https://www.agazeta.com.br/es/politica/janot-diz-que-pensou-em-matar-a-tiros-gilmar-mendes-dentro-do-stf-0919
Ele dá depoimentos diferentes:
Naquele dia, cheguei ao meu limite. Fui armado para o Supremo. Ia dar um tiro na cara dele e depois me suicidaria. Estava movido pela ira. Não havia escrito carta de despedida, não conseguia pensar em mais nada. Também não disse a ninguém o que eu pretendia fazer”, conta o ex-PGR.
Janot também afirmou que tentou mudar a arma de mão quando não conseguiu atirar com a destra. “Esse ministro costuma chegar atrasado às sessões. Quando cheguei à antessala do plenário, para minha surpresa, ele já estava lá. Não pensei duas vezes. Tirei a minha pistola da cintura, engatilhei, mantive-a encostada à perna e fui para cima dele. Mas algo estranho aconteceu. Quando procurei o gatilho, meu dedo indicador ficou paralisado. Eu sou destro. Mudei de mão. Tentei posicionar a pistola na mão esquerda, mas meu dedo paralisou de novo. Nesse momento, eu estava a menos de dois metros dele. Não erro um tiro nessa distância. Pensei: ‘Isso é um sinal’. Acho que ele nem percebeu que esteve perto da morte”, lembra.
https://oglobo.globo.com/brasil/ia-dar-um-tiro-na-cara-dele-gilmar-depois-me-suicidaria-revela-janot-23978058
Depoimentos completamente contraditórios entre si, qual supostamente é pra se acreditar?
Me causa um certo desconforto ver isso ser equiparado a um esfomeado pensar em roubar um bolo e continuar andando.
Não que tenha se constituído crime, repetindo, pois parece que não ficou claro. Ser "igualmente" não crime não torna os comportamentos iguais, seja em uma análise meramente moral ou mesmo de preocupações com segurança ou questionamentos sobre adequações legais.
Tecnicamente, mesmo alguém que presentemente queira te matar e só não o tenha feito ainda porque não surgiu a oportunidade para fazê-lo e sair impune é "igualmente inocente" àquele que queria te matar, mas mudou de idéia porque tem Jesus no coração. Ou alguém que nunca nem pensou em te matar. É algo que ocorre fora do campo de visão da justiça. Se bem que dizem que é cega, então seria o caso com tudo, mas enfim...
Mesmo que o caso fosse crime, ele não seria tratado igualmente. No caso o tipo de crime poderia ser até o mesmo "Tentativa de crime abortada", mas no caso do roubo do bolo, a pena seria menor, no caso do assassinato, menor. Tal como homicídios culposo e doloso tenham penas diferentes, embora sejam igualmente homicídios.
O que se questiona aqui não é a equivalência dos atos em termos de grau, não são iguais e mesmo que fossem crimes não seriam tratados igualmente. A questão aqui é um ser "digno" de ser crime e o outro não. Para o STF, a confissão de um ato não tentado do Janot no passado seria "crime", mas é obvio que, no exemplo do bolo, se a pessoa pega o bolo da loja e fica a postos para correr pra fora e no momento final, por qualquer razão que seja, desista, isso não seria considerado crime. É apenas a "conveniência" do entendimento(ilegal, mas não vem ao caso) do STF nesse acontecimento.
Como assim "como assim"? Vai me dizer que a impossibilidade de ler as mentes dos criminosos e prever o que vão fazer não é conveniente a que eles ponham em prática os crimes?
Mas qual é o ponto? A consideração "correta" pra um "não defensor de bandidos" seria: Que pena que não é possível ler a mente das pessoas, isso torna crimes mais fáceis de serem feitos...?
É o mesmo que dizer "Que pena que existam armas"; "Que pena que existam drogas" "Que pena que existam explosivos" etc...
Repetidas vezes já mencionei que passou de só algo "na cabeça," mesmo que não tenha chegado a consumação plena. A citação do jornal deixa isso claro.
Novamente, a fim de deixar claro, isso aparentemente não configura já um crime, uma vez que os atos preparatórios que ele conduziu em si eram legais. Isso é uma limitação prática da realidade que favorece ao planejamento e execução de crimes, não algo a ser "comemorado," mesmo que não seja possível ser de outra forma (sem viver num "estado prisional").
No caso você não entendeu o que eu disse aqui, todo o planejamento estava na mente do Janot, o alvo, horário, atuação...etc, ninguém mais sabia. Crime ou não crime seria impossível prever o ato dele, pois foi abortado, e não mais tentado.
Ninguém(bom, eu pelo menos) está comemorando o fato de não ser possível prever as ações de alguém como o Janot. O que se questiona aqui é usar o estado contra alguém que confessou ter "quase" feito alguma coisa no passado, de maneira convenientemente adaptada para servir o STF, e instaurada de maneira ilegal. O problema aqui é o STF poder ter o entendimento que quiser sobre o que considera crimes e agir "todo poderoso" de maneira a atingir o seu alvo. Seria até minimamente razoável se o Janot ainda fosse PGR, e o destituíssem do cargo por isso, mas ele já não é mais. É escancarada a diferença de tratamento em relação a, por exemplo, o caso do Aécio que foi GRAVADO dizendo que iria mandar matar alguém, e nada foi feito, inclusive nem foi feito qualquer tipo de apreciação ou julgamento sobre. Questiona-se aqui a atuação completamente arbitrária da suprema corte, a comparação a uma ditadura não vem apenas sobre esse caso, mas o excesso sem escrúpulos ou repercussão ás ações que eles tomam. O histórico é horrível
Fatiamento do Impeachment da Dilma, inconstitucional
; Instauramento de inquérito das "Fake news" onde o supremo(orgão público) é a vítima, o acusador e o investigador
; Uso de inquérito ilegal pra investigar contas de redes sociais que ofenderam a "honra" do STF (não existe "honra" de repartição pública)
; Censura a Crusoé em virtude da reportagem sobre atos questionáveis do Toffoli; Ignorar arquivamento SOLICITADO PELA PGR do inquérito ilegal das "Fake news"
; Criar PRAZO de 90 dias para a investigação de inquérito ilegal
; Criar uma regra processual retroativa(inconstitucional) que, arbitrariamente delimita a ordem que dois réus delatores devem falar, sem que se mostre nenhum prejuízo a defesa, podendo ser usada para anular inúmeras condenações
; Realizar busca e apreensão, além de censura a livro, de um ato não criminoso abortado não realizado há dois anos atrás
O problema aqui é esse: Não há limites ao STF, ele age como se fosse dono da república.
Acho que li em algum jornal que não seria, a menos que os atos preparatórios em si fossem crimes. Mas o PCC, planejando assassinatos, e não concretizando, é tão inocente de assassinato não-realizado quanto Janot.
O que o estado pode fazer, ciente do plano do PCC ou do Janot de matar alguém, não é já condená-lo por isso, que não é crime em si, mas ações diversas para tentar impedir, dentro do legal, ou, das eventuais esticadas "ditatoriais".
Acho que o STF não julgou o Janot como culpado por tentativa de assassinato.
No caso do PCC, poderia ser considerado ameaça, mas não sei ao certo.
De qualquer forma, mesmo que não tenha sido julgado, o STF realizou busca e apreensão e confisco de pertences em relação a um fato que não ocorreu e que não é crime, além de estar tentando instaurar censura a um livro.