Eu sou pró-legalização, mas a cracolândia se resolveria dessa forma? As atividades criminosas da cracolândia se extinguiriam com a descriminalização da posse e venda do crack? Tenho dúvidas sobre isso.
Você me perguntou qual minha sugestão para o tráfico e os traficantes, não sobre a cracolândia, essa que vai muito além do aspecto do comércio de drogas, sendo um problema gravíssimo de saúde publica.
Talvez eu não tenha sido mesmo claro o suficiente, mas no contexto achei que você perceberia que eu perguntei foi sobre os traficantes da cracolândia. Traficantes de crack.
De toda forma, eles já estão contidos mesmo no grande ponto da legalização/descriminalização.
Pode falar sobre como atuar com os traficantes da cracolândia?
Talvez dê pra traçar um paralelo com alguns butecos "copo-sujo" (espécie de alcoolândias), que vendem cachaça barata a centavos, que acabam criando um ambiente violento/criminoso por abuso das substâncias de forma dependente mas ainda assim são bem menos feios ou concentrados do que a cracolândia. Dessa forma eu acho que a solução contém a revisão das leis relacionadas, mas não está totalmente ligada a isso.
O crack na minha opinião existe por uma razão econômica, é barato, muito mais barato que a cocaína, por isso as pessoas podem sustentar seu vício muito mais fácil. Se a cocaína fosse mais acessível, duvido que o crack tomasse essa proporção. Quando o alcool foi proibido nos EUA, alambiques caseiros se proliferaram fazendo bebida com altíssimo índice alcoolico e péssima qualidade, mas muito mais barato e acessível do a droga ilegal que era o whisky tradicional. Com uma industria da droga legalizada a sociedade poderia ter muito mais controle sobre a qualidade, o fornecimento e a distribuição das drogas, além de ter um retorno em forma de impostos e parar de gastar dinheiro à toa na repressão a um vício tão arraigado na estrutura social, podendo gastar esse dinheiro em prevenção e saúde publica, além do fim dos inigualáveis lucros que o crime organizado tem. Eu só vejo vantagens na legalização. Sou absolutamente contra o uso de drogas pesadas e o abuso de drogas leves, mas estou cansado da tragédia social que representa essa guerra louca contra as drogas.
Eu sou interessado pela história da proibição nos EUA e ja tinha adiantado, em outros tópicos também além desse aqui, que sou pró-legalização.
Nos ambientes pobres, mal educados e violentos como o Brasil de forma geral o tráfico de crack me parece apresentar quadro bastante distinto em termos de desafios do que o da maconha e outras drogas mais "leves".
Pessoalmente sou um beberrão e fumo cigarro de palha com tabaco comum. Todo meu entorno social (e até profissional) segue costumes bastante parecidos com os meus, a ponto de desconfiar de quem não faz o mesmo.
Partindo disso então, voltando a pergunta anterior, sem ranço, como abordar de forma prática o problema do tráfico e obviamente dos traficantes na cracolândia? Preservando de alguma forma veloz o bem estar daqueles que estão no entorno do problema, não sendo usuários e nem vendendo nada. Não da pra ficar falando em soluções de prazo de 20 anos.