Autor Tópico: Governo Bolsonaro  (Lida 112607 vezes)

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Offline -Huxley-

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #5225 Online: 04 de Julho de 2019, 12:51:23 »
Mas se você notar bem, é dito, "qual é o segredo do desenvolvimento chileno?" -- e o Chile não é a China. A similaridade é só ambos começarem com "Chi."


O exemplo da China mostra que  democracia não é sequer uma condição necessária.  Um país pode crescer economicamente, durante um longo período, mesmo sem ser democrático.



Quase todos os exemplos de "ditadura desemvolmentista" se referem a surtos de crescimento econômico, tal como o Brasil do período militar. Surto de crescimento econômico não é desenvolvimento sustentável, sobretudo se empurrar dívida pública para gerações futuras. Usar uma exceção como exemplo representativo é mesma coisa de dizer que as mulheres são mais altas do que os homens porque Nicole Kidman é mais alta que Tom Cruise.



Você  está  mudando minha afirmação,  o que eu afirmei:

a) "O exemplo da China mostra que  democracia não é sequer uma condição necessária" [ para se ter crescimento econômico significativo durante várias décadas]


Que falsifica em relação à afirmação:


b) Democracia é condição necessária para que um país tenha crescimento econômico significativo  durante várias décadas.


Basta um único exemplo para falsificar a afirmação em b.




O tempo ainda precisa testar a sustentabilidade do crescimento econômico da China. Os melhores modelos de crescimento econômico com democracia e chegada ao Primeiro Mundo ainda estão a anos-luz, em termos de corroboração, em comparação a China.

Mas, de qualquer forma, refutação de uma negativa universal com um exemplo é pouco informativo sobre a descrição de uma estrutura.
« Última modificação: 04 de Julho de 2019, 13:02:10 por -Huxley- »

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #5226 Online: 04 de Julho de 2019, 15:25:26 »
Mas se você notar bem, é dito, "qual é o segredo do desenvolvimento chileno?" -- e o Chile não é a China. A similaridade é só ambos começarem com "Chi."


O exemplo da China mostra que  democracia não é sequer uma condição necessária.  Um país pode crescer economicamente, durante um longo período, mesmo sem ser democrático.



Quase todos os exemplos de "ditadura desemvolmentista" se referem a surtos de crescimento econômico, tal como o Brasil do período militar. Surto de crescimento econômico não é desenvolvimento sustentável, sobretudo se empurrar dívida pública para gerações futuras. Usar uma exceção como exemplo representativo é mesma coisa de dizer que as mulheres são mais altas do que os homens porque Nicole Kidman é mais alta que Tom Cruise.



Você  está  mudando minha afirmação,  o que eu afirmei:

a) "O exemplo da China mostra que  democracia não é sequer uma condição necessária" [para se ter crescimento econômico significativo durante várias décadas]


Que falsifica a afirmação:


b) Democracia é condição necessária para que um país tenha crescimento econômico significativo  durante várias décadas.


Basta um único exemplo para falsificar a afirmação em b.





Exceções confirmam as regras.

Desde que não sejam muito numerosas.


Citar
https://en.wikipedia.org/wiki/Democracy_and_economic_growth

Democracy and economic growth and development have had a strong correlative and interactive relationship throughout history. While evidence of this relationship's existence is irrefutable,[1] economists' and historians' opinions of its exact nature have been sharply split, hence the latter has been the subject of many debates and studies.

[...]

A 2006 meta-analysis found that democracy has no direct effect on economic growth. However, it has strong and significant indirect effects which contribute to growth. Democracy is associated with higher human capital accumulation, lower inflation, lower political instability, and higher economic freedom. Democracy is closely tied with economic sources of growth, like education levels and lifespan through improvement of educative institutions as well as healthcare. "As democracy expands in developing countries, newly empowered workers are likely to demand better living conditions, health care, access to clean water, and so on—all conditions that contribute to increased life expectancy and, in turn, to increased productivity".[9] There is also some evidence that it is associated with larger governments and more restrictions on international trade.[10]

If leaving out East Asia, then during the last forty-five years poor democracies have grown their economies 50% more rapidly than nondemocracies. Poor democracies such as the Baltic countries, Botswana, Costa Rica, Ghana, and Senegal have grown more rapidly than nondemocracies such as Angola, Syria, Uzbekistan, and Zimbabwe.[11]

Of the eighty worst financial catastrophes during the last four decades, only five were in democracies. Similarly, poor democracies are half likely as nondemocracies to experience a 10 percent decline in GDP per capita over the course of a single year.[11]

[...]


Offline Buckaroo Banzai

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #5227 Online: 04 de Julho de 2019, 15:34:27 »
Dizer que Hong Kong usou o modelo de políticas verticais para crescer é FALSO. A industrialização de Hong Kong foi essencialmente liberal e com políticas horizontais, como mostra o livro texto universitário Macroeconomia: teoria e política econômica de Olivier Blanchard  numa seção chamada "O Conto de Duas Cidades". Cingapura, sim, foi um exemplo de política vertical e direcionamento estatal na Industrialização, mas as duas cidades-estado, a despeito de estratégias opostas de desenvolvimento, tiveram desempenho econômico similar.

Citar
https://eh.net/encyclopedia/economic-history-of-hong-kong/

...

Second, until the late 1960s, the government did not engage in active industrial planning. This was partly because the government was preoccupied with social spending on housing large flows of immigrants, and partly because of an ideological sympathy for free market forces. This means that Hong Kong fits outside the usual models of Asian economic development based on state-led industrialization (Japan, South Korea, Singapore, Taiwan) or domination of foreign firms (Singapore) or large firms with close relations to the state (Japan, South Korea). Low taxes, lax employment laws, absence of government debt, and free trade are all pillars of the Hong Kong experience of economic development.

In fact, of course, the reality was very different from the myth of complete laissez-faire. The government’s programs of public housing, land reclamation, and infrastructure investment were ambitious. New industrial towns were built to house immigrants, provide employment and aid industry. The government subsidized industry indirectly through this public housing, which restrained rises in the cost of living that would have threatened Hong Kong’s labor-cost advantage in manufacturing. The government also pursued an ambitious public education program, creating over 300,000 new primary school places between 1954 and 1961. By 1966, 99.8% of school-age children were attending primary school, although free universal primary school was not provided until 1971. Secondary school provision was expanded in the 1970s, and from 1978 the government offered compulsory free education for all children up to the age of 15. The hand of government was much lighter on international trade and finance. Exchange controls were limited to a few imposed by the U.K., and there were no controls on international flows of capital. Government expenditure even fell from 7.5% of GDP in the 1960s to 6.5% in the 1970s. In the same decades, British government spending as a percent of GDP rose from 17% to 20%.

...


Offline -Huxley-

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #5228 Online: 04 de Julho de 2019, 19:30:38 »
Dizer que Hong Kong usou o modelo de políticas verticais para crescer é FALSO. A industrialização de Hong Kong foi essencialmente liberal e com políticas horizontais, como mostra o livro texto universitário Macroeconomia: teoria e política econômica de Olivier Blanchard  numa seção chamada "O Conto de Duas Cidades". Cingapura, sim, foi um exemplo de política vertical e direcionamento estatal na Industrialização, mas as duas cidades-estado, a despeito de estratégias opostas de desenvolvimento, tiveram desempenho econômico similar.

Citar
https://eh.net/encyclopedia/economic-history-of-hong-kong/

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Second, until the late 1960s, the government did not engage in active industrial planning. This was partly because the government was preoccupied with social spending on housing large flows of immigrants, and partly because of an ideological sympathy for free market forces. This means that Hong Kong fits outside the usual models of Asian economic development based on state-led industrialization (Japan, South Korea, Singapore, Taiwan) or domination of foreign firms (Singapore) or large firms with close relations to the state (Japan, South Korea). Low taxes, lax employment laws, absence of government debt, and free trade are all pillars of the Hong Kong experience of economic development.

In fact, of course, the reality was very different from the myth of complete laissez-faire. The government’s programs of public housing, land reclamation, and infrastructure investment were ambitious. New industrial towns were built to house immigrants, provide employment and aid industry. The government subsidized industry indirectly through this public housing, which restrained rises in the cost of living that would have threatened Hong Kong’s labor-cost advantage in manufacturing. The government also pursued an ambitious public education program, creating over 300,000 new primary school places between 1954 and 1961. By 1966, 99.8% of school-age children were attending primary school, although free universal primary school was not provided until 1971. Secondary school provision was expanded in the 1970s, and from 1978 the government offered compulsory free education for all children up to the age of 15. The hand of government was much lighter on international trade and finance. Exchange controls were limited to a few imposed by the U.K., and there were no controls on international flows of capital. Government expenditure even fell from 7.5% of GDP in the 1960s to 6.5% in the 1970s. In the same decades, British government spending as a percent of GDP rose from 17% to 20%.

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Na descrição acima, não há menção à política industrial vertical. As políticas mencionadas beneficiaram não somente o setor industrial como um todo (política industrial horizontal), como também outros setores da economia, principalmente o setor de serviços (p.ex., o setor bancário, um ponto forte da economia do país).

Todas as políticas econômicas mencionadas acima apenas removeram os empecilhos envolvidos num conjunto genérico e intersetorial de vantagens comparativas potenciais.
« Última modificação: 04 de Julho de 2019, 19:33:54 por -Huxley- »

Offline Sergiomgbr

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #5229 Online: 04 de Julho de 2019, 19:45:12 »
Caramba a confusão é em relação a um "desenvolvimento econômico" X "expansão da economia", que são conceitos denotativamente diferentes(muito embora xonotativamente possam ser tomados como um sinônimo do outro. Um "desenvolvimento" da economia sugere axiomaticamente que esse desenvolvimento esteja inserido em e preserve o Pacto Social, equanto que expansão da economia pode ocorrer em regimes ilegítimos, fora do Pacto Social, fora do Estado pleno de direito.
Até onde eu sei eu não sei.

Offline JJ

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #5230 Online: 05 de Julho de 2019, 07:52:58 »
Caramba a confusão é em relação a um "desenvolvimento econômico" X "expansão da economia", que são conceitos denotativamente diferentes(muito embora xonotativamente possam ser tomados como um sinônimo do outro. Um "desenvolvimento" da economia sugere axiomaticamente que esse desenvolvimento esteja inserido em e preserve o Pacto Social, equanto que expansão da economia pode ocorrer em regimes ilegítimos, fora do Pacto Social, fora do Estado pleno de direito.


Ô   Sergio mg br ,    crescimento econômico é crescimento da produção de bens e serviços, o qual é medido pelo PIB,  e a China teve um enorme crescimento do PIB nos últimos 40 anos  (em termos de PIB  PPC  já ultrapassou os EUA), uma coisa que se pode  questionar no caso de um regime autoritário é  a questão da qualidade de vida  em relação à falta de liberdades individuais, mas crescimento na produção de bens e serviços é, sim, crescimento econômico, e este é um dos mais importantes problemas que os economistas procuram resolver.





« Última modificação: 05 de Julho de 2019, 08:44:09 por JJ »

Offline JJ

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #5231 Online: 05 de Julho de 2019, 08:28:53 »
Bolsonaro defende trabalho infantil, mas não propõe descriminalização


Brasil  04.07.19 20:41


Em sua live de hoje no Facebook, Jair Bolsonaro defendeu o trabalho infantil e disse não ter sido “prejudicado em nada” por ter colhido milho aos “nove, dez anos de idade” em uma fazenda de São Paulo, registra O Globo.

O presidente declarou ainda que “o trabalho dignifica o homem e a mulher, não interessa a idade”, mas acrescentou que não apresentaria nenhum projeto para descriminalizar a prática por saber que “seria massacrado”.


“Quando um moleque de nove, dez anos vai trabalhar em algum lugar tá cheio de gente aí ‘trabalho escravo, não sei o quê, trabalho infantil’. Agora, quando tá fumando um paralelepípedo de crack, ninguém fala nada”, disse Bolsonaro.


https://www.oantagonista.com/brasil/bolsonaro-defende-trabalho-infantil-mas-nao-propoe-descriminalizacao/


-----------------------------------



A forma como o Bolsonaro  apresentou  a questão, em uma live  e ainda dizendo que não apresentaria proposta,  não  me pareceu   adequada e bem pensada.  Considero que o tema possa sim ser debatido,  mas tem que ser de forma mais bem pensada e planejada.  E na fraca argumentação ele ainda cometeu o erro de usar a falácia da bifurcação conjugada com um espantalho.  Ou seja foi uma argumentação ruim.  Considero que uma boa parte da população não seria contrária à liberalização do trabalho para crianças a partir de certa idade e sob certas condições, e para adolescentes sob certas e adequadas condições. Mas, isto tem que ser apresentado de maneira inteligente sem o uso de falácias. 




« Última modificação: 05 de Julho de 2019, 08:43:11 por JJ »

Offline JJ

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #5232 Online: 05 de Julho de 2019, 09:27:51 »
É preciso admitir que o choque liberal no Chile só aconteceu por que o Pinochet gostou da idéia.


E no Brasil  também seria necessário um governo forte  (mas, não precisaria chegar aos extremos do Pinochet)  para implementar um liberalismo econômico forte,  pois,  as ideias e os grupos socialistas e/ou estatistas e/ou corporativistas  são relativamente fortes no Brasil.



Offline _Juca_

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #5233 Online: 05 de Julho de 2019, 09:31:16 »
É preciso admitir que o choque liberal no Chile só aconteceu por que o Pinochet gostou da idéia.


E no Brasil  também seria necessário um governo forte  (mas, não precisaria chegar aos extremos do Pinochet)  para implementar um liberalismo econômico forte,  pois,  as ideias e os grupos socialistas e/ou estatistas e/ou corporativistas  são relativamente fortes no Brasil.




JJ, quem sempre mais lutou contra um choque liberal foram os grandes empresários brasileiros, de todos os ramos, desde a agricultura até a mídia, nenhum deles nunca gostou muito de abertura econômica.

Offline JJ

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #5234 Online: 05 de Julho de 2019, 09:38:52 »
JJ, quem sempre mais lutou contra um choque liberal foram os grandes empresários brasileiros, de todos os ramos, desde a agricultura até a mídia, nenhum deles nunca gostou muito de abertura econômica.


O livre comércio é apenas uma parte das ideias liberais,  e mesmo este seria mais adequado se houvesse redução do Estado de modo que se pudesse reduzir , de forma   bastante   significativa,   a tributação sobre as atividades industriais  e agrícolas  (e também de serviços).  Havendo essa redução haveria redução da resistência desses grupos que tem sua competitividade reduzida em boa parte justamente por causa dos excessos tributários do Estado.



Offline Gigaview

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #5235 Online: 05 de Julho de 2019, 10:55:05 »
É preciso admitir que o choque liberal no Chile só aconteceu por que o Pinochet gostou da idéia.


E no Brasil  também seria necessário um governo forte  (mas, não precisaria chegar aos extremos do Pinochet)  para implementar um liberalismo econômico forte,  pois,  as ideias e os grupos socialistas e/ou estatistas e/ou corporativistas  são relativamente fortes no Brasil.



O Buck refutou a minha afirmação. A coisa  toda veio antes do Pinochet.
Brandolini's Bullshit Asymmetry Principle: "The amount of effort necessary to refute bullshit is an order of magnitude bigger than to produce it".

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Offline JJ

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #5236 Online: 05 de Julho de 2019, 11:43:55 »
O Buck refutou a minha afirmação. A coisa  toda veio antes do Pinochet.


Pode não ter começado a surgir as ideias com ele, mas, a implementação efetiva ocorreu no governo dele. E de qualquer forma, você acha que um governo, no sistema atual, conseguiria implementar um liberalismo econômico forte ?
« Última modificação: 05 de Julho de 2019, 11:51:17 por JJ »

Offline JJ

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #5237 Online: 05 de Julho de 2019, 12:23:14 »

Apoiando trabalho infantil, Bolsonaro é retrucado por brasileiros impacientes


 © AFP 2019 / Evaristo Sá

12:09 05.07.2019(atualizado 12:12 05.07.2019) URL curta
Pablo Rodrigues


Em transmissão ao vivo, o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, deu atenção especial ao trabalho infantil, considerando-o fundamental. Muita gente está criticando a ideia de Bolsonaro, que em nenhum momento citou educação como pilar para formação da criança.

Na última quinta-feira (4) de noite, Jair Bolsonaro se reuniu com os ministros Ernesto Araújo (Relações Exteriores) e Tarcísio Freitas (Infraestrutura), o secretário especial da Agricultura e Pesca, Jorge Seif, e uma intérprete de libras em transmissão ao vivo no Facebook intitulada "Assuntos da semana".

Em pouco menos de 40 minutos, o presidente comemorou a liberação da pesca de tainha em Santa Catarina, fez propaganda para as broas da irmã Dulce, que será canonizada em outubro pelo papa Francisco, defendeu trabalho infantil e projeto modificador das regras de trânsito e ignorou completamente o assunto mais esperado: a reforma da Previdência.

Dando atenção especial ao trabalho infantil, Jair Bolsonaro dividiu experiências pessoais de quando era pequeno e trabalhava "duro" na fazenda, o que não o prejudicou em nada, revelou. Para o presidente do Brasil, uma criança que trabalha ocasiona fortes críticas da sociedade, já uma que fuma "um paralelepípedo de crack", nem tanto.

A descriminalização do trabalho infantil, para Bolsonaro, poderia levá-lo ao massacre: "Fiquem tranquilos que eu não vou apresentar nenhum projeto aqui para descriminalizar o trabalho infantil, porque eu seria massacrado."

Jornalista Glenn Greenwald comparece ao Comitê de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, Brasília, 25 de junho de 2019


O compartilhamento do presidente do Brasil não foi recebido de braços abertos por muitos brasileiros, que não demoraram em criticá-lo com imagens e argumentos que não se encaixam na realidade vivida por ele.
A hashtag #trabalhoinfantil entrou rapidamente para os assuntos mais comentados de hoje no Twitter, com discussão calorosa de quem discorda ou concorda com o presidente do Brasil.

#trabalhoinfantil pra quem?

Enquanto o filho do rico tem que estudar pra virar doutor o filho do pobre tem que trabalhar para não virar vagabundo, é este tratamento desigual que Bolsonaro propõe.

É preciso que o filho do pobre tenha os mesmos direitos do filho do rico.

— Izanildo Sabino (@izanildosabino) 5 de julho de 2019
​Internauta diz ter notado com a defesa de Bolsonaro ao trabalho infantil por que ele é "sem cultura".

#trabalhoinfantil Defender trabalho infantil é igual a defender a escravidão. Uma criança deve estudar de preferência em tempo integral, para poder se tornar um cidadão crítico e social. Noto agora porque o Bolsonaro é o que é, uma pessoa sem cultura e que defende o lado errado.

— Cesar Costa (@cesarhocosta) 5 de julho de 2019
​Para internauta, trabalhar aos 10 anos não é mérito, e sim "desumano".

Para as pessoas que estão falando que trabalham desde os 12, 13 anos e estão muito bem hoje, ENTENDAM! Ser favorável a isso é desumano, pq isso aqui é #trabalhoinfantil : pic.twitter.com/iAqZq2XQhj

— Bruno está com sono (@brunostilinski) 5 de julho de 2019
​Não se trata de "ajudar na empresa do papai, ou na roça do titio".

Muita gente ai falando que começou a trabalhar cedo mimimi, gente, não tamo falando aqui de ajudar na empresa do papai, ou na roça do titio. São milhares de crianças exploradas em situações terríveis, que não vão trabalhar meio período e estudar a outra metade. #trabalhoinfantil

— Lua Marinho (@aluamarinho) 5 de julho de 2019
​A defesa de Bolsonaro ao trabalho infantil recebeu elogio de internauta que contou história do que passou quando criança.


Trabalho desde os 12 anos de idade, motivado por meus pais, para aprender que o dinheiro não nasce em árvore, mas é fruto de muito esforço e mérito. Mesmo trabalhando consegui fazer 3 faculdades e 3 especializações.
O esquerdismo é uma desgraça para os jovens.#trabalhoinfantil

— Pr. Glaucio Augsue (@glaucioaugsue) 5 de julho de 2019


​A Constituição Federal, em seu artigo 7º, proíbe no Brasil o trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de 18 anos e qualquer trabalho a menores de 16 anos, salvo na condição de aprendiz, a partir dos 14 anos.


https://br.sputniknews.com/brasil/2019070514169346-apoiando-trabalho-infantil-bolsonaro-retrucado-brasileiros-impacientes/





Eu concordo com o juízo de valor do  Pr. Glaucio Augsue.     :ok:




Offline Buckaroo Banzai

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #5238 Online: 05 de Julho de 2019, 17:36:18 »
Como o pessoal que analisa a entrada do país na OECD vê essa passação de pano para trabalho infantil e violência doméstica?








Dizer que Hong Kong usou o modelo de políticas verticais para crescer é FALSO. A industrialização de Hong Kong foi essencialmente liberal e com políticas horizontais, como mostra o livro texto universitário Macroeconomia: teoria e política econômica de Olivier Blanchard  numa seção chamada "O Conto de Duas Cidades". Cingapura, sim, foi um exemplo de política vertical e direcionamento estatal na Industrialização, mas as duas cidades-estado, a despeito de estratégias opostas de desenvolvimento, tiveram desempenho econômico similar.

Citar
https://eh.net/encyclopedia/economic-history-of-hong-kong/

...

Second, until the late 1960s, the government did not engage in active industrial planning. This was partly because the government was preoccupied with social spending on housing large flows of immigrants, and partly because of an ideological sympathy for free market forces. This means that Hong Kong fits outside the usual models of Asian economic development based on state-led industrialization (Japan, South Korea, Singapore, Taiwan) or domination of foreign firms (Singapore) or large firms with close relations to the state (Japan, South Korea). Low taxes, lax employment laws, absence of government debt, and free trade are all pillars of the Hong Kong experience of economic development.

In fact, of course, the reality was very different from the myth of complete laissez-faire. The government’s programs of public housing, land reclamation, and infrastructure investment were ambitious. New industrial towns were built to house immigrants, provide employment and aid industry. The government subsidized industry indirectly through this public housing, which restrained rises in the cost of living that would have threatened Hong Kong’s labor-cost advantage in manufacturing. The government also pursued an ambitious public education program, creating over 300,000 new primary school places between 1954 and 1961. By 1966, 99.8% of school-age children were attending primary school, although free universal primary school was not provided until 1971. Secondary school provision was expanded in the 1970s, and from 1978 the government offered compulsory free education for all children up to the age of 15. The hand of government was much lighter on international trade and finance. Exchange controls were limited to a few imposed by the U.K., and there were no controls on international flows of capital. Government expenditure even fell from 7.5% of GDP in the 1960s to 6.5% in the 1970s. In the same decades, British government spending as a percent of GDP rose from 17% to 20%.

...


Na descrição acima, não há menção à política industrial vertical. As políticas mencionadas beneficiaram não somente o setor industrial como um todo (política industrial horizontal), como também outros setores da economia, principalmente o setor de serviços (p.ex., o setor bancário, um ponto forte da economia do país).

Todas as políticas econômicas mencionadas acima apenas removeram os empecilhos envolvidos num conjunto genérico e intersetorial de vantagens comparativas potenciais.

Eu não postei isso como "refutação" do que você havia afirmado, mas complemento/corroboração, mais "ressalvas".

Offline JJ

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #5239 Online: 10 de Julho de 2019, 09:51:53 »
Bolsonaro vai indicar um ministro “terrivelmente evangélico” para o STF


Brasil  10.07.19 09:31


Jair Bolsonaro prometeu indicar um ministro “terrivelmente evangélico” para o STF:

“O estado é laico, mas nós somos cristãos. Ou, para plagiar a minha querida Damares: nós somos terrivelmente cristãos. E esse espírito deve estar presente em todos os poderes. Por isso, o meu compromisso: poderei indicar dois ministros para o Supremo Tribunal Federal. Um deles será terrivelmente evangélico.”


https://www.oantagonista.com/brasil/bolsonaro-vai-indicar-um-ministro-terrivelmente-evangelico-para-o-stf/

Offline Gigaview

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #5240 Online: 10 de Julho de 2019, 10:05:52 »
Menos ruim...poderiam ser 2 ministros terrivelmente evangélicos.

Brandolini's Bullshit Asymmetry Principle: "The amount of effort necessary to refute bullshit is an order of magnitude bigger than to produce it".

Pavlov probably thought about feeding his dogs every time someone rang a bell.

Offline JJ

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #5241 Online: 10 de Julho de 2019, 10:26:06 »
Bolsonaro e um novo aceno à bancada evangélica


Brasil  10.07.19 10:00

Deputados e senadores da frente parlamentar evangélica foram convidados por Jair Bolsonaro para um novo encontro no Palácio do Planalto: será um café da manhã nesta quinta-feira.


https://www.oantagonista.com/brasil/bolsonaro-e-um-novo-aceno-a-bancada-evangelica/

Offline JJ

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #5242 Online: 10 de Julho de 2019, 16:39:28 »
‘Tenho vergonha do que eu recebo no Exército’, diz Heleno


Brasil  10.07.19 16:01


Em sua audiência de hoje na Câmara, Augusto Heleno foi questionado sobre quanto ganhava quando era diretor do Comitê Olímpico.

“Comecei ganhando cerca de R$ 30 mil”, disse o atual chefe do GSI, segundo o BuzzFeed. O general acrescentou que, com os aumentos ao longo do tempo, quando saiu de lá seu salário era de “R$ 51 mil, 50 e poucos mil reais”.

“Eu ganhava honestamente, trabalhava muito no COB, formamos mais de mil gestores esportivos, formamos mais de 300 treinadores. Eu não tenho vergonha nenhuma de ter sido bem pago, como os senhores aqui [deputados], a grande maioria, não têm vergonha [de serem bem pagos]”, continuou Heleno.

“Eu tenho vergonha do que eu recebo no Exército”, prosseguiu. “Mostrar pro meu filho que eu sou general do Exército e ganho, líquido, R$ 19 mil, eu tenho vergonha.”



https://www.oantagonista.com/brasil/tenho-vergonha-do-que-eu-recebo-no-exercito-diz-heleno/
« Última modificação: 10 de Julho de 2019, 16:45:27 por JJ »

Offline JJ

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #5243 Online: 10 de Julho de 2019, 16:43:39 »
Só  na  aposentadoria do exército o agente público ganha 9 vezes o valor médio do salário do trabalhador brasileiro, e ainda assim o agente público acha que é pouco e vergonhoso.

Os caras se acham um tipo de nobreza que merece ser  muitíssimo bem sustentada pelo  "3° estado" . E ainda tem gente que bajula e puxa saco desses agentes públicos.

 :no:


« Última modificação: 10 de Julho de 2019, 16:46:33 por JJ »

Offline Pedro Reis

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #5244 Online: 10 de Julho de 2019, 16:53:44 »
Menos ruim...poderiam ser 2 ministros terrivelmente evangélicos.



"Terrivelmente"... Pela primeira vez concordo com Bolsonaro em alguma coisa.

Muito apropriado o advérbio.

Offline Pedro Reis

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #5245 Online: 10 de Julho de 2019, 16:58:39 »
Por falar em Bolsonaro... que coisa cafona ele tirar foto com o time na final da Copa América.

Ouviu vaias e aplausos na Maracanã. Deve ter notado que os aplausos estão diminuindo e as vaias aumentando.

E não dá para dizer que eram petistas. Com ingresso a 600 reais é muito difícil que houvesse petista no estádio. Até porque todos os petistas que podem pagar 600 reais por um ingresso estão presos.


Offline Pedro Reis

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #5247 Online: 10 de Julho de 2019, 17:17:10 »
R$ 600 um ingresso? Santa motherfucking mãe de niggerfaggot Deus.

Na verdade o mais barato custava R$260 e o mais caro R$890.

Mas aposentado podia pagar meia-entrada.

https://globoesporte.globo.com/futebol/copa-america/noticia/comite-organizador-vai-colocar-1700-ingressos-a-venda-para-a-final-da-copa-america-no-maracana.ghtml

Offline Arcanjo Lúcifer

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #5248 Online: 10 de Julho de 2019, 17:19:40 »
Não entendo o que faz um cara comprar entradas, sair de casa, pegar fila e arriscar tomar uma paulada no meio dos cornos ao invés de assistir em casa em um telão,  com uma pizza e uma garrafa de vinho para acompanhar.

E ainda ficar meia hora na fila do wc.

Offline Geotecton

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #5249 Online: 10 de Julho de 2019, 17:24:36 »
Por falar em Bolsonaro... que coisa cafona ele tirar foto com o time na final da Copa América.

Ouviu vaias e aplausos na Maracanã. Deve ter notado que os aplausos estão diminuindo e as vaias aumentando.

E não dá para dizer que eram petistas. Com ingresso a 600 reais é muito difícil que houvesse petista no estádio. Até porque todos os petistas que podem pagar 600 reais por um ingresso estão presos.

Pagar 600 reais para assistir uma porcaria de jogo de futebol é um sinal claro de imbecilidade.
Foto USGS

 

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