranormal".

Não discordo, inclusive utilizei esse argumento em várias discussões noutros sítios. Só que a situação é diferente. Não estou diante da notícia  de um fenômeno insólito (no caso, morto falando com vivo) e tentando explicá-lo com a opção que melhor me satisfaça as expectativas, ou ponderando que qualquer explicação mística seria cabível, não é isso. O que proponho aos mediunistas é, dentro do contexto que eles mesmos apresentam, conferir a presença do “espírito” objetivamente, ou seja, de um modo que só um espírito (com o perfil dado) poderia se manifestar. Se o comunicante fracassar: espíritos não comunicam...

Obviamente, não espero que o suposto ente comunicante vá responder, ao contrário. Mas, quero dar a chance ao crente dele mesmo conferir que quando sujeito a uma demonstração concreta de sua atuação a entidade invisível não se apresenta.


O "andar da carruagem" sobre o que pesquisadores dessas áreas pensam sobre as limitações e características de cada fenômeno não muda esse fato lógico.

Certo, não muda, mas o foco é outro. O que os expertos na área dizem serve de norte para a formatação do experimento. Por exemplo, se a configuração oficial dos espíritos os mostram cegos para o mundo físico, então não se poderia submetê-los a testes de leitura. O que não se aceitaria é o casuísmo, conforme o Sandro, malandramente, utiliza: com base em parcos apoios escriturísticos, e altamente suspeitos (vindos de Gladys Osborne e de seu ingênuo investigador Drayton Thomas), quer desqualificar verificações objetivas, defendendo que o satisfação do cliente com o médium seja prova suficiente.


Toda e qualquer coisa "explicada" por espíritos pode ser na verdade "poderes paranormais" (ou ETs, ou espíritos de ETs, ou duendes), e qualquer coisa "explicada" como poderes paranormais poderia ser obra de espíritos.

Claro que poderia, inclusive tenho cá minha teoria predileta: a paranormalidade e a mediunidade são obra do anãozinho gigante e sua equipe astral, que implantam na cabeça de crentes chips invisíveis, com pensamentos, ora mediúnicos, ora paranormais.

Volto a frisar, hoje não é mais possível confundir paranormalidade com mediunidade, embora haja espiritistas que o fazem e – pasme! – parapsicólogos que ficam incertos entre o que possa ser, espírito ou psi. Filtrando-se as investigações do paranormal, chegamos a conjetura de Moi, exposta anteriormente:  Psi, se existisse, seria “força” mui tênue, que ocorre ao arrepio do controle de seu possuidor e se manifesta esporadicamente. Já os espíritos se acoplam ao médium, unem seus perispíritos, e a comunicação flui graciosa e preciosa. São contextos distintos.

Na remota hipótese de que os “espíritos” dessem as respostas esperadas,  em testes objetivos, não se poderia confundi-las com retorno paranormal, pois os estudos na área não descrevem quem capaz de produzir tais resultados por meio de telepatia, clarividência... afora, claro, Uri Geller e sua trupe.

Peça, por exemplo, a um clarividente, ou a um desses que viaja fora do corpo, que descreva numa sala lacrada, digamos, cinco objetos que lá foram postados. Talvez ele, na sorte, acerte um ou outro, pois vai raciocinar no quer seria mais provável: caneta, fruta, jarro, pasta de dente... mas não acertaria todos.

Já um “espírito” deveria informar ao seu médium corretamente os cinco objetos. Se não o fizesse, repetidos os testes o quanto necessário, significa que  não há espíritos na parada.


Você só muda isso se os experimentos são tais que dizem, "isso, espíritos não poderiam fazer de qualquer jeito; logo, se isso for observado, definitivamente não foi obra de espíritos". Ou vice-versa.
Mas não tem esse "não poderiam fazer de qualquer jeito", para quaisquer das classes de "fenômenos".

Esse “vice-versa” ficou meio complicado na sentença acima... Sua consideração cairia bem para o Sandro. Como ele alega que os espíritos são capazes de muitas coisas, mas são cegos para leituras, caso um morto lesse trecho de publicação em lugar oculto, ele teria que considerar: “não foi espírito quem fez isso, deve ter sido o cramunhão”...

Mas a ideia não é testar o que os “espíritos” não podem fazer, isso Drayton Thomas já fez com Osborne, testando-a até onde os mortos comunicantes eram capazes de ir com ela. A busca é conferir se mortos dão retornos esperados, conforme o que deles se descreve, em experimentações objetivas e controladas. Não dando, não comunicam. Aí sim, os mediunistas poderão buscar outras explicações para seus fenômenos queridos...

Minha proposta parte da seguinte consideração: o que seria aceitável, em termos de retorno concreto, objetivo,  a confirmar  que um ente invisível e comunicante estivesse em ação em meio aos vivos (ainda que em conclusão provisória), considerando o contexto espiritista?

Pode ser que as sugestões de momento, até aqui dadas (ler livro em lugar oculto, identificar objetos em sala lacrada, gerador aleatório de imagens,  etc.),  não sejam as melhores para atingir o desejado. Tudo bem, mas isso não invalida a ideia básica e o projeto fica em aberto para receber  ideias que proporcionem melhores resultados.

Exato. Vamos ver se o Montalvão entendeu dessa vez.

O Montalvão entendeu, desta e de outra vezes, o que ele não entende é que vocês não entendam o que quer lhes fazer entender, entendem?

Offline Gorducho

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Re:Pesquisa com médium
« Resposta #948 Online: 11 de Janeiro de 2017, 11:58:57 »
Se debatemos com espíritas e - claro...- duvidamos das alegações deles, devemos estabelecer condições sob as quais aceitaríamos tais alegações.
A diferença entre a parapsicológica ESP e a espírita mediunidade é cristalina se nos ativermos aos paradigmas de ambas as Ciências.
Mais acerca disso depois caso necessário...
« Última modificação: 11 de Janeiro de 2017, 12:21:21 por Gorducho »

Offline Gigaview

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Re:Pesquisa com médium
« Resposta #949 Online: 11 de Janeiro de 2017, 20:10:48 »
Citação de: Montalvão
Não discordo, inclusive utilizei esse argumento em várias discussões noutros sítios. Só que a situação é diferente. Não estou diante da notícia  de um fenômeno insólito (no caso, morto falando com vivo) e tentando explicá-lo com a opção que melhor me satisfaça as expectativas, ou ponderando que qualquer explicação mística seria cabível, não é isso. O que proponho aos mediunistas é, dentro do contexto que eles mesmos apresentam, conferir a presença do “espírito” objetivamente, ou seja, de um modo que só um espírito (com o perfil dado) poderia se manifestar. Se o comunicante fracassar: espíritos não comunicam...

Esqueça o contexto que "eles" apresentam, por que deveria considerar? Por que dar corda às doideiras espiritóides? Fazendo isso você está privilegiando a hipótese espírita quando ela é indiferenciável de outras hipóteses igualmente extraordinárias, como apontou o Buck. Considere que a priori, os espíritos não existem e a verificação de algo inexistente é no mínimo absurdo, além de metodologicamente equivocado. Desse jeito você está fazendo "ciência espírita" e você é espírita? Parece.

Citar
Obviamente, não espero que o suposto ente comunicante vá responder, ao contrário.

Você não deve esperar nem que sim, nem que não. Se esperasse alguma coisa para um lado, ou para o outro você estaria envolvido com algum tipo de wishful thinking, o que é altamente reprovável em qualquer experimento científico. Mas vamos supor que o "comunicante" respondeu e acertou. Como você pode ter certeza que era mesmo um espírito ou espectro do saci pererê do brejo dourado? Aí você responde que é por causa do contexto e aí eu digo que você era um espírita enrrustido que acabou de sair do armário por causa de um experimento bobinho.

Citação de: Montalvão
Mas, quero dar a chance ao crente dele mesmo conferir que quando sujeito a uma demonstração concreta de sua atuação a entidade invisível não se apresenta.

Dar uma chance ao crente? Prá que? Deixa o crente prá lá. O seu compromisso aí é com o fenômeno e não com o crente.

Citação de: Montalvão
Por exemplo, se a configuração oficial dos espíritos os mostram cegos para o mundo físico, então não se poderia submetê-los a testes de leitura.

Mais ciência espírita? Por acaso já provaram que espíritos existem para serem submetidos a exames perispiritooftamológicos?

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Psi, se existisse, seria “força” mui tênue, que ocorre ao arrepio do controle de seu possuidor e se manifesta esporadicamente. Já os espíritos se acoplam ao médium, unem seus perispíritos, e a comunicação flui graciosa e preciosa. São contextos distintos.

Papo de espírita.

Citação de: Montalvão
Peça, por exemplo, a um clarividente, ou a um desses que viaja fora do corpo, que descreva numa sala lacrada, digamos, cinco objetos que lá foram postados. Talvez ele, na sorte, acerte um ou outro, pois vai raciocinar no quer seria mais provável: caneta, fruta, jarro, pasta de dente... mas não acertaria todos.

Já um “espírito” deveria informar ao seu médium corretamente os cinco objetos. Se não o fizesse, repetidos os testes o quanto necessário, significa que  não há espíritos na parada.

Como você pode ter a certeza de que o clarividente em teste não conta com a ajuda inconsciente do espectro do saci pererê do brejo dourado apesar de conscientemente negar a ajuda? Como você pode ter certeza que o "espírito" não é uma criação mental do médium (talvez algo como um tulpa) que potencializa uma clarividência que se origina em seu cérebro, sem nada a ver com qualquer bobagem espiritual? Como sabe que o espírito não é brincalhão, que erra e acerta só para se divertir ou que ilude um clarividente? Será que a "visão" do clarividente é pior que a "audição" do médium? Com base em que você compara as duas coisas?

Novamente, esqueça o contexto espírita ou outro qualquer. Concentre-se no fenômeno. Se não há fenômeno, um abraço, tchau. Mas se houver, procure descobrir porque o fenômeno acontece a partir de evidências físicas e faça perguntas....muitas perguntas antes de seguir para o próximo passo.




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