Enquanto eu estava escrevendo sobre a mídia aqui, estava achando engraçado por que fui refutado por uma garota num fórum para o qual estou escrevendo, que se denomina "miss clube cético". Como se o fato de ser miss alguma coisa fosse significativo para um debate num fórum cético ou caso contrário, qual a razão de se denominar algo que só a aparência é significante ? Só posso deduzir de que a aparência vende. Vende simpatia mesmo que as razões pelas quais seu defensor defende sejam frágeis.
Você é novato não sabe o que significa miss clube cético na minha assinatura, e também não sabe que eu sou formada em publicidade e propaganda uma área onde você está tentando dar palpite.
Eu também não sei! E morro de ciúmes cada vez que vejo! Desertores! Gaaaaah! Quem elegeu CALOURA?!?!
De resto, eu não sou formada em porra nenhuma mas sou consumidora ativa - daí que é experiência empírica e conto com a colaboração dos colegas especialistas.
A um, porque a propaganda não "ataca" ninguém: ela oferece coisas que a pessoa pode vir a querer. Deminização da propaganda é coisa muito boba.
A dois, porque moda não tem NADA A VER com manifestação do erotismo. A moda é uma arte - vide, pra começar, as coleções haute couture e a impraticabilidade delas no uso cotidiano. Não entendi a questão dos tecidos sintéticos - como a colega deu a entender, não é o material que encarece a roupa, mas a modelagem e a novidade. Suponho que o colega estivesse falando dos tecidos ELÀSTICOS quando se referiu aos sintéticos - mas há que lembrar que, antes da invenção do strecht, a modelagem ajustada ao corpo foi obtida com o uso de manequins, amarrações e o corte do tecido em viés. Ainda, quem já viu a gostosa de camisetinha branca de malha de algodão entende que não precisa de lycra nem amarração nem porcaria nenhuma.
A três, porque a moda não tem realmente muito a ver com a objetificação da mulher... lembro de um dos capítulos do "segundo sexo" que explicava bem (com as deficiências de dados da época - valia reabordar o assunto com o que temos hoje). Ao que me recordo, lá se lê que há um "mito de origem" que é o de o macho humano ter como missão o domínio da natureza. Daí que a fêmea humana se esforce para se aproximar, esteticamente, da natureza - com formas arredondadas, cores vivas, pedras preciosas e what-not. Daí - isso é uma conclusão minha e não garanto que a Beauvoir o tenha dito - que numa espécie que se desvirtuou a tal ponto da ordem natural que a fêmea não tinha mais prerrogativa de escolher o companheiro, essa aproximação estética da natureza é um instrumento de fuga da miséria, doença e morte.
Agora, o que a moda tem a ver com isso? Porque é preciso não confundir a moda "confecção de vestimentas e acessórios" com a moda "fazer o que pessoas infuentes fazem". "Mode" é uma coisa, "vogue" é outra. E à "vogue" todos estamos sujeitos.
Um aparte. Eu por muito tempo jurei de pé junto que a mulher que se embeleza para si mesma MENTE. Sustento isso até hoje, mas com um update: mulher que diz se arrumar para si mesma mente, sim, mas, se ela tem autonomia financeira, existe o meio-termo - ela se arruma para conquistar corações e mentes, não para arrumar marido - visto que a própria mulher se encarrega de prevenir sua miséria. É uma coisa assim mais GALANTE. E não me parece haver problema nisso, afinal.