Autor Tópico: Festival de bizarrices e esquisitices espíritas (livros e palestras)  (Lida 29942 vezes)

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Offline Gorducho

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Re:Festival de bizarrices e esquisitices espíritas (livros e palestras)
« Resposta #350 Online: 21 de Março de 2019, 16:27:48 »
O Universo do controle "universal" do Kardec era la Rive Droite...
::)
Mas além da reencarnação que ele queria por, claro que devia ter a ronha sim. Waterloo ainda tava fresca na memória e sempre tinha sol em terras da Rainha.
Tanto que o Espírito do Napoleão Bonaparte colaborou na confecção do LE1.
Multiples esprits ont concouru simultanément à ces instructions auxquelles tous assistaient, prenant tour à tour la parole, et l'un d'eux parlant au nom de tous. Parmi ceux qui ont animé des personnages connus, nous citerons Jean l'Évangéliste, Socrate, Fénelon, saint Vincent de Paul, Hannemann, Franklin, Swedenborg, Napoléon 1er ; d'autres habitent les sphères les plus élevées et n'ont jamais vécu sur la terre, ou n'y ont paru qu'à une époque immémoriale.
« Última modificação: 21 de Março de 2019, 16:54:08 por Gorducho »

Offline Geotecton

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Re:Festival de bizarrices e esquisitices espíritas (livros e palestras)
« Resposta #351 Online: 21 de Março de 2019, 17:49:31 »
Curiosamente (ou espertamente) Kardec “pulou” de consultar espíritos ingleses (tão pertinho da França), os quais, dentre outras, repudiavam a reencarnação;  também deixou de lado espíritos asiáticos (que, provavelmente, falariam bem da metempsicose, coisa que ele abominava). Assim, seletivamente, selecionou os mortos que concordavam com ele e elaborou sua “revelação”...
[...]
Asiáticos, acho que a barreira da linguagem deveria ser um tanto intransponível, eu suponho.
[...]

Hein?

Então os espíritos não se entendem se o idioma for diverso?
Foto USGS

Offline montalvão

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Re:Festival de bizarrices e esquisitices espíritas (livros e palestras)
« Resposta #352 Online: 21 de Março de 2019, 20:18:22 »
Morro de rir com vocês; penso que têm consciência de que os argumentos que usam contra o Espiritismo são tão hipotéticos, quase sem sentido algum.
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Argumentos “hipotéticos”, sem sentido... mostre-os, não anuncie apenas, exiba-lhes as hipotetices e a falta de sentido. Só acusar sem demonstrar é o mesmo que dizer cousa alguma...
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Montalvão repetiu várias vezes de que em nenhum momento tentei desfazer os apontamentos "ofensivos " a respeito de Kardec.
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Não, não foi isso: Montalvão afirmou que não deu objeção a nenhum dos argumentos apresentados contra os ensinos de Kardec, ditos provindo de defuntos. Quem afirmou que estão ofendendo Kardec foi sua distinta pessoa, mas não vi isso nas postagens, porém posso não ter percebido, então, ajuda aí, selecione as ofensas desacompanhadas de argumentos para que possam ser explicadas ou admitidas.

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Tão óbbio: quando algém diz que fulano é mau caráter, adianta dizer, não, ele é bom caráter?.
Pois tudo o que dizem somente se rebate negando; não há argumentos para se contra argumentar.
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Se alguém falou sem explicar o porquê do mau-caratismo de Kardec, cabe-lhe cobrar essa falta, mas se a explicação foi dada cabe-lhe contestá-la, caso tenha argumentos para tal, ou reconhecer que a alegação foi correta!
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Citar
Foi apresentado o caso da médium Eva Fay, propositalmente, pois era notável nos espetáculos de magia e Crookes embora impressionado não deu grande repercussão. Posteriormente no entanto, atendendo à solicitação da Real Society, ele trabalhou com a médium Florence Cook e o espírito de Katie King. A história foi bem outra... controle rigoroso e assistência não cooptada. Veja o link para conversarmos :
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Meu jovem, antes de comentar sobre Florence deixo-lhe um dizer para sua reflexão: “assim com uma andorinha só não faz verão, um cientista só não faz ciência, irmão!”.
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Se materializações de mortos existissem,  fenômeno portentoso que abalaria os alicerces do saber científico, essa maravilha não quedaria oculta por muito tempo, por mais que alguns o quisessem. Praticamente tudo o que têm os defensores da fantasia de que defuntos são capazes de se encherem de carnes e aparecer aos vivos tão vivos como se vivos fossem a respeito das experiências de Crookes é o que Crookes escreveu e descreveu. Onde estão as replicações corroborativas da experiência crookiana por variegados cientistas? Onde a teoria preditiva das materializações, advinda dessas experiências bem sucedidas? Onde a confraria de pesquisadores que incrementa o conhecimento a respeito dessa coisa estupenda e a utiliza em benefício da humanidade? Onde?
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É só abrir os “zoios” e contemplar que uma das maravilhas que o mundo espiritual teria oferecido aos encarnados, de modo a comprovar taxativamente a ação concreta de espíritos na natureza, essa maravilha feneceu, minguou, tornou-se tão raquítica e fugidia que hoje só se a vê em nichos específicos, fechados a qualquer experimentação controlada!
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Abr’olhos irmão!
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Alguém aqui comentou sobre a cabine, que oculta o médium e os passos preliminares do processo materializativo. Depois que o milagre aconteceu é que a cortina é aberta para mostrar o resultado, isso quando o espetáculo não seja de outra índole, tipo jogar coisas na platéia ou conversar a distância;  sem esquecer que as demonstrações ocorrem em ambiente porcamente iluminado.
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Nem Crookes nem nenhum dos ingênuos que acreditam questionam o porquê da cabine ocultadora. E quando confrontados com essa aporia dão explicações toscas, tipo a de que a ausência da cabine iria prejudicar a produção do ectoplasma e impedir o xou!
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Quer dizer por detrás da cabine pode acontecer de um  tudo: desde um morto ganhando ossos, órgãos, pintos e xerecas e tornando-se tão humano que parecerá um humano de verdade que houvera se escondido no ambiente, até truques de ilusionismo da mais diversas qualidades.
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Agora se tudo fosse feito às claras,mesmo que às escuras, já que na atualidade se pode registrar em infravermelho o evento, ficaria bem mais fácil fazer o incréu se converter (ou mostrar a verdade aos ingênuos). Presentemente há mecanismos de controle do médium bastante eficazes,  que cerceariam safadezas de sua parte. Enfim, a verdade é que aumentada a eficiência da fiscalização diminui-se acentuadamente, ou mesmo cessa,  a incidência de materialização! Estranho, né?
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Selecionei trechos do infantil link que postou como “prova”:
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1 – “Com saúde pobre desde a infância, ela tinha capacidades psíquicas, e era capaz de ver espíritos e ouvir as vozes desencarnadas, embora pouca divulgação tenha sido feito disso dentro da família de Cook.”
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COMENTÁRIO: esse é o tipo de prova para quem não precisa de prova. Alega-se o que se quer, sem o compromisso de apresentar evidências do afirmado. Como sempre vai ter quem aceite discursos tais, não importa que outros questionem, o importante é manter coeso o grupo de crédulos.
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2 – “A descoberta da sua Mediunidade se deu em 1870, quando visitava uma amiga. Naquela oportunidade Florence participou de uma “mesa girante”; como resultado a mesa movimentou-se incontrolavelmente; depois a médium levitou em baixa altura; por fim, quando a luz da sala foi diminuída por orientação do Espírito comunicante, ela foi erguida até o teto e “passeou” pela sala, passando por sobre as cadeiras e a mesa.”
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COMENTÁRIO: uma grande dúvida surge ante essa maravilha: quem levita o faz de moto próprio, ou seja, possui a inexplicável capacidade de volitar no ar, mostrando que a física está errada; ou é elevado por mãos invisíveis de entes que voam? Procurei, para comprar e me informar, um manual teórico e prático de materialização e quejandos, que esclarecesse o mistério,  e - pasmem! - não achei! Visto que o autor do texto afirma que seja manifestação de mediunidade, e eu acredito que ele sabe o que diz, senão não diria, concluo que a subida levitativa se dê por soerguimento ajudativo de espíritos...
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A levitação é, ou seria, outra das fascinantes ações de desencarnados com seus médiuns. Visto que está provado cientificamente que mortos depois que morrem ficam tímidos pra dedéu, estes só realizam seus feitos grandiosos em ambientes onde não seja possível fiscalizar o evento adequadamente! Então, aquilo que os detratores alegam ser fraudes, ocultos pela escuridão, em realidade é prova de que os mortos realmente ficam intimidados diante de incrédulos e da exposição! Essa é a ciência espírita!
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Seja como for, há uma questão que incomoda: por que, raios, Katie King resolvera sair de seu aprisco celeste para se materializar ante os olhos concupiscentes de Crookes? Ah, cês pensam que a ciência espírita não tem explicação? Se deram mal, ei-la:
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3 - “Ela alegou ter retornado para convencer o mundo da verdade do Espiritualismo numa tentativa de expiar seus pecados terrenos.”
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COMENTÁRIO: Quanta gente penando no umbral sem saber que poderia abreviar sua pena dando umas materializadas por aí...
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Katie King deve ter feito bom trabalho em prol da revisão de sua sentença,  e se o fato de causar boa impressão em quem a investigava contar pontos, aí é que retornou completamente perdoada:
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4 - CROOKES: “Em seu derredor criava-se uma atmosfera de vida; seus olhos, doces e belíssimos, pareciam iluminar o ar com celestes eflúvios; sua presença cativava tanto que se experimentava o desejo de se lhe ajoelhar aos pés.”
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COMENTÁRIO: recatadamente, Crookes não quis dizer com todas as letras o que se entende de seu pronunciamento: Kate King lhe dava o maior tesão!
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Mas não só libidinagens eram vistas nos experimentos crookianos, a legitimação do evento foi feita de forma inconteste (claro, para as exigências da boa ciência espírita):
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5 - Vi o espírito de Katie materializada e tão bem iluminada pela luz elétrica, que me foi possível acrescentar às citadas diferenças entre Katie e sua médium, algumas outras. Tenho absoluta convicção de que Miss Cook e o espírito Katie King são duas individualidades perfeitamente distintas, pelo menos na que diz respeito a seus corpos.
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COMENTÁRIO: Então, vejam só, não é à toa que o distinto JungF (esse “f” aí é de quê?) está mais do que convencido da realidade das materializações e, especificamente, da materialização de Katie King: afinal Crookes garantiu, tinha “absoluta convicção” (e quem é que pode questionar uma “absoluta convicção”? Só se for louco!) de que eram duas pessoas diferentes, sendo uma encarnada e outra desencarnada, vedada qualquer insinuação que desmereça tão firme prova!
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E para mais ainda afirmar a mediunidade de efeitos físicos, Florence não ficou só com Katie, também deu azo a outra carnificação de morto, a qual, infelizmente, não gozou de tanta projeção quanto King, tratou-se de Marie, uma dançarina quando viva (depois de morta desconhece-se o que fazia)...
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6 - Reconheço que o esquecimento da longa série de manifestações de “Marie”, a dançarina, encontra a sua justificativa no fato de serem tais manifestações bem menos interessantes do que as anteriores, quer pelo temperamento incivil e vulgar da entidade que se manifestava, quer porque se prestavam a suspeitas de fraude sempre renovadas, devido ao revezamento de experimentadores inexperientes que não podiam imaginar que os “espíritos de defuntos”, quando viveram em um ambiente social pouco evoluído, continuavam a se manifestar mundanos e pouco evoluídos, como o foram na vida terrena. Tais suspeitas foram agravadas pelo fato de ter-se o referido espírito apresentado muitíssimo parecido com a médium, apesar de diferençar-se dela pelas proporções do corpo, alto e formoso, em contraste com o corpo da médium, pequeno e magro. Daí resultou que as manifestações de “Marie”, a dançarina, faziam a pobre médium sofrer martírios e amarguras sempre renovados, que certos pesquisadores incompetentes lhe infligiam com acusações destituídas de qualquer fundamento e isso apesar de ter a médium constantemente exigido severo controle – ser despida, examinada e amarrada – e a despeito de terem sido as sessões realizadas quase sempre em casas alheias com o fim de impossibilitar a ajuda de “companheiros ocultos”.
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COMENTÁRIO: Viram só, como são maus os duvidadores? Só porque a materialização de Marie era cheia de suspeições logo surgiram acusadores alegando tratar-se  de fraude! Gentem, vocês precisam entender as coisas da espiritualidade antes de falarem assim. Marie era uma rameira, consequentemente não se materializava com o rigor que a outra oferecera a Crookes, mas que era verdadeira, ah, isso era! Se não fosse acham que alguém ousaria publicar logo no site “autores espíritas clássicos”?
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Taí, pois, queriam provas? Estão dadas! Vejam se agora param de duvidar da ciência espírita!
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Valeu JungF pelos esclarecimentos! (Sinceramente, estou encucado em esse “f”...)

Offline Gigaview

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Re:Festival de bizarrices e esquisitices espíritas (livros e palestras)
« Resposta #353 Online: 21 de Março de 2019, 20:43:31 »

O Espiritismo passa por um momento, em seu início, crítico por muitas razões não desconhecidas dos participantes, aqui.
Trazer algo tão inovador e polêmico, principalmente ante as hegemonias religiosas e preconceitos naturais da época exigia prudência, método e estratégia por parte das entidades responsáveis pelo movimento que se iniciava.

Tão inovador? Requentou muita coisa de Swedenborg que já falava de espíritos em 1744.

Citar
Swedenborg did indeed travel to the spirit world, still attached to his silver cord, to learn the higher spiritual truths. This inspired him to devote the latter quarter-century of his life to writing eighteen published theological works, and several more which were unpublished. He spoke of founding a 'New Church', that would be based on the works he was writing of his experiences while out of his body. His most well known work, Heaven and Hell was published in 1758 and, since then, many persons including a variety of important cultural figures, both writers and artists were influenced by Swedenborg's writings. Included are: Robert Frost, Johnny Appleseed, William Blake, Jorge Luis Borges, Daniel Burnham, Arthur Conan Doyle, Ralph Waldo Emerson, John Flaxman, George Inness, Henry James Sr., Carl Jung, Immanuel Kant, Honoré de Balzac, Helen Keller, Czesław Miłosz, August Strindberg, D. T. Suzuki and W. B. Yeats.
http://www.spiritualismandbeyond.com/history.html

Citar
Os fenômenos, inicialmente com as irmãs Fox que se desdobraram nas Mesas Girantes, e posteriormente se tornaram vulgares por toda a Europa, atendiam à estratégia de chamar a atenção. Nada melhor que algo tão susceptível de debates quanto à mediunidade fenomênica.

Chamou mais atenção depois da confissão e fraude e demonstração dos truques utilizados.

Citar
In 1888, Margaret confessed that their rappings had been a hoax and publicly demonstrated their method. Margaret attempted to recant her confession the next year, but their reputation was ruined and in less than five years they were all dead, with Margaretta and Kate dying in abject poverty. Despite their confession, the Spiritualism movement continued to grow in popularity.

E as mesas girantes não tinham mais motivo para girar...

Citar
Scientific tests by the English scientist Michael Faraday, Manchester surgeon James Braid, the French chemist Michel Eugène Chevreul, and the American psychologists William James and Ray Hyman have demonstrated that many phenomena attributed to spiritual or paranormal forces, or to mysterious "energies", are actually due to ideomotor action. Furthermore, these tests demonstrate that "honest, intelligent people can unconsciously engage in muscular activity that is consistent with their expectations".They also show that suggestions that can guide behavior can be given by subtle clues.
https://en.wikipedia.org/wiki/Ideomotor_phenomenon

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Kardec, ele mesmo que custou a ser convencido, atende ao chamado Superior e compila as obras que hoje conhecemos. A divulgação foi rápida e surpreendente.
Mas note-se, sempre haveria oposição, ferrenha e obstinada; por parte de quem?

Oposição? Ora muitas vezes também por parte do próprio espiritismo. E olha que D.D. Home foi um dos médiuns preferidos de Kardec tendo feito a ele inúmeras referências positivas
Citar

No "Tratado de Metapsíquica", Vol. II, p. 109, in fine, encontramos uma suposta mensagem recebida por Home (1) a qual indica provir de Kardec, minutos depois de sua morte.

Segue o trecho:

"O célebre Home, que deu os mais belos exemplos conhecidos de ectoplasmia, teve algumas vezes fatos de lucidez. No dia e no mesmo momento, um minuto depois, diz ele, da hora em que morreu Allan Kardec, um dos protagonistas da doutrina espírita, Home recebia a mensagem espirítica seguinte: 'Lastimo haver ensinado a doutrina espírita, Allan Kardec". A mensagem foi recebida na presença do conde Duraven".
../forum/topic=21473.0.html#msg480319

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Das religiões que perdiam importância ante a nova revelação, seus fanáticos seguidores e os eternos céticos/ateus.

Não contaram para você que nessa época a Teosofia vinha ganhando espaço. A própria Madame Blavatsky abandonou sua carreira de médium espírita para se dedicar aos seus avatares da Irmandade Branca. Após a morte de Kardec, as desavenças internas entre as novas lideranças espíritas sufocaram o movimento que encontrou terreno fértil no Brasil, importado pelos ricaços brasileiros que na época estudavam/residiam na Europa. O espiritismo morreu em todo o mundo, começando pela França, para florecer junto à ignorância do povo brasileiro.

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Ultrapassada a fase de divulgação pelos livros, discussões, testemunhos, cessam os fenômenos que somente tinham importância digamos, como marketing.

Marketing terrível porque era baseado em fraudes, trapassas e embusteiros.

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Na ocasião dos tais fenômenos mais se acirravam os ânimos dos contraditores que, ou forjavam fraudes ou que se aproveitavam da ganância irresponsável dos charlatães para atacarem a nova crença.

Não havia "fenômenos" espirituais. Nunca foi constatada uma evidência sequer da existência dos espíritos. Só papo furado.

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Sabem os Espíritos e os adeptos sensatos da nova doutrina...

Quem?  ::)

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...que os fenômenos não são convincentes e nunca foram, haja a vista o acervo destes tais, ao longo da história e não produziram qualquer efeito destacável no convencimento. No entanto a Filosofia, as pregações no púlpito, as procissões e via-sacras até hoje comovem e arrastam.

É o mesmo tipo de ignorância que faz os "adeptos sensatos da nova doutrina" acreditar nessas bobagens. Sabores diferentes da mesma gororoba.

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Fenômenos, ainda que esporádicos, apenas sustentam a própria convicção espírita intra-muros, mas os fatos espíritas constantes na vida de cada um, analisados sob esta ótica, são atestados sem palavras, da crença que abraçam.

Os fatos espíritas na vida de cada um são apenas fábulas anedóticas. Não servem para nada além de nutrir a fé pessoal dos envolvidos. Fazem parte do folclore do mundinho cor de rosa dos crentes.

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Podem dizer que não passam de Bullshit, mas até esta contradita, vazia de contra argumentos, não passa de bullshit.

Isso...bullshit mas às vezes mais do que isso algo como.

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Mas vamos ser justos: quais poderiam ser os contra-argumentos, além de se dizer que tudo não passa de tolice, fantasia, fraude, etc?

Ué...O ônus da prova é dos espíritas e dos espíritos. Os céticos aguardam argumentos inquestionáveis, provas robustas e experimentos isentos de fraude ou malandragem.

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Fiz um repto noutro tópico: - dos sete bilhões de viventes deste mundo, três são crentes, outros três são céticos e um bilhão de indiferentes.
Na verdade o número de crentes é maior, mas fiquemos assim. A pergunta é: o que diferencia um grupo do outro?

Novamente a mesma falácia?

De acordo com as pesquisas recentes, os crentes concentram mais dopamina no cérebro.

https://considereapossibilidade.wordpress.com/2011/09/22/dopamina-produz-religiao-ou-religiao-produz-dopamina/





« Última modificação: 21 de Março de 2019, 20:47:25 por Gigaview »
Brandolini's Bullshit Asymmetry Principle: "The amount of effort necessary to refute bullshit is an order of magnitude bigger than to produce it".

Pavlov probably thought about feeding his dogs every time someone rang a bell.

Offline montalvão

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Re:Festival de bizarrices e esquisitices espíritas (livros e palestras)
« Resposta #354 Online: 21 de Março de 2019, 20:52:04 »
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Citação de: montalvão em Ontem às 12:16:55
Curiosamente (ou espertamente) Kardec “pulou” de consultar espíritos ingleses (tão pertinho da França), os quais, dentre outras, repudiavam a reencarnação;  também deixou de lado espíritos asiáticos (que, provavelmente, falariam bem da metempsicose, coisa que ele abominava). Assim, seletivamente, selecionou os mortos que concordavam com ele e elaborou sua “revelação”...
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Ingleses e franceses nunca se deram muito, né? rsrs...
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Asiáticos, acho que a barreira da linguagem deveria ser um tanto intransponível, eu suponho.
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Mas é verdade que ele selecionou dentre muitas, apenas as melhores, ou menos estapafúrdias. Ele não "revelou", ele apenas codificou.
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Pois é, vê-se que as querelas terrenas continuam na esfera celeste: os espíritos ingleses têm opiniões bem distintas das dos franceses. Falta esclarecer um ponto problemático: quem estará certo? Inclusive encarar outra triste probabilidade: ambos estarem errados! E outra inda mais dolorosa aos crentes: estão errados porque não existem!
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Diferença de língua não poderia obstar o CUEE, afinal foi ele quem, alegadamente,  definiu o que seria válido na revelação espiritual. Se o CUEE é mesmo CUEE então tem que ser a universalidade, não seletividade!
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Outro problema, problemão: seu pronunciamento deixa claro que Kardec foi o filtro que selecionou o que ia e o que ficaria de fora da doutrina. Como saber se suas particulares preferências não se sobrepuseram a opinamentos da suposta espiritualidade dos quais discordasse (qual o caso da reencarnação)? Kardec não  abriu a caixa preta da codificação, então pode-se dizer que o espiritismo é autêntico ASQ – Acredite se Quiser! Se não se pode conferir os fundamentos de proposta que se apresenta de amplitude nunca dantes vista, que congrega religião, filosofia e ciência, dar-lhe fé irrestrita é parelho ao abraçamento de qualquer outra fé: um salto no escuro!

Offline JungF

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Re:Festival de bizarrices e esquisitices espíritas (livros e palestras)
« Resposta #355 Online: 22 de Março de 2019, 13:48:05 »
Citação de: JungF

O Espiritismo passa por um momento, em seu início, crítico por muitas razões não desconhecidas dos participantes, aqui.
Trazer algo tão inovador e polêmico, principalmente ante as hegemonias religiosas e preconceitos naturais da época exigia prudência, método e estratégia por parte das entidades responsáveis pelo movimento que se iniciava.

Tão inovador? Requentou muita coisa de Swedenborg que já falava de espíritos em 1744.
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Não disse que "Espírito" era inovador, mas literatura sob forma de Doutrina, com foros de filosofia, integralmente detalhada. Quanto ao convencimento, para terceiros, é outra história
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Swedenborg did indeed travel to the spirit world, still attached to his silver cord, to learn the higher spiritual truths. This inspired him to devote the latter quarter-century of his life to writing eighteen published theological works, and several more which were unpublished. He spoke of founding a 'New Church', that would be based on the works he was writing of his experiences while out of his body. His most well known work, Heaven and Hell was published in 1758 and, since then, many persons including a variety of important cultural figures, both writers and artists were influenced by Swedenborg's writings. Included are: Robert Frost, Johnny Appleseed, William Blake, Jorge Luis Borges, Daniel Burnham, Arthur Conan Doyle, Ralph Waldo Emerson, John Flaxman, George Inness, Henry James Sr., Carl Jung, Immanuel Kant, Honoré de Balzac, Helen Keller, Czesław Miłosz, August Strindberg, D. T. Suzuki and W. B. Yeats.
http://www.spiritualismandbeyond.com/history.html
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Notáveis os feitos de Swedenborg, mais ainda o rol de nomees ilustres que você elencou, seja como simpatizantes, influenciados, seguidores... né?
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Os fenômenos, inicialmente com as irmãs Fox que se desdobraram nas Mesas Girantes, e posteriormente se tornaram vulgares por toda a Europa, atendiam à estratégia de chamar a atenção. Nada melhor que algo tão susceptível de debates quanto à mediunidade fenomênica.

Chamou mais atenção depois da confissão e fraude e demonstração dos truques utilizados.

Citar
In 1888, Margaret confessed that their rappings had been a hoax and publicly demonstrated their method. Margaret attempted to recant her confession the next year, but their reputation was ruined and in less than five years they were all dead, with Margaretta and Kate dying in abject poverty. Despite their confession, the Spiritualism movement continued to grow in popularity.


Citação de: JungF
Esta é a maior prova de que, conhecendo a verdade, suponho, ainda assim expõe fato sobejamente conhecido por aqueles que pesquisaram sobre o assunto: nossa Margaret, alcoólatra, por isto teve, agora em Londres, a tutela de seus filhos concedida à irmã mais velha, Leha, esta que entendia os fatos com seriedade religiosa; revoltada se vingou da irmã com as acusações.
Mas, em 20 de novembro, 1889, procura os jornais, já de volta aos Estados Unidos, e desmente enfaticamente o que havia dito...
 Veja uma narrativa completa na obra "Kardec, Irmãs Fox e Outros" de Jorge Rizzini.

 

Citação de: JungF
Kardec, ele mesmo que custou a ser convencido, atende ao chamado Superior e compila as obras que hoje conhecemos. A divulgação foi rápida e surpreendente.
Mas note-se, sempre haveria oposição, ferrenha e obstinada; por parte de quem?

Oposição? Ora muitas vezes também por parte do próprio espiritismo. E olha que D.D. Home foi um dos médiuns preferidos de Kardec tendo feito a ele inúmeras referências positivas
Citar

No "Tratado de Metapsíquica", Vol. II, p. 109, in fine, encontramos uma suposta mensagem recebida por Home (1) a qual indica provir de Kardec, minutos depois de sua morte.

Segue o trecho:

"O célebre Home, que deu os mais belos exemplos conhecidos de ectoplasmia, teve algumas vezes fatos de lucidez. No dia e no mesmo momento, um minuto depois, diz ele, da hora em que morreu Allan Kardec, um dos protagonistas da doutrina espírita, Home recebia a mensagem espirítica seguinte: 'Lastimo haver ensinado a doutrina espírita, Allan Kardec". A mensagem foi recebida na presença do conde Duraven".
../forum/topic=21473.0.html#msg480319

Citação de: JungF
Aqui, meu caro, ou vc acredita na msg e consequentemente no fenômeno, ou reconhecerá que a mensagem é armação. :biglol:

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Das religiões que perdiam importância ante a nova revelação, seus fanáticos seguidores e os eternos céticos/ateus.

Não contaram para você que nessa época a Teosofia vinha ganhando espaço. A própria Madame Blavatsky abandonou sua carreira de médium espírita para se dedicar aos seus avatares da Irmandade Branca. Após a morte de Kardec, as desavenças internas entre as novas lideranças espíritas sufocaram o movimento que encontrou terreno fértil no Brasil, importado pelos ricaços brasileiros que na época estudavam/residiam na Europa. O espiritismo morreu em todo o mundo, começando pela França, para florecer junto à ignorância do povo brasileiro.
Citação de: JungF
Nem parece um ricaço brasileiro falando;rsrsrs.   Blavatsky era médium, sim, mas sempre negou qualquer ralação com Kardec. Fundou com Henry Olcott o Instituto de Teosofia no qual trabalhou até sua morte, em 1891, após longa peregrinação por vários países.

Citação de: JungF
Ultrapassada a fase de divulgação pelos livros, discussões, testemunhos, cessam os fenômenos que somente tinham importância digamos, como marketing.
Citação de: JungF
Aqui começa o que eu disse ao Montalvão: afirmativas sem base, apenas pelo prazer de desmerecer. Não há qualquer argumento refutável.
Citação de: Gigaview
Marketing terrível porque era baseado em fraudes, trapassas e embusteiros.

 
Citação de: JungF
Na ocasião dos tais fenômenos mais se acirravam os ânimos dos contraditores que, ou forjavam fraudes ou que se aproveitavam da ganância irresponsável dos charlatães para atacarem a nova crença.

Citação de: Gigaview
Não havia "fenômenos" espirituais. Nunca foi constatada uma evidência sequer da existência dos espíritos. Só papo furado.

Citação de: JungF
Mais do mesmo. Até ao fim

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Sabem os Espíritos e os adeptos sensatos da nova doutrina...

Quem?  ::)

Citar
...que os fenômenos não são convincentes e nunca foram, haja a vista o acervo destes tais, ao longo da história e não produziram qualquer efeito destacável no convencimento. No entanto a Filosofia, as pregações no púlpito, as procissões e via-sacras até hoje comovem e arrastam.

É o mesmo tipo de ignorância que faz os "adeptos sensatos da nova doutrina" acreditar nessas bobagens. Sabores diferentes da mesma gororoba.

Citar
Fenômenos, ainda que esporádicos, apenas sustentam a própria convicção espírita intra-muros, mas os fatos espíritas constantes na vida de cada um, analisados sob esta ótica, são atestados sem palavras, da crença que abraçam.

Os fatos espíritas na vida de cada um são apenas fábulas anedóticas. Não servem para nada além de nutrir a fé pessoal dos envolvidos. Fazem parte do folclore do mundinho cor de rosa dos crentes.

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Podem dizer que não passam de Bullshit, mas até esta contradita, vazia de contra argumentos, não passa de bullshit.

Isso...bullshit mas às vezes mais do que isso algo como.

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Mas vamos ser justos: quais poderiam ser os contra-argumentos, além de se dizer que tudo não passa de tolice, fantasia, fraude, etc?

Ué...O ônus da prova é dos espíritas e dos espíritos. Os céticos aguardam argumentos inquestionáveis, provas robustas e experimentos isentos de fraude ou malandragem.

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Fiz um repto noutro tópico: - dos sete bilhões de viventes deste mundo, três são crentes, outros três são céticos e um bilhão de indiferentes.
Na verdade o número de crentes é maior, mas fiquemos assim. A pergunta é: o que diferencia um grupo do outro?

Novamente a mesma falácia?

De acordo com as pesquisas recentes, os crentes concentram mais dopamina no cérebro.

https://considereapossibilidade.wordpress.com/2011/09/22/dopamina-produz-religiao-ou-religiao-produz-dopamina/
« Última modificação: 22 de Março de 2019, 13:58:29 por JungF »

Offline Gigaview

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Re:Festival de bizarrices e esquisitices espíritas (livros e palestras)
« Resposta #356 Online: 22 de Março de 2019, 16:15:28 »
Esses quotes estão muito bagunçados....difícil ler...favor consertar.
Brandolini's Bullshit Asymmetry Principle: "The amount of effort necessary to refute bullshit is an order of magnitude bigger than to produce it".

Pavlov probably thought about feeding his dogs every time someone rang a bell.

Offline montalvão

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Re:Festival de bizarrices e esquisitices espíritas (livros e palestras)
« Resposta #357 Online: 23 de Março de 2019, 22:01:19 »
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Citação de: JungF
Esta é a maior prova de que, conhecendo a verdade, suponho, ainda assim expõe fato sobejamente conhecido por aqueles que pesquisaram sobre o assunto: nossa Margaret, ALCOÓLATRA, por isto teve, agora em Londres, a tutela de seus filhos concedida à irmã mais velha, Leha, esta que entendia os fatos com seriedade religiosa; revoltada se vingou da irmã com as acusações.
Mas, em 20 de novembro, 1889, procura os jornais, já de volta aos Estados Unidos, e desmente enfaticamente o que havia dito...
 Veja uma narrativa completa na obra "Kardec, Irmãs Fox e Outros" de Jorge Rizzini.
.
Estaria a pinguça Margaret bebona quando renegou o espiritismo? Ou estaria quando desrrenegou? Ela sabia do que falava quando falou que era tudo fraude, ou sabia do que falava quando desmentiu o que dissera? Mistério...
.
Jorger Rizzini, já falecido, foi aquele que, junto com Luciano dos Anjos, passou o maior vexame debatendo com os repórteres de O Cruzeiro em defesa  das “materializações” de Otília Diogo. Entretanto, ele e seu sócio na empreitada se acharam vencedores e teriam “provado” a legitimidade de Otília! Tanto foi que não hesitou Rizzini em publicar um livro a respeito! Depois a dupla se desentendeu e passaram a atirar beliscões um contra o outro...
.
Recorrer a Rizzini a fim de autenticar a mediunidade equivale a tomar o testemunho de Mãe Menininha do Gantois em favor do candomblé. Rizzini era espírita até o fundo d’alma, acreditava em materializações, em reencarnações, para ele todos os médiuns eram legítimos e os que não eram eram intriga da oposição, até mesmo o rematado charlatão Mirabelli era por ele reputado verdadeiro!
.
Os comentários sobre as irmãs Fox, no livro de Rizzini, são modestos e escandalosamente apologéticos. A confusão que resultou na confissão de Margarete (Maggie) de que fraudava é contada como se nessa confissão ela estivesse fora de si e fora subornada, mas quando desconfessou aí estava no seu juízo perfeito e não rolara uma graninha pra que desdissesse o que havia declarado...
.
O mais curioso é a interpretação do Jung, de que a diatribe contra o espiritismo tivera o intento de atingir a irmã mais velha, Leah! Insólita vingança: em vez de assacar contra a moral da irmã, decidiu atacar a religião que as três seguiam!
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Confira um trecho do Rizzini:
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“Ora, foi em 1876 que Margareth seguiu para Londres. Era, desde 1857, viúva do médico Elisha Kent Kane, que se tomara célebre como explorador do oceano Ártico. Ambas as irmãs, então, ingenuamente procuravam no vinho um estimulante para o excesso de trabalho - e o vinho faria descer as trevas a que a mensagem se referia ...
.
Leah, a irmã mais velha, e que sempre vira nos fenômenos o aspecto religioso, recriminou-as, violentamente, ameaçando separar Katerine dos filhos ... E, ao que parece, denunciou-a, pois, a Sociedade Para a Prevenção de Crueldade às Crianças por alguns meses tomou a si os dois meninos de Katerine, Purdy e Henry, ambos ingleses.
.
O pavio curto estava aceso e Margareth ficou do lado de Katerine. Mas, a bomba só explodiria em 1888, em Nova Iorque.
.
Anotemos este detalhe precioso: Margareth foi a primeira a regressar aos Estados Unidos e, sozinha, desligada de Leah, apresentou-se em várias cidades e na Academia de Música de Nova Iorque em sessões memoráveis. O pavio, porém, agora chegava ao fim e as irmãs não se entendiam.
.
Margareth, envenenada, visando Leah, converteu-se à Igreja Católica Romana e deu uma entrevista ao diário "New York Herald" (dia 24 de setembro de 1888) agredindo a moral impoluta da irmã e ameaçando apresentar-se em um auditório, a fim de arrasar com a mediunidade, o que, realmente, fez no palco da própria Academia de Música de Nova Iorque para a satisfação do esperto Cardeal Manning ...
.
Uma outra entrevista de Margareth e que não é citada nem mesmo por Conan Doyle, e com o mesmo sentido e cuja fotocópia possuímos, trazendo a assinatura da médium, foi divulgada pelo jornal "The World" de 21 de outubro, ocupando quase duas páginas ... Katerine, por sua vez, vingou-se de Leah, e pelas colunas do "New York Herald" de 10 de outubro, após afirmar "com sentida sinceridade que acabou para sempre com seu vício de outrora" (o álcool) prometia, também, vir a público com sua irmã para uma "confissão" ... Mas não teve coragem de subir no palco; ficou na obscuridade de um camarote, assistindo ao triste papel de Margareth ...
.
REAÇÃO DOS ESPÍRITOS
.
o impacto dessas três entrevistas foi tremendo em todo o país, principalmente, no coração de Leah. As trevas haviam descido. Cumprira-se a profecia. Mas as Luzes do Alto·voltaram um ano depois e Margareth (fato notável) recebeu a advertência de seu Espírito Guia (através de batidas, como as de Hydesville, que ela quarenta anos depois dissera ser "estalos dos dedos dos pés"!) que se retratasse perante o povo ... E Margareth Fox, corajosamente, no dia 20 de novembro de 1889 fez uma declaração pela imprensa.
.
"- Havia alguma verdade nas acusações que a senhora fez contra o Espiritismo?" - perguntou o repórter.
.
"-Aquelas acusações eram falsas em todas as minúcias. Não hesito em dizê-lo. .. Não. Minha crença no Espiritismo não sofreu mudanças. Quando fiz aquelas terríveis declarações não era responsável por minhas palavras. Sua autenticidade é um fato incontroverso. Nem todos os Hermanns vivos (mágicos de palco) serão capazes de reproduzir as maravilhas que se produzem através de alguns médiuns. Pela habilidade manual e por meio de espertezas podem escrever em papéis e lousas, mas, mesmo assim, não resistem a uma investigação séria. A produção da materialização está acima de seu calibre mental e desafio a quem quer que seja a produzir batidas nas condições em que as produzo."
.
"-Que diz sua irmã Katerine de sua presente atitude?"
.
"- Está de pleno acordo. Katerine não concordou com a minha atitude no passado."
.
"- Pretende fazer sessões?" - perguntou o repórter.
.
"- Não. Pretendo dedicar-me a trabalhos de propaganda na tribuna pública, pois, assim, terei melhor oportunidade de refutar as calúnias lançadas por mim contra o Espiritismo."
.
E foi o que fez Margareth por longos anos.
.
Margareth Fox, já idosa e sem recursos, viveu os últimos anos de sua vida com uma amiga reconhecida, Emily B. Ruggles, na State Street, 492, no Brooklyn. Morreu na quarta-feira de 8 de março de 1893, vítima de uma síncope cardíaca, às oito horas da manhã, quando contava quase sessenta anos de idade. Três dias depois o corpo seguiu para o cemitério de Greenwood, onde colhemos estas últimas informações. E aqui topamos com um caso misterioso ...O corpo de Margareth ficou na cripta nº  8.840, seção 89. No dia 13 de dezembro, porém, - nove meses depois, foi ele removido pelo agente funerário M. Henry e Filho - mas os documentos do cemitério não nos contam "por ordem de quem" e nem "para onde"... E acresce que os agentes funerários M. Henry e Filho de há muito morreram. Onde está o corpo de Margareth Fox? O caso, realmente, intriga, já que os demais cemitérios de Nova Iorque foram por nós vasculhados.
(Kardec, Irmãs Fox e outros – Jorge Rizzini)
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Depois mando uma referência a respeito das Fox de melhor qualidade, verá a diferença!


Offline JungF

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Re:Festival de bizarrices e esquisitices espíritas (livros e palestras)
« Resposta #358 Online: 23 de Março de 2019, 22:31:48 »
Citação de: Gigaview
Não contaram para você que nessa época a Teosofia vinha ganhando espaço. A própria Madame Blavatsky abandonou sua carreira de médium espírita para se dedicar aos seus avatares da Irmandade Branca. Após a morte de Kardec, as desavenças internas entre as novas lideranças espíritas sufocaram o movimento que encontrou terreno fértil no Brasil, importado pelos ricaços brasileiros que na época estudavam/residiam na Europa. O espiritismo morreu em todo o mundo, começando pela França, para florecer junto à ignorância do povo brasileir
O Espiritismo de Kardec está em expansão pelo mundo, principalmente em países de língua Espanhola e Portuguesa .
Não sou um bom divulgador do movimento espírita e pouco me interessa estes eventos embora reconheça sua importância. A imprensa espírita sempre divulga seminários e congressos abroad 

Rápida pesquisa no Google:
A Federação Espírita Portuguesa (FEP) é a entidade representativa do movimento espírita em Portugal junto ao Conselho Espírita Internacional (CEI).
 
O Espiritismo em Espanha
El Espiritismo. REVISTA QUINCENAL. FUNDADORes. Francisco Martí Bonneval. Juan Bautista Cano. Centro Espiritista de Andújar. SEVILLA - ESPAÑA. 

Prosseguindo encontrará sempre alguma coisa em Bélgica,Reino Unido, Suiça,etc
Sim, na Europa, tem crescido de forma mais lenta, mas não estagnou como se pensa.

Offline JungF

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Re:Festival de bizarrices e esquisitices espíritas (livros e palestras)
« Resposta #359 Online: 23 de Março de 2019, 23:20:05 »
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Citação de: JungF
Esta é a maior prova de que, conhecendo a verdade, suponho, ainda assim expõe fato sobejamente conhecido por aqueles que pesquisaram sobre o assunto: nossa Margaret, ALCOÓLATRA, por isto teve, agora em Londres, a tutela de seus filhos concedida à irmã mais velha, Leha, esta que entendia os fatos com seriedade religiosa; revoltada se vingou da irmã com as acusações.
Mas, em 20 de novembro, 1889, procura os jornais, já de volta aos Estados Unidos, e desmente enfaticamente o que havia dito...
 Veja uma narrativa completa na obra "Kardec, Irmãs Fox e Outros" de Jorge Rizzini.
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Estaria a pinguça Margaret bebona quando renegou o espiritismo? Ou estaria quando desrrenegou? Ela sabia do que falava quando falou que era tudo fraude, ou sabia do que falava quando desmentiu o que dissera? Mistério...
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Jorger Rizzini, já falecido, foi aquele que, junto com Luciano dos Anjos, passou o maior vexame debatendo com os repórteres de O Cruzeiro em defesa  das “materializações” de Otília Diogo. Entretanto, ele e seu sócio na empreitada se acharam vencedores e teriam “provado” a legitimidade de Otília! Tanto foi que não hesitou Rizzini em publicar um livro a respeito! Depois a dupla se desentendeu e passaram a atirar beliscões um contra o outro...
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Recorrer a Rizzini a fim de autenticar a mediunidade equivale a tomar o testemunho de Mãe Menininha do Gantois em favor do candomblé. Rizzini era espírita até o fundo d’alma, acreditava em materializações, em reencarnações, para ele todos os médiuns eram legítimos e os que não eram eram intriga da oposição, até mesmo o rematado charlatão Mirabelli era por ele reputado verdadeiro!
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Os comentários sobre as irmãs Fox, no livro de Rizzini, são modestos e escandalosamente apologéticos. A confusão que resultou na confissão de Margarete (Maggie) de que fraudava é contada como se nessa confissão ela estivesse fora de si e fora subornada, mas quando desconfessou aí estava no seu juízo perfeito e não rolara uma graninha pra que desdissesse o que havia declarado...
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O mais curioso é a interpretação do Jung, de que a diatribe contra o espiritismo tivera o intento de atingir a irmã mais velha, Leah! Insólita vingança: em vez de assacar contra a moral da irmã, decidiu atacar a religião que as três seguiam!
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Confira um trecho do Rizzini:
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“Ora, foi em 1876 que Margareth seguiu para Londres. Era, desde 1857, viúva do médico Elisha Kent Kane, que se tomara célebre como explorador do oceano Ártico. Ambas as irmãs, então, ingenuamente procuravam no vinho um estimulante para o excesso de trabalho - e o vinho faria descer as trevas a que a mensagem se referia ...
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Leah, a irmã mais velha, e que sempre vira nos fenômenos o aspecto religioso, recriminou-as, violentamente, ameaçando separar Katerine dos filhos ... E, ao que parece, denunciou-a, pois, a Sociedade Para a Prevenção de Crueldade às Crianças por alguns meses tomou a si os dois meninos de Katerine, Purdy e Henry, ambos ingleses.
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O pavio curto estava aceso e Margareth ficou do lado de Katerine. Mas, a bomba só explodiria em 1888, em Nova Iorque.
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Anotemos este detalhe precioso: Margareth foi a primeira a regressar aos Estados Unidos e, sozinha, desligada de Leah, apresentou-se em várias cidades e na Academia de Música de Nova Iorque em sessões memoráveis. O pavio, porém, agora chegava ao fim e as irmãs não se entendiam.
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Margareth, envenenada, visando Leah, converteu-se à Igreja Católica Romana e deu uma entrevista ao diário "New York Herald" (dia 24 de setembro de 1888) agredindo a moral impoluta da irmã e ameaçando apresentar-se em um auditório, a fim de arrasar com a mediunidade, o que, realmente, fez no palco da própria Academia de Música de Nova Iorque para a satisfação do esperto Cardeal Manning ...
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Uma outra entrevista de Margareth e que não é citada nem mesmo por Conan Doyle, e com o mesmo sentido e cuja fotocópia possuímos, trazendo a assinatura da médium, foi divulgada pelo jornal "The World" de 21 de outubro, ocupando quase duas páginas ... Katerine, por sua vez, vingou-se de Leah, e pelas colunas do "New York Herald" de 10 de outubro, após afirmar "com sentida sinceridade que acabou para sempre com seu vício de outrora" (o álcool) prometia, também, vir a público com sua irmã para uma "confissão" ... Mas não teve coragem de subir no palco; ficou na obscuridade de um camarote, assistindo ao triste papel de Margareth ...
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REAÇÃO DOS ESPÍRITOS
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o impacto dessas três entrevistas foi tremendo em todo o país, principalmente, no coração de Leah. As trevas haviam descido. Cumprira-se a profecia. Mas as Luzes do Alto·voltaram um ano depois e Margareth (fato notável) recebeu a advertência de seu Espírito Guia (através de batidas, como as de Hydesville, que ela quarenta anos depois dissera ser "estalos dos dedos dos pés"!) que se retratasse perante o povo ... E Margareth Fox, corajosamente, no dia 20 de novembro de 1889 fez uma declaração pela imprensa.
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"- Havia alguma verdade nas acusações que a senhora fez contra o Espiritismo?" - perguntou o repórter.
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"-Aquelas acusações eram falsas em todas as minúcias. Não hesito em dizê-lo. .. Não. Minha crença no Espiritismo não sofreu mudanças. Quando fiz aquelas terríveis declarações não era responsável por minhas palavras. Sua autenticidade é um fato incontroverso. Nem todos os Hermanns vivos (mágicos de palco) serão capazes de reproduzir as maravilhas que se produzem através de alguns médiuns. Pela habilidade manual e por meio de espertezas podem escrever em papéis e lousas, mas, mesmo assim, não resistem a uma investigação séria. A produção da materialização está acima de seu calibre mental e desafio a quem quer que seja a produzir batidas nas condições em que as produzo."
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"-Que diz sua irmã Katerine de sua presente atitude?"
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"- Está de pleno acordo. Katerine não concordou com a minha atitude no passado."
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"- Pretende fazer sessões?" - perguntou o repórter.
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"- Não. Pretendo dedicar-me a trabalhos de propaganda na tribuna pública, pois, assim, terei melhor oportunidade de refutar as calúnias lançadas por mim contra o Espiritismo."
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E foi o que fez Margareth por longos anos.
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Margareth Fox, já idosa e sem recursos, viveu os últimos anos de sua vida com uma amiga reconhecida, Emily B. Ruggles, na State Street, 492, no Brooklyn. Morreu na quarta-feira de 8 de março de 1893, vítima de uma síncope cardíaca, às oito horas da manhã, quando contava quase sessenta anos de idade. Três dias depois o corpo seguiu para o cemitério de Greenwood, onde colhemos estas últimas informações. E aqui topamos com um caso misterioso ...O corpo de Margareth ficou na cripta nº  8.840, seção 89. No dia 13 de dezembro, porém, - nove meses depois, foi ele removido pelo agente funerário M. Henry e Filho - mas os documentos do cemitério não nos contam "por ordem de quem" e nem "para onde"... E acresce que os agentes funerários M. Henry e Filho de há muito morreram. Onde está o corpo de Margareth Fox? O caso, realmente, intriga, já que os demais cemitérios de Nova Iorque foram por nós vasculhados.
(Kardec, Irmãs Fox e outros – Jorge Rizzini)
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Depois mando uma referência a respeito das Fox de melhor qualidade, verá a diferença!
Assim como, na net, se aventa inverdades a respeito de Rizzini, qualquer depoimento em sentido contrario terá o mesmo valor.
Como disse antes, alguém que queira se posicionar com segurança sobre estes assuntos precisa investigar os prós e contras para ter alguma base para julgar, mas se não houver isenção e interesse na busca da verdade, sobrará troca de farpas e nada mais.
A verdade é como um pequeno diamante mergulhado num pântano: para alcançá-lo primeiramente precisamos decidir se vale a pena. Depois, muito trabalho.

Apenas um, apontamento sobre Luciano dos Anjos: embora cultíssimo e grande profissional, era uma pessoa de difícil convivência. Para se ter uma ideia processou a FEB quando se empreendia uma mudança em seus estatutos, para retirar uma cláusula (pétrea) que forçava o estudo das obras de JBRoustaing, de excêntrico pieguismo.

Offline montalvão

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Re:Festival de bizarrices e esquisitices espíritas (livros e palestras)
« Resposta #360 Online: 24 de Março de 2019, 00:14:49 »
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Citação de: JungF
 Veja uma narrativa completa na obra "Kardec, Irmãs Fox e Outros" de Jorge Rizzini.
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Narrativa completa? Rizzini apenas dá um resumo bem safadinho do caso...
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Leia o livro “Falando com os Mortos”, de Bárbara Weisberger, creio que o conseguirá para download na rede. Vou postar trechos:
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“As opiniões sobre Kate e Maggie variam, claro (assim como variam quanto aos médiuns de hoje). Há desmistificadores — dentre os quais alguns, não todos, são mágicos e historiadores — que se encantam com ou abominam as irmãs como mais um exemplo de charlatanice numa sociedade tão impregnada dela. Décadas após a morte de Kate e Maggie, dois antagonistas particularmente memoráveis contribuíram para o debate acerca do espiritualismo: o mágico Houdini e o escritor Arthur Conan Doyle, criador do célebre detetive Sherlock Holmes. Nos anos 1920, Houdini tentou convencer Conan Doyle de que o espiritualismo era uma fraude, desmascarando falsos médiuns, mas Doyle persistiu em se agarrar firmemente às crenças espiritualistas.
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As controvérsias em torno das irmãs Fox explicam-se em parte pela freqüente alteração de sua história ao longo dos anos: há muitas possibilidades e versões. Para os espiritualistas, a saga tem a ressonância de uma história sagrada, que ajuda a iluminar as origens ou, ao menos, um aspecto de sua duradoura fé. Outros consideram a história das irmãs curiosa porque pode ser lida como uma história de fantasmas clássica, ou porque ela desencadeou um questionamento tão vasto da natureza da vida após a morte. Outros, ainda, interessam-se por descobrir como as meninas poderiam ter enganado a todos com falsas manifestações de espíritos.”
[...]
Mesmo que de maneira intermitente a partir de 1872, ela também realizou sessões com Crookes, as quais por vezes tinham Daniel Dunglas Home ou outros médiuns presentes. Crookes estabeleceu o que julgava ser condições de investigação rígidas. A não ser que a escuridão fosse necessária para identificar uma aparição luminosa, os testes geralmente aconteciam em locais iluminados no laboratório do próprio Crookes, que tinha ao lado testemunhas que ele mesmo escolhera por sua confiabilidade.
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Em um artigo mais tarde publicado no Quarterly Journal of Science, Crookes tratou dessas sessões com detalhes. Entre os fenômenos que presenciou, ele listou “uma mesa pesada que se moveu em plena luz” sem que alguém a tocasse; um leque que levitou sobre uma mesa “sem contato com qualquer pessoa”; orbes flutuantes e luminescentes; o toque e a visão de mãos espectrais; e a escrita de espíritos.
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Como outros investigadores antes dele, Crooke atestou ter ficado maravilhado diante da versatilidade de Kate e de sua capacidade de transmitir mensagens por meio da escrita automática para determinada pessoa, “enquanto uma mensagem para outra, sobre outro assunto, era fornecida usando o alfabeto, por meio de ‘batidas’, ao mesmo tempo que ela conversava livremente com uma terceira pessoa sobre um assunto completamente diferente dos outros dois”. Home, famoso por suas levitações, de fato produziu algumas das manifestações mais espantosas. “Em três ocasiões distintas, eu o vi completamente suspenso sobre o chão da sala”, escreveu Crooke; “uma vez, sentado em uma poltrona, outra, ajoelhado sobre sua cadeira, e mais outra, de pé”. Porém, Kate superou a todos com os “sons percussivos” que a seguiam.
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“Em termos de volume e certeza” quanto aos sons, afirmou Crookes, “nunca encontrei ninguém que rivalizasse com a srta. Kate Fox”. Outros médiuns, explicou ele, exigiam o ambiente habitual de uma sessão formal, mas Kate, não. Ela só precisava “colocar a mão sobre alguma substância” para que os sons surgissem “como uma tripla pulsação”, alta o suficiente para ser ouvida a vários cômodos de distância.
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Crookes afirmou: “Eu ouvi [os sons] em uma árvore viva, em uma placa de vidro, em um fio de ferro esticado, em uma membrana esticada, em um tamborim, sobre o teto de uma carruagem e sobre o chão de um teatro.
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“Ouvi esses sons vindos do chão, paredes etc. quando as mãos e pés da médium estavam atados, quando ela estava de pé sobre uma cadeira, quando estava suspensa em um balanço preso ao teto, quando estava presa dentro de uma jaula de arame e quando estava caída, desmaiada, em um sofá.
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“Eu os ouvi em uma gaita de vidro, senti em meu ombro e sob minhas próprias mãos. Eu os ouvi em uma folha de papel, posicionada entre os dedos por uma ponta de barbante que atravessava um de seus cantos.”
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As experiências de Crookes ressaltam, mais uma vez, as precauções tomadas pelo investigador a fim de eliminar a possibilidade de fraude e de humilhação que os testes costumavam impor aos médiuns — humilhação que eles suportavam em nome da fama, do dinheiro, da atenção ou da verdade.
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O cientista concluiu que as manifestações testemunhadas eram “fatos”; não eram nem produto de fraude nem de sua própria fantasia. Ele admitiu, entretanto, que seria necessário aprofundar as investigações para determinar as causas. Crookes conjeturou que o que às vezes era chamado de “força psíquica” ou “mente humana” poderia dar conta das ocorrências extraordinárias.
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“Mas eu, como todos os que adotam a teoria da força psíquica como sendo o agente por meio do qual os fenômenos são produzidos”, escreveu Crookes, “não pretendo inferir que essa força psíquica não possa estar sob influência ou controle de alguma outra inteligência que não a mente do psíquico”. Em outras palavras, os espíritos continuavam como uma explicação possível.
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Embora ele defendesse novos testes e experimentos, Crookes, Home e Kate nunca mais voltariam a trabalhar tão juntos. No outono de 1873, Crookes voltou sua atenção para “outros assuntos de interesse científico e prático”, Home ficou doente e Kate passou a se preocupar com um papel que lhe era totalmente novo: o de mãe.
[...]
Embora a vida doméstica de Kate fosse relativamente estável durante esses anos, uma tempestade estava devastando os meios espiritualistas, pois o médium Daniel Dunglas Home decidira escrever um livro sobre seus colegas médiuns — obra que se dizia ser, na melhor das hipóteses, pouco lisonjeira. Alguns médiuns reagiram com fúria à possível traição de Home, mas Kate adotou um caminho mais delicado, embora consciente ou inconscientemente manipulador. Em uma carta de resposta a Home, escrita em fevereiro de 1876, ela fez referência à amizade que eles tinham, ressaltou o perdão como virtude e partilhou confidências sobre sua vida pessoal.
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“Fiquei muito feliz ao receber notícias suas e ao saber que você está escrevendo um livro tão importante”, começou ela, acrescentando, com os floreios que lhe são característicos, que “algum bom espírito deve ter recomendado que você o fizesse!”.
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A carta dele, continuou Kate, mostrava que Home tinha um coração bondoso, pois “dar ouvidos a caluniadores é simplesmente uma perda de tempo. [...] Eu jamais disse uma palavra indelicada sobre a sua pessoa porque jamais tive um pensamento indelicado sobre a sua pessoa, e não acredito em quem afirma que você disse coisas duras a meu respeito”.
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A carta de Kate não identifica a causa do distanciamento entre ela e Home alguns anos antes, mas é reveladora quanto aos sentimentos de Kate pelas irmãs e pelos filhos. “Você sabe que já passei por provações severas. Minha irmã, a sra. Underhill, que é mais de 23 anos mais velha que eu, sempre sentiu ciúmes de mim, e quando minha abençoada mãe faleceu, nós não estávamos nos falando.” Entretanto, prosseguiu Kate em sua carta, Home deveria evitar criticar Leah em seu livro, pois a “sra. Underhill” estava finalmente “tentando se redimir das injustiças passadas com relação a mim e à minha irmã”.
[...]
O livro de Home, Lights and Shadows of Spiritualism [“Luzes e sombras do espiritualismo”], obra que criticou severamente vários médiuns por falsearem manifestações e por enganarem e explorarem financeiramente seus clientes, não disse nenhuma palavra que pudesse ofender Kate ou Maggie Fox.
[...]
À medida que o interesse internacional pelo espiritualismo continuava crescendo, também crescia o número de grupos organizados dedicados à investigação sistemática de fenômenos paranormais, como a percepção extrassensorial. Um dos mais importantes, a Sociedade de Pesquisas Psíquicas, conhecida pela sigla inglesa SPR, foi fundado em 1882 na Universidade de Cambridge, na Inglaterra. Seus notáveis fundadores incluíam Henry Sidgwick, professor de filosofia em Cambridge; sua esposa, Eleanor, que mais tarde fundaria uma escola secundária para moças, também lá; o irmão de Eleanor, Arthur Balfour, futuro primeiro-ministro da Inglaterra; e William Barrett, que ensinava física no Royal College of Science, em Dublin.
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A sra. Sidgwick lembrou-se de ter conhecido Kate em 1874, durante uma sessão em que a médium “obteve uma palavra escrita numa folha de nosso próprio papel, debaixo da mesa, com uma luz que considerei suficiente para a leitura de letras impressas comuns”. Porém, a sra. Sidgwick suspeitou que Kate tivesse escrito a palavra com o pé — um truque costumeiro entre médiuns charlatães.
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Sob os auspícios da SPR, a sra. Sidgwick voltou a testar Kate uma década depois, sem determinar nada de conclusivo, mas observando que a médium às vezes parecia fazer perguntas tendenciosas, mas atribuíra as coincidências aos espíritos. A sra. Sidgwick admitiu que as batidas de Kate eram “peculiares — bem diferentes das que uma pessoa pode produzir por si mesma batendo com os pés”. Porém, logo em seguida, ela retirou até mesmo essa afirmação. Depois de ler o relatório feito trinta anos antes pelos médicos de Buffalo, em 1851, ela ponderou que as batidas “peculiares” de Kate, afinal de contas, poderiam ter sido causadas por estalos dos dedos dos pés.
[...]
Nos Estados Unidos, Maggie também se viu enredada em uma nova série de investigações organizadas. Henry Seybert, filantropo da Filadélfia, legara recursos à Universidade da Pensilvânia para uma investigação imparcial acerca da natureza dos fenômenos espiritualistas. Em novembro de 1884, pouco depois da morte do filantropo, Maggie teve um encontro com os membros desconfiados e assustadores da Comissão Seybert na residência do seu diretor, Horace Howard Furness, na Filadélfia. De acordo com a transcrição, as batidas nas duas noites foram erráticas, assim como as respostas às perguntas.
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“Essa investigação é de grande importância para nós”, observou Furness, um renomado especialista em Shakespeare. “Não há a menor dúvida: nós ouvimos esses curiosos sons.” Claro que a questão, para o comitê, assim como o fora para outros investigadores por mais de 35 anos, era se os sons emanavam da médium ou dos espíritos.
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“Acredito que a senhora comunga inteiramente conos¬co do desejo de ter esse fenômeno investigado”, disse ele a Maggie, que lhe garantiu que sim. Ela se recusou, fatigada, a afirmar que os sons vinham do outro mundo ou que eram independentes de sua pessoa; observou apenas “que cada qual julgue por si mesmo”.
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Depois de ouvir batidas fracas e pancadas fortes, Furness colocou a mão sobre o pé de Maggie e anunciou jubilante: “Isso é o mais maravilhoso de tudo, sra. Kane. Eu sinto claramente as batidas em seu pé. Não existe nenhum sinal de movimento nele, mas há uma pulsação incomum.” Certo de que Maggie produzia as batidas, mas sem saber se ela o fazia consciente e de propósito, ele a convidou para uma terceira sessão, mas ela recusou alegando problemas de saúde e acrescentando educadamente que ficaria feliz em voltar quando se sentisse mais forte. Maggie nunca voltou. Sua atitude ao longo do processo foi de plácida condescendência.
[...]
A fraqueza das irmãs Fox pelo álcool e — segundo boatos — pelas drogas constrangera espiritualistas por muito tempo. Muitos adeptos conservadores e de classe média, preocupados com sua própria credibilidade, também passaram a ficar incomodados com outros aspectos do espiritualismo, inclusive com ideias radicais frequentemente associadas ao movimento e com manifestações extravagantes, como as materializações. Todos viam-se em uma posição desconfortável diante do que parecia uma fraude flagrante: uma famosa médium estava sendo julgada, naquela primavera, por ter supostamente enganado e roubado a fortuna de um rico benfeitor.
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Tentando se apresentar da forma mais respeitável possível, Kate criticou os “fanáticos que alugam teatros inteiros e pregam a crença universal em tudo”. Ela afirmou que acreditava firmemente em algumas manifestações, mas não em todas. Então, a velha Kate se reacendeu por detrás das lágrimas e convidou o repórter a voltar noutro dia, para um encontro com os espíritos.
[...]
Nos Estados Unidos, o drama continuava a piorar. No domingo de 23 de setembro de 1888, um repórter do New York Herald foi ver Maggie em seu apartamento na rua 44 Oeste. Apesar de confessar que pouco sabia sobre a sua história — afinal, ele estava lá apenas a trabalho —, ficou impressionado com sua intensidade e magnetismo. Ele também comentou a displicência de seus trajes: uma negligência diáfana que Kane poderia ter reconhecido e criticado, como quando, trinta anos antes, ele ralhava com a linda jovem por esquecer de usar mantilhas rendadas sobrepostas às mangas.
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Seu rosto mostrava “pesar e um grande conhecimento do mundo”, escreveu o repórter. Apesar de sua fama, ela mantivera amigos em ambos os lados do Atlântico, e em Londres era “acolhida por alguns dos mais abastados membros da grande e abrangente classe média”.
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Enquanto conversava com ele, Maggie andava para cima e para baixo, às vezes cobrindo o rosto com as mãos, outras vezes sentando-se bruscamente ao piano para tocar “melodias estranhas e incoerentes”. Talvez elas fossem versões iradas da música que Leah ensinava a seus antigos alunos ou que os espíritos haviam tocado em sinos e violões em sessões do passado.
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A matéria do repórter sobre as irmãs, publicada no dia seguinte sob a manchete “Médium renomada diz que os espíritos não retornam jamais”, consistia em uma longa entrevista com Maggie, na qual ela atingiu diretamente Leah e a falecida Margaret Fox.
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Suas palavras foram: “Quando o espiritualismo começou, Katie e eu éramos meninas, e essa senhora idosa, minha outra irmã, fez de nós seus instrumentos. Mamãe era uma mulher tola. Era uma fanática. Eu a chamo de fanática porque ela era honesta. Ela acreditava nessas coisas.
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“Nós éramos apenas meninas inocentes. Não sabíamos de nada. Ah, mas aprendemos demais. Nossa irmã nos usou em suas exibições, e ganhávamos dinheiro para ela. Agora ela nos ataca porque é esposa de um homem rico, opondo-se a nós duas sempre que pode. Ah, estou com muita raiva dela! Você às vezes pode matar sem usar armas, sabia?”
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Para surpresa do repórter, Maggie demonstrou as batidas que ele ouviu debaixo da mesa, do lado de fora da porta e através do chão.
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—  Como a senhora faz isso? — perguntou ele com um toque de admiração.
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Ela lhe disse que manteria sua explicação em segredo até a noite em que desse sua conferência. Porém, fez questão de dizer que era tudo um truque, devolvendo-lhe a pergunta com uma piscadela: “Espíritos, não é fácil de enganar?”
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Momentos antes de confundi-lo com as batidas, Maggie colocou-o diante de um estranho paradoxo. Embora ela soubesse como produzi-las — aparentemente fazia isso desde a infância —, seu próprio conhecimento e habilidades não eram a fonte de sua descrença. Ela só tinha certeza de que os espíritos não retornavam porque tentara insistente e inutilmente contatá-los. Como as pessoas que vinham às suas sessões, ela também buscava essa fé; ela a desejara desesperadamente como consolo depois da morte de Kane.
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“Ora, eu já explorei o desconhecido tanto quanto a vontade humana permite”, esbravejou ela. “Fui até os mortos para tentar obter deles um pequeno consolo. Não consegui nada com isso, nada, nada.” A animosidade de sua denúncia do espiritualismo não vinha somente da ira contra Leah e seus colegas espiritualistas, mas também de sua própria e profunda decepção com a incapacidade dos espíritos de fornecerem uma resposta.
[...]
(continua amanhã)

Offline Gigaview

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Re:Festival de bizarrices e esquisitices espíritas (livros e palestras)
« Resposta #361 Online: 24 de Março de 2019, 01:24:53 »
Citação de: Gigaview
Não contaram para você que nessa época a Teosofia vinha ganhando espaço. A própria Madame Blavatsky abandonou sua carreira de médium espírita para se dedicar aos seus avatares da Irmandade Branca. Após a morte de Kardec, as desavenças internas entre as novas lideranças espíritas sufocaram o movimento que encontrou terreno fértil no Brasil, importado pelos ricaços brasileiros que na época estudavam/residiam na Europa. O espiritismo morreu em todo o mundo, começando pela França, para florecer junto à ignorância do povo brasileir
O Espiritismo de Kardec está em expansão pelo mundo, principalmente em países de língua Espanhola e Portuguesa .
Não sou um bom divulgador do movimento espírita e pouco me interessa estes eventos embora reconheça sua importância. A imprensa espírita sempre divulga seminários e congressos abroad 

Rápida pesquisa no Google:
A Federação Espírita Portuguesa (FEP) é a entidade representativa do movimento espírita em Portugal junto ao Conselho Espírita Internacional (CEI).
 
O Espiritismo em Espanha
El Espiritismo. REVISTA QUINCENAL. FUNDADORes. Francisco Martí Bonneval. Juan Bautista Cano. Centro Espiritista de Andújar. SEVILLA - ESPAÑA. 

Prosseguindo encontrará sempre alguma coisa em Bélgica,Reino Unido, Suiça,etc
Sim, na Europa, tem crescido de forma mais lenta, mas não estagnou como se pensa.

Isso já foi bem discutido aqui no fórum. O espiritismo se desenvolveu no exterior basicamente por conta da influência de imigrantes brasileiros e tem o apoio do Conselho Espírita Internacional, fundado em 1992 no Brasil.

Na Europa existem 291 centros....destes, 140 estão em Portugal e 70 estão na Espanha, países com concentração de brasileiros. Nos demais países, a maioria dos centros tem brasileiros na direção, como no caso da Inglaterra e Escócia.

Nos EUA se observa o mesmo fenômeno...o espiritismo aparece onde tem concentração expressiva de brasileiros.

Portanto, fora do eixo da presença brazuca o espiritismo é insignificante e deve desaparecer em breve.

Citar
...

Para se ter uma ideia de que forma está traçado o mapa das casas espíritas no continente, na França existem atualmente 50 centros espíritas. Outros 13 estão no Reino Unido, 2 na Dinamarca, 6 na Suécia, 1 na Escócia, 9 na Suíça, 70 na Espanha, 140 em Portugal, 13 na Bélgica, 1 em Luxemburgo, 7 na Itália, 2 na Bielo-Rússia, 1 na Polônia, 2 na Áustria e 2 na Estônia.

http://www.folhaespirita.com.br/v2/q=node/393

e no Japão? Adivinha....

Citar
EC – O movimento espírita no Japão é nipo-brasileiro ou apenas de brasileiros que foram trabalhar por lá?
Mochileiro - Se compreendi bem sua pergunta, o movimento espirita no Japão é feito por brasileiros para brasileiros, sendo descendentes ou não.
http://espiritismocomentado.blogspot.com/2015/05/o-espiritismo-no-japao.html



Brandolini's Bullshit Asymmetry Principle: "The amount of effort necessary to refute bullshit is an order of magnitude bigger than to produce it".

Pavlov probably thought about feeding his dogs every time someone rang a bell.

Offline Fenrir

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Re:Festival de bizarrices e esquisitices espíritas (livros e palestras)
« Resposta #362 Online: 24 de Março de 2019, 07:30:06 »
Poderiamos perguntar quantos % perfazem os brasileiros nesses paises e desses brasileiros, quantos % são espíritas.
Aqui no Brasil eles seriam 3.8 em 190.7 milhoes, ou apenas 2%, de acordo com o censo de 2010. Mesmo na estimativa mais inflada que achei na net (nao guardei a fonte), 20 milhoes, daria grosso modo uns 10%
E tambem ha que se considerar se entrariam  ou nao na conta umbanda, santeria, cao dai e outras.
Definitivamente não é uma das grandes religiões.

Uma advertencia a nós, orgulhosos incréus:
Segundo uma dissidência espírita,
os espíritos que faliram pelo ateísmo, pelo orgulho e pelo egoísmo encarnaram em mundos primitivos como "criptógamos carnudos" (animais rastejantes assemelhados a lesmas.

Ou isso ou ir para o umbral.
Convertam-se enquanto ainda há tempo!
« Última modificação: 24 de Março de 2019, 07:33:27 por Fenrir »
"Nobody exists on purpose. Nobody belongs anywhere. Everybody's gonna die. Come watch TV" (Morty Smith)

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Offline montalvão

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Re:Festival de bizarrices e esquisitices espíritas (livros e palestras)
« Resposta #363 Online: 24 de Março de 2019, 10:28:06 »
Citação de: JungF
Assim como, na net, se aventa inverdades a respeito de Rizzini, qualquer depoimento em sentido contrario terá o mesmo valor.
Como disse antes, alguém que queira se posicionar com segurança sobre estes assuntos precisa investigar os prós e contras para ter alguma base para julgar, mas se não houver isenção e interesse na busca da verdade, sobrará troca de farpas e nada mais.
A verdade é como um pequeno diamante mergulhado num pântano: para alcançá-lo primeiramente precisamos decidir se vale a pena. Depois, muito trabalho.
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O que estamos aqui é exatamente o que pontifica, ou seja: confrontando prós e contras... se faltou algum pró a ser analisado mostre-o e o avaliaremos...
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Sobre Rizzini: como pessoa deve ter sido gente boa, o mesmo se diz de Luciano dos Anjos, nada obstante o temperamento de ambos. No que tange, porém, às ideias que acalentavam, não há dúvida e posso demonstrar, muito pobres e sem base firme!
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Você indicou Rizzini como demonstração de boa leitura a respeito das irmãs Fox. Eu digo que se enganou redondamente: Rizzini publica um livro com o título “As Irmãs Fox...” e o que fala a respeito são miudezas, e com vários erros! Portanto, não é boa referência...
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No trecho que postei ilustrativamente veem-se dois equívocos, um de exagero, outro de falta de informação, embora ele afiançara que havia investigado o caso... confira comigo:
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O EXAGERO:
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"- Pretende fazer sessões?" - perguntou o repórter.
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"- Não. Pretendo dedicar-me a trabalhos de propaganda na tribuna pública, pois, assim, terei melhor oportunidade de refutar as calúnias lançadas por mim contra o Espiritismo."
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E foi o que fez Margareth por longos anos.”
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Essa entrevista ocorrera em 1889, três anos e alguns meses depois Margareth morria... Então como poderia ter desmentido as calúnias, que ela mesmo levantara,  “por LONGOS anos”?
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A DESINFORMAÇÃO:
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“Margareth Fox, já idosa e sem recursos, viveu os últimos anos de sua vida com uma amiga reconhecida, Emily B. Ruggles, na State Street, 492, no Brooklyn. Morreu na quarta-feira de 8 de março de 1893, vítima de uma síncope cardíaca, às oito horas da manhã, quando contava quase sessenta anos de idade. Três dias depois o corpo seguiu para o cemitério de Greenwood, onde colhemos estas últimas informações. E AQUI TOPAMOS COM UM CASO MISTERIOSO... O corpo de Margareth ficou na cripta nº  8.840, seção 89. No dia 13 de dezembro, porém, - nove meses depois, foi ele removido pelo agente funerário M. Henry e Filho - mas os documentos do cemitério não nos contam "por ordem de quem" e nem "para onde"... E acresce que os agentes funerários M. Henry e Filho de há muito morreram. ONDE ESTÁ O CORPO DE MARGARETH FOX?
O CASO, REALMENTE, INTRIGA, JÁ QUE OS DEMAIS CEMITÉRIOS DE NOVA IORQUE FORAM POR NÓS VASCULHADOS.”
-----------------------------------
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A declaração testifica contra a capacidade investigativa de Rizzini, houvesse ele lido o livro de Barbara Weisberg não teria necessidade de vasculhar cemitérios, pois ela elucida claramente o alegado mistério! Veja:
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-----------------------------------
“Ruggles cuidou de Maggie naquela noite, 6 de março, e Merritt ficou com ela na noite seguinte. Poucas horas antes do amanhecer, às quatro e meia da manhã do dia 8 de março de 1853 [1893], Maggie morreu, aos 59 anos. Ela se foi em paz, es-creveria Merritt mais tarde, sem agonia. Seu coração se apa¬gou. O corpo de Kate foi removido de seu túmulo temporário, e, devido à gentileza de outro velho amigo, Joseph LaFumee, MAGGIE E SUA IRMÃ CAÇULA FORAM ENTERRADAS NO CEMITÉRIO NOVA-IORQUINO DE CYPRESS HILLS, NO BROOKLYN, JUNTAS NA MORTE COMO EM VIDA.”
-------------------------------------
.
Por fim, uma sugestão: se não vai comentar o texto inteiro, basta pôr um trecho, o suficiente para mostrar a que se refere seu opinativo. Fiz uma apreciação a respeito de Rizzini e apresentei trecho do livro por ilustração. Você repetiu tudo, só para postar pequena ponderação que nada toca na maior parte do escrito!

Offline montalvão

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Re:Festival de bizarrices e esquisitices espíritas (livros e palestras)
« Resposta #364 Online: 24 de Março de 2019, 11:05:52 »
Citar
Citação de: JungF
 Veja uma narrativa completa na obra "Kardec, Irmãs Fox e Outros" de Jorge Rizzini.
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Continuando com trechos do livro de Barbara Weisberg:
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Kate voltou da Inglaterra para os Estados Unidos em meados de outubro de 1888, e é inquestionável que o fez no intuito de formar uma frente comum com Maggie para atacar Leah e o espiritualismo, embora tenha negado estar a par do tumulto criado pelo artigo no Herald. [...]
.
Kate endossou a denúncia de Maggie de que o espiritualismo era uma teia de mentiras, dizendo que era “uma falcatrua do início ao fim”. Era verdade que Horace Greeley a tinha colocado na escola, contou Kate ao repórter, mas, de resto, o livro de Leah sobre a vida e o trabalho das irmãs Fox era completamente fantasioso.
.
Maggie prometera fazer uma aparição pública expondo o espiritualismo como fraude, e o evento tão anunciado aconteceu na Academia de Música de Nova York no dia 21 de outubro de 1888. Naquela manhã, o World publicou uma matéria de página inteira sobre as irmãs Fox, acompanhada de uma longa declaração de Maggie, escrita em primeira pessoa. Como as histórias contadas no seu The Love-Life of Dr. Kane e no The Missing Link in Modern Spiritualism de Leah, o conteúdo da confissão de Maggie era uma mescla de fato, invenção e ininteligibilidade.
.
Um dos objetivos principais foi desacreditar a irmã mais velha. Leah ousara dizer que Kate era uma mãe inepta, que maltratava os filhos. Apesar de todo o zelo dos guardiães do bem-estar das crianças da Sociedade Gerry, Maggie virou a mesa com a destreza de um espírito. Era Leah quem abusava de crianças inocentes, declarou ela, que manipulava garotas que não sabiam se proteger e ficavam impotentes sob a influência traiçoeira de adultos cruéis e egocêntricos.
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“Minha irmã Katie e eu éramos muito pequenas quando essa horrível farsa começou. Eu tinha oito anos, apenas um ano e meio a mais que ela”, começou Maggie, subtraindo cerca de cinco anos de suas verdadeiras idades à época.
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Ela e Kate eram arteiras, reconheceu Maggie, e gostavam de aterrorizar a mãe, uma mulher boa que se amedrontava facilmente. Mais tarde, Maggie se lembraria de como elas também gostavam de assustar a séria Lizzie, filha de Leah.
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Como crianças tão pequenas poderiam ser responsáveis por seu próprio comportamento? Uma vez estabelecido o seu mítico estado de inocência, Maggie deu sua versão sobre como as batidas começaram.
.
“De noite, quando íamos para a cama”, disse, “costumávamos amarrar uma maçã a um barbante e puxávamos a ponta do barbante para cima e para baixo, fazendo com que ela batesse no chão. Ou, então, nós deixávamos a maçã cair no chão, fazendo um barulho estranho toda vez que ela quicava”.
.
[...]
Deixar maçãs caírem, porém, não era o único truque na proverbial manga das irmãs Fox, ao menos de acordo com a declaração de Maggie ao World. Além de largarem maçãs, elas passaram a fazer sons de batidas com as juntas dos dedos — descoberta feita primeiro por Kate, com os dedos das mãos, e que ambas as meninas logo aprenderam a reproduzir com os dedos dos pés.
.
“As batidas são simplesmente o resultado de um controle perfeito dos músculos da perna abaixo do joelho”, contou Maggie, endossando o pesado jargão dos médicos de Buffalo e de outros expoentes da teoria dos estalos de juntas e ossos, “que governam os tendões dos pés e permitem a ação das articulações e dos ossos do calcanhar, que normalmente não são conhecidos”.
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Os vizinhos da família em Hydesville e em Rochester foram investigar as batidas, lembrou-se Maggie, mas sem resultado. “Ninguém suspeitava de que estivéssemos pregando uma peça, pois éramos meninas muito pequenas”, afirmou ela no World. “Fomos induzidas de propósito por Leah e, sem querer, por nossa mãe. Nós a ouvíamos dizer sempre: ‘Seria um espírito descorporificado que se apossou das minhas queridas meninas?’”
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Embora ela e Kate tenham adorado enganar os adultos, Maggie insistiu em ter sido Leah quem as forçara a continuar enganando, levando-as a Rochester, onde elas “eram exibidas para um bando de espiritualistas fanáticos. [...] A sra. Underhill chegava a ganhar de cem a 150 dólares por noite. Ela embolsou tudo”.
.
Leah desejava fundar uma nova religião, revelou Maggie. Com esse intuito, ela não só garantiu às irmãs mais novas que ela mesma recebia mensagens de espíritos, mas também tentou instilar nelas sua crença declarada nas visitações espirituais. Porém, ao mesmo tempo — e aqui Maggie ressaltou uma contradição espantosa —, Leah havia combinado truques, chegando a dar dicas para quando bater sim ou não nas sessões.
.
Quando estava com 13 anos, prosseguiu Maggie, dando início a um novo capítulo de sua história pessoal, ela conheceu o dr. Kane, a quem confiou imediatamente o seu ódio pelo espiritualismo. Dizendo-se viúva de Kane, como vinha fazendo havia muitos anos, Maggie expressou sua esperança de que, se “aqueles que amamos e morreram antes de nós puderem olhar para baixo e nos ver do Paraíso — se nós pudermos, algum dia, voltar a nos encontrar! —, eu sei que meu falecido marido está olhando para mim agora e me abençoando pela minha obra”.
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Depois da morte do marido, a pobreza a havia levado de volta à vida de médium. Ela vira tanta farsa, disse, concluindo sua declaração ao World, que resolveu “afirmar categoricamente que o espiritualismo é uma fraude da pior espécie”. E ela devia todos os seus infortúnios a Leah.
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Naquela noite de 21 de outubro de 1888, a Academia de Música estava abarrotada de combatentes ruidosos até o teto: espiritualistas convictos contra os que vieram triunfantes para ouvir Maggie Fox Kane, a médium internacionalmente famosa, tratar do que estava sendo chamado de “golpe mortal” no movimento.
.
[...]
Quando ela terminou a sua declaração, o dr. Richmond chamou vários médicos ao palco. Maggie tirou um sapato e colocou o pé, protegido apenas pela meia, sobre uma mesinha de pinho. Batidas agudas foram ouvidas pelo teatro. O repórter do New York Tribune escreveu que os sons foram se tornando mais altos, “deslocando-se pela parede e pelo telhado da Academia”.
.
Enquanto as batidas continuavam, os médicos examinaram solenemente os pés de Maggie — procedimento a que a platéia respondeu com riso sugestivo e comentários grosseiros. Então, Maggie subiu na mesa para outro exame, depois do qual os médicos anunciaram que as batidas eram produzidas, em realidade, pelo dedão do pé.
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Ninguém pareceu questionar se as batidas produzidas pelo dedão de Maggie eram complementadas por outros meios, se o próprio dr. Richmond poderia ter aliados no auditório dispostos a aumentar o tipo de sinfonia pela qual os espíritos haviam ficado famosos.
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Os médicos de Buffalo e C. Chaucey Burr, nos anos 1850, tinham acertado sobre juntas e músculos, ligamentos e tendões, das pernas e dos pés humanos. Adequadamente manipulados, eles podem, de fato, ser barulhentos. Em um teatro com boa acústica, mesmo os membros da platéia sentados ao fundo da galeria podem ouvir os atores estalarem os dedos. Mas exatamente quanto barulho o corpo humano tem de produzir para evocar um coro de vozes espirituais?
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Assim como elementos da confissão de Maggie podem ser questionados, é tentador se perguntar se ela ou o dr. Richmond teriam revelado todos os notáveis segredos dos barulhos misteriosos.
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A confissão de Maggie fornece peças novas e importantes para a resolução do quebra-cabeça. Quais peças se encaixam de maneira satisfatória? Quais não se encaixam de jeito nenhum? Será que as irmãs Fox realmente se dedicaram a uma fraude deliberada durante um período de quarenta anos? Se for esse o caso, quais foram os seus motivos, e como conseguiram preservá-la tão bem?
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Maggie alegou, em sua confissão, que ela e Kate foram vítimas da ambição e da ganância de Leah. Não havia a menor dúvida de que as duas meninas mereciam ser mais bem protegidas, mas permanecem perguntas menos evidentes sobre quem poderia, ou deveria, prover essa proteção, e contra que forças isso se daria em tempos de mudanças rápidas.
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[...]
A natureza tão pessoal das mensagens de Kate inevitavelmente suscita a possibilidade de que os seres invisíveis que falavam por seu intermédio representassem uma parte dela mesma, de que ela desenvolvera o que mais tarde veio a ser chamado de personalidade dupla ou personalidade cindida.
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Porém, no campo da psicologia, a existência de tal distúrbio é controversa; além disso, o inconsciente talvez seja a única entidade tão enganadora quanto um espírito.
[...]
Kate é a peça central do mistério das irmãs Fox. Ela foi a primeira, de acordo com Maggie, a produzir as batidas. A primeira médium, como disseram sua mãe, Capron e Leah. A irmã Fox que mais chamou a atenção dos investigadores, como Partridge e Greeley. Charlatã, mágica, médium
[...]
Alguns espiritualistas reagiram à confissão e às acusações de Maggie com compaixão. Várias semanas após sua apresentação na Academia de Música, o espírito de Samuel B. Brittan, antigo editor do Spiritual Telegraph, emitiu a sua opinião em uma sessão, supostamente comunicando-a do outro mundo — a Terra do Verão, como os espiritualistas o chamam.
.
“A vida não tem sido muito ensolarada” para as irmãs Fox, reconheceu o espírito. Embora Maggie seja uma médium autêntica, com maravilhosos poderes, “a hoste de espíritos que participava das sessões de Margaret Fox na fase inicial de sua carreira” não mais a acompanhava. “Outras inteligências invisíveis, sem escrúpulos no trato com a humanidade”, haviam se tornado seus companheiros traiçoeiros. As irmãs Fox, avisou o espírito de Brittan, tinham se tornado “falsas testemunhas”.
.
Outros espiritualistas mortais contra-atacaram dizendo que Maggie havia trocado de lado apenas por razões financeiras. Como ela parara de ganhar o suficiente como médium, argumentavam, ela resolveu se sustentar como um dos críticos mais ferrenhos do movimento. O Banner of Light anunciou que ela estava em turnê com o dr. Richmond, o dentista-mágico, para ganhar dinheiro em cima da demonstração do dedão do pé, mas que, em um das estadas, ela parecia tão mal que o recepcionista do hotel concluiu que ela era “uma vítima de dipsomania”.
.
Uma terceira estratégia adotada pelos espiritualistas foi lembrar, dentro do movimento e para o mundo em geral, que Kate e Maggie eram apenas incidentais à história do espiritualismo. Em uma declaração feita na Sociedade do Templo Espiritual de Boston, a médium R. S. Lillie lembrou à platéia que “essas meninas eram tão fundadoras do espiritualismo quanto as cadeiras, mesas ou rabanetes que foram atirados de um cômodo para o outro da casa [de Hydesville]”.
.
Com medo de que seus ouvintes não captassem direito a mensagem, a sra. Lillie ressaltou que Kate e Maggie “foram tão somente instrumentos nas mãos de inteligências invisíveis que antes obraram por intermédio de Andrew Jackson Davis e outros mesmerizados, tendo ele dado ao público os resultados espirituais de maior relevância”.
.
Leah manteve-se discreta e conseguiu evitar os conflitos e acusações de culpa, ao menos por parte de outros espiritualistas. Ela e o marido, Daniel, deram prosseguimento ao padrão que haviam estabelecido quando se casaram, em 1858, mais de trinta anos antes. Os dois recebiam seu grupo de amigos em sua confortável casa e enchiam o salão com o som de conversas animadas e, talvez, ainda com as eventuais batidas imortais. Um amigo mais tarde recordou que a mesa de Leah, a mesma em que as irmãs Fox haviam realizado suas sessões em Rochester, era grande e “raramente apresentava um lugar vago ao seu redor”.
.
Nos meses que se seguiram imediatamente aos eventos da Academia de Música, Kate andou viajando e dando palestras ocasionais contra o espiritualismo, indo inclusive a Rochester — a cidade onde os nomes dela e de Maggie começaram a construir sua reputação. Um cartaz gritante, ilustrado com um desenho de Kate em uma sessão de batidas com o czar russo, anunciava:
ESPIRITUALISMO MODERNO
Nascido em 31 de março de 1848
Falecido em Rochester em 15 de novembro de 1888
Aos 40 anos, 7 meses e 15 dias
Nascido do engodo
Morto de engodo
.
Em janeiro de 1889, entretanto, Kate escreveu a uma amiga dizendo que achava que poderia ganhar dinheiro provando que as batidas não eram feitas com os dedos. “Tantas pessoas vêm até mim para perguntar sobre a confissão de Maggie que eu tenho até que me recusar a falar com elas. Estão fazendo uma força enorme para expor a história toda, se puderem”, reclamou ela, acrescentando em seguida, sem explicação, “mas é claro que não podem”.
.
Um repórter do Rochester Democrat and Chronicle comentou que Kate estava “nas mãos de um acusador profissional do espiritualismo” e que ela falava de uma maneira treinada e inautêntica, como quem repete de cor, e não do coração. O repórter não indicou se, além de transmitir sua declaração, ela demonstrou a técnica do estalo de dedos, mas concluiu que Kate não perdera a fé nos espíritos.
.
A alguns espiritualistas parecia que a guerra de Maggie contra os espíritos também não fora autêntica. Em 6 de novembro de 1889, depois da confissão pública, Maggie se retratou do ataque devastador em uma entrevista conduzida na presença de Henry J. Newton, presidente da Primeira Sociedade de Espiritualistas nova-iorquina e membro da Academia de Ciência de Nova York. Sua esposa e duas outras testemunhas estavam presentes.
.
“Quem dera Deus pudesse me ajudar a desfazer a injustiça que cometi contra a causa do espiritualismo, sob a forte influência psicológica de pessoas que se opõem a ele”, admitiu Maggie. “Exprimi pronunciamentos que não têm fundamento nos fatos e que, na época, podiam expor ao descrédito os fenômenos espirituais.”
.
Sua decisão de se retratar, segundo ela, não foi tomada por vontade própria, e, sim, por um impulso vindo de seus guias espirituais. Senão, teria preferido evitar os insultos que já esperava ouvir contra ela de todos os lados — por parte de quem a encorajara na sua primeira confissão e dos espiritualistas que tentavam, agora, apaziguar.
.
Questionada sobre o motivo de sua retratação, se era para se vingar de quem lhe prometera recompensas financeiras ao expor o espiritualismo, Maggie fez questão de dizer que só queria esclarecer as coisas. Ela atribuiu parte da culpa pela primeira confissão, de maneira um tanto vaga, a poderosos católicos que a haviam pressionado a rejeitar o espiritualismo. E provável que, como ela alegara ter se convertido ao catolicismo, a Igreja, de fato, desaprovasse a sua prática continuada de realizar sessões. Falar com os mortos, para a Igreja Católica, era considerado mais uma questão de exorcismo do que de celebração.
.
Ela testemunhou que não foi subornada por espiritualistas ricos a fim de se retratar. Porém, admitiu candidamente que esperava ganhar algum provento ao retomar suas viagens e palestras — dessa vez, a favor do espiritualismo.
.
“Minha grande ambição é reparar o dano que causei”, disse, “mas o senhor sabe que até um instrumento mortal nas mãos dos espíritos precisa ganhar a vida”.
.
Acima de tudo, os espíritos continuavam sendo forças poderosas em sua vida, afirmou ela aos ouvintes. Longe de a terem abandonado por sua traição, eles às vezes batiam tão alto que chegavam a acordar os vizinhos.
.
A notícia da retratação de Maggie se espalhou, e, como ela previra, sua mudança de posição não a protegeu contra as agressões vindas de todos os lados. Um mágico muito conhecido, Joseph Rinn, afirmou que certa noite ele a fez entrar disfarçada, sob o nome falso de sra. Spencer, em um debate sobre o espiritualismo, evento bem-frequentado no Clube Liberal de Manhattan, um dos clubes políticos e sociais para cavalheiros nova-iorquinos. Rinn disse que ela estava tão cansada e acabada que nem seus amigos mais antigos a reconheceram. “A sra. Spencer”, quem quer que ela fosse, revelou muitos truques de seu ofício e explicou como os médiuns escreviam mensagens em lousas com os dentes ou os pés.
[...].
----------------------------------------------
.
Aí está, pois, caro Jung, informação de qualidade a respeito da saga das Fox. Veja a diferença entre estas e as medíocres pesquisas do Rizzini...

Offline Pedro Reis

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Re:Festival de bizarrices e esquisitices espíritas (livros e palestras)
« Resposta #365 Online: 24 de Março de 2019, 18:44:18 »
Esse é o caso das irmãs Fox, né?

Bem, não sei se já foi mencionado aí, mas há um ponto que para mim liquida a questão.

O fantasma seria um mascate de nome  Charles B. Rosma, assassinado apenas 4 anos antes na própria casa em que vivia a família Fox. E ainda por cima o espírito relata que seu corpo havia sido enterrado na adega. Ainda diz que seu assassino estaria vivo.

E tem mais:

Citação de: wikipedia
Então perguntei:  "Se foi um Espírito assassinado dê duas batidas". Estas foram dadas instantaneamente, produzindo um tremor na casa. Perguntei: "Foi assassinado nesta casa?" A resposta foi como a precedente. "A pessoa que o assassinou ainda vive?" Resposta idêntica, por duas batidas. Pelo mesmo processo verifiquei que fora um homem que o assassinara nesta casa e os seus despojos enterrados na adega; que a sua família era constituída de esposa e cinco filhos, dois rapazes e três meninas, todos vivos ao tempo de sua morte, mas que depois a esposa morrera.

Estranhamente ninguém nunca se lembrou de perguntar o nome da esposa, dos filhos e das filhas. Nem da cidade onde ele residia em vida.

Mas isso de fato foi irrelevante, porque com a proporção que o caso tomou a família do falecido Sr. Charles. B Rosma teria ficado sabendo. Seus amigos, empregador, clientes em toda a parte ( seria um caixeiro viajante ), todos ficariam sabendo do destino de Charles B. Rosma.

Mas nunca apareceu ninguém que tivesse conhecido esse homem. Pior ainda foi o sumiço do seu corpo que deveria estar enterrado na adega: nada, nem um fragmento de esqueleto foi encontrado depois do porão ter sido completamente escavado.

Qualquer depoimento se torna irrelevante depois da constatação de que Charles B. Rosma nunca existiu.




Offline JungF

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Re:Festival de bizarrices e esquisitices espíritas (livros e palestras)
« Resposta #366 Online: 24 de Março de 2019, 22:01:24 »
Esse é o caso das irmãs Fox, né?

Bem, não sei se já foi mencionado aí, mas há um ponto que para mim liquida a questão.

O fantasma seria um mascate de nome  Charles B. Rosma, assassinado apenas 4 anos antes na própria casa em que vivia a família Fox. E ainda por cima o espírito relata que seu corpo havia sido enterrado na adega. Ainda diz que seu assassino estaria vivo.

E tem mais:

Citação de: wikipedia
Então perguntei:  "Se foi um Espírito assassinado dê duas batidas". Estas foram dadas instantaneamente, produzindo um tremor na casa. Perguntei: "Foi assassinado nesta casa?" A resposta foi como a precedente. "A pessoa que o assassinou ainda vive?" Resposta idêntica, por duas batidas. Pelo mesmo processo verifiquei que fora um homem que o assassinara nesta casa e os seus despojos enterrados na adega; que a sua família era constituída de esposa e cinco filhos, dois rapazes e três meninas, todos vivos ao tempo de sua morte, mas que depois a esposa morrera.

Estranhamente ninguém nunca se lembrou de perguntar o nome da esposa, dos filhos e das filhas. Nem da cidade onde ele residia em vida.

Mas isso de fato foi irrelevante, porque com a proporção que o caso tomou a família do falecido Sr. Charles. B Rosma teria ficado sabendo. Seus amigos, empregador, clientes em toda a parte ( seria um caixeiro viajante ), todos ficariam sabendo do destino de Charles B. Rosma.

Mas nunca apareceu ninguém que tivesse conhecido esse homem. Pior ainda foi o sumiço do seu corpo que deveria estar enterrado na adega: nada, nem um fragmento de esqueleto foi encontrado depois do porão ter sido completamente escavado.

Qualquer depoimento se torna irrelevante depois da constatação de que Charles B. Rosma nunca existiu.
O esqueleto foi encontrado onde indicado; suposição por suposição digamos que fosse um desses mascates errantes, cada dia em um lugar... sem família que o prezasse, etc. Mas um fato salta à vista; verdadeira peregrinação se desencadeou e com a fama percorreram teatros, templos, pesquisadores e terminaram em Londres. Quem leu os relatos terá notado que foram quase supliciadas, tamanha as exigências do controle.

Raciocinem cá comigo: se os céticos aceitassem, sem toda essa algazarra, as irmãs Fox, Chico Xavier, as mesas girantes e o relatório de W. Crookes, não estaríamos discutindo Espiritismo, né?
Portanto aos que buscam apenas rebater, porque têm opinião formada, nada se pode dizer; mas àqueles que buscam a verdade dos fatos precisam investigar imparcialmente e então, ao final, se forem convencidos se ufanarão e caso contrário terão a consciência tranquila porque fizeram, debalde,  o que lhes competia.
Citação de: JungF
Assim como, na net, se aventa inverdades a respeito de Rizzini, qualquer depoimento em sentido contrario terá o mesmo valor.
Como disse antes, alguém que queira se posicionar com segurança sobre estes assuntos precisa investigar os prós e contras para ter alguma base para julgar, mas se não houver isenção e interesse na busca da verdade, sobrará troca de farpas e nada mais.
A verdade é como um pequeno diamante mergulhado num pântano: para alcançá-lo primeiramente precisamos decidir se vale a pena. Depois, muito trabalho.
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O que estamos aqui é exatamente o que pontifica, ou seja: confrontando prós e contras... se faltou algum pró a ser analisado mostre-o e o avaliaremos...
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Sobre Rizzini: como pessoa deve ter sido gente boa, o mesmo se diz de Luciano dos Anjos, nada obstante o temperamento de ambos. No que tange, porém, às ideias que acalentavam, não há dúvida e posso demonstrar, muito pobres e sem base firme!
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Você indicou Rizzini como demonstração de boa leitura a respeito das irmãs Fox. Eu digo que se enganou redondamente: Rizzini publica um livro com o título “As Irmãs Fox...” e o que fala a respeito são miudezas, e com vários erros! Portanto, não é boa referência...
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No trecho que postei ilustrativamente veem-se dois equívocos, um de exagero, outro de falta de informação, embora ele afiançara que havia investigado o caso... confira comigo:
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O EXAGERO:
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"- Pretende fazer sessões?" - perguntou o repórter.
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"- Não. Pretendo dedicar-me a trabalhos de propaganda na tribuna pública, pois, assim, terei melhor oportunidade de refutar as calúnias lançadas por mim contra o Espiritismo."
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E foi o que fez Margareth por longos anos.”
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Essa entrevista ocorrera em 1889, três anos e alguns meses depois Margareth morria... Então como poderia ter desmentido as calúnias, que ela mesmo levantara,  “por LONGOS anos”?
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A DESINFORMAÇÃO:
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“Margareth Fox, já idosa e sem recursos, viveu os últimos anos de sua vida com uma amiga reconhecida, Emily B. Ruggles, na State Street, 492, no Brooklyn. Morreu na quarta-feira de 8 de março de 1893, vítima de uma síncope cardíaca, às oito horas da manhã, quando contava quase sessenta anos de idade. Três dias depois o corpo seguiu para o cemitério de Greenwood, onde colhemos estas últimas informações. E AQUI TOPAMOS COM UM CASO MISTERIOSO... O corpo de Margareth ficou na cripta nº  8.840, seção 89. No dia 13 de dezembro, porém, - nove meses depois, foi ele removido pelo agente funerário M. Henry e Filho - mas os documentos do cemitério não nos contam "por ordem de quem" e nem "para onde"... E acresce que os agentes funerários M. Henry e Filho de há muito morreram. ONDE ESTÁ O CORPO DE MARGARETH FOX?
O CASO, REALMENTE, INTRIGA, JÁ QUE OS DEMAIS CEMITÉRIOS DE NOVA IORQUE FORAM POR NÓS VASCULHADOS.”
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A declaração testifica contra a capacidade investigativa de Rizzini, houvesse ele lido o livro de Barbara Weisberg não teria necessidade de vasculhar cemitérios, pois ela elucida claramente o alegado mistério! Veja:
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“Ruggles cuidou de Maggie naquela noite, 6 de março, e Merritt ficou com ela na noite seguinte. Poucas horas antes do amanhecer, às quatro e meia da manhã do dia 8 de março de 1853 [1893], Maggie morreu, aos 59 anos. Ela se foi em paz, es-creveria Merritt mais tarde, sem agonia. Seu coração se apa¬gou. O corpo de Kate foi removido de seu túmulo temporário, e, devido à gentileza de outro velho amigo, Joseph LaFumee, MAGGIE E SUA IRMÃ CAÇULA FORAM ENTERRADAS NO CEMITÉRIO NOVA-IORQUINO DE CYPRESS HILLS, NO BROOKLYN, JUNTAS NA MORTE COMO EM VIDA.”
-------------------------------------
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Por fim, uma sugestão: se não vai comentar o texto inteiro, basta pôr um trecho, o suficiente para mostrar a que se refere seu opinativo. Fiz uma apreciação a respeito de Rizzini e apresentei trecho do livro por ilustração. Você repetiu tudo, só para postar pequena ponderação que nada toca na maior parte do escrito!

Evidente, caro Montalvão, que não surpreende os textos contra as Fox, bem arquitetados. Essas histórias passadas são facilmente remontadas ao talante do que se pretende. Todos sabem que o Espiritismo sempre foi e será combatido de forma ferrenha, e porque?
Mexe com a opinião e abastança milenar de religiosos, mexe com a estrutura mental de intelectos bem formados, ri-se das tolas vaidades e do céu/inferno/satanás; abre um campo imenso a conjecturas e pesquisas onde a preguiça será obstáculo... afinal já temos nossa opinião, para que mudar?
A DE é de certa forma uma excrescência em relação ao pensamento padrão que ao abrir leiras ao extra dimensional assume foros de ficção, fantasia, superstição e desvarios. O que é ótimo para quem pretende refutá-la pelo menor esforço..

Novamente você convida à refutação dos argumentos apresentados em contrário, e eu digo: só existe uma forma de se convencer, e não será através de debates que não levam a lugar algum.
Comecem a frequentar os ambientes onde se possa constatar os fatos; apresentem suas dúvidas ali, respeitantes a procedimentos. Conversem com aqueles que presenciaram fatos, investiguem as cartas e leiam as obras que as mencionam.

Entenda o seguinte: nada material ganha-se em ser espírita, como milhões o são, mas diferente de outras crenças que constroem catedrais e pregam a teologia da prosperidade, aceita-se sem desesperação o infortúnio e a canseira da sobrevivência. Claro que não estou dizendo que não se deve buscar a melhor sorte, o trabalho bem remunerado, o lucro nos negócios, não. Digo que não se deve buscar atalhos pouco corretos para obtê-los.
Dirão: então não há espíritas milionários e desonestos? Não há grandes prédios que abrigam algumas das instituições espíritas, etc.
Uma coisa é a DE, outra coisa é o que alguns, proporcionalmente poucos na verdade, fazem dela.

Alguns dias atrás foi dito aqui que as instituições espíritas não permitem que se investigue seus procedimentos e citaram o Lar de Frei Luiz, no RJ.
Obviamente, um ambiente de recolhimento e oração, visando a interferência dos espíritos a favor dos necessitados presentes, alguém chega com gravadores, câmeras, vídeos e flashes... espera o quê?
Se quer conhecer, passe a frequentar; encontrará as portas abertas. Daí, faça o julgamento que convier.

Offline Gorducho

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Re:Festival de bizarrices e esquisitices espíritas (livros e palestras)
« Resposta #367 Online: 24 de Março de 2019, 22:51:02 »
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O esqueleto foi encontrado onde indicado
Em novembro de 1904 — donc 56 ans après...—foram encontrados a number of bones, but that there were only a few ribs with odds and ends of bones and among them a superabundance of some and a deficiency of others. Among them also were some chicken bones. There was nothing about the premises to indicate that they had been buried there, but might have been put there by boys in sport.
Conforme Editorial no Jornal da ASPR de 1909 referindo-se ao informe do médico contratado pela Occult Review pra analisar a alegada descoberta.
Citar
Obviamente, um ambiente de recolhimento e oração, visando a interferência dos espíritos a favor dos necessitados presentes, alguém chega com gravadores, câmeras, vídeos e flashes... espera o quê?
:ok: são lugares dedicados ao exercício de Fé.

« Última modificação: 24 de Março de 2019, 22:59:29 por Gorducho »

Offline Gigaview

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Re:Festival de bizarrices e esquisitices espíritas (livros e palestras)
« Resposta #368 Online: 24 de Março de 2019, 22:53:37 »
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Raciocinem cá comigo: se os céticos aceitassem, sem toda essa algazarra, as irmãs Fox, Chico Xavier, as mesas girantes e o relatório de W. Crookes, não estaríamos discutindo Espiritismo, né?

Nem o espiritismo nem coisa alguma...nada...não haveria conhecimento acumulado porque não existiria raciocínio crítico. E não estou exagerando. Aceitar esse tipo de bobagem abre precedente para a aceitação de outras bobagens.

Citar
Portanto aos que buscam apenas rebater, porque têm opinião formada, nada se pode dizer; ....

Dizer o que? Quem rebate e refuta com fatos, evidências e argumentos encerra o assunto. Não é preciso dizer nada.

Citar
....mas àqueles que buscam a verdade dos fatos precisam investigar imparcialmente e então, ao final, se forem convencidos se ufanarão e caso contrário terão a consciência tranquila porque fizeram, debalde,  o que lhes competia.

Os espíritas não buscam a verdade dos fatos, eles apenas querem confirmar aquilo que já acreditam.
Brandolini's Bullshit Asymmetry Principle: "The amount of effort necessary to refute bullshit is an order of magnitude bigger than to produce it".

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Offline Fenrir

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Re:Festival de bizarrices e esquisitices espíritas (livros e palestras)
« Resposta #369 Online: 24 de Março de 2019, 23:09:31 »
JungF se esquece ou talvez não saiba de que muitos aqui conheceram bem de perto o espiritismo (e outras religiões), alguns como o Gorducho tendo sido criados nele. Em muitos, o ceticismo e a perda da fé se desenvolveram bem gradualmente.
Então não cola sugerir que tinhamos nossas opiniões formadas (contra) desde o início, ou estavamos pre-dispostos a não aceita-lo, como sugere que estao aqueles que combatem o espiritismo e cujos relatos e escritos abundam nesse topico.
Por favor nos explique porque não somos mais espíritas, nós que tivemos as experiências que você sugere termos antes de julgar.
Eu mesmo frequentei centros espíritas kardecistas com regularidade em minha infância e adolescencia, li romances espíritas como o Matuto, que na época me deixaram bem impressionado, recebi passes, fui a festas e encontros organizados pelo centro. E há outros aqui que se envolveram bem mais profundamente que eu (inclusive alguns na Umbanda também).
E cá estamos a argumentar contra a DE.
Talvez nossos eus de anos ou décadas atrás estivessem fazendo coro com você.
Portanto, já fizemos sim o que sugeriu e tiramos nossas conclusões
« Última modificação: 24 de Março de 2019, 23:20:19 por Fenrir »
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Offline Gorducho

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Re:Festival de bizarrices e esquisitices espíritas (livros e palestras)
« Resposta #370 Online: 24 de Março de 2019, 23:20:33 »
Em casa ainda tinha as letras em cartolina pros trabalhos-do-copo mas que já não eram + feitos desde muitos anos. Titia era a médium mas já não morava na cidade, pois se casara e fora embora...
Mamãe que depois foi Evangelizadora chiquista c/2 cursos não participava pois sabia que esse tipo de trabalho atrai maus fluidos pra casa visto que só participam espíritos inferiores.
Vovó curou-se de cobreiro num Terreiro.
Um dos 1°s livros que li depois do 813 e sua sequela (cujo nome não me lembro agora) da série Arsène Lupin foi OU o Memórias de um Suicida — provavelmente...— ou o Martírio dos Suicidas, aos 9 ou 10. Vovó se impressionava profundamente...

E eu acreditava PIAMENTE naquilo tudo. Então quando falo não estou me jactando de nada. Mas é obvio que depois que se começa e estudar, e agora com acesso que não se tinha à literatura independente, sem depender de traduções feitas dos textos apologéticos  pelos adeptos, cai a ficha :ok:
Mas em mim ficou o hobby de estudar o assunto de verdade, com o acesso que se tem hoje às fontes sem filtragens.
« Última modificação: 24 de Março de 2019, 23:28:51 por Gorducho »

Offline montalvão

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Re:Festival de bizarrices e esquisitices espíritas (livros e palestras)
« Resposta #371 Online: 24 de Março de 2019, 23:44:41 »
Esse é o caso das irmãs Fox, né?

Bem, não sei se já foi mencionado aí, mas há um ponto que para mim liquida a questão.

O fantasma seria um mascate de nome  Charles B. Rosma, assassinado apenas 4 anos antes na própria casa em que vivia a família Fox. E ainda por cima o espírito relata que seu corpo havia sido enterrado na adega. Ainda diz que seu assassino estaria vivo.

E tem mais:
[...]
Estranhamente ninguém nunca se lembrou de perguntar o nome da esposa, dos filhos e das filhas. Nem da cidade onde ele residia em vida.
[...]
Mas nunca apareceu ninguém que tivesse conhecido esse homem. Pior ainda foi o sumiço do seu corpo que deveria estar enterrado na adega: nada, nem um fragmento de esqueleto foi encontrado depois do porão ter sido completamente escavado.

Qualquer depoimento se torna irrelevante depois da constatação de que Charles B. Rosma nunca existiu.
.
A história de Rosma (alguns grafam Rosna) está cheia de esquisitices e não terminou nos  idos de 1850. Naqueles dias especulou-se que o corpo do mascate estaria enterrado no porão, numa comunicação o espírito afiançara que seus ossos seriam achados brevemente. Várias tentativas de escavar o porão não deram frutos. No que teria sido a derradeira incursão acharam cacos de cerâmica e ossos, após abrirem enorme buraco. E a coisa ficou nisso, os crentes alegavam que os ossos eram do mascate, os críticos diziam ser de algum animal...
.
Cinquenta anos depois, o inusitado aconteceu, Weisberg conta:
.
-----------------------------------
"Em 1904, alunos de uma escola que brincavam ao redor da casa “mal-assombrada” de Hydesville se aventuraram a entrar no porão escuro. Uma parede que estava ruindo desmoronou:
.
Eureca! Um esqueleto foi revelado. De acordo com um artigo do Boston Journal, um médico foi consultado e estimou que os ossos tinham cerca de cinqüenta anos.
.
O homem que se mudara para a casa de Hydesville pouco depois que a família Fox foi embora tornou-se um espiritualis¬ta devoto, assim como seus filhos. Seu bisneto, um mágico que se apresentava com o nome de Gene Gordon, quebrou a tradição, mas ajudou a manter viva a memória de Kate e de Maggie ao narrar, em seu livro, as histórias sobre o espírito batedor de Hydesville que ouvira na infância. Os espíritos podem obrar por vias misteriosas."
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Offline Gigaview

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Re:Festival de bizarrices e esquisitices espíritas (livros e palestras)
« Resposta #372 Online: 25 de Março de 2019, 00:08:48 »
Citar
Evidente, caro Montalvão, que não surpreende os textos contra as Fox, bem arquitetados. Essas histórias passadas são facilmente remontadas ao talante do que se pretende. Todos sabem que o Espiritismo sempre foi e será combatido de forma ferrenha, e porque?
Mexe com a opinião e abastança milenar de religiosos, mexe com a estrutura mental de intelectos bem formados, ri-se das tolas vaidades e do céu/inferno/satanás; abre um campo imenso a conjecturas e pesquisas onde a preguiça será obstáculo... afinal já temos nossa opinião, para que mudar?

Bobagem.

Os ufólogos dizem a mesma coisa para explicar porque os alienígenas e seus discos voadores não aparecem explicitamente. Citam que isso mexeria com a igreja, sistemas de crenças, impactaria conhecimento humano, etc. É um argumento que serve para explicar a maioria das grandes conspirações em torno de "verdades" que não podem ser ditas abertamente.

Citar
A DE é de certa forma uma excrescência em relação ao pensamento padrão que ao abrir leiras ao extra dimensional assume foros de ficção, fantasia, superstição e desvarios. O que é ótimo para quem pretende refutá-la pelo menor esforço..

A DE não é nada demais além de um fenômeno de interesse da antropologia social, como a Umbanda, o Carnaval e o Samba. É uma crença folclórica que floresceu no Brasil depois de murcharem outros países. Essa conversa mole de "extra sensorial" com o foco piegas e melodramático de uma comunicação com os mortos são apelos que ficam ridicularizados diante da ausência de provas e evidências.

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Novamente você convida à refutação dos argumentos apresentados em contrário, e eu digo: só existe uma forma de se convencer, e não será através de debates que não levam a lugar algum.

O que foi apresentado pelos espíritas já foi refutado ao longo dos últimos 150 anos. Não há o que debater e se há debate é por conta da teimosia dos espiritas em não aceitar a refutação ou por empreender estratégias de proselitismo baseados em material falso e distorcido.

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Comecem a frequentar os ambientes onde se possa constatar os fatos; apresentem suas dúvidas ali, respeitantes a procedimentos. Conversem com aqueles que presenciaram fatos, investiguem as cartas e leiam as obras que as mencionam.

A maioria aqui já fez isso. Eu já fiz isso. Já perdi tempo estudando o espiritismo, já estive diante de médiuns, já presenciei "fenômenos" usados como evidências espirituais e confesso que só ví bobagem. Atualmente prefiro um bom show de mágica ilusionista.

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Entenda o seguinte: nada material ganha-se em ser espírita, como milhões o são, mas diferente de outras crenças que constroem catedrais e pregam a teologia da prosperidade, aceita-se sem desesperação o infortúnio e a canseira da sobrevivência.

Nada de errado em ser espírita. Acredite e seja feliz. É um direito seu, precioso, de liberdade de pensamento. Mas...só não apareça querendo provar alguma coisa sem provas, dizendo bobagens que podem ser contestadas cientificamente  ou historicamente em debates com céticos num fórum cético.

Dizer que o espiritismo é melhor do que outra crendice por causa disso ou aquilo também não tem fundamento. O espiritismo também tem seus podres e se desenvolve em torno de uma indústria editorial cujo lucro passa longe do assistencialismo.

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Claro que não estou dizendo que não se deve buscar a melhor sorte, o trabalho bem remunerado, o lucro nos negócios, não. Digo que não se deve buscar atalhos pouco corretos para obtê-los.
Dirão: então não há espíritas milionários e desonestos? Não há grandes prédios que abrigam algumas das instituições espíritas, etc.
Uma coisa é a DE, outra coisa é o que alguns, proporcionalmente poucos na verdade, fazem dela.

A DE continua fajuta mesmo supondo todas as boas práticas espíritas. Não é preciso DE para desempenhar essas boas práticas. Até os ateus podem se dedicar a elas.

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Alguns dias atrás foi dito aqui que as instituições espíritas não permitem que se investigue seus procedimentos e citaram o Lar de Frei Luiz, no RJ.
Obviamente, um ambiente de recolhimento e oração, visando a interferência dos espíritos a favor dos necessitados presentes, alguém chega com gravadores, câmeras, vídeos e flashes... espera o quê?

Espera-se a verdade. Se ninguém ainda conseguiu provar que existem fenômenos de materialização, como uma instituição consegue promover sessões de materialização com horário, local definido e anunciadas publicamente? Não é essa a prova que poderia calar definitivamente os céticos? Isso poderia promover uma verdadeira revolução no conhecimento humano, talvez a maior descoberta da história da humanidade. E aqui se encaixam novamente aqueles argumentos bobinhos da falta de interesse dos espíritos, do impacto nas crenças humanas, da cronologia inadequada para a revelação, etc.

E ainda assim as sessões acontecem só com platéias de crentes, no escurinho do teatro... :histeria: Mentira descarada.

Citar
Se quer conhecer, passe a frequentar; encontrará as portas abertas. Daí, faça o julgamento que convier.

Outra bobagem.

Quem acredita não precisa de provas, tanto que eles ficam no escuro. Quem quer saber a verdade precisa acender as luzes ou ter uma câmera com infravermelho para captar o básico daquilo que está acontecendo de fato e dispor de outros meios discretos de investigação para não espantar os "espíritos".
« Última modificação: 25 de Março de 2019, 00:14:57 por Gigaview »
Brandolini's Bullshit Asymmetry Principle: "The amount of effort necessary to refute bullshit is an order of magnitude bigger than to produce it".

Pavlov probably thought about feeding his dogs every time someone rang a bell.

Offline montalvão

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Re:Festival de bizarrices e esquisitices espíritas (livros e palestras)
« Resposta #373 Online: 25 de Março de 2019, 00:29:44 »
Citação de: JungF
Raciocinem cá comigo: se os céticos aceitassem, sem toda essa algazarra, as irmãs Fox, Chico Xavier, as mesas girantes e o relatório de W. Crookes, não estaríamos discutindo Espiritismo, né?
.
Por que céticos aceitariam, com ou sem algazarra, as asseverações espíritas sem analisá-las detidamente, a fim de tirarem conclusões seguras? O crente, aquele que não precisa de provas, portanto aceita qualquer arremedo, se sente atendido com a garantia de Crookes de que tomou “todas as precauções contra fraudes”; olvida o fato de que truques explicam melhor que espíritos os feitos das Fox; está convicto de que as mesas girantes se mexiam pela ação de desencarnados.. enfim, aceita acriticamente relatos antigos (e inverificáveis presentemente) como provas irrefutáveis. Quando instados a apresentar evidências atuais, conferíveis,  do que alegam não as têm, são obrigados a insistir no passado, recorrendo a toda sorte de frouxas alegações.
.
Veja só o caso presente: você nos trouxe Rizzini como se fora relato seguro da mediunidade das Fox, em contrapartida mostrei-lhe outro texto melhor documentado e amplamente informativo, e qual foi sua reação? Displicentemente faz de conta que as duas narrativas estejam no mesmo nível e considera a que não atende seus almejos místicos apenas “mais uma”. Adiante falo melhor a respeito.
.
Citação de: JungF
Portanto aos que buscam apenas rebater, porque têm opinião formada, nada se pode dizer; mas àqueles que buscam a verdade dos fatos precisam investigar imparcialmente e então, ao final, se forem convencidos se ufanarão e caso contrário terão a consciência tranquila porque fizeram, debalde,  o que lhes competia.
.
Depende do que entende por “opinião formada”, se esta foi formado por estudo e pesquisa então, provavelmente, é opinião bem embasada. O ruim é quando a parte vem com ideias preconcebidas, fruto de dogmas que aceitou mais por simpatia que por prudente avaliação, e quer impor essas ideias contra quaisquer objeções, mesmo aquelas muito bem fundamentadas!
.
Infelizmente, o que veja em sua tática discutitiva é isso: faz pouco caso dos argumentos que objetam sua fé, por mais firmes que sejam,  e dá elevado valor a ilustrações frouxas, as quais julga serem suficientes para legitimar a crença que abraçou!


Citação de: JungF
Evidente, caro Montalvão, que não surpreende os textos contra as Fox, bem arquitetados. Essas histórias passadas são facilmente remontadas ao talante do que se pretende. Todos sabem que o Espiritismo sempre foi e será combatido de forma ferrenha, e porque?
.
Exatamente como falei acima. Um texto muito bem documentado, qual o de Weisberg,  ganha a alcunha de “remontado”, enquando uma defesa piegas da mediunidade, caso de Rizzini, é qualificada de “narrativa completa”.
.
Se conseguir baixar o livro (tenho certa suspeita de que não se interessará pela leitura) verá que a autora documenta firmemente seu relato, cita diversas e variadas fontes, já Rizzini...

Offline Pedro Reis

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Re:Festival de bizarrices e esquisitices espíritas (livros e palestras)
« Resposta #374 Online: 25 de Março de 2019, 09:20:57 »
Citação de: JungF
O esqueleto foi encontrado onde indicado; suposição por suposição digamos que fosse um desses mascates errantes, cada dia em um lugar... sem família que o prezasse, etc. Mas um fato salta à vista; verdadeira peregrinação se desencadeou e com a fama percorreram teatros, templos, pesquisadores e terminaram em Londres. Quem leu os relatos terá notado que foram quase supliciadas, tamanha as exigências do controle.

Não Kimi, nossos colegas aí dizem o contrário: não acharam esqueleto nenhum.

Não se trata de suposição X suposição. É como se você dissesse que a versão os peritos criminais e investigadores que atuaram no caso Nardoni tivesse o mesmo valor da versão do casal de criminosos por se tratarem ambas de "suposições". Quando de um lado você tem um grande e minucioso conjunto de evidências cuidadosamente testadas e do outro uma história sem pé nem cabeça.

A questão não é que o homem talvez fosse um caixeiro viajante sem importância, praticamente esquecido pela família ( a mulher e os cinco filhos! ). Não, esta suposição é irrelevante.

O que seria improvável (podemos dizer impossível), é que a história de Charles B. Rosma estivesse correndo todo os Estados Unidos, estampada em todos os jornais com as irmãzinhas transformadas em celebridades do dia para a noite, e que passam a ser personalidades do show business nas próximas décadas e, durante esse tempo todo não aparecesse ninguém para dizer: "Hei, é o velho Charles lá de Orville que desapareceu há anos".

Não faz diferença se era ou não amado pela família. O que você está SUPONDO é que a mulher e os filhos jamais, até o fim da vida, ouviram falar do caso mais trepidante do país naqueles tempos: o fantasma Charles B. Rosma. Nem eles nem nenhum outro parente. Nem os vizinhos, nem os amigos, nem nenhum patrão, nenhuma antiga namorada, os seus fornecedores ou os clientes... ninguém. E só se pode supor uma única explicação racional para isso: Charles B. Rosma nunca existiu.

É como o caso do esqueleto. Então você tem um espírito que é capaz de se comunicar e passar informações detalhadas. Podemos concluir até que ele andou visitando a família e antigos amigos depois de morto, pois o espírito relata o falecimento da esposa depois de sua morte.

É um fantasma que tem como dizer seu nome, falar como foi sua vida e a família. Ainda conta quem o matou, quando, por quê, como foi morto, para onde foi arrastado, em que lugar foi enterrado... Mas como consequência disso logo há uma turba escavando cada centímetro do porão de uma família assustada, atrás da prova mais cabal dos relatos que o espírito se empenha tanto em tornar crível, porém ninguém encontra o corpo.

Mas isso não é o mais difícil de engolir. O mais complicado é que esse fantasma tão fluente e que se comunica com tanta facilidade, em nenhum momento, em todo o tempo em que os idiotas estiveram cavando, teve a ideia de avisar: "Não, não é aí. Eu estou enterrado é ali óh, bem naquele único cantinho que vocês estão se esquecendo de cavucar."

Hahahaha! Não, não é suposição supor que é ridículo!

Em vez disso a história registra que o fantasma se limitou a prever que: "Seu corpo seria encontrado em breve."

Bem, você argumenta que na época as meninas e este caso devem ter sido alvo de investigação rigorosa... Mas as pessoas não se aperceberem ou se importarem com estes "furos" enormes, com todas estas incongruências na história, sugere exatamente o oposto.

Veja bem, como pode ter havido um genuíno esforço investigativo se ninguém nunca sequer se lembrou de perguntar ao Charles em que cidade morava sua família e o nome da mulher e filhos? Ora, um espírito tão falante, tão solícito... e nenhum jornalista se interessa em contactar a viúva para confirmar todo o caso com uma entrevista bombástica!

Você acha mesmo que ninguém pensou nisso?

Pois vou te dizer como foi: é claro que algum repórter quis saber como encontrar os parentes do mais famoso fantasma da América. É óbvio que alguém solicitou essa informação às irmâzinhas... Mas não podiam dizer porque não havia ninguém para ser encontrado então, depois de alguma pouca insistência, o repórter não tinha mais dúvida sobre a farsa.

Daí ele chega na redação e comunica ao editor-chefe que vai denunciar a fraude só para ser advertido com ameaça de desemprego: "Você está louco ou é burro? Não vê que estamos vendendo 3x mais jornal com essa história? Nós temos é que pôr mais lenha nessa fogueira".

Da mesma forma se você mesmo diz que elas estavam fazendo turnês e lotando teatros, excursionando para fora do país e ganhando dinheiro; e o empresário ganhando, e os teatros lucrando, e os jornais vendendo... por que você  supõe que tenha havido tanto interesse em melar o bom negócio?

A história registra exatamente o oposto: ninguém jamais se interessou sequer por encontrar uma pessoa viva que tivesse conhecido Charles B. Rosmam. Algo que, caso o Sr. Charles tivesse mesmo existido, teria sido tarefa trivialmente simples.



 

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