Autor Tópico: Governo Dória em São Paulo  (Lida 26022 vezes)

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Offline Johnny Cash

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Re:Governo Dória em São Paulo
« Resposta #575 Online: 01 de Junho de 2017, 21:09:12 »

Eu sou pró-legalização, mas a cracolândia se resolveria dessa forma? As atividades criminosas da cracolândia se extinguiriam com a descriminalização da posse e venda do crack? Tenho dúvidas sobre isso.

Você me perguntou qual minha sugestão para o tráfico e os traficantes, não sobre a cracolândia, essa que vai muito além do aspecto do comércio de drogas, sendo um problema gravíssimo de saúde publica.

Talvez eu não tenha sido mesmo claro o suficiente, mas no contexto achei que você perceberia que eu perguntei foi sobre os traficantes da cracolândia. Traficantes de crack.

De toda forma, eles já estão contidos mesmo no grande ponto da legalização/descriminalização.

Pode falar sobre como atuar com os traficantes da cracolândia?


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Talvez dê pra traçar um paralelo com alguns butecos "copo-sujo" (espécie de alcoolândias), que vendem cachaça barata a centavos, que acabam criando um ambiente violento/criminoso por abuso das substâncias de forma dependente mas ainda assim são bem menos feios ou concentrados do que a cracolândia. Dessa forma eu acho que a solução contém a revisão das leis relacionadas, mas não está totalmente ligada a isso.

O crack na minha opinião existe por uma razão econômica, é barato, muito mais barato que a cocaína, por isso as pessoas podem sustentar seu vício muito mais fácil. Se a cocaína fosse mais acessível, duvido que o crack tomasse essa proporção. Quando o alcool foi proibido nos EUA, alambiques caseiros se proliferaram fazendo bebida com altíssimo índice alcoolico e péssima qualidade, mas muito mais barato e acessível do a droga ilegal que era o whisky tradicional. Com uma industria da droga legalizada a sociedade poderia ter muito mais controle sobre a qualidade, o fornecimento e a distribuição das drogas, além de ter um retorno em forma de impostos e parar de gastar dinheiro à toa na repressão a um vício tão arraigado na estrutura social, podendo gastar esse dinheiro em prevenção e saúde publica, além do fim dos inigualáveis lucros que o crime organizado tem. Eu só vejo vantagens na legalização. Sou absolutamente contra o uso de drogas pesadas e o abuso de drogas leves, mas estou cansado da tragédia social que representa essa guerra louca contra as drogas.

Eu sou interessado pela história da proibição nos EUA e ja tinha adiantado, em outros tópicos também além desse aqui, que sou pró-legalização.

Nos ambientes pobres, mal educados e violentos como o Brasil de forma geral o tráfico de crack me parece apresentar quadro bastante distinto em termos de desafios do que o da maconha e outras drogas mais "leves".

Pessoalmente sou um beberrão e fumo cigarro de palha com tabaco comum. Todo meu entorno social (e até profissional) segue costumes bastante parecidos com os meus, a ponto de desconfiar de quem não faz o mesmo.

Partindo disso então, voltando a pergunta anterior, sem ranço, como abordar de forma prática o problema do tráfico e obviamente dos traficantes na cracolândia? Preservando de alguma forma veloz o bem estar daqueles que estão no entorno do problema, não sendo usuários e nem vendendo nada. Não da pra ficar falando em soluções de prazo de 20 anos.

Offline Johnny Cash

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Re:Governo Dória em São Paulo
« Resposta #576 Online: 01 de Junho de 2017, 21:26:34 »


 



A referência ao manicômio de Barbacena, retratado nesse livro muito triste, ou ao histórico de masmorra manicomial não é justa à realidade hoje nem ao que se propõe fazer na maior parte das vezes com os viciados violentos de rua.

No manicômio de Barbacena era muito comum a internação de mães solteiras, utilização de "asilo" compulsório para desafetos políticos com o fim mesmo de terminar a vida dos internos ou do simples isolamento de indesejados, com a intenção na maior parte das vezes não de recuperação mas sim do contrário que é a total inviabilização e piora das condições de vida dos "hóspedes".

Offline Gauss

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Re:Governo Dória em São Paulo
« Resposta #577 Online: 01 de Junho de 2017, 22:27:46 »
Eu sou a favor da legalização. Mas se as drogas fossem legalizadas, talvez o  tráfico não seria um problema, pois a produção e venda também deveriam ser legalizados. Mas os problemas de cracolândias certamente não acabariam, e alguma coisa deveria ser feita para resolver isso. Alguma coisa que vai de acordo com a realidade.
Citação de: Gauss
Bolsonaro é um falastrão conservador e ignorante. Atualmente teria 8% das intenções de votos, ou seja, é o Enéas 2.0. As possibilidades desse ser chegar a presidência são baixíssimas, ele só faz muito barulho mesmo, nada mais que isso. Não tem nenhum apoio popular forte, somente de adolescentes desinformados e velhos com memória curta que acham que a ditadura foi boa só porque "tinha menos crime". Teria que acontecer uma merda muito grande para ele chegar lá.

Offline Sergiomgbr

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Re:Governo Dória em São Paulo
« Resposta #578 Online: 01 de Junho de 2017, 22:30:39 »


 



A referência ao manicômio de Barbacena, retratado nesse livro muito triste, ou ao histórico de masmorra manicomial não é justa à realidade hoje nem ao que se propõe fazer na maior parte das vezes com os viciados violentos de rua.

No manicômio de Barbacena era muito comum a internação de mães solteiras, utilização de "asilo" compulsório para desafetos políticos com o fim mesmo de terminar a vida dos internos ou do simples isolamento de indesejados, com a intenção na maior parte das vezes não de recuperação mas sim do contrário que é a total inviabilização e piora das condições de vida dos "hóspedes".
Argumento ad misericordiam ou propter hoc?
Até onde eu sei eu não sei.

Offline Johnny Cash

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Re:Governo Dória em São Paulo
« Resposta #579 Online: 01 de Junho de 2017, 22:40:54 »
O texto do _Juca_ ou a minha passagem?

Offline Sergiomgbr

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Re:Governo Dória em São Paulo
« Resposta #580 Online: 01 de Junho de 2017, 22:42:01 »
O texto do _Juca_ ou a minha passagem?
A quem for o autor da intenção.
Até onde eu sei eu não sei.

Offline Johnny Cash

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Re:Governo Dória em São Paulo
« Resposta #581 Online: 01 de Junho de 2017, 22:46:31 »
Então eu não sei, meu brother.

Offline Sergiomgbr

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Re:Governo Dória em São Paulo
« Resposta #582 Online: 01 de Junho de 2017, 22:48:06 »
Então eu não sei, meu brother.
Foi você que intentou com o post a falácia de ad misericordiam ou propter hoc?
Até onde eu sei eu não sei.

Offline Johnny Cash

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Re:Governo Dória em São Paulo
« Resposta #583 Online: 01 de Junho de 2017, 22:52:49 »
Então eu não sei, meu brother.
Foi você que intentou com o post a falácia de ad misericordiam ou propter hoc?

Eu acho que não. Mas na sua interpretação pode ter sido diferente, num é mesmo? O _Juca_ bem provavelmente também deve entender que não intentou falácia alguma, prefiro acreditar.

Offline Sergiomgbr

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Re:Governo Dória em São Paulo
« Resposta #584 Online: 01 de Junho de 2017, 22:56:32 »
Então eu não sei, meu brother.
Foi você que intentou com o post a falácia de ad misericordiam ou propter hoc?

Eu acho que não. Mas na sua interpretação pode ter sido diferente, num é mesmo? O _Juca_ bem provavelmente também deve entender que não intentou falácia alguma, prefiro acreditar.
Escolha se fica com a minha interpretação ou com a sua consciência, não se pode servir a dois senhores ao mesmo tempo...
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Offline Sergiomgbr

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Re:Governo Dória em São Paulo
« Resposta #585 Online: 01 de Junho de 2017, 22:58:06 »
Então eu não sei, meu brother.
Foi você que intentou com o post a falácia de ad misericordiam ou propter hoc?

Eu acho que não. Mas na sua interpretação pode ter sido diferente, num é mesmo? O _Juca_ bem provavelmente também deve entender que não intentou falácia alguma, prefiro acreditar.
Veja, em todo caso, eu só perguntei!
Até onde eu sei eu não sei.

Offline Sposigor

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Re:Governo Dória em São Paulo
« Resposta #586 Online: 02 de Junho de 2017, 00:27:38 »
Então eu não sei, meu brother.
Foi você que intentou com o post a falácia de ad misericordiam ou propter hoc?

Eu acho que não. Mas na sua interpretação pode ter sido diferente, num é mesmo? O _Juca_ bem provavelmente também deve entender que não intentou falácia alguma, prefiro acreditar.
Veja, em todo caso, eu só perguntei!

Então basta colocar mais uma opção, nenhuma das duas.

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Partindo disso então, voltando a pergunta anterior, sem ranço, como abordar de forma prática o problema do tráfico e obviamente dos traficantes na cracolândia? Preservando de alguma forma veloz o bem estar daqueles que estão no entorno do problema, não sendo usuários e nem vendendo nada. Não da pra ficar falando em soluções de prazo de 20 anos.

Prazor de 20 anos é exagerado, até lá tem droga mais barata e pontente que o Crack. Sobre uma solução eficiente, ao decorrer da discussão já foram apresentando-se possíveis soluções no delinear da legalidade; Penso que não dá para recuperar uma floresta que o fogo levou em pouco tempo com o período equivalente a destruição. Leva-se muitos anos, não 20, mas talvez 2, 5 ou 10 anos. Aqueles senhores que não possuem capacidade de decidir, se precisam parar ou irão morrer, e submetem-se a situações extremamentes humilhantes, simplesmente não é ele que decide sobre sua condição humana.

O estado tem que ser o amiguinho feliz e carinhoso e tratar o assunto de braços abertos ou ele deve escolher renarcer para conquistar sua redenção?


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Eu sou a favor da legalização. Mas se as drogas fossem legalizadas, talvez o  tráfico não seria um problema, pois a produção e venda também deveriam ser legalizados. Mas os problemas de cracolândias certamente não acabariam, e alguma coisa deveria ser feita para resolver isso. Alguma coisa que vai de acordo com a realidade.

Tem um exemplo bem legal sobre isso, dá-se na vizinhança aquela boca lá na esquina, o porque a rua não parece a cracolândia já que lá também vende Crack o que será que aconteceu de diferente lá e na vizinhança? Se o estado vende-se a droga, no caso o Crack, seria mais pura ou menos pura? Se a disponibilização de materiais de fumo e injeção da droga fossem acessíveis (assim como camisinhas em terminais) não obteria um resultado semelhante, e um novo mecanismo de controle a mais para tentar enxergar possíveis soluções?

Offline Sergiomgbr

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Re:Governo Dória em São Paulo
« Resposta #587 Online: 02 de Junho de 2017, 01:08:58 »
Então eu não sei, meu brother.
Foi você que intentou com o post a falácia de ad misericordiam ou propter hoc?

Eu acho que não. Mas na sua interpretação pode ter sido diferente, num é mesmo? O _Juca_ bem provavelmente também deve entender que não intentou falácia alguma, prefiro acreditar.
Veja, em todo caso, eu só perguntei!

Então basta colocar mais uma opção, nenhuma das duas.

Mas "nenhuma das duas" está implícito!
Até onde eu sei eu não sei.

Offline JJ

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Re:Governo Dória em São Paulo
« Resposta #588 Online: 02 de Junho de 2017, 07:50:42 »
   Lembrei ndo caso do Rafeal Ilha, ex-viciado, que depois de idas e voltas (segundo se fakava ele teve recaidas), criou uma clinica pra recuperação de viciados em drogas e num episodio ele quis pegar um paciente de volta pra clinica de forma obrigatoria e deu confusão:

Rafael Ilha fazia internações à força, diz ex-paciente

(...)Outra alternativa seria uma espécie de espaço controlado, vigiado e  fechado para  cercar  esse noias, que não precisaria ser necessariamente  com celas, uma espécie de internato, no qual não haveria tratamento necessariamente a força, mas também não teriam a liberdade de vagabundear nas ruas, nas praças, nos viadutos, e em outros espaços públicos.
Na Europa já existem locais assim, com uma eficiência aparentemente comprovada:

Citar
Portugal instalará salas de consumo assistido para usuários de drogas

(...)

Há 30 anos existem salas de consumo assistido na Europa, num total de 90, em nove países. Somente em 2014 ocorreram 6.800 mortes por overdose no Continente, mas, nesse período, registrou-se apenas um óbito num desses espaços, na Alemanha, causado por anafilaxia. Todas as salas dispõem de pessoal treinado para intervir em caso de overdose. Os consumidores também aprendem manobras para ajudar os que estão em situação de risco mortal e recebem um kit com naloxona pronta para injetar.

As salas foram criadas em uma lógica de redução dos comportamentos que aumentam o risco de transmissão de doenças e de mortes por overdose. Há diferentes modelos, desde os integrados até unidades móveis, que deve ser o que Portugal vai implantar nos próximos meses. Nesses espaços, os dependentes recebem aconselhamento social e psicológico, tratamentos de substituição de drogas, feridas, doenças e troca de seringas.

Na Alemanha, há espaços mais completos onde os toxicodependentes são alimentados, podem tomar banho, lavar roupas e dispõe de uma clínica para cuidados gerais, internamento para quem está em tratamento de desintoxicação, cuidados que convivem com espaços diferenciados para uso de drogas injetáveis e fumadas.

Variam as regras para o acesso às salas. Na Alemanha, são vetados todos os que estão em tratamento com opiáceos de substituição, o que já deixa de fora cerca de 70 mil pessoas. Algumas aceitam dependentes partir de 16 anos, desde que com autorização dos pais por escrito, mas a maior parte somente a partir dos 18 anos. Nenhuma permite o acesso de consumidores ocasionais ou que estejam  usando drogas pela primeira vez. Também não podem frequentá-las quem se apresentar intoxicado ou embriagado.
Nesta mesma matéria é dito que após Portugal legalizar o uso de todo e qualquer tipo de drogas o resultado no combate ao tráfico e ao uso de drogas foi positivo.


Parece que algo semelhante a isto pode ser uma alternativa interessante. O que não é tolerável é deixar que traficantes e usuários tomem conta de um espaço público e com isso ameacem a vida e a propriedade das pessoas que estejam por ali de forma permanente (vizinhos e/ou proprietários de imóveis na área) ou de passagem.


O que eu considero intolerável é deixar que usuários e traficantes tenham o domínio de um espaço público. Isso não deve de modo algum ser tolerado.



« Última modificação: 02 de Junho de 2017, 08:06:01 por JJ »

Offline JJ

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Re:Governo Dória em São Paulo
« Resposta #589 Online: 02 de Junho de 2017, 07:54:37 »
Mesmo tirando o problema da falta de voluntariedade da coisa, que talvez seja argumentavelmente o menor (analogia a álcool no volante), o maior problema é que quanto mais gente você coloca em tratamento, pior tenderá a ser o tratamento, menos recursos/pessoa.

E mesmo em tratamento, parece que a taxa de recuperação é baixíssima. E que a maior parte das pessoas que larga drogas, faz sem tratamento.

Ironicamente, parece que conseguindo uma permanência de abstinência muito menor do que o sistema de "você será chamado para testes para ver se está limpo, e se não estiver, vai em cana por um tempinho". Tática que não tem custos de tratamento.


Internação compulsória deveria ser reservada aos envolvidos em crimes, graves ou repetidamente.



"vai em cana por um tempinho"


Notem que esta política não exclui a repressão policial e a pena de prisão.



« Última modificação: 02 de Junho de 2017, 08:13:24 por JJ »

Offline Johnny Cash

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Re:Governo Dória em São Paulo
« Resposta #590 Online: 02 de Junho de 2017, 07:57:53 »
Citar
Partindo disso então, voltando a pergunta anterior, sem ranço, como abordar de forma prática o problema do tráfico e obviamente dos traficantes na cracolândia? Preservando de alguma forma veloz o bem estar daqueles que estão no entorno do problema, não sendo usuários e nem vendendo nada. Não da pra ficar falando em soluções de prazo de 20 anos.

Prazor de 20 anos é exagerado, até lá tem droga mais barata e pontente que o Crack. Sobre uma solução eficiente, ao decorrer da discussão já foram apresentando-se possíveis soluções no delinear da legalidade; Penso que não dá para recuperar uma floresta que o fogo levou em pouco tempo com o período equivalente a destruição. Leva-se muitos anos, não 20, mas talvez 2, 5 ou 10 anos. Aqueles senhores que não possuem capacidade de decidir, se precisam parar ou irão morrer, e submetem-se a situações extremamentes humilhantes, simplesmente não é ele que decide sobre sua condição humana.

O estado tem que ser o amiguinho feliz e carinhoso e tratar o assunto de braços abertos ou ele deve escolher renarcer para conquistar sua redenção?


Não entendi sua proposta.

O que deve ser feito com os traficantes semana que vem?

Offline _Juca_

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Re:Governo Dória em São Paulo
« Resposta #591 Online: 02 de Junho de 2017, 09:08:16 »

Pessoalmente sou a favor, acho que ainda é uma solução melhor que deixar essas pessoas dormindo na chuva e comendo no lixo, sem qualquer assistência médica e oferecendo risco a todos os demais.

A internação é uma ótima opção, vi muita gente se recuperando assim, mas todos de forma voluntária. Quando você força uma pessoa a fazer o que ela não quer isso vira punição, e duvido muito das chances de um resultado positivo no tratamento e uma pessoa relutante. É claro, a não ser que o objetivo seja apenas um apharteid social contra os consumidores viciados, aí já conhecemos como termina essa história. E é a História que impede esse negócio de internação compulsória generalizada.

 



Não estamos mais nos anos 40 e duvido que uma internação represente coisa pior que a situação atual das pessoas vivendo no lixo, algo que nada difere do que vc postou.

Sei não... :umm: Acho que a mentalidade Estado como segregador e violador de direitos humanos não evolui nem um pouco.

http://exame.abril.com.br/brasil/violacao-de-direitos-humanos-em-prisoes-e-recorrente-diz-cndh/

É irônico porque você defende um estado grande.

 :what: Eu não sei que volta você faz para associar Estado grande( ou pequeno) com violação de direitos humanos, e nem que a volta que você faz para achar que defendo estado grande, eu só sou contra a militância do estado mínimo e de que todos os males são estatais, como você costume defender.

Offline _Juca_

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Re:Governo Dória em São Paulo
« Resposta #592 Online: 02 de Junho de 2017, 09:13:28 »

Eu sou interessado pela história da proibição nos EUA e ja tinha adiantado, em outros tópicos também além desse aqui, que sou pró-legalização.

Nos ambientes pobres, mal educados e violentos como o Brasil de forma geral o tráfico de crack me parece apresentar quadro bastante distinto em termos de desafios do que o da maconha e outras drogas mais "leves".

Pessoalmente sou um beberrão e fumo cigarro de palha com tabaco comum. Todo meu entorno social (e até profissional) segue costumes bastante parecidos com os meus, a ponto de desconfiar de quem não faz o mesmo.

Partindo disso então, voltando a pergunta anterior, sem ranço, como abordar de forma prática o problema do tráfico e obviamente dos traficantes na cracolândia? Preservando de alguma forma veloz o bem estar daqueles que estão no entorno do problema, não sendo usuários e nem vendendo nada. Não da pra ficar falando em soluções de prazo de 20 anos.

Não existe outro jeito de tratar traficantes que estão fora da lei, que não seja com repressão policial. Mas é enxugar gelo, todo mundo sabe disso. Se os viciados estão lá, os traficantes estarão lá. Nâo vejo muita solução. Tem que ser um trabalho permanente para que os bandidos não tomem o lugar e as pessoas para si, mas eles sempre estarão lá.
« Última modificação: 02 de Junho de 2017, 09:31:23 por _Juca_ »

Offline _Juca_

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Re:Governo Dória em São Paulo
« Resposta #593 Online: 02 de Junho de 2017, 09:30:28 »
Sei não... :umm: Acho que a mentalidade Estado como segregador e violador de direitos humanos não evolui nem um pouco.

Os noias jogados nas ruas terão seus direitos humanos respeitados se continuarem lá?

*e nos anos 40 ninguém tinha internet ou celular com câmera, duvido muito  que ficaria em segredo nos dias atuais.

É a diferença.

Olha o meu exemplo dos presos no Brasil, olha as pessoas à sua volta Arcanjo, existe uma grande parcela da população que acha que o crime de roubo deve ser punido com pena de morte e que as cadeias são muito boas para os bandidos, quem me garante que a mesma coisa não aconteceria com os nóias? Eu duvido que um país como o nosso o Estado iria garantir o tratamento adequado em clínicas de internação em massa. A grande maioria dos brasileiros não tem noção do que seja os Direitos Humanos e do porque e para que ele existe, pra eles é só um empecilho para sua sede de vingança.

Offline _Juca_

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Re:Governo Dória em São Paulo
« Resposta #594 Online: 02 de Junho de 2017, 09:33:33 »

Eu tô curioso, _Juca_, pra saber de você o que deve ser feito a respeito do tráfico e dos traficantes. Tem sugestões?

Tenho, descriminalizar e regular o uso e o comércio de drogas hoje ilícitas.
Todas, incluindo metanfentaminas?

Todas.

Offline Gaúcho

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Re:Governo Dória em São Paulo
« Resposta #595 Online: 02 de Junho de 2017, 10:03:49 »

Pessoalmente sou a favor, acho que ainda é uma solução melhor que deixar essas pessoas dormindo na chuva e comendo no lixo, sem qualquer assistência médica e oferecendo risco a todos os demais.

A internação é uma ótima opção, vi muita gente se recuperando assim, mas todos de forma voluntária. Quando você força uma pessoa a fazer o que ela não quer isso vira punição, e duvido muito das chances de um resultado positivo no tratamento e uma pessoa relutante. É claro, a não ser que o objetivo seja apenas um apharteid social contra os consumidores viciados, aí já conhecemos como termina essa história. E é a História que impede esse negócio de internação compulsória generalizada.

 



Não estamos mais nos anos 40 e duvido que uma internação represente coisa pior que a situação atual das pessoas vivendo no lixo, algo que nada difere do que vc postou.

Sei não... :umm: Acho que a mentalidade Estado como segregador e violador de direitos humanos não evolui nem um pouco.

http://exame.abril.com.br/brasil/violacao-de-direitos-humanos-em-prisoes-e-recorrente-diz-cndh/

É irônico porque você defende um estado grande.

 :what: Eu não sei que volta você faz para associar Estado grande( ou pequeno) com violação de direitos humanos, e nem que a volta que você faz para achar que defendo estado grande, eu só sou contra a militância do estado mínimo e de que todos os males são estatais, como você costume defender.

Você diz que o Estado é segregador e violador dos direitos humanos, mas quer mais Estado em tudo. Não é difícil fazer a constatação dessa ironia.
"— A democracia em uma sociedade livre exige que os governados saibam o que fazem os governantes, mesmo quando estes buscam agir protegidos pelas sombras." Sérgio Moro

Offline _Juca_

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Re:Governo Dória em São Paulo
« Resposta #596 Online: 02 de Junho de 2017, 10:19:47 »

Pessoalmente sou a favor, acho que ainda é uma solução melhor que deixar essas pessoas dormindo na chuva e comendo no lixo, sem qualquer assistência médica e oferecendo risco a todos os demais.

A internação é uma ótima opção, vi muita gente se recuperando assim, mas todos de forma voluntária. Quando você força uma pessoa a fazer o que ela não quer isso vira punição, e duvido muito das chances de um resultado positivo no tratamento e uma pessoa relutante. É claro, a não ser que o objetivo seja apenas um apharteid social contra os consumidores viciados, aí já conhecemos como termina essa história. E é a História que impede esse negócio de internação compulsória generalizada.

 



Não estamos mais nos anos 40 e duvido que uma internação represente coisa pior que a situação atual das pessoas vivendo no lixo, algo que nada difere do que vc postou.

Sei não... :umm: Acho que a mentalidade Estado como segregador e violador de direitos humanos não evolui nem um pouco.

http://exame.abril.com.br/brasil/violacao-de-direitos-humanos-em-prisoes-e-recorrente-diz-cndh/

É irônico porque você defende um estado grande.

 :what: Eu não sei que volta você faz para associar Estado grande( ou pequeno) com violação de direitos humanos, e nem que a volta que você faz para achar que defendo estado grande, eu só sou contra a militância do estado mínimo e de que todos os males são estatais, como você costume defender.

Você diz que o Estado é segregador e violador dos direitos humanos, mas quer mais Estado em tudo. Não é difícil fazer a constatação dessa ironia.

Gaúcho, não sou eu que quero mais estado em tudo, é você que quer um situação de estado mínimo. Você acha que o Estado deve ser pequeno por que é ruim, eu acho que ser ruim ou bom não tem muito haver com o tamanho do Estado e sim com qualidade das instituições que compõe o Estado.

Offline Skeptikós

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Re:Governo Dória em São Paulo
« Resposta #597 Online: 02 de Junho de 2017, 14:00:14 »
   Lembrei ndo caso do Rafeal Ilha, ex-viciado, que depois de idas e voltas (segundo se fakava ele teve recaidas), criou uma clinica pra recuperação de viciados em drogas e num episodio ele quis pegar um paciente de volta pra clinica de forma obrigatoria e deu confusão:

Rafael Ilha fazia internações à força, diz ex-paciente

(...)Outra alternativa seria uma espécie de espaço controlado, vigiado e  fechado para  cercar  esse noias, que não precisaria ser necessariamente  com celas, uma espécie de internato, no qual não haveria tratamento necessariamente a força, mas também não teriam a liberdade de vagabundear nas ruas, nas praças, nos viadutos, e em outros espaços públicos.
Na Europa já existem locais assim, com uma eficiência aparentemente comprovada:

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Portugal instalará salas de consumo assistido para usuários de drogas

(...)

Há 30 anos existem salas de consumo assistido na Europa, num total de 90, em nove países. Somente em 2014 ocorreram 6.800 mortes por overdose no Continente, mas, nesse período, registrou-se apenas um óbito num desses espaços, na Alemanha, causado por anafilaxia. Todas as salas dispõem de pessoal treinado para intervir em caso de overdose. Os consumidores também aprendem manobras para ajudar os que estão em situação de risco mortal e recebem um kit com naloxona pronta para injetar.

As salas foram criadas em uma lógica de redução dos comportamentos que aumentam o risco de transmissão de doenças e de mortes por overdose. Há diferentes modelos, desde os integrados até unidades móveis, que deve ser o que Portugal vai implantar nos próximos meses. Nesses espaços, os dependentes recebem aconselhamento social e psicológico, tratamentos de substituição de drogas, feridas, doenças e troca de seringas.

Na Alemanha, há espaços mais completos onde os toxicodependentes são alimentados, podem tomar banho, lavar roupas e dispõe de uma clínica para cuidados gerais, internamento para quem está em tratamento de desintoxicação, cuidados que convivem com espaços diferenciados para uso de drogas injetáveis e fumadas.

Variam as regras para o acesso às salas. Na Alemanha, são vetados todos os que estão em tratamento com opiáceos de substituição, o que já deixa de fora cerca de 70 mil pessoas. Algumas aceitam dependentes partir de 16 anos, desde que com autorização dos pais por escrito, mas a maior parte somente a partir dos 18 anos. Nenhuma permite o acesso de consumidores ocasionais ou que estejam  usando drogas pela primeira vez. Também não podem frequentá-las quem se apresentar intoxicado ou embriagado.
Nesta mesma matéria é dito que após Portugal legalizar o uso de todo e qualquer tipo de drogas o resultado no combate ao tráfico e ao uso de drogas foi positivo.


Parece que algo semelhante a isto pode ser uma alternativa interessante. O que não é tolerável é deixar que traficantes e usuários tomem conta de um espaço público e com isso ameacem a vida e a propriedade das pessoas que estejam por ali de forma permanente (vizinhos e/ou proprietários de imóveis na área) ou de passagem.


O que eu considero intolerável é deixar que usuários e traficantes tenham o domínio de um espaço público. Isso não deve de modo algum ser tolerado.
Me parece também que os custos seriam menores do que os com internação forçada.
"Che non men che saper dubbiar m'aggrada."
"E, não menos que saber, duvidar me agrada."

Dante, Inferno, XI, 93; cit. p/ Montaigne, Os ensaios, Uma seleção, I, XXV, p. 93; org. de M. A. Screech, trad. de Rosa Freire D'aguiar

Offline Skeptikós

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Re:Governo Dória em São Paulo
« Resposta #598 Online: 02 de Junho de 2017, 14:02:23 »

Eu tô curioso, _Juca_, pra saber de você o que deve ser feito a respeito do tráfico e dos traficantes. Tem sugestões?

Tenho, descriminalizar e regular o uso e o comércio de drogas hoje ilícitas.
Todas, incluindo metanfentaminas?

Todas.
Em Portugal é assim, se me lembro bem as drogas vendidas nas lojas credenciadas vem até com bula e os vendedores são treinados para orientar os clientes no uso correto das drogas. As salas de consumo assistido de drogas também podem ajudar.
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Offline Sposigor

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Re:Governo Dória em São Paulo
« Resposta #599 Online: 02 de Junho de 2017, 14:07:40 »
Então eu não sei, meu brother.
Foi você que intentou com o post a falácia de ad misericordiam ou propter hoc?

Eu acho que não. Mas na sua interpretação pode ter sido diferente, num é mesmo? O _Juca_ bem provavelmente também deve entender que não intentou falácia alguma, prefiro acreditar.
Veja, em todo caso, eu só perguntei!

Então basta colocar mais uma opção, nenhuma das duas.

Mas "nenhuma das duas" está implícito!

Esse foi o propósito, de mostrar que está implícito.

Citar
Partindo disso então, voltando a pergunta anterior, sem ranço, como abordar de forma prática o problema do tráfico e obviamente dos traficantes na cracolândia? Preservando de alguma forma veloz o bem estar daqueles que estão no entorno do problema, não sendo usuários e nem vendendo nada. Não da pra ficar falando em soluções de prazo de 20 anos.

Prazor de 20 anos é exagerado, até lá tem droga mais barata e pontente que o Crack. Sobre uma solução eficiente, ao decorrer da discussão já foram apresentando-se possíveis soluções no delinear da legalidade; Penso que não dá para recuperar uma floresta que o fogo levou em pouco tempo com o período equivalente a destruição. Leva-se muitos anos, não 20, mas talvez 2, 5 ou 10 anos. Aqueles senhores que não possuem capacidade de decidir, se precisam parar ou irão morrer, e submetem-se a situações extremamentes humilhantes, simplesmente não é ele que decide sobre sua condição humana.

O estado tem que ser o amiguinho feliz e carinhoso e tratar o assunto de braços abertos ou ele deve escolher renarcer para conquistar sua redenção?


Não entendi sua proposta.

O que deve ser feito com os traficantes semana que vem?

Uma solução rápida? Prenda todos os traficantes da região e corte o fornecimento de drogas no raio de 10 KM. Deixe um posto do exercito fazendo a ronda 24h durante o período necessário para estabilizar e dá suporte a região, provavelmente a cracolândia não vai se alocar em um bairro vizinho; Claro sem levar em consideração os direitos do cidadão.

Minha proposta é de tentar novas soluções das habituais, buscar dentro do possível e sabemos que isso não significa sumir com a situação atual. A proposta Braços abertos começou justamente tentando uma abordagem diferente das anteriores, tratar o viciado com dignidade e fazer um apelo as suas emoções que durante muito tempo sofreu em decorrência do vicio. Durante um período se verificou que não foi efetivo, muito menos diminuiu o consumo.
A nova proposta redenção, seguiu o exemplo acima, tentou unificar diversos órgãos públicos para realizarem essa mega tarefa de acabar de uma unica vez com essa realidade, "dois coelhos com uma cajadada" o erro que a administração atual cometeu foi provavelmente negligência a pesquisa e o avanço que já existem lá.

No entanto não diria que soluções que vão além do consenso comum sobre os viciados não deveriam ser consideradas já que pelo histórico decorrido até agora a cracolândia sobreviveu a todas soluções da prefeitura.

 

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