Autor Tópico: MBL - Movimento Brasil Livre  (Lida 35542 vezes)

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Offline -Huxley-

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Re:MBL - Movimento Brasil Livre
« Resposta #1125 Online: 05 de Maio de 2018, 15:20:31 »
Cadê a mesma histeria que fizeram no caso de Ayan-Marielle a uma notícia com uma acusação dessa?

"Em vídeo, Lula acusa Moro de ter 'mente doentia'"

http://m.jb.com.br/pais/noticias/2018/04/08/em-video-lula-acusa-moro-de-ter-mente-doentia/

Onde estão as pessoas para acusar os jornalistas do JB de espalhar Fake News? Onde estão as pessoas para dizer que o JB foi antiético ao não ser ativo na defesa da presunção de inocência da acusação da sanidade mental de Sérgio Moro?
« Última modificação: 05 de Maio de 2018, 15:25:26 por -Huxley- »

Offline Gauss

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Re:MBL - Movimento Brasil Livre
« Resposta #1126 Online: 05 de Maio de 2018, 16:25:17 »
O JB não é lá muito honesto mesmo. :hihi:
Citação de: Gauss
Bolsonaro é um falastrão conservador e ignorante. Atualmente teria 8% das intenções de votos, ou seja, é o Enéas 2.0. As possibilidades desse ser chegar a presidência são baixíssimas, ele só faz muito barulho mesmo, nada mais que isso. Não tem nenhum apoio popular forte, somente de adolescentes desinformados e velhos com memória curta que acham que a ditadura foi boa só porque "tinha menos crime". Teria que acontecer uma merda muito grande para ele chegar lá.

Offline Euler1707

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Re:MBL - Movimento Brasil Livre
« Resposta #1127 Online: 05 de Maio de 2018, 16:25:54 »
Uma declaração de uma desembargadora com sérias acusações tem repercussão viral nas redes sociais e isso não foi de interesse público? Eis uma flagrante contradição que pode ser notada com um simples questionamento composto: se não foi de interesse público, então por que diabos a informação viralizou nas redes sociais antes de a notícia surgir e por que essa viralização ajudou na rapidez com que a desembargadora foi processada?
Interesse público não é redutível à quantidade de pessoas que tiveram acesso à essa informação, mas está mais relacionado à qualidade da informação dada e como ela afeta o debate público. Outras temas como a reforma da educação, embora não tenham tido lá grande visibilidade quanto o caso Mariele, ainda são do interesse público. Por outro lado, essa notícia "bombástica" do ceticismo político, expressando a opinião de uma pessoa qualquer, não é do interesse público, pois não agrega em nada ao debate público.

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Portanto, o MBL não espalhou difamação, pelo menos não mais do que o G1 ou Folha fazem com as notícias dos ataques dos políticos petistas aos membros do Judiciário que condenaram Lula.

Ah, sim, ambos os casos são equivalentes. Vejamos:

Político quebra narrativa do judiciário e diz que Lula foi acusado sem provas e que os juízes da lava-jato estão a serviço de potências estrangeiras que querem o pré-sal.
 
Quantas vezes você viu esse tipo de manchete no G1 ou na Folha?

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E eu ainda estou esperando a explicação sobre o que tem de tão radical e diferentemente acusatório as matérias de Mônica Bergamo da Folha e Luciano Ayan do Ceticismo Político.

Texto da Mônica Bergamo:
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Desembargadora diz que Marielle estava engajada com bandidos e é 'cadáver comum'

A desembargadora Marilia Castro Neves, do Rio de Janeiro, escreveu nesta sexta (16) no Facebook que a vereadora Marielle Franco (PSOL), assassinada (https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2018/03/imagens-mostram-marielle-entrando-no-carro-eoutro-veiculo-saindo-atras-dela.shtml) nesta semana, "estava engajada com bandidos".

Afirmou ainda que o "comportamento" dela, "ditado por seu engajamento político", foi determinante para a morte. E que há uma tentativa da esquerda de "agregar valor a um cadáver tão comum quanto qualquer outro". A magistrada fazia um comentário abaixo de um texto postado pelo advogado Paulo Nader na rede social em que afirmava entender a comoção gerada pela morte de uma "lutadora dos direitos humanos e líder de uma população sofrida".

A desembargadora então postou o seguinte texto: "A questão é que a tal Marielle não era apenas uma 'lutadora', ela estava engajada com bandidos! Foi eleita pelo Comando Vermelho e descumpriu 'compromissos' assumidos com seus apoiadores. Ela, mais do que qualquer outra pessoa 'longe da favela' sabe como são cobradas as dívidas pelos grupos entre os quais ela transacionava."

E seguiu: "Até nós sabemos disso. A verdade é que jamais saberemos ao certo o que determinou a morte da vereadora mas temos certeza de que seu comportamento, ditado por seu engajamento político, foi determinante para seu trágico fim. Qualquer outra coisa diversa é mimimi da esquerda tentando agregar valor  um cadáver tão comum quanto qualquer outro".

Um grupo de advogados que leu o texto começou a fazer campanha nas redes para que Marilia Castro Neves seja denunciada ao CNJ (Conselho Nacional de Justiça) por ter "ironizado" a morte de Marielle.

A desembargadora afirmou à coluna que apenas deu a sua opinião como "cidadã" na página de um colega já que não atua na área criminal.

Ela afirma ainda que nem sequer tinha ouvido falar de Marielle até a notícia da morte. "Eu postei as informações que li no texto de uma amiga", afirma.

"A minha questão não é pessoal. Eu só estava me opondo à politização da morte dela. Outro dia uma médica morreu na Linha Amarela e não houve essa comoção. E ela também lutava, trabalhava, salvava vidas", afirma.

Texto do Ceticismo político:
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Desembargadora quebra narrativa do PSOL e diz que Marielle se envolvia com bandidos e é “cadáver comum

Conforme coluna de Mônica Bérgamo, a desembargadora Marilia Castro Neves, do Rio de Janeiro, escreveu nesta sexta (16) no Facebook que a vereadora Marielle Franco (PSOL), assassinada nesta semana, “estava engajada com bandidos”.

Ela ainda disse que o comportamento de Marielle – “ditado por seu engajamento político” – foi determinante para a morte. Por isso, Marilia diz que que há uma tentativa da esquerda de “agregar valor a um cadáver tão comum quanto qualquer outro”.

Marilia combatia a narrativa da extrema esquerda de que Marielle era uma “lutadora dos direitos humanos e líder de uma população sofrida”.

A desembargadora rebateu: “A questão é que a tal Marielle não era apenas uma ‘lutadora’, ela estava engajada com bandidos! Foi eleita pelo Comando Vermelho e descumpriu ‘compromissos’ assumidos com seus apoiadores. Ela, mais do que qualquer outra pessoa ‘longe da favela’ sabe como são cobradas as dívidas pelos grupos entre os quais ela transacionava.”

E seguiu: “Até nós sabemos disso. A verdade é que jamais saberemos ao certo o que determinou a morte da vereadora mas temos certeza de que seu comportamento, ditado por seu engajamento político, foi determinante para seu trágico fim. Qualquer outra coisa diversa é mimimi da esquerda tentando agregar valor a um cadáver tão comum quanto qualquer outro”.

Agora, a militância da extrema esquerda começou a fazer campanha nas redes para que Marilia Castro Neves seja denunciada ao CNJ (Conselho Nacional de Justiça) por ter “ironizado” a morte de Marielle. Ou seja, decidiram também criar o crime de “ironia”, o que não existe no código penal.

Marilia disse que apenas deu a sua opinião como cidadã na página de um colega já que não atua na área criminal.

“A minha questão não é pessoal. Eu só estava me opondo à politização da morte dela. Outro dia uma médica morreu na Linha Amarela e não houve essa comoção. E ela também lutava, trabalhava, salvava vidas”, afirma.
Como se quebra uma narrativa, senão com fatos novos que contrariem a narrativa? E pra quê tanto maniqueísmo, senão para induzir no leitor enviesado uma outra narrativa canalha sobre a morte da vereadora?

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Mônica Bergamo não foi crucificada, assim como acontece com o G1 e a Folha nos casos das notícias dos ataques dos políticos petistas aos membros do Judiciário que condenaram Lula, diferentemente do MBL e do Ayan, e não é difícil imaginar o porquê disso.
Seria porque eles são a nova reencarnação de deus e o mal, na forma de G1, Folha, El País e outros veículos de informação burgueses, digo, esquerdistas, não gostam do tipo de jornalismo praticado pelo MBL?

Offline -Huxley-

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Re:MBL - Movimento Brasil Livre
« Resposta #1128 Online: 05 de Maio de 2018, 17:17:01 »
Não há como separar a qualidade do interesse público envolvido da quantidade de determinadas conteúdos que o público busca vorazmente, pois mesmo a busca voraz e excepcional por algo inútil seria digno de ser noticiado por questões de debate sobre prevenção a esse comportamento. E a declaração da desembargadora nem se encaixa neste caso, pois a polêmica foi responsável pela rapidez do processamento da desembargadora, o que só mostra que a notícia deveria ter sido noticiada mesmo.

E o que tem demais em se dizer "Político quebra narrativa do Judiciário e diz que Lula foi acusado sem provas?". O problema dos maus leitores é que eles pegam um verbete, olham o significado dos itens 1 ou 2 do dicionário e depois ignoram o contexto em que a frase foi dita, o que aumenta a chance de ele não vê que pelo menos um dos muitos significados da palavra que ele leu foi ignorada na consulta ao dicionário. O conteúdo semântico de uma expressão é aprendido devido ao contexto em que ele é apresentado e a luz dele deve ser interpretado.

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Re:MBL - Movimento Brasil Livre
« Resposta #1129 Online: 05 de Maio de 2018, 17:51:41 »
O quebrar de "quebrar narrativa", em determinados contextos, tem significado semelhante ao "quebrar" de "quebrar protocolo". Desobedecer, infringir, violar. Alguém pode tomar uma narrativa como nada, e isso ser apenas um posicionamento pessoal dela; ela quebra a narrativa, mas de maneira semelhante a alguém que quebra um protocolo, e assim, não precisamos entrar no mérito da significância moral do protocolo (ou da narrativa). Eu posso entender que tal conteúdo se trata disso ao observar o contexto em que a frase foi dita. Mas se você for mau leitor,  vai buscar a primeira explicação do significado do verbete no dicionário e parar a tentativa de entendimento por aí. Principalmente se tal fato servir para falar mal de uma pessoa ou grupo de que não gosta.
« Última modificação: 05 de Maio de 2018, 17:57:31 por -Huxley- »

Offline Euler1707

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Re:MBL - Movimento Brasil Livre
« Resposta #1130 Online: 05 de Maio de 2018, 17:54:22 »
Não há como separar a qualidade do interesse público envolvido da quantidade de determinadas conteúdos que o público busca vorazmente, pois mesmo a busca voraz e excepcional por algo inútil seria digno de ser noticiado por questões de debate sobre prevenção a esse comportamento. E a declaração da desembargadora nem se encaixa neste caso, pois a polêmica foi responsável pela rapidez do processamento da desembargadora, o que só mostra que a notícia deveria ter sido noticiada mesmo.
Não é possível definir a qualidade do interesse público a partir do tipo de matéria que o público consome, por isso, ambos não podem ser separados porque nunca estiveram juntos, e o debate acerca do consumo de trivialidades por parte do público não pode ser feito sem a definição do que se considera por trivialidade, o que invariavelmente, dada a noção de trivial que se têm, não pode ser censurado ou mesmo evitado, o que por sua vez, não afeta o debate público acerca de assuntos que são do próprio interesse público, exceto quando o próprio "trivial" é apresentado como algo relevante para o debate público, como foi o caso da matéria do Ceticismo Político (residindo aí a principal diferença entre a matéria da Mônica Bergamo e a do Luciano Ayan). A calúnia contra Mariele não é uma trivialidade, embora a "opinião" dada pela Desembargadora o seja.

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E o que tem demais em se dizer "Político quebra narrativa do Judiciário e diz que Lula foi acusado sem provas?". O problema dos maus leitores é que eles pegam um verbete, olham o significado dos itens 1 ou 2 do dicionário e depois ignoram o contexto em que a frase foi dita, o que aumenta a chance de ele não vê que pelo menos um dos muitos significados da palavra que ele leu foi ignorada na consulta ao dicionário. O conteúdo semântico de uma expressão é aprendido devido ao contexto em que ele é apresentado e a luz dele deve ser interpretado.
A escolha de palavras é tarefa única do autor do teto, e a escolha pensada das palavras, de modo a induzir interpretações dúbias, mesmo que à luz dos fatos essas interpretações possam se mostrar falsas, é característico de um jornalismo porco e irresponsável, ainda mais quando se sabe que muita gente não chega nem a ler a própria matéria, se contentando com o título bombástico dela.

Offline -Huxley-

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Re:MBL - Movimento Brasil Livre
« Resposta #1131 Online: 05 de Maio de 2018, 18:05:28 »
Se a calúnia contra a Marielle não é uma trivialidade, então a opinião dada contra ela que teve repercussão gigantesca também não pode ser trivial. Ambas estão conectadas. Tanto não foi que a desembargadora foi processada rapidamente devido a isso.

E a escolha das palavras tem pouca ou nenhuma utilidade se alguém é um analfabeto funcional. Nenhum escritor é perfeito e interpretações dúbias sempre terão grande chance de ocorrer se você lê apenas uma frase e ignorar o resto do texto.

« Última modificação: 05 de Maio de 2018, 18:10:39 por -Huxley- »

Offline Euler1707

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Re:MBL - Movimento Brasil Livre
« Resposta #1132 Online: 05 de Maio de 2018, 18:06:17 »
O quebrar de "quebrar narrativa", em determinados contextos, tem significado semelhante ao "quebrar" de "quebrar protocolo". Desobedecer, infringir, violar. Alguém pode tomar uma narrativa como nada, e isso ser apenas um posicionamento pessoal dela; ela quebra a narrativa, mas de maneira semelhante a alguém que quebra um protocolo, e assim, não precisamos entrar no mérito da significância moral do protocolo (ou da narrativa). Eu posso entender que tal conteúdo se trata disso ao observar o contexto em que a frase foi dita. Mas se você for mau leitor,  vai buscar a primeira explicação do significado do verbete no dicionário e parar a tentativa de entendimento por aí. Principalmente se tal fato servir para falar mal de uma pessoa ou grupo de que não gosta.l
Sendo uma narrativa uma ligação de fatos, ou uma interpretação destes, de modo a contar uma história, então por quebrar uma narrativa, entende-se apresentar um novo fato que contradiga a narrativa dada, como uma pedra que quebra uma corrente. Não houve aí, de acordo com sua noção de "quebra de narrativa", uma "quebra de protocolo", uma não adesão à história. O que houve, e isso se lê na própria matéria do Ayan, quando ele define como narrativa de esquerda o comentário do advogado Paulo Nader, em que ele dizia que Mariele era "lutadora dos direitos humanos e líder de uma população sofrida", no qual a Desembargadora surge e quebra a "narrativa de esquerda", dizendo "A questão é que a tal Marielle não era apenas uma 'lutadora', ela estava engajada com bandidos! Foi eleita pelo Comando Vermelho e descumpriu 'compromissos' assumidos com seus apoiadores. Ela, mais do que qualquer outra pessoa 'longe da favela' sabe como são cobradas as dívidas pelos grupos entre os quais ela transacionava".
« Última modificação: 05 de Maio de 2018, 18:11:41 por Euler1707 »

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Re:MBL - Movimento Brasil Livre
« Resposta #1133 Online: 05 de Maio de 2018, 18:17:08 »
Errado, uma narrativa pode ser verdadeira ou falsa, diferentemente de um fato. Se Ayan tivesse dito "quebrar um fato", aí sim poderiam reclamar.

Dizer "esse filme é baseado num fato real" é um exemplo de redundância. Mas dizer "esse filme é baseado numa narrativa real" não é redundância. Uma narrativa pode ser real ou fictícia.

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Re:MBL - Movimento Brasil Livre
« Resposta #1134 Online: 05 de Maio de 2018, 18:25:47 »
Se a calúnia contra a Marielle não é uma trivialidade, então a opinião dada contra ela que teve repercussão gigantesca também não pode ser trivial. Ambas estão conectadas. Tanto não foi que a desembargadora foi processada rapidamente devido a isso.
Embora a seriedade da calúnia contra Mariele não seja uma trivialidade, a simples manifestação da opinião de uma pessoa qualquer em uma rede social acerca do caso é sim uma trivialidade, por maior que tenha sido sua repercussão (culpa do mal jornalismo). E a desembargadora teria sido processada independentemente da repercussão da matéria, como se pode ler tanto na matéria de Ayan, quando na matéria da Mônica Bergamo.
 
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E a escolha das palavras tem pouca ou nenhuma utilidade se alguém é um analfabeto funcional. Nenhum escritor é perfeito e interpretações dúbias sempre terão grande chance de ocorrer se você lê apenas uma frase e ignorar o resto do texto.
A escolha de palavra, e até mesmo a posição das vírgulas, são essenciais para quê tipo de interpretação o leitor médio vai levar da matéria, e isto inclui os analfabetos funcionais. O que pode acontecer, no caso dos leitores analfabetos funcionais, é eles tomarem uma outra interpretação diferente daquela que o autor queria ter dado, o que por sua vez, não exime o autor de responsabilidade pela má escrita, ou "má escrita" nesse caso particular.
« Última modificação: 05 de Maio de 2018, 18:41:18 por Euler1707 »

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Re:MBL - Movimento Brasil Livre
« Resposta #1135 Online: 05 de Maio de 2018, 18:26:00 »
Por exemplo, o PT quebrou a narrativa de que colheu os frutos de políticas anteriores com mentiras estatísticas sobre redução de pobreza de longo prazo. A narrativa que o PT pôs no lugar é uma narrativa falsa. Mas o PT não poderia quebrar um fato e colocar um fato novo no lugar.

Offline -Huxley-

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Re:MBL - Movimento Brasil Livre
« Resposta #1136 Online: 05 de Maio de 2018, 18:37:04 »
A simples observação de que a desembargadora teria sido processada independentemente da notícia não elimina a importância. O que importa é que as pessoas, para o bem ou para mal, se importaram muito com isso. Não existe "utilidade objetiva" da notícia. Utilidade, por definição, é sempre subjetiva ou intersubjetiva. É por isso que não se deve ser um chato autoritário definindo de cima para baixo o que deve ser considerado trivial ou não trivial na hora de fornecer notícia.

Offline Euler1707

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Re:MBL - Movimento Brasil Livre
« Resposta #1137 Online: 05 de Maio de 2018, 18:39:32 »
Errado, uma narrativa pode ser verdadeira ou falsa, diferentemente de um fato. Se Ayan tivesse dito "quebrar um fato", aí sim poderiam reclamar.

Dizer "esse filme é baseado num fato real" é um exemplo de redundância. Mas dizer "esse filme é baseado numa narrativa real" não é redundância. Uma narrativa pode ser real ou fictícia.
O que não afeta em nada o que eu disse, já que no contexto dado, a vida pessoal de Marielle e sua trajetória política, já está explícito à que tipo de narrativa eu me referia, sem a necessidade de fazer a distinção entre uma narrativa baseada em fatos reais, e outra fictícia (que não é o caso tratado aqui).

Offline Euler1707

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« Resposta #1138 Online: 05 de Maio de 2018, 18:46:38 »
A simples observação de que a desembargadora teria sido processada independentemente da notícia não elimina a importância. O que importa é que as pessoas, para o bem ou para mal, se importaram muito com isso. Não existe "utilidade objetiva" da notícia. Utilidade, por definição, é sempre subjetiva ou intersubjetiva. É por isso que não se deve ser um chato autoritário definindo de cima para baixo o que deve ser considerado trivial ou não trivial na hora de fornecer notícia.
Existem critérios objetivos para classificar se uma dada notícia é relevante ou não para o debate público, e embora a aplicação desse critério seja algo de natureza subjetiva, ainda assim é possível aplicar um desses critérios nesse caso em particular, o critério da origem e fidedignidade da fonte, ou será mesmo que uma opinião qualquer manifesta em um comentário de facebook é relevante para o debate público acerca da morte de uma pessoa pública?

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Re:MBL - Movimento Brasil Livre
« Resposta #1139 Online: 05 de Maio de 2018, 18:46:48 »
Todos têm direitos e deveres, sejam escribas ou leitores. No caso Ayan-Marielle, estão minimizando descarademente os deveres dos leitores em se esforçar para interpretar um texto completo e maximizando descaradamente, de forma quase perfeccionista, o dever de o escriba ser a prova de interpretação falsa (como mostra as acusações de que ele foi  promotor de fake News neste caso específico). A verdade é que a negligência dos leitores que o interpretaram errado não se compara a negligência do autor no caso.
« Última modificação: 05 de Maio de 2018, 18:57:06 por -Huxley- »

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Re:MBL - Movimento Brasil Livre
« Resposta #1140 Online: 05 de Maio de 2018, 18:50:06 »
A simples observação de que a desembargadora teria sido processada independentemente da notícia não elimina a importância. O que importa é que as pessoas, para o bem ou para mal, se importaram muito com isso. Não existe "utilidade objetiva" da notícia. Utilidade, por definição, é sempre subjetiva ou intersubjetiva. É por isso que não se deve ser um chato autoritário definindo de cima para baixo o que deve ser considerado trivial ou não trivial na hora de fornecer notícia.
Existem critérios objetivos para classificar se uma dada notícia é relevante ou não para o debate público, e embora a aplicação desse critério seja algo de natureza subjetiva, ainda assim é possível aplicar um desses critérios nesse caso em particular, o critério da origem e fidedignidade da fonte, ou será mesmo que uma opinião qualquer manifesta em um comentário de facebook é relevante para o debate público acerca da morte de uma pessoa pública?

A autora da declaração ocupa um cargo público importante e as pessoas, para o bem ou para mal, deram importância ao fato devido a isso e a outras idiossincrasias delas. Quem define utilidade são as pessoas em geral, pois não existe utilidade objetiva.
« Última modificação: 05 de Maio de 2018, 18:58:51 por -Huxley- »

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Re:MBL - Movimento Brasil Livre
« Resposta #1141 Online: 05 de Maio de 2018, 18:53:14 »
Errado, uma narrativa pode ser verdadeira ou falsa, diferentemente de um fato. Se Ayan tivesse dito "quebrar um fato", aí sim poderiam reclamar.

Dizer "esse filme é baseado num fato real" é um exemplo de redundância. Mas dizer "esse filme é baseado numa narrativa real" não é redundância. Uma narrativa pode ser real ou fictícia.
O que não afeta em nada o que eu disse, já que no contexto dado, a vida pessoal de Marielle e sua trajetória política, já está explícito à que tipo de narrativa eu me referia, sem a necessidade de fazer a distinção entre uma narrativa baseada em fatos reais, e outra fictícia (que não é o caso tratado aqui).

Como já demonstrei anteriormente em outro post, uma narrativa verdadeira pode ser quebrada e ser posta outra narrativa no lugar, pois uma narrativa pode ou não ser real. Já um fato não pode ser quebrado e alguém por outro no lugar. O fato sempre é real, uma narrativa pode ser verdadeira ou fictícia.

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Re:MBL - Movimento Brasil Livre
« Resposta #1142 Online: 05 de Maio de 2018, 19:00:45 »
A simples observação de que a desembargadora teria sido processada independentemente da notícia não elimina a importância. O que importa é que as pessoas, para o bem ou para mal, se importaram muito com isso. Não existe "utilidade objetiva" da notícia. Utilidade, por definição, é sempre subjetiva ou intersubjetiva. É por isso que não se deve ser um chato autoritário definindo de cima para baixo o que deve ser considerado trivial ou não trivial na hora de fornecer notícia.
Existem critérios objetivos para classificar se uma dada notícia é relevante ou não para o debate público, e embora a aplicação desse critério seja algo de natureza subjetiva, ainda assim é possível aplicar um desses critérios nesse caso em particular, o critério da origem e fidedignidade da fonte, ou será mesmo que uma opinião qualquer manifesta em um comentário de facebook é relevante para o debate público acerca da morte de uma pessoa pública?

A autora da declaração ocupa um cargo importante e as pessoas, para o bem ou para mal, deram importância a notícia devido a isso e a outras idiossincrasias delas. Quem define utilidade são as pessoas em geral, pois não existe utilidade objetiva.
Existe sim utilidade objetiva pública, basta que se defina os objetivos que se têm quando se trata de um caso de homicídio envolvendo uma pessoa pública, que neste caso se trata de definir as razões do crime e seus autores. O fato dela ocupar cargo importante, porém irrelevante, não dá à ela autoridade sobre o caso, e sua opinião deve ser tratada como uma mera opinião, sem base em fatos, por isso, mesmo se tratando de "interesse público", não é do interesse do debate público.

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« Resposta #1143 Online: 05 de Maio de 2018, 19:07:17 »
Errado, uma narrativa pode ser verdadeira ou falsa, diferentemente de um fato. Se Ayan tivesse dito "quebrar um fato", aí sim poderiam reclamar.

Dizer "esse filme é baseado num fato real" é um exemplo de redundância. Mas dizer "esse filme é baseado numa narrativa real" não é redundância. Uma narrativa pode ser real ou fictícia.
O que não afeta em nada o que eu disse, já que no contexto dado, a vida pessoal de Marielle e sua trajetória política, já está explícito à que tipo de narrativa eu me referia, sem a necessidade de fazer a distinção entre uma narrativa baseada em fatos reais, e outra fictícia (que não é o caso tratado aqui).

Como já demonstrei anteriormente em outro post, uma narrativa verdadeira pode ser quebrada e ser posta outra narrativa no lugar, pois uma narrativa pode ou não ser real. Já um fato não pode ser quebrado e alguém por outro no lugar. O fato sempre é real, uma narrativa pode ser verdadeira ou fictícia.
O que ainda não afeta em nada o que eu disse, já que por narrativa, aqui, se entende a história de vida da falecida deputada, sendo irrelevante a distinção entre narrativa e fato.

Offline -Huxley-

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Re:MBL - Movimento Brasil Livre
« Resposta #1144 Online: 05 de Maio de 2018, 19:17:12 »
A simples observação de que a desembargadora teria sido processada independentemente da notícia não elimina a importância. O que importa é que as pessoas, para o bem ou para mal, se importaram muito com isso. Não existe "utilidade objetiva" da notícia. Utilidade, por definição, é sempre subjetiva ou intersubjetiva. É por isso que não se deve ser um chato autoritário definindo de cima para baixo o que deve ser considerado trivial ou não trivial na hora de fornecer notícia.
Existem critérios objetivos para classificar se uma dada notícia é relevante ou não para o debate público, e embora a aplicação desse critério seja algo de natureza subjetiva, ainda assim é possível aplicar um desses critérios nesse caso em particular, o critério da origem e fidedignidade da fonte, ou será mesmo que uma opinião qualquer manifesta em um comentário de facebook é relevante para o debate público acerca da morte de uma pessoa pública?

A autora da declaração ocupa um cargo importante e as pessoas, para o bem ou para mal, deram importância a notícia devido a isso e a outras idiossincrasias delas. Quem define utilidade são as pessoas em geral, pois não existe utilidade objetiva.
Existe sim utilidade objetiva pública, basta que se defina os objetivos que se têm quando se trata de um caso de homicídio envolvendo uma pessoa pública, que neste caso se trata de definir as razões do crime e seus autores. O fato dela ocupar cargo importante, porém irrelevante, não dá à ela autoridade sobre o caso, e sua opinião deve ser tratada como uma mera opinião, sem base em fatos, por isso, mesmo se tratando de "interesse público", não é do interesse do debate público.

Mais uma vez misturou o conceito de "mera opinião" com "descrição de opinião que foi muito levada a sério pelo público".

E "interesse público" é subjetivo.  Quem define a utilidade é o público, não um intelectual iluminado querendo impor critérios de "utilidade objetiva". Não vou me prolongar em explicar um princípio tão auto-evidente. Minha experiência em fóruns mostra que quanto mais eu tento explicar um princípio simples e auto-evidente, mais as pessoas decepcionam tentando entendê-lo.

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« Resposta #1145 Online: 05 de Maio de 2018, 19:25:16 »
Errado, uma narrativa pode ser verdadeira ou falsa, diferentemente de um fato. Se Ayan tivesse dito "quebrar um fato", aí sim poderiam reclamar.

Dizer "esse filme é baseado num fato real" é um exemplo de redundância. Mas dizer "esse filme é baseado numa narrativa real" não é redundância. Uma narrativa pode ser real ou fictícia.
O que não afeta em nada o que eu disse, já que no contexto dado, a vida pessoal de Marielle e sua trajetória política, já está explícito à que tipo de narrativa eu me referia, sem a necessidade de fazer a distinção entre uma narrativa baseada em fatos reais, e outra fictícia (que não é o caso tratado aqui).

Como já demonstrei anteriormente em outro post, uma narrativa verdadeira pode ser quebrada e ser posta outra narrativa no lugar, pois uma narrativa pode ou não ser real. Já um fato não pode ser quebrado e alguém por outro no lugar. O fato sempre é real, uma narrativa pode ser verdadeira ou fictícia.
O que ainda não afeta em nada o que eu disse, já que por narrativa, aqui, se entende a história de vida da falecida deputada, sendo irrelevante a distinção entre narrativa e fato.

Não foi dito que "a história verídica da vereadora mera vítima foi quebrada". Foi dito que a narrativa foi quebrada. E quem quebra uma narrativa não necessariamente teve sucesso em desmentir que aquela história narrada aconteceu. Tal como no caso do "quebrar protocolo". Eu posso quebrar um protocolo moral, por exemplo, e ainda assim, ele ser verdadeiro como conjunto de proposições morais.
« Última modificação: 05 de Maio de 2018, 19:29:56 por -Huxley- »

Offline Euler1707

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Re:MBL - Movimento Brasil Livre
« Resposta #1146 Online: 05 de Maio de 2018, 19:26:42 »
Mais uma vez misturou o conceito de "mera opinião" com "descrição de opinião que foi muito levada a sério pelo público".

E "interesse público" é subjetivo.  Quem define a utilidade é o público, não um intelectual iluminado querendo impor critérios de "utilidade objetiva". Não vou me prolongar em explicar um princípio tão auto-evidente. Minha experiência em fóruns mostra que quanto mais eu tento explicar um princípio simples e auto-evidente, mais as pessoas decepcionam tentando entendê-lo.
:'(
Que pena. O debate público tem muito a perder com a negação em debater com um mero analfabeto funcional que nem eu.

Offline -Huxley-

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Re:MBL - Movimento Brasil Livre
« Resposta #1147 Online: 05 de Maio de 2018, 19:31:18 »
Se eu te fiz entender que te chamei de analfabeto funcional, então peço desculpa, Euler. Não tive a mínima intenção de passar essa mensagem.

Offline -Huxley-

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Re:MBL - Movimento Brasil Livre
« Resposta #1148 Online: 05 de Maio de 2018, 19:33:19 »
Acho que a nossa divergência se encontra no grau de complacência que achamos dever ter com as pessoas que interpretam textos jornalísticos de forma errada.

Offline Euler1707

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Re:MBL - Movimento Brasil Livre
« Resposta #1149 Online: 05 de Maio de 2018, 19:35:57 »
Errado, uma narrativa pode ser verdadeira ou falsa, diferentemente de um fato. Se Ayan tivesse dito "quebrar um fato", aí sim poderiam reclamar.

Dizer "esse filme é baseado num fato real" é um exemplo de redundância. Mas dizer "esse filme é baseado numa narrativa real" não é redundância. Uma narrativa pode ser real ou fictícia.
O que não afeta em nada o que eu disse, já que no contexto dado, a vida pessoal de Marielle e sua trajetória política, já está explícito à que tipo de narrativa eu me referia, sem a necessidade de fazer a distinção entre uma narrativa baseada em fatos reais, e outra fictícia (que não é o caso tratado aqui).

Como já demonstrei anteriormente em outro post, uma narrativa verdadeira pode ser quebrada e ser posta outra narrativa no lugar, pois uma narrativa pode ou não ser real. Já um fato não pode ser quebrado e alguém por outro no lugar. O fato sempre é real, uma narrativa pode ser verdadeira ou fictícia.
O que ainda não afeta em nada o que eu disse, já que por narrativa, aqui, se entende a história de vida da falecida deputada, sendo irrelevante a distinção entre narrativa e fato.

Não foi dito que "a história verídica da vereadora mera vítima foi quebrada". Quem leu o texto completo como um alfabetizado funcional entendeu perfeitamente isso. Foi dito que a narrativa foi quebrada. E quem quebra uma narrativa não necessariamente teve sucesso em desmentir que aquela história narrada aconteceu.
O Ayan trata explicitamente como narrativa o comentário do advogado Paulo Nader em que afirmava entender a comoção gerada pela morte de uma "lutadora dos direitos humanos e líder de uma população sofrida", e daí ele diz que essa "narrativa" (de que ela era lutadora dos direitos humanos e líder de uma população sofrida) foi quebrada pelo comentário da desembargadora, que disse que "A questão é que a tal Marielle não era apenas uma 'lutadora', ela estava engajada com bandidos! Foi eleita pelo Comando Vermelho e descumpriu 'compromissos' assumidos com seus apoiadores". É hilário que você ainda tente justificar a canalhice dele ao dizer que "quem quebra uma narrativa não necessariamente teve sucesso em desmentir que aquela história narrada aconteceu", como se estivéssemos tratando aqui de uma questão semântica, e não de puro mal-caratismo e péssimo jornalismo.

 

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