O raio de um raio caiu cá na minha rede elétrica e queimou tudo: modem, telefone, placa de rede... Zeus não deve estar muito católico pro meu lado...
Aproveito para responder ao nosso Montalvão.
Caro companheiro; pelo fato de dirigir algumas reuniões de estudos, especificamente das obras de ALuiz e Emmanuel, sou forçado a um trabalho intenso na leitura, pesquisa e interpretação de seus textos, capítulo a capitulo.
Naturalmente ao longo dos anos começamos a perceber que os fenômenos, longe de contribuírem para a melhor compreensão e aceitação do Espiritismo junto aos homens, mais os afastaria dele, pois o espetáculo encanta nos primeiros momentos mas perde o valor de convencimento em seguida. O homem se voltaria para seus afazeres e preocupações e tudo estaria como sempre esteve. disto não tenha dúvidas.
O Espiritismo, em seus primeiros movimentos, precisava chamar a atenção para um ponto básico: a existência dos espíritos e a comunicabilidade entre os dois mundos. Os fenômenos eram numerosos, e imprescindíveis.
Não mais. Explico: o dogma da reencarnação, dogma para nós mas eficaz instrumento didático para os espíritos, cria registros mentais que se fortalecem inderrogavelmente, e como resultado teremos cenários em que ao lado de "crentes convictos" estarão aqueles outros, já sensivelmente tocados, mas ainda buscando comprovações.
Este processo demanda tempo e no mencionado cenário estarão também aqueles, ainda indiferentes, aos quais cabe, inobstante, importante papel: movimentar as engrenagens da vida humana, na economia, política, ciências, etc.
abraços
Nobilíssimo Spencer,
Sua resposta foi realmente sintética, talvez até demais, diria mesmo bem tendente ao proselitismo. Se essa foi a orientação de seu guia, sinto mas, ficou devendo melhor e maior elucidação.
Objetei-lhe resumidamente que as raízes do kardecismo reencarnacionista são achadas nos movimentos espiritualistas havidos na europa ao tempo de Kardec. Outros comentaristas explanaram mais amplamente. Então, desnecessário pensar-se em uma suposta espiritualidade se revelando para encontrar a gênese da doutrina. A esse ponto não fez qualquer comentário.
Fiz, também ponderações sobre a ideia de ser a reencarnação o modelo divino de justiça. Nenhuma resposta houve, apenas ofereceu curta reflexão apologética.
A respeito da comunicação, aí é que faltou esclarecimento. você alega que os espíritos não se mostram porque de nada adiantaria: causaria espécie no primeiro momento depois cairia na banalidade.
Então, tanto faz como tanto fez mortos produzirem evidências objetivas de suas presenças, ninguém ligaria mesmo... Isso me lembra o Arduin advogando que a mediunidade de efeitos físicos foi ativa até 1930, depois veio fenecendo até quase sumir: porque os mortos “encheram o saco” de darem provas e ninguém levar a sério (isto é sério, não estou inventando).
Você diz que, no ínicio, os da espiritualidade se preocuparam em revelar a existência dos espíritos e a comunicabilidade entre os dois mundos. Se foi conforme diz, infelizmente não tiveram sucesso, visto que a comunicação é aceita apenas por reduzido segmento da sociedade em relação ao todo. Além disso, não nos deixaram maneira de se conferir objetivamente a realidade dessa comunicação. Quer dizer, continuam devendo provas conclusivas de que estejam presentes.
Ora, levando-se em conta que se a comunicação fosse realidade nossa configuração de vida seria completamente diferente, pois a espiritualidade estaria presente em todas as facetas de nossa existência, os óbices para que a presença ativa dos espíritos na natureza seja demonstrada não podem ser explicados com alegações pueris. Essas explicações são explicações para quem não quer explicações, provavelmente receando que se forem severos com os espíritos no pedido de esclarecimento “eles” silenciem.
Diante desse quadro me ocorrem duas opções:
1) ou a espiritualidade é altamente seletiva, elegendo um “povo escolhido” para com ele, e somente com ele, interagir, desde que sem perguntas, caso em que a comunicação mesmo que existisse teria pouca valia. Além disso, seria necessário cotejar outras manifestações espirituais, não mediúnicas, que concorrem com as espiritualistas, quais a ação do espírito santo entre os pentecostais, habilitando-os a falar línguas estranhas, profetizar, etc.; ou,
2) a comunicação entre mortos e vivos inexiste, e os alegados contatos são explicáveis por caminhos outros, como bem sabemos que são.
Em suma, ainda que os “espíritos” recusem se mostrar presentes e
comunicantes, e não queiram explicar o porquê, mesmo assim, temos elementos suficientes para concluir pela irrealidade das comunicações mediúnicas. Sorry.
Não questiono a seriedade do espiritismo, tampouco a seriedade e sinceridade dos que a ele aderem e o estudam com afinco, entretanto, todas as avaliações não-apologéticas que se fazem levam inevitavelmente à conclusão de que os mortos, mesmo que vivos, não comunicam.
Por outro lado seus ensinamentos propagados pelos livros atraem as mentes mais sérias, e estas, por suas qualidades, formarão opiniões, igualmente sérias.
Isso lembra a parábola bíblica do Rico e Lázaro. O Rico estando em tormento no hades pediu ao Pai: “Senhor manda Lázaro lá em casa, avisá-los que se não se acertarem estão f*”
Ao que o Senhor respondeu: “têm Moisés e os profetas [as Escrituras], ouçam-nos”
“Não, Senhor”, redarguiu o Rico, “se alguém ressuscitasse dos mortos eles o ouviriam”
Deus obtemperou, encerrativamente: “se não ouvem Moisés e os profetas muito menos ouviriam ainda que um morto ressuscitasse”.
Então, meu caro Spencer, seu discurso é assemelhado, que assim pode ser traduzido: “têm a doutrina, se não dão atenção a ela, muito menos dariam ainda que os mortos comunicassem”...
O problema é que a doutrina não resiste ao cotejamento crítico...