Sim, eu entendi a proposta e o que estou questionando é justamente como implantar? Apenas na minha cabeça "renda cidadã + redução da carga horária = maior concentração de riquezas"?
Mas não se resume a isto as bandeiras principais. Também tem, por exemplo, o aumento significativo dos rendimentos, principalmente à medida que mais automação fosse sendo aplicada na sociedade (o que seria buscado diretamente pelas instituições sociais).
Resumidamente: em tese, o micro/pequeno empreendedor desaparece - ele vai precisar de mais funcionários e ter que pagar melhores salários para atrair as pessoas menos motivadas a trabalhar. Não compensa, o melhor, para quem quiser uma renda extra, é trabalhar para os outros. Restam os médios/grandes empreendedores, com esses, possivelmente engolindo aqueles, porque alguém tem que pagar a conta - e naturalmente, os custos sempre são repassados.
Exatamente, micro e pequenos tenderiam a sumir. Os empregos que sobrassem nas grandes empresas (bem menos em quantidade) seriam muito mais disputados. Quem não quisesse se contentar com a renda universal digna que já recebesse pelo simples fato de existir, que fosse mais ganancioso que a média, deveria disputar estes empregos públicos e privados e ganhar, além da renda universal, um outro salário.
Prevejo a renda cidadã se tornando bolsa-família num curto/médio espaço de tempo
A renda universal teria que ser um valor que garantisse a pessoa ter uma vida de classe média nos padrões de hoje, pelo menos, na minha visão. Sem isto, realmente seria complicado.
com a maior parte das riquezas concentradas nas mãos de poucas grandes corporações automatizadas.
Aí é que entra uma taxação enorme na produção e na herança, para financiar a renda universal em padrões dignos. Além disso, outra bandeira é a estatização inicial de setores chaves da economia, como energia etc., portanto, nem tudo ficaria nas mãos privadas.
Resultado, ou as grandes corporações engolem o estado ou o contrário, de qualquer forma = ! Estou assumindo a função de prever o pior cenário possível, já que você assumiu a função inversa.
Aí é que entra a necessidade de Democracia Direta e ampla. Sem isto, não funciona de fato. Temos que usar o melhor da tecnologia para viabilizar isto, de todas a formas possíveis, com plebiscitos, recal, votando-se diretamente em idéias etc. O foco não deve ser a estatização simplesmente, mas a generalização da democracia, inclusive no acesso aos meios produtivos.
Se tudo correr bem, com o tempo mesmo as ultimas enormes corporações privadas serão estatizadas e controladas via democracia direta e por meio de IAs, até que com o tempo, em algum ponto decidindo-se democraticamente, não seja necessário mais nem renda universal, que tudo seja acessível para todos gratuitamente
Além disso, na minha visão de comunista cientificista, somente esta sociedade poderia proporcionar a possibilidade de, com o tempo, investirmos na criação de cidades testes altamente sustentáveis e cibernetizadas, que após devidamente testadas e analisadas, fossem expandidas para todo o planeta, dando início a um comunismo REAL globalizado, análogo ao que sugere o Projeto Vênus de Jacque Fresco.