A cornitude está em se trair a pátria, votando "sim" no questionário que mencionei no post de 11:30:49. Concordar em trair a pátria e ainda dá razão a um gringo protecionista sofista qualquer.
Então vamos falar sobre trair a pátria...
As consequências que te atingem como resultado daquilo que você faz é o que importa realmente. Pra você!
Imagine que o senhor seja vítima de um assalto à mão armada: o ladrão é um marginal, quer o que não lhe pertence, aquilo que não trabalhou para obter e covardemente, por ter um revólver e você não, simplesmente decide ficar com o que é seu.
Você sabe que não há justificativa moral para roubo e mesmo assim entrega sua carteira ao bandido. Por quê? Ora, porque se não o fizer você morre. E estando uma vez morto, de quê adianta conservar a carteira?
Em um momento como esse, qualquer pessoa em sã consciência entende que é responsabilidade e interesse dela conservar a própria vida. Que está dependendo de suas próprias decisões. Não é comum alguém pensar numa situação dessas: "
Não vou entregar meu dinheiro porque se o marginal atirar ele vai estar errado e eu estarei certo. A condenação moral é toda sobre o bandido, e não sobre mim, trabalhador honesto que se recusa a ser assaltado."
Duvido que você seja tão burro para não entender que o problema com essa atitude seria o resultado de se converter em um honesto morto para fazer do ladrão um desonesto vivo e com o seu dinheiro.
Mas espantosamente seu argumento aqui vai nessa mesma linha: "
Ora, não importa se o Brasil vai sofrer retaliações comerciais pesadas, não importa se acordos deixarão de ser firmados, não importa nem mesmo se tudo isso no futuro ameaçar até a nossa soberania territorial porque a condenação moral deve recair sobre os hipócritas!"
Sério mesmo? É isso?
Acho muito discutível afirmar que a política ambiental desse governo não é mais desastrosa (se considerarmos apenas os danos ambientais) que a de administrações anteriores. Mas é tanto discutível quanto irrelevante no presente contexto. Porque se for verdade que antecessores destes que estão aí foram tão negligentes com os problemas ambientais quanto Bolsonaro está prometendo ser, isto só demonstraria irrefutavelmente que é a inabilidade política de Bolsonaro o fator responsável por essa crise inédita. E se Bolsonaro está sendo ainda mais inconsequente com o problema ambiental que antecessores, então some-se este problema à sua inabilidade política e o resultado é o mesmo: culpa do Bolsonaro!
O que essa crise mais uma vez demonstra é que o despreparo e inconsequência do presidente é um risco real para o país. Não se trata mais de um deputado idiota falando em "fuzilar 30 mil" e mais o FHC... Agora é o chefe do poder executivo querendo declarar guerra à Venezuela! E se fosse só por ele (e sua prole), o Brasil estaria agora enfiado em um conflito militar de desdobramentos imprevisíveis mas muito arriscados. E o pior: sem ter nada a ganhar nem em caso de sucesso ou de insucesso, fazendo o papel ridículo de trair a pátria como capanga dos EUA. O único desdobramento previsível, se esta aventura tivesse sido levada adiante, seria o desastre econômico. Pois como disse Rodrigo Maia, não havia condições nem para 1 dia de guerra. No meio da pior crise econômica e uma recessão resiliente, se mísseis russos derrubassem 2 dos aviãozinhos que o Lula comprou, o prejuízo já equivaleria a um ano do contingenciado orçamento da Educação. Guerra é um dos empreendimentos humanos mais caros, e só desse sujeito ter cogitado a possibilidade já demonstra que ele é tão desqualificado para esse cargo quanto um balconista de lanchonete seria para o cargo de embaixador.
É o mesmo presidente que, sem nenhum estudo prévio, prometeu transferir embaixada para Jerusalém. Algo com implicações tão sérias que só os EUA de Trump fizeram. Os EUA e mais 5 micro-pseudo países aos quais o Brasil de Bolsonaro vergonhosamente iria se juntar. Podemos considerar reduzir o status diplomático do Brasil ao de uma Ilhas Marshal ou da Mirconésia, uma traição à pátria?
O que é fato é que ele não levou em consideração que mais de 10% do superávit comercial vem do que é vendido aos árabes e que ainda há muita margem para expandir estas exportações. E político fazer promessa sem intenção de cumprir é normal, o que é estupidamente anormal é o Bolsonaro ter feito a promessa tresloucada com a mais firme intenção de cumpri-la. Novamente o país só se salvou de mais esta traição por conta da pressão do núcleo militar, mas que não foi suficiente para impedir o mongolóide de ser levado pelo Netanyahu para assinar um livro dando aval (em nome do Estado brasileiro!) para a destruição de um dos mais importantes patrimônios históricos da humanidade, e o segundo em importância local sagrado para 700 milhões de muçulmanos. Uma traição pusilânime tão grande ao próprio país que essa nem o Trump se arriscou a fazer.
Agora a dificuldade que o Bozo tem para fazer as avaliações mais elementares coloca o país no centro de uma crise internacional grave e muito perigosa. E se fosse só pela cabeça dele, hoje estaríamos encalacrados numa guerra na América do Sul (talvez perdendo pra uma Venezuela com apoio de russos e chineses), sofrendo retaliação comercial dos árabes que são essenciais para o nosso agronegócio, e teríamos cortado relações comerciais com a China a conselho do guru Olavo, país que atualmente nos é mais importante que o Estados Unidos e também ainda dando munição para todos os protecionistas da União Europeia. Ou seja, mais ou menos o Bozo poderia transformar o Brasil em um país que só perderia em isolamento para a Coreia do Norte.
Em 2022 os ruralistas teriam devastado metade da Amazônia para produzir aquilo que não teriam para quem vender. Com o país quebrado chafurdando em uma interminável crise econômica responsável (em 2022) por mais de 30 milhões de desempregados, o anti-bolsonarismo histérico e patriótico finalmente estará bombando.
E anti-bolsonarismo é o sinônimo de quê?