Autor Tópico: Governo Bolsonaro  (Lida 112662 vezes)

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Offline Buckaroo Banzai

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #6600 Online: 02 de Outubro de 2019, 08:59:51 »
Depoimentos completamente contraditórios entre si, qual supostamente é pra se acreditar?

A entrevista passou por um processo editorial menor, é algo mais espontâneo, e então mais confiável.





Me causa um certo desconforto ver isso ser equiparado a um esfomeado pensar em roubar um bolo e continuar andando.

Não que tenha se constituído crime, repetindo, pois parece que não ficou claro. Ser "igualmente" não crime não torna os comportamentos iguais, seja em uma análise meramente moral ou mesmo de preocupações com segurança ou questionamentos sobre adequações legais.

Tecnicamente, mesmo alguém que presentemente queira te matar e só não o tenha feito ainda porque não surgiu a oportunidade para fazê-lo e sair impune é "igualmente inocente" àquele que queria te matar, mas mudou de idéia porque tem Jesus no coração. Ou alguém que nunca nem pensou em te matar. É algo que ocorre fora do campo de visão da justiça. Se bem que dizem que é cega, então seria o caso com tudo, mas enfim...

Mesmo que o caso fosse crime, ele não seria tratado igualmente. No caso o tipo de crime poderia ser até o mesmo "Tentativa de crime abortada", mas no caso do roubo do bolo, a pena seria menor, no caso do assassinato, menor. Tal como homicídios culposo e doloso tenham penas diferentes, embora sejam igualmente homicídios.

O que se questiona aqui não é a equivalência dos atos em termos de grau, não são iguais e mesmo que fossem crimes não seriam tratados igualmente. A questão aqui é um ser "digno" de ser crime e o outro não. Para o STF, a confissão de um ato não tentado do Janot no passado seria "crime", mas é obvio que, no exemplo do bolo, se a pessoa pega o bolo da loja e fica a postos para correr pra fora e no momento final, por qualquer razão que seja, desista, isso não seria considerado crime. É apenas a "conveniência" do entendimento(ilegal, mas não vem ao caso) do STF nesse acontecimento.

Sem dúvida que haveria diferenças significativas quando quer que as ações de planejamento ou tentativa roubo de bolo versus de assassinato puderem ser consideradas crimes.

Mas não sei se houve qualquer "julgamento" do STF, ao que parece foram medidas executivas cautelares, que sim, podem ter tido exageros, mas acho natural diante da confissão, talvez até em algo desejável pelo efeito de intimidação.




Como assim "como assim"? Vai me dizer que a impossibilidade de ler as mentes dos criminosos e prever o que vão fazer não é conveniente a que eles ponham em prática os crimes?

Mas qual é o ponto? A consideração "correta" pra um "não defensor de bandidos" seria: Que pena que não é possível ler a mente das pessoas, isso torna crimes mais fáceis de serem feitos...?

É o mesmo que dizer "Que pena que existam armas"; "Que pena que existam drogas" "Que pena que existam explosivos" etc...

Mais ou menos. Dentro do mais pragmático é uma estranheza em ver uma confissão de "quase tentativa" (dedo paralisado) de assassinato ser defendida contra os "abusos contra os direitos humanos" como se por trás houvesse a mesma inocência de uma menina escoteira vendedora de biscoitos que cuida de animais feridos nos fundos da casa, que nunca cogitou matar ninguém, nem ficou com o dedo de cada mão paralisado ante a tentativa de fazê-lo.

Lembra um pouco as caricaturas de "defesa dos direitos dos bandidos," "aquele rapaz, que é uma vítima da sociedade, estava apenas verificando a o foco da mira telescópica do rifle, porque é um entusiasta da astronomia, ele nem sequer planejava em atirar em ninguém em que aparentemente "mirava," a polícia não tinha o direito de atirar contra ele; mesmo que ele estivesse pensando em atirar, ainda não havia feito, e portanto é tão inocente quanto o nosso illustríssimo Janot, no que tange o crime de assassinato."

Ou aquelas de, "se o sistema judiciário violentamente viola o sigilo telefônico de uma indefesa e frágil mulher presidenta da república, imagine o que eles podem fazer com a cidadã ou o cidadão ou x cidadx(x) comum."

A mim o mais alarmante é ficar evidenciado como podem legalmente ter armas pessoas com esse desequilíbrio mental.

Por pouco que o Brasil talvez não fosse o único país NO MUNDO a ter tido assassinato não só no congresso mas também na suprema corte! :brasil:

Um entre algo em torno de 60 mil anuais, mas ainda assim, um novo recorde.

(Acho)





Repetidas vezes já mencionei que passou de só algo "na cabeça," mesmo que não tenha chegado a consumação plena. A citação do jornal deixa isso claro.

Novamente, a fim de deixar claro, isso aparentemente não configura já um crime, uma vez que os atos preparatórios que ele conduziu em si eram legais. Isso é uma limitação prática da realidade que favorece ao planejamento e execução de crimes, não algo a ser "comemorado," mesmo que não seja possível ser de outra forma (sem viver num "estado prisional").

No caso você não entendeu o que eu disse aqui, todo o planejamento estava na mente do Janot, o alvo, horário, atuação...etc, ninguém mais sabia. Crime ou não crime seria impossível prever o ato dele, pois foi abortado, e não mais tentado.

Ninguém(bom, eu pelo menos) está comemorando o fato de não ser possível prever as ações de alguém como o Janot. O que se questiona aqui é usar o estado contra alguém que confessou ter "quase" feito alguma coisa no passado, de maneira convenientemente adaptada para servir o STF, e instaurada de maneira ilegal. O problema aqui é o STF poder ter o entendimento que quiser sobre o que considera crimes e agir "todo poderoso" de maneira a atingir o seu alvo. Seria até minimamente razoável se o Janot ainda fosse PGR, e o destituíssem do cargo por isso, mas ele já não é mais. É escancarada a diferença de tratamento em relação a, por exemplo, o caso do Aécio que foi GRAVADO dizendo que iria mandar matar alguém, e nada foi feito, inclusive nem foi feito qualquer tipo de apreciação ou julgamento sobre. Questiona-se aqui a atuação completamente arbitrária da suprema corte, a comparação a uma ditadura não vem apenas sobre esse caso, mas o excesso sem escrúpulos ou repercussão ás ações que eles tomam. O histórico é horrível

Inclusive tem outros crimes confessos por Janot aí, de prevaricação (a favor de Temer e Aécio Neves), que seriam mais concretos, mas estão deixando passar.

Talvez as manobras pretensamente justificadas por segurança até sirvam de cortina de fumaça. Ao menos por aqui parece que se falou mais delas do que da prevaricação, então teria funcionado em algum grau.

https://veja.abril.com.br/politica/rodrigo-janot-confessou-crime-de-prevaricacao-diz-lider-do-cidadania/



Fatiamento do Impeachment da Dilma, inconstitucional
; Instauramento de inquérito das "Fake news" onde o supremo(orgão público) é a vítima, o acusador e o investigador
; Uso de inquérito ilegal pra investigar contas de redes sociais que ofenderam a "honra" do STF (não existe "honra" de repartição pública)
; Censura a Crusoé em virtude da reportagem sobre atos questionáveis do Toffoli; Ignorar arquivamento SOLICITADO PELA PGR do inquérito ilegal das "Fake news"
; Criar PRAZO de 90 dias para a investigação de inquérito ilegal
; Criar uma regra processual retroativa(inconstitucional) que, arbitrariamente delimita a ordem que dois réus delatores devem falar, sem que se mostre nenhum prejuízo a defesa, podendo ser usada para anular inúmeras condenações
; Realizar busca e apreensão, além de censura a livro, de um ato não criminoso abortado não realizado há dois anos atrás

O problema aqui é esse: Não há limites ao STF, ele age como se fosse dono da república.

E mais: https://exame.abril.com.br/brasil/gilmar-suspende-processos-que-miram-flavio-bolsonaro-no-caso-queiroz/

Acho que talvez todas essas coisas sejam piores do que os abusos contra a inocente tentativa de assassinato confessa.




Acho que li em algum jornal que não seria, a menos que os atos preparatórios em si fossem crimes. Mas o PCC, planejando assassinatos, e não concretizando, é tão inocente de assassinato não-realizado quanto Janot.

O que o estado pode fazer, ciente do plano do PCC ou do Janot de matar alguém, não é já condená-lo por isso, que não é crime em si, mas ações diversas para tentar impedir, dentro do legal, ou, das eventuais esticadas "ditatoriais".


Acho que o STF não julgou o Janot como culpado por tentativa de assassinato.

No caso do PCC, poderia ser considerado ameaça, mas não sei ao certo.

De qualquer forma, mesmo que não tenha sido julgado, o STF realizou busca e apreensão e confisco de pertences em relação a um fato que não ocorreu e que não é crime, além de estar tentando instaurar censura a um livro.

Bem, eu acho isso o de menos. De tudo, talvez o mais justificável, qualquer que seja a eventual justificativa/desculpa legal. É dada alguma?

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #6601 Online: 02 de Outubro de 2019, 09:06:46 »
O Shut The Fuck poderia re-legalizar os duelos para resolver esses conflitos internos.

Vai bem de acordo com o clima nostálgico pró-neo-monarquia que vivemos.

Offline Entropia

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #6602 Online: 02 de Outubro de 2019, 19:38:15 »
Citar
https://www.oantagonista.com/brasil/urgente-por-6-a-5-supremo-anula-condenacao-de-ex-gerente-da-petrobras/

Urgente: Por 6 a 5, Supremo anula condenação de ex-gerente da Petrobras

Por 6 votos a 5, o Supremo anulou a condenação de Márcio Ferreira, ex-gerente da Petrobras, por ter apresentado alegações finais no mesmo prazo de seus delatores.

Ficaram vencidos os ministros Edson Fachin (relator), Cármen Lúcia, Luis Roberto Barroso, Luiz Fux e Marco Aurélio Mello.

Dias Toffoli agora vai propor uma orientação para definir em que extensão outras condenações, em processos semelhantes, serão anuladas.

Comecou pessoal  :biglol: :biglol: :biglol:

 :enjoo:

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #6603 Online: 03 de Outubro de 2019, 07:53:35 »
Condenação anulada =/= inocentação.

Em tese, eles podem voltar a ser condenados, talvez num tempo um pouco menor do que da primeira vez, já que deve haver uma boa redundância. A menos que a defesa realmente tenha algo muito significativo quanto as acusações dos delatores-acusadores.

Ou que seja uma sacanagem, a brecha necessária para se safarem, de alguma forma.

Offline Fabrício

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #6604 Online: 03 de Outubro de 2019, 09:07:07 »
Citação de: Buckaroo
Condenação anulada =/= inocentação.

Na teoria. Na prática, provavelmente será igual.
"Deus prefere os ateus"

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #6605 Online: 03 de Outubro de 2019, 10:30:38 »
Tem exemplos históricos disso acontecendo?

Como seria? Anulação que nunca chegou a outro julgamento, e o cara fica só impune até prescrever?

Ou o segundo julgamento se dá com juízes camaradas, talvez daqueles que depois são punidos com aposentadoria de três dígitos compulsória?











No MyNews sugeriram que os relatos de Janot sobre tentar matar Mendes poderiam ser falsos, só jogada de marketing para vender o livro do qual praticamente ninguém ouviria falar ou se interessaria de outra forma.

A "censura" e etc podem até ser colaboração, voluntária ou não.

Offline Geotecton

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #6606 Online: 03 de Outubro de 2019, 12:20:02 »
Tem exemplos históricos disso acontecendo?

Como seria? Anulação que nunca chegou a outro julgamento, e o cara fica só impune até prescrever?

Ou o segundo julgamento se dá com juízes camaradas, talvez daqueles que depois são punidos com aposentadoria de três dígitos compulsória?



[...]

Eu aposto no seguinte cenário:

1) Anulação das sentenças conforme alguma 'modulação' que favoreça a bandidagem política (senão toda ela, pelo menos o vagabundo-mor).

2) Anulação da decisão de permitir a prisão após o julgamento em segunda instância, ou seja, volta a prevalecer o entendimento existente antes de 2016 (antes da Lava Jato começar a condenar políticos e empresários 'à rodo'), na qual a prisão ocorre apenas após o 'trânsito em julgado', portanto somente após a decisão do último recurso na última instância (STF).

3) Conseguido os dois primeiros itens, os vagabundos seriam beneficiados pela morosidade (efetiva ou intencional) do STF. Em outras palavras, haveria uma massiva prescrição dos crimes cometidos pelas principais figuras, principalmente as do campo político.
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Offline Fabrício

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #6607 Online: 03 de Outubro de 2019, 12:33:08 »
Tem exemplos históricos disso acontecendo?

Como seria? Anulação que nunca chegou a outro julgamento, e o cara fica só impune até prescrever?

Ou o segundo julgamento se dá com juízes camaradas, talvez daqueles que depois são punidos com aposentadoria de três dígitos compulsória?

Não tenho exemplos, é chutômetro mesmo. E um certo conhecimento empírico de como as coisas "funcionam" no Brasil para os crimes de colarinho branco. Eu apostaria na prescrição.



"Deus prefere os ateus"

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #6608 Online: 03 de Outubro de 2019, 12:51:56 »
Era caso de intervenção militar mesmo. De preferência uma invasão sueca, mas poderia ser uma coalizão de vários países de menor corrupção, dividindo os territórios sob gerência de cada um, conforme for o mais viável.

Offline Fabrício

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #6609 Online: 03 de Outubro de 2019, 16:41:14 »
Era caso de intervenção militar mesmo. De preferência uma invasão sueca, mas poderia ser uma coalizão de vários países de menor corrupção, dividindo os territórios sob gerência de cada um, conforme for o mais viável.

Acho perigoso, o contato tão próximo com os brasileiros podem contaminar os suecos e assemelhados. Em pouco tempo eles estarão praticando mensalões, petrolões, tentando colocar filhos de governantes em embaixadas, desmontando órgãos de fiscalização, aprovando leis para garantir impunidade, lidando com supremas cortes corruptas, etc, etc.
"Deus prefere os ateus"

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #6610 Online: 03 de Outubro de 2019, 17:02:37 »
Teria que ser feito com muito cuidado, extremo isolamento disso. NADA da estrutura estatal pode continuar, e mesmo iniciativa privada envolvida em corrupção.

Tal como a Alemanha passou por "desnazificação," o Brasil teria que passar por uma "desjeitinhobrasileiração."

https://en.wikipedia.org/wiki/Denazification

Os brasileiros seriam expostos aos horrores de tudo que o jeitinho brasileiro já causou, para aprenderem a não trivializar.

Os governantes, prisão perpétua e isolamento do resto da sociedade.

Dentro de talvez 50, 100, ou 150 anos, o "Brasil" poderia ser gradualmente devolvido aos "brasileiros," extirpados do seu jeitinho. Talvez também mesmo da identidade "brasileira," identidade baseada em commodity extrativista.


Offline Sergiomgbr

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #6611 Online: 03 de Outubro de 2019, 17:28:23 »
Não adiantaria.  Suecos  iriam  suar  a cueca sem resultados. A questão é a  mistureba brasileira onde  falta unidade social nacional. O não se  reconhecer nem acreditar no outro,,não se  respeitar  o outro.
Até onde eu sei eu não sei.

Offline Fenrir

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #6612 Online: 03 de Outubro de 2019, 20:10:39 »
Talvez ainda estejamos na infância, em formação, enquanto povo...
Mas os EUA, o Canadá, a Austrália também são países de imigrantes, sem a homogeneidade(sera?) étnico-cultural de uma Suécia e todos os tres mais novos que o Brasil e no entanto...
Outro fato a se considerar: dada a mobilidade dos povos na europa, das guerras e migrações ao longo da história, do grande numero de paises, culturas e linguagens num espaço menor que o Brasil, teria ali algum país realmente "homogêneo"?
Talvez a isolada Islândia, lá nos confins.
É só pegar Portugal como exemplo: por la passaram celtas, romanos, visigodos, vândalos, muçulmanos, e sabe-se-la quantos povos e etnias mais em tempos longínquos (inclusive neandertais se miscigenaram com o h. sapiens ali mesmo).
Parece ser mais fácil provar o teorema de Fermat (Andrew Wiles já o fez) que entender o porque do Brasil ser o que é.
Em tempos recentes, pelo menos, eu cravaria na burrice dos governantes e dos governados que elegeram aqueles.
« Última modificação: 03 de Outubro de 2019, 20:23:49 por Fenrir »
"Nobody exists on purpose. Nobody belongs anywhere. Everybody's gonna die. Come watch TV" (Morty Smith)

"The universe is basically an animal. It grazes on the ordinary. It creates infinite idiots just to eat them." (Rick Sanchez)

Offline Sergiomgbr

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #6613 Online: 03 de Outubro de 2019, 20:29:39 »
Pois  é, você ponderou o esperado, intuitivamente. O  passo seguinte é questionar se isso refuta a conjetura  ou há a possibilidade de  algum ad hoc que a corrobore.  Por exemplo, caberia considerar se esses países citados tem alguma unidade sóciocultural outra, não considerada mas perfeitamente possível, como o fato de ter uma multiculturalidade tardia que não conflita (ainda) com o que foi construído por uma sociedade menos multicultural anteriormente existente.


Ou ainda a unidade sociocultural suposta ser em outras vias, por exemplo,  no  caso  conspícuo do EUA, uma terra para viver e evoluir e não para explorar,  com  ideais como os do "Pais da  Pátria", e tudo mais. Etc.
Até onde eu sei eu não sei.

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #6614 Online: 04 de Outubro de 2019, 06:49:56 »
Todo esse papo me parece meio esquerdóide-esotérico-espiritual demais para mim.

Acho que as coisas se resumem basicamente a lei e sua imposição. Não importa tanto o "background" dos ancestrais, se vieram da Conchinchina ou de Guiné-Bissau.

A partir daí pode ir se construindo algum senso de unidade e respeito ao próximo que naturalmente reduz os problemas de contravenções legais/sociais, bem como um desenvolvimento econômico que também reduz as chances disso.

Não que essa parte psicológica seja absolutamente irrelevante. Você pode até "hackear" um pouco esse lado de "identidade" de maneira favorável, em vez de tê-lo surgindo só mais espontaneamente, como com uma "propaganda" que instigue um senso menos divisivo nas pessoas, "somos todos desse bairro," talvez inclusive "subvertendo" a heterogeneidade a seu favor, com a valorização de diversidade e respeito mútuo como virtude.

Na parte de imposição da lei, esse "hacking" de identidade pode se dar até com penas alternativas, nos casos apropriados (me parece haver alguma literatura sobre isso), você faz a pessoa enxergar a si mesma como alguém que contribui para a comunidade, em vez de um como marginal que precisa de correção, uma ameaça.

Offline Sergiomgbr

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #6615 Online: 04 de Outubro de 2019, 09:36:44 »
Nos EUA a  certeza da punição exemplar é um consenso para funcionar a multiculturalidade...
Até onde eu sei eu não sei.

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #6616 Online: 04 de Outubro de 2019, 10:22:26 »
Você deve estar falando das políticas de "tolerância zero." Nos anos 90 a criminalidade se reduziu pelo país todo, mesmo onde não existiam essas políticas. Existem hipóteses diversas para explicar isso, talvez a mais forte sendo a do banimento do chumbo na gasolina anos antes, criando uma geração de homens na faixa dos 15-25 que não tinha sofrido essa exposição.

A literatura diz que "punição certa" tem um efeito mais significativo do que "punição exemplar."

Citar
https://www.zocalopublicsquare.org/2009/09/28/mark-kleiman-on-how-to-reduce-crime-and-punishment/ideas/nexus/

...

The current system of randomized severity gets us the worst of all possible worlds: high crime rates and mass incarceration. Cutting both crime and incarceration rates depends on a few principles, simple in concept but requiring effective management. First, a few general points:

•    Punishment is a cost, not a benefit.
•    Swiftness and certainty are more effective than severity.
•    A truly convincing threat doesn’t have to be carried out very often.
•    Concentrating enforcement attention works better than dispersing it.
•    The primary goal of drug law enforcement should be to minimize crime and disorder around the drug markets, not to reduce the flow of drugs.

Second, it’s important to keep in mind a few facts about offenders. A small proportion of offenders account for most of the crime. [...]

Third, the criminal justice system isn’t alone in the fight against crime. Not every social program helps control crime, but some demonstrably do: nurse home visits for new mothers, improved classroom discipline, school days that start and end later, reduced exposure to lead, and substitution therapy for opiate addicts. Social services agencies need to be managed with crime control in mind, just as criminal justice agencies need to be managed to help control disease and serve other non-crime control purposes.

[...]

But a judge in Hawaii had a better idea. He took a group of methamphetamine-using probationers who wouldn’t stop using their favorite drug and put them on randomized drug testing, with the promise that every missed or “dirty” test would lead to an immediate 48-hour spell behind bars. Once that threat had been clearly made, most probationers stopped using. Of those who got caught once and spent their two days in jail, fewer than half broke the rules again. That simple step cut the number of probationers arrested for new crimes, and the number sent off to prison, by two-thirds.

In High Point, North Carolina, police had been trying and failing for 20 years to control an open crack market. Every time a dealer was arrested, a new dealer took his place. But then the police accumulated cases against all the active dealers, and called them in for a meeting. The police chief issued a simple message: stop dealing right now, or go to prison. That drove most of the dealers away immediately; the one who decided to test the system was arrested. With all the dealers gone, customers stopped coming, and the market dried up. Five years later, it’s still gone.

Effective policies can start well before a crime is committed. Poor parenting creates children at high risk of becoming serious criminals. Sending nurses to the homes of first-time mothers who are also poor and young can markedly improve the lives and the health of their children, and reduce their probability of being arrested by more than 25 percent.  That may be the most cost-effective crime-control program ever invented-the cost of sending nurses out is more than covered by the reduced burden those children will pose on the healthcare system.

After four decades of being “tough on crime,” it’s time to get smart instead. We need to be as tough as necessary, but no tougher. The goal is not to put a many people behind bars as possible, but to make people safer in their homes, workplaces, and neighborhoods. Professionals throughout the criminal justice system are figuring out how to do that; it’s time for the public conversation to catch up with what the experts know.


Nos EUA a criminalidade violenta é maior do que em análogos similarmente multiculturais como Canadá e Inglaterra, apesar de punições menos severas.

Isso de qualquer forma muito pouco tem a ver com corrupção política, que é crime de colarinho branco. Outros países de primeiro mundo também devem estar melhor que os EUA nesse quesito.


Offline Sergiomgbr

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #6617 Online: 04 de Outubro de 2019, 10:53:23 »
Sim, punição exemplar é biunivocamente  punição certa.
Até onde eu sei eu não sei.

Offline Pedro Reis

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #6618 Online: 04 de Outubro de 2019, 12:29:23 »
Todo esse papo me parece meio esquerdóide-esotérico-espiritual demais para mim.


Pois pra mim parece racismo mesmo. E besteirol.

Diversidade é uma riqueza, geradora de possibilidades e um motor de criatividade humana. Historicamente o contato entre diferentes culturas, mesmo contrastantes e talvez principalmente entre as mais contrastantes, sempre se mostrou enriquecedor. As culturas envolvidas ganham mesmo quando indivíduos perdem; como é o caso de relações de poder muito díspares onde um determinado grupo se impõe sobre outro.

É uma mentalidade meio nazistóide, de outra época, mas que vem ressurgindo junto com outros ranços do colonialismo e do eurocentrismo: "Óh, precisamos conservar nossa pureza cultural (racial?). Miscigenação é o mesmo que degeneração. A civilização ocidental está em perigo e precisa ser preservada..." E tome besteira!

Não tô dizendo que sergio seja racista, mas é influenciado - sem perceber - por um besteirol ideológico sem bases realistas mas calculadamente construído por segundas e terceiras intenções.

Nada de empírico ou lógico justifica a crença de que alguns problemas crônicos do Brasil tenham relação com sua diversidade cultural. Muito menos a diversidade racial. Como observou o Fenrir, os Estados Unidos são tão diversos quanto o Brasil e talvez até mais, principalmente porque lá as diferentes raças, origens e culturas não se harmonizaram tão rápida e facilmente quanto aqui. Aí é preciso lançar mão de algum ad hoc
bem aleatório para manter de pé um argumento que se ridiculariza como absurdo diante destas contradições: "Ah, mas lá existia uma base homogênea antes da diversificação...". E daí? A diversificação não deveria causar degeneração e desunião? Aqui também havia a base ainda mais homogênea de 4 séculos de cultura portuguesa, monarquismo e a universalidade do catolicismo. Nesse sentido, nossa multiculturalidade é ainda mais tardia que a norte- americana.  A propósito, vale lembrar que o próprio Portugal, depois da expulsão dos mouros, foi durante séculos um país homogêneo e pequeno. E falido!

Mesmo (e talvez por isso) sugando de colônias riquîssimas, o homogêneo e europeu Portugal se transformou em um país atrasado e corrupto do 3º mundo, de onde milhões de portugueses sem perspectivas emigravam para a diversidade do Brasil em busca de vida melhor. E Portugal só saiu da sua miséria e atraso quando a UE abriu as portas para sua diversidade.

Uma comparação mais justa e óbvia seria com a Argentina. Tão homogênea, com um povo tão ufanista e patriótico, e enfiada em um atoleiro de corrupção e ineficiência muito pior que o nosso.

O Brasil, por outro lado, foi até os anos 1970, um dos países com maior taxa de crescimento continuado do mundo. A percepção que os brasileiros tinham de si mesmos e do país, não era a mesma de agora. Era de otimismo, de "país do futuro", do "deus é brasileiro", do país tropical abençoado da democracia racial. E os de fora - e também nós nos víamos - como um povo cordial, não conflituoso.

Não existe nenhuma relação historicamente consistente entre homogeneidade cultural-racial-religiosa-etc e progresso e harmonia social, a não ser quando você pinça só os exemplos favoráveis e varre para debaixo do tapete tudo que for contradição ao seu sistema de crenças. Como os racistas costumam sempre fazer.

Offline Pedro Reis

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #6619 Online: 04 de Outubro de 2019, 12:51:56 »


Esse ranking é a de corrupção percebida, ou do quanto os próprios cidadãos imaginam o quão corrupta seja sua respectiva sociedade. Não é uma medida da corrupção real existente.

Imagine como ficaria a Alemanha Nazista em 1939 se existisse este ranking...

Eu apostaria que muito bem na foto. E Hitler, se organizasse eleições, venceria com uns 90% e sem necessidade de fraude.

Os Estados Unidos figuram em uma boa posição apesar das muitas evidências de serem, no topo da pirâmide do poder, um país profundamente corrupto.

Hillary, a candidata que Wall Street preferia, fez palestras remuneradas para bancos antes das eleições. Cobrou pequenas fortunas para falar sobre amenidades e história pessoal para banqueiros que não são homens de se interessar por esse tipo de coisa. Aqui Lula e FHC enriqueceram com este mesmo esquema de palestras ( só que depois de deixarem o cargo ).

A forma como os americanos foram induzidos a apoiarem a guerra do Iraque, sem um mínimo de resistência séria por parte da oposição política ou até da imprensa "livre", demonstra um nível de controle dos interesses poderosos sobre as instituições que é inerentemente sustentado por corrupção. Assim como o injustificável projeto Guerra nas Estrelas do Reagan nos anos 80, objetado por toda a comunidade científica mas que desviaria 1 trilhão de dólares para os consórcios do complexo industrial militar. Nós vemos também como políticos de ambos os partidos, mas principalmente do republicano, abraçam a causa do negacionismo climático e ninguém deveria ser tão ingênuo de pensar que isto não tem nenhuma relação com o poder econômico dos interesses prejudicados.

Offline Sergiomgbr

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #6620 Online: 04 de Outubro de 2019, 13:10:37 »
Agora faz de conta que  eu acabei de escrever  os três  posts meus anteriores..  A pergunta  agora é: Quanto tempo demora  para aparecer já um explícito exemplo de polarização e desconfiança em relação a uma simples conjectura com direito a rótulos e retórica vazia de forma absolutamente açodada tipicamente patrulhadora enviesada ideológica? Hein?
Até onde eu sei eu não sei.

Offline Pedro Reis

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #6621 Online: 04 de Outubro de 2019, 13:15:01 »
Agora faz de conta que  eu acabei de escrever  os três  posts meus anteriores..  A pergunta  agora é: Quanto tempo demora  para aparecer já um explícito exemplo de polarização e desconfiança em relação a uma simples conjectura com direito a rótulos e retórica vazia de forma absolutamente açodada tipicamente patrulhadora enviesada ideológica? Hein?

Exatamente 2 minutos se você entrar em contradição escorregando em cascas de banana.

"exemplo de polarização e desconfiança"

Eis um: "tipicamente patrulhadora enviesada ideológica"

"rótulos e retórica vazia"

Novamente:  "tipicamente patrulhadora enviesada ideológica"

Offline Sergiomgbr

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #6622 Online: 04 de Outubro de 2019, 13:31:22 »
Quem está fazendo uma  conjectura, passível de refutação para  alguém que está defendendo uma causa(absolutamente indefensável,diga- se de passagem, por argumentos cientificamente falando)?
Até onde eu sei eu não sei.

Offline Sergiomgbr

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #6623 Online: 04 de Outubro de 2019, 13:32:34 »
A coisa é simples.  Uma conjectura, posta à apreciação, de modo algum pode ser  considerada racismo ou  besteirol, ou outra terminologia. Ou há ali uma refutação ou uma confirmação.  Diferente de uma convicção, que  já  é uma certeza  sobre algo.
« Última modificação: 04 de Outubro de 2019, 13:49:19 por Sergiomgbr »
Até onde eu sei eu não sei.

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #6624 Online: 04 de Outubro de 2019, 16:38:38 »
Esse ranking é a de corrupção percebida, ou do quanto os próprios cidadãos imaginam o quão corrupta seja sua respectiva sociedade. Não é uma medida da corrupção real existente.

Não exatamente, mas deve haver correlação razoável entre a corrupção percebida e a existente, mesmo que imperfeita.

Desconheço um ranking sobre isso baseado em algo melhor.



Ter mencionado a Alemanha nazista me faz ficar meio confuso quanto aos dados da China, Coréia do Norte, etc.

 

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