Você parece ter lido meus posts e ter entendido mais ou menos...,
Se você está se referindo ao fato dos seus argumentos serem exemplos notáveis de bobagens a serem desprezadas, sim.
Desculpa aí qualquer coisa, colega. Não tive intenção de agredir ou ofender...
Mas diz aí, esse "sim" é mesmo um "sim, li e entendi mais ou menos" (mais pra menos, afinal você acha que são "bobagens a serem desprezadas"... )?
Ôh amigão, não há necessidade de se desculpar. Meu comentário pode ter lhe parecido ríspido mas foi só porque você o entendeu mais pra menos. Porém esclareço-o, para que você possa compreender mais. Talvez mais pra mais ou menos... Pois quando a compreensão começar a se tornar incômoda a sua mente "bugada" ( com o mesmo bug de todas as mentes humanas, incluindo a minha ) irá "resolver" este incômodo com argumentos. Mais uma vez demonstrando por meio deste simples experimento que alguns de seus argumentos são bobagens que uma mente não "bugada" deveria desprezar, uma vez que o crivo da realidade faria exatamente isso, caso você tivesse os meios para cometer a temeridade de testa-los.
Porém bobagens embrulhadas em argumentos não são privilégio seu, como já observei a origem do problema parece estar em algum "bug" evolucionário. Daí ter argumentado que deveríamos exercitar o bom senso de descer o ARGUMENTO de seu pedestal, prestando muito mais atenção nas motivações subjacentes do argumentador, que podem retornar informações mais verdadeiras e esclarecedoras.
O 'sim' foi de "sim, você está completamente certo". Não entendo alguns dos seus comentários, assim como outros também não entendem, como você mesmo não entende e se alguém achar que entende este é que não está realmente entendendo nada ( do que você diz e principalmente até do mundo ao redor ). O que os tornam uma ilustração perfeita do meu argumento sobre a futilidade das argumentações, uma vez que é possível argumentar tão habilmente para encontrar a verdade quanto para escapar dela.
Mas não se escapa de fato: a avestruz não escapa do leão enterrando a cabeça na areia. Ela só ignora a realidade enquanto não for engolida pela realidade. Literalmente.
Assim são os argumentos: úteis para negar aspectos indesejáveis da verdade. O que é perfeitamente possível até o ponto em que a pessoa seja obrigada a lidar com estes compartimentos de realidade que ela esconde atrás de biombos de argumentação.
Quem já desenvolveu um programa de computador sabe que o algoritmo é uma espécie de argumento que INSTRUI a máquina sobre como solucionar um problema. Mas se depois de testado o algoritmo não produziu a solução do problema é porque era apenas um argumento que CONVENCEU o programador de que ele teria encontrado a solução do problema. Essa é a diferença entre realidade e opinião: alguém pode se convencer da própria opinião equivocada, mas não tem como instruir a realidade a reproduzir o seu equívoco.
Como exemplo cito alguns argumentos que trocamos a respeito da conveniência ou não de se legitimar a chamada "cura gay", a favor da qual você argumenta ser uma medida autoritária do Estado sua alegada "proibição". Um argumento sem sentido e que se auto refuta, já que é facilmente demonstrável que nem proibição de fato há, muito menos por parte do Estado. Sendo notório que milhares de estabelecimentos religiosos oferecem terapias heterodoxas de cura gay, não sendo passíveis de nenhum tipo de punição tipificada em lei por essa prática.
Logo o único autoritarismo possível estaria na imposição, por força de projeto de lei, a uma entidade autônoma de classe de um tipo de terapia que foi voluntariamente rejeitada por esta entidade autônoma. Restrição esta porém que se aplica apenas aos terapeutas que voluntariamente desejem estar filiados a esta referida entidade para assim se beneficiarem do prestígio profissional de pertencer a uma categoria que é percebida pelo público leigo, como uma que pauta suas diretrizes terapêuticas em bases científicas. Não cabendo ao mérito dessa discussão se esta percepção é acurada ou não.
Portanto seria mais um contra senso o psicólogo querer desfrutar dessa credibilidade e ao mesmo tempo se recusar a seguir diretrizes estabelecidas pela entidade a qual ele voluntariamente pertence. Pois obviamente se cada um fizer aquilo que entende ser Psicologia deixa de existir qualquer critério para se definir o que é um profissional psicólogo, e com isso se extingue a própria credibilidade da Psicologia,não apenas do CFP. O que evidentemente não é do interesse de quem investiu tanto tempo e dinheiro estudando para um dia poder pertencer justamente a esta entidade e usufruir do benefício de ser por ela reconhecido.
Fato é que o CFP possui patrimônio próprio, é mantido com verba própria advinda de contribuição dos que obtém registro profissional nesta instituição, todos estes psicólogos. Uma instituição dirigida exclusivamente por psicólogos que por sua vez são eleitos em eleição indireta por representantes de todos os Conselhos Estaduais de Psicologia do país, sendo estes representantes todos psicólogos e eleitos em eleições diretas por outros psicólogos em seus respectivos estados.
E o seu argumento ainda quer sustentar que uma medida justificável contra o autoritarismo estatal seria um grupo de pastores evangélicos usar o poder do Estado para impor aos psicólogos aquilo que eles, evangélicos, acreditam que deva ser a Psicologia. Porque todos nós sabemos que quem está por trás dessa iniciativa é a famigerada bancada evangélica.
E provando de uma vez por todas a irremediável futilidade dos argumentos você ainda tenta manter de pé este apanhado de absurdos argumentando contraditoriamente que "saúde pública é da competência do Estado e não de órgãos autárquicos de classe", uma premissa que derruba todos seus argumentos prévios contra essa competência. Competência esta que você volta a questionar em um parágrafo seguinte, logo depois de ter se socorrido dela, quando a desautoriza no comentário abaixo:
Um absurdo ditatorial completo.
Vá perguntar aos desenganados pela medicina o que eles pensam disso [de ser da competência do Estado estabelecer normas seguras em questões de saúde pública] antes de ditar que "ninguém" acha isso errado.
Tirando o equívoco de você ter se referido aos desenganados quando na verdade quis mencionar os "enganados pela Medicina" oficial-estatal-ditatorial, que extrapolando os limites da competência do Estado se imiscui em assuntos de saúde pública ditando normas para o que seria considerado seguro ou não em Medicina, o que você também argumenta ser de competência do Estado muito embora apresente muitos outros argumentos mostrando que não deva ser, seu maior erro neste samba do crioulo doido é rejeitar a liberdade individual dos pesquisadores e psicólogos face à autoridade do Estado - liberdade que você
defendeu! - quando podem se associar livremente em entidades de classe e estabelecer ( apenas para os profissionais de sua própria categoria e a esta livremente subordinados ) o que é próprio e o que é impróprio no tocante a terapias.
Porque uma entidade de classe poderia ser até eu e você. Nós dois, Pedro Reis e pehojof, exercendo toda a nossa liberdade de sermos charlatães irresponsáveis a favor da qual você argumentou extensamente, poderíamos decidir que somos autoridades em pesquisa de terapias com caixa orgônica e então fundamos uma entidade da qual nos tornamos únicos membros. Nosso estatuto, acordado livremente entre nós, estabelece que se pode usar caixa orgônica pra curar tudo, até espinhela caída, só não pode curar gay. E também que se você usar a caixa para tratar um gay devo cassar o seu registro e se eu fizer o mesmo você está encarregado de cassar o meu.
Ok, tudo livre e democrático como você defende nos seus argumentos mas aí vem o Magno Malta e baixa a PL/666-24 me proibindo de cumprir o nosso combinado e tirar a sua carteirinha se você começar a enfiar viado e sapatão dentro da caixa.
Então você, um completo desorientado, pra minha total surpresa argumenta que esse é o certo, que se o Magno Malta não puder lhe impor a PL/666 você estaria vivendo debaixo de uma ditadura autárquica que você mesmo impôs a si mesmo!
Ora, lendo seus argumentos só o que há para entender é que sua argumentação é um notável exemplo de bobagem que deve ser desprezada. E se você, como eu, também argumenta que argumentos não são tão importantes você argumenta muito melhor do que eu exemplificando a exatidão desse argumento com seus argumentos estapafúrdios. Portanto se eu li seus posts e menos os entendi, mais compreenderia um argumento seu sobre a irrelevância dos argumentos caso tivesse lido algum.
Agora você entende porque a minha resposta foi "sim" e não foi a resposta de alguém que se sentiu ofendido ou hostilizado, apenas falei que se você concorda com o que eu disse e expressa essa concordância acreditando que concordei com você, então sim, você está de algum modo certo pois eu concordei várias vezes com você sobre a desimportância dos argumentos lendo seus posts e não dando importância a muitos deles.
Entretanto fui além e argumentei que mais importante que entender o argumento de alguém é identificar a motivação subjacente que o faz preferir este ou aquele argumento. No seu caso toda a motivação tem origem na frustração de ter sido um tecnólogo bem sucedido que porém gostaria de ser reconhecido como cientista, mas para isso a definição corrente de Ciência teria que ser reformada - ou abolida - para que o trabalho do engenheiro pudesse ser confundido com o do cientista.
E a barreira que lhe impede de se apresentar como cientista é a definição formal de Ciência estabelecida pelo método científico. Daí seu inconformismo constrói argumentos para rejeitar o método científico, argumentos que são completamente cegos para as consequências mais óbvias desse tipo de pretensão que surge DO e se volta PARA o próprio umbigo. O que nos leva ao desdobramento que se deu em nossa conversa sobre o tema tratado acima ( da cura gay ), que se converteu em uma discussão sobre se o método científico representava também uma imposição autoritária, com o JJ pitaqueando que seria uma imposição da "burocracia estatal" e você já obnubilado pelo seu inconformismo chegando a ponto de endossar este completo absurdo.
Esta questão é que é o ponto nevrálgico de onde seus argumentos a respeito de cura gay se derivaram inconscientemente. E a medida que formos demonstrando a necessidade e importância do método científico ( algo que já fiz suficientemente naquele outro tópico quando comparei Ciência com pseudo-Ciência usando uma hipotética caixa orgônica e mostrando que a única coisa que impede a primeira de descambar para a segunda é a delimitação do método ), você vai experimentar o incômodo intelectual que previ para esse experimento, logo no 1º parágrafo deste post, negando as nefastas consequências óbvias do que você propõe como uma Ciência ideal por meio de mais argumentos estapafúrdios que sempre poderão ser socorridos ( pelo menos dentro da sua cabeça ) por ainda outros argumentos estapafúrdios que levariam, se necessário fosse, a toda uma cadeia infinita de argumentos estapafúrdios.
É possível. Só não é possível rodar este software "bugado" no hardware da realidade e não obter como saída do programa todos os problemas que ele tem.