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Certamente se refere ao Marco Arduin, que também usa o “pisilônimo” de Botânico...
O Botânico é inscrito aqui no CC.
Certa vez estávamos discutindo o caso Crookes quando ele deu detalhes:
As testemunhas não podiam realmente testemunhar nada, porque tudo acontecia em um gabinete por trás de uma cortina. Mas o fantasma materializado pela médium realizava proezas como escolher o livro do autor preferido de um dos presentes e jogar pela cortina.
E como se sabe que não era a própria médium que fazia isso? Bem, no gabinete havia um aparato onde a médium tinha que segurar duas manivelas por onde passava uma corrente elétrica. Se ela soltasse uma das manivelas a leitura de um galvanômetro que era atentamente observado por Crookes acusaria.
Então essa era a prova de Crookes de que não poderia ser ela a estar manipulando os objetos no gabinete. Porque muito estranhamente, para algo que se propõe a ser um experimento científico, ninguém podia ver nada. Tudo acontecia de forma oculta por uma cortina, exatamente como nas apresentações de mágicos.
Mas o Botânico, já se empolgando, me relatou que um dos presentes, cético inveterado e não se conformando com o que estava vendo, desobedeceu as orientações e espiou pela cortina.
O que você acha que ele viu?
Segundo Botânico algo muito surpreendente. ERA O PRÓPRIO FANTASMA QUEM SEGURAVA AS MANOPLAS, enquanto a Eva Fay passeava pelo escritório fazendo as estripulias. Ao que ele acrescentou: "Diferentemente do que seria o NORMAL. Diferentemente do que seria de se esperar."
Claro. Muito diferentemente. Afinal Eva Fay seria apenas a médium que agarrada nas manoplas entrou em transe e materializou o espírito. E então o fantasma estava ali para provar que fantasmas existem, jogando objetos para fora do gabinete e até escolhendo livros como que conhecendo as preferências literárias de alguns dos presentes.
Mas não foi isso que ele viu. A julgar por este relato oficial do "experimento" esse foi um caso único e jamais repetido na história dos fenômenos ectoplasmáticos.
Já deu para perceber o que aconteceu? O fantasma chegou lá e em vez de começar a fazer aquelas
artes típicas de fantasmas, se aproximou da médium e disse: "Olha, eu fico aqui segurando as
manivelas e você vai lá e faz a brincadeira, tá ok?"
Mas, ainda segundo o Botânico, o que a pessoa viu foi a médium se movimentando em uma espécie
de transe, como que controlada pelo fantasma que permanecia firmemente segurando as manoplas.
Nesse ponto eu fiquei muito admirado com a ingenuidade do Botânico. Porque até aquele momento ele jamais tinha percebido que esse próprio relato desmascara toda a farsa e ainda mostra como fizeram o truque.
Simplesmente Eva Fay tinha um ajudante que provavelmente já estava escondido no gabinete.
Este era o fantasma!
Porque, primeiramente, se o fantasma se materializou só para jogar objetos para fora da cortina, então era muito mais simples que tivesse apenas feito isso. Mas inexplicavelmente resolveu fazer algo simples do jeito difícil, e ficou segurando as manivelas enquanto usando poderes fantasmagóricos de controle da mente passou a marionetar Eva Fay em transe, de alguma forma controlando todos os seus movimentos.
Em segundo lugar, que eu saiba, nunca se ouviu falar que espíritos tenham esse tipo de poder.
Este é um exemplo espantoso de como pessoas inteligentes, como o Arduín, podem emburrecer sem limites quando querem acreditar em alguma coisa.
Se você contar isso a qualquer pessoa o que ela vai entender é que o intruso inesperado pegou a picareta no flagra, e esta imediatamente ao se deparar com o sujeito, fingiu estar em transe. Qualquer um questionaria porque o fantasma foi segurar as manoplas quando o mais fácil seria deixar ali a médium em transe. Qualquer um estranharia tudo se passar por trás de cortinas, já que supostamente era um experimento científico, e via de regra em um experimento deseja-se investigar o fenômeno tanto quanto possível. E Crookes era um cientista competente! Além disso qualquer pessoa perguntaria por que, em vez do espetáculo burlesco típico dos shows de mentalismo da época, o espírito simplesmente não saiu do gabinete e se apresentou aos presentes, tendo com estes uma conversa agradável.
Eu ainda fiz uma pergunta ao Botânico: como essa testemunha descreveu o fantasma? Como ele
era? Mas Arduin não soube responder... parece que ele não viu nada demais, que chamasse atenção,
naquela figura de um homem que muitos ainda imaginam ter sido um fantasma.
Porém se o fantasma estivesse nu, ou tivesse uma cabeça de rinoceronte, ou estivesse vestido
de centurião romano, ou fosse um índio apache, ou estivesse flutuando... bom, se algo extraordinário
na aparência do homem tivesse chamando atenção da testemunha certamente ele teria relatado.
Portanto podemos supor que o que ele viu foi um homem comum vestido de maneira comum. Ou seja,
com as roupas comuns de um inglês vitoriano. Ora, isso é hilário! Então o fantasma foi lá só
para não ser visto por ninguém, nem pela médium que estaria em transe, mas ainda se deu ao
trabalho de se materializar com as roupas da moda!
Mas o óbvio, de que se tratava de um comparsa, isso não passa pela cabeça de nenhum espírita.