Sou espírita absolutamente convencido, e isto porque, ao contrário dos que duvidam da existência dos Espíritos, pude constatar pelas leituras a este respeito uma coisa simples: haveria de existir uma teoria da conspiração,
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E como descreve essa teoria conspirativa? E, as leituras que realizou foram corroboradas por evidências robustas?
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Desde o século XIX e até mesmo antes disto, um enorme número de sábios, escritores, filósofos, pobres ou ricos, e toda uma variedade de pessoas em posições diversas atestaram a existência dos Espíritos mesmo correndo o risco do ridículo. Seriam todas estas pessoas, ridículas ou, melhor dizendo, eufemisticamente, susceptíveis, imaginativas, tolas, simplórias, e por aí vai. (Apelo à Falácia, neste caso, não é um bom argumento.)
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Um dado que precisa levar em conta é que, ao lado desse “enorme” número de sábios crentes, há outro contingente, maior que o primeiro, constituído igualmente por sábios que denegaram a realidade dos espíritos, notadamente, a realidade da comunicação entre vivos e mortos. Então, se o que vale é o número de acreditantes - perdeu irmão! -, pois há mais descrentes que convertidos...
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Entretanto, sabemos que quantidade não é necessariamente qualidade. Mesmo que houvesse mais defensores do espiritual não seria por aí que se legitimaria a crença.
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Kardec caiu em falácia semelhante quando defendia a reencarnação. Afirmava que a ideia das multividas acompanhava o homem desde seus primórdios e contava essa velhice como evidência: ninguém acreditaria numa coisa por tanto tempo se não fosse verdadeira!
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Ora, crença alguma mostra-se bem firmada por haver elevada quantidade de simpatizantes ou por ser vetusta. Se fosse assim, por exemplo, os espíritas teriam que incorporar o diabo às suas doutrinas, visto que o capeta é velho pra chuchu!
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Mas, o que realmente me impressionou foi o caso Francisco Cândido Xavier. Ele não foi o único com tal grandeza de mediunidade, mas foi um dos raros que sempre esteve à altura daquele mandato cristão.
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A bondade de Xavier não valida seus alegados poderes, nem dele nem de ninguém. Se ele fosse mesmo poderoso, se-lo-ia fosse bom ou mau, a não ser que houvesse restrição espiritual a conceder força a gente ruim, mas disso ninguém sabe. Mesmo porque, mediuns prestigiados quais João de Deus e os Gasparettos teriam que ser fatalmente qualificados de falsários!
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Três comportamentos viciantes induzem os homens a se perderem perante seu semelhante: o Sexo, o Dinheiro e o Poder.
-Ele era assexuado, no sentido de uma libido Zero.
-Deu tudo o que tinha inclusive direitos autorais de mais de 400 obras por ele autoradas (psicografadas) a editoras ou instituições de caridade.
-E além disso era irritantemente humilde.
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Em outras palavra, o que está dizendo é o seguinte: Chico era frígido, não tinha apego a bens materiais, era humilde, que seriam qualidades mais que suficientes para comprovar que efetivamente interagia com o mundo dos espíritos, mas como conferir se esses dons realmente produzem médiuns legítimos?
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Pois bem, este homem realizou proezas no terreno do intercâmbio com os espíritos, mediante testemunhos, que não deixaram dúvidas para os que pesquisaram com isenção sobre a veracidade dos relatos. Um exemplo é a biografia de chico xavier por Marcel Souto Maior.
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Aqui começam os problemas. Vários pesquisaram com isenção e chegaram a conclusões diferentes das de Marcel Souto. O estudo da obra de Chico é a maior prova de que suas habilidades são explicáveis terrenalmente, nada que se pudesse atribuir a uma origem misteriosa (talvez de natureza espiritual), se encontra na produção xaveriana.
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Em “As Vidas de Chico Xavier” Souto Maior não investiga criticamente a mediunidade de Chico, a adocicada biografia relata como o médium era visto entre espíritas e simpatizantes, e destaca vários de seus feitos. Ele evitou entrar em questões polêmicas a respeito da haver ou não espíritos usando o médium como intermediário de seus recados.
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Já em “Por Trás do Véu de Isis” Souto Maior enceta investigação a respeito da capacidade de médiuns se entenderem com os mortos.
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“Clementino leu e releu a explicação sobre o “modos operandi” (palavras de Emmanuel) dos espíritos e sobre como eles atuariam sobre o “médium”.
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Enviam aos homens a sua mensagem luminosa dos cimos resplandecentes em que se encontram e, formulando o desejo de ação nos planos da materialidade, a sua vontade superior atua imediatamente sobre o cérebro visado, o QUE SE ENCONTRA EM AFINIDADE COM AS SUAS VIBRAÇÕES e através de forças teledinâmicas, as quais podeis vagamente avaliar com os fluidos elétricos, cuja utilização encetais na face do vosso mundo, influenciam sobre a natureza do sensitivo, afetando-lhe o sensório, atuando sobre os seus centros ópticos e aparelhos auditivos, desaparecendo perfeitamente as distâncias que se não medem; na alma do “sujet” começa então a se operar a série de fenômenos alucinatórios sob a atuação consciente do espírito que o guia dos planos intangíveis.”
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A verdade é que Francisco Cândido Xavier jamais se deixou investigar tecnicamente, em experimentos controlados: sempre fugiu de tais empreitadas. Porém, Souto Maior relata o que teria sido uma bateria de testes conduzidos pelo repórter de O Globo, Clementino de Alencar. Esses testes se constituiam de perguntas sobre várias especialidades, incluindo medicina, que, um pobre atendente de armazém jamais teria capacidade de responder, mas Chico respondeu a todas, embora em algumas cometesse erros. Escreveu pequenas frases num inglês aportuguesado, visto que nem Chico, nem Emmanuel conheciam bem a língua. A uma pergunta grafada em alemão não deu resposta, uma mensagem postada em envelope fechado foi rejeitada por Emmanuel...
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Veja o que Marcel Souto diz a respeito de estudar aprofundadamente a mediunidade:
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“Decidi estudar, com objetividade e isenção, um tema tão controvertido quanto intrigante: a comunicação entre vivos e mortos.
Quando me perguntam, nas palestras e entrevistas, o que mais me impressionou na trajetória de Chico, sempre dou a mesma resposta: as mensagens psicografadas por ele, de olhos fechados, em sessões públicas testemunhadas por multidões e pontuadas por crises de choro vindas das famílias para quem os mortos enviavam seus recados.
QUALQUER CÉTICO FICARIA IMPRESSIONADO com as cartas escritas a jato, repletas de nomes, sobrenomes, apelidos de família e detalhes minuciosos sobre as circunstâncias da morte (quase sempre trágicas e inesperadas) e sobre a vida no “outro mundo” — ou “do avesso”, como definiu um “espírito” em mensagem transmitida através de Chico.” (Por Trás do Véu de Ísis)
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Você, certamente leu o livro e deve ter visto a as “impressionâncias” narradas por Souto Maior e, provavelmente, quedou-se convencido de que seja provas firmes do intercâmbio comunicativo entre vivos e mortos.
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Souto fala de um encontro que teve com Waldo Vieira, durante vários anos psicógrafo em sociedade com Chico. Depois, Waldo desertou das fileiras espíritas e seguiu novo caminho. A partir de então passou a execrar o espiritismo e a mediunidade, considerando-os formas primitivas de acessar a esfera espiritual:
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“Depois de psicografar 26 livros — dezessete deles em parceria com Chico —, Waldo rompeu com o espiritismo, definido por ele como o “pré-primário”, e passou a rejeitar a doutrina à qual dedicou 28 anos de sua vida, dez deles ao lado de Chico.”
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“O médium é um intermediário descartável”, Waldo me disse há uma década, ao defender as bases de uma nova ciência: a Projeciologia. De acordo com suas novas convicções, seria possível acessar os entes queridos, na dimensão extrafisica, através os sonhos ou das projeções despertas da consciência. Basta sair do corpo durante o sono ou em estado de vigília, a partir de exercícios desenvolvidos por ele e sua equipe.”
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“No mais recente livro de Waldo, Homo sapiens reurbanisatus — um calhamaço de 1584 páginas — encontro uma explicação mais técnica sobre o tema:
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Através das exoprojeções conscienciais lúcidas, a consciência aporta nos ambientes extrafísicos mais distantes da toposfera terrestre, em pleno espaço sideral longínquo.”
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Entendeu, né?
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Ao final da citação da entrevista com Waldo, Souto Maior deixa o comentário:
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“O tema é polêmico, controvertido.
Reconhecer a autenticidade do intercâmbio mediúnico e avalizar qualquer psicografia significam assumir a crença na imortalidade do espírito e apostar na realidade da vida depois da morte. Não é um passo qualquer.
Consulto Waldo sobre dona Lúcia [...]”
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Parece confirmar o que falei linhas atrás: se não acreditar nada feito! E isso resume toda a ciência espírita...
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Ao final do livro Souto Maior mostra sua maior prova da mediunidade: D. Lúcia, médium que em cada sessão citava, sem titubear, centenas, quiçá milhares, de nomes. Dava endereços completo, nºs de telefones e até CPFs! E narra uma sessão à qual assistiu. Logo no início uma assistente de D. Lucia dá instruções:
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“Pelo microfone, uma das assistentes pede repetidas vezes para todos se concentrarem e tentarem fazer o maior silêncio possível. É ela também quem dá, com voz firme, as primeiras orientações do dia.
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É proibido comer e beber no salão. Aqui dentro vocês só podem beber água. Todas as refeições devem ser feitas do lado de fora.
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— Os celulares devem ser desligados quando a sessão começar. Nem vibracall pode ser usado. Dona Lúcia trabalha com “frequência” e o vibracall interfere na comunicação.”
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Isso parece confirmar que a mediunidade seja fenômeno de natureza eletromagnética e “vibrativa”, quer dizer: elementos materiais interferem na comunicação espiritual...
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Em linhas gerais, as provas da mediunidade são alegações exaltadas a respeito dos feitos de grandes médiuns, coisas que seriam impossíveis de serem realizados por habilidades humanas. Como é que um caixeiro de armazém, semiletrado, conseguiria escrever centenas de livros que exigiram grande e variado conhecimento para serem produzidos? Como uma senhora, oitentona, teria memória prodigiosa e conheceria até número de documentos dos consulentes se não recebesse informação de um saber maior? Mas, se num experimento controlado, se pusesse dentro de uma caixa um objeto qualquer, sem dar pistas ao médium do que possa ser, o espírito, curiosamente, perde a capacidade de transmitir informações que só um espírito poderia repassar...
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Mas ainda assim podem os céticos alegarem como sempre o fazem que tudo não passava de fraude bem arquitetada. Eu invoco a Teoria da Conspiração: milhões de pessoas? Sei, vão falar da falácia disto e daquilo... quando não se quer aceitar um fato desta natureza, é que coisa muito além do simples negar, existe.
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Nem tudo é fraude (embora muita coisa seja), também há ilusões e crenças exacerbadas, que repelem qualquer coisa que afastem os “espíritos” do contexto. Há, ainda, certezas calcadas em leituras apologéticas e até em relatos de segunda mão. De científico, nada...
Finalmente, querem evidências?
Os Espíritos Superiores trouxeram este homem à Terra numa condição de extrema humildade e pobreza. Não conseguiu completar o curso primário e no entanto escreve poemas, romances e obras de teor científico que lembra os Savants. Como pode?
Não haveria um propósito maior, para este fenômeno?
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Uai, foram os espíritos superiores quem depositaram Chico no planeta? Pensei que nascera igual a qualquer um, de um coito...
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Esse “como pode?”, resume tudo. Diante de questões que o crente julga serem irrespondíveis, a resposta só poderia ser uma: espíritos na parada! Será que atinam na tolice desse posicionamento?
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Espíritos em comunicação só poderá ser admitido como fato quando os mortos produzirem demonstrações concretas, conferíveis, repetíveis, de que tenham a faculdade de agir na natureza. Sendo espíritos e inteligentes deveriam ter percebido essa necessidade desde que se lançaram em derramamento sobre a Terra. Qual nada, preferiram fornecer “provas” apenas para os não precisam de provas, os quais brandem essas fantasias como se fossem firmes comprovações de que “eles” comunicam!
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Estava, recentemente, conversando com alguém que fez a seguinte pergunta: ... então, bastava acreditar no Xavier, nos seus feitos, para se convencer sobre a existência dos Espíritos e/ou Deus?
Infelizmente não!
É necessário que se tenha caminhado por uma estrada pavimentada pela dor, angústia, dúvidas e intensas reflexões sobre sua própria existência. No devido tempo o que era obscuro, místico, supersticioso adquire uma clareza e lucidez que nos leva a prostrar ante as forças que nos conduziram àquele instante, com o coração repleto de gratidão, e porque não dizer, lágrimas.
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Muito bonito, nada científico! Espíritos, se fossem reais e comunicassem, saberiam da necessidade de algo além de dores, angústias e caminhadas para provar que estão presentes! Se não o fazem é porque não existem e, mesmo que existam, não comunicam!
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Mas existe uma situação em que, mesmo preenchendo os requisitos necessários para se apurar a sensibilidade sobre o Além, o homem permanece frio e dominado pelo ceticismo:
os destinos são pré-traçados com pequena margem ao Livre-Arbítrio, quando algo maior precisa ser realizado.
Se imaginarmos um Bill Gates, Steve Jobs espíritas, a Microsoft-Apple, não teriam dado a contribuição que deram ao ambiente da tecnologia informatizada.
Einstein, crente, e a teoria da relatividade estaria aguardando outro gênio que a trouxesse à lume.
As grandes fortunas que possibilitam grandes obras, como hospitais, laboratórios de pesquisas... empresas que empregam milhares e milhares, necessitam a ação de homens ambiciosos, ou gananciosos; não crentes piedosos.
Enfim, os espíritas embevecidos pelas esferas espirituais que o cercam nada realizariam do necessário à economia do planeta.
Aqueles gênios, reverenciados pela humanidade, mesmo que vissem os espíritos diante de si, renegariam... Assim estava escrito!
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Que meiga, a proposta espírita, que explica qualquer coisa, verdadeira “teoria de tudo”! Só precisa jogar na conta do insondável o fato de um Bill Gates ter se tornado o que é e pronto: caso resolvido! Sociologia, antropologia, psicologia e outras “gias”, ciências arduamente construídas pelo labor investigativo do homem, são lançadas ao lixo e substituídas pelo caminho fácil! Basta lucubrar explicação de natureza imprescrutável, impossível de ser conferida, e considera-se não sobejar quaisquer dúvidas! Santa ingenuidade!