A idéia era mostrar que a coisa nada tem a ver com tradição, e que se algo é "tradicional" não necessáriamente deve ser abandonado.
Talvez eu tenha fraseado mal ao dizer que a "questão toda gira em torno de tradição"; quando a mais significativa seria apenas que "as tradições não valem por si sós".
De qualquer forma, o restante do post explica um pouco melhor, não é simplesmente uma revolta incondicional à toda e qualquer tradição, um "vamos andar o tempo todo só ´plantando bananeira´! chega da tradição de usar os pés!"
O ponto que acaba sendo mais central é que as pessoas de modo geral, por mistura de isntintos e razões diversas (um pouco de tradição também, até, ou até podendo-se dizer que conjuntamente formam uma tradição), concordam que é geralmente condenável matar organismos com considerável grau de formação, especialmente se há SNC no organismo em questão, enquanto são geralmente tolerantes quanto a morte praticamente indiscriminada de células, tecídos ou órgãos, ou conjuntos de tecidos e órgãos sem SNC ou sem atividade dele.
O óvulo fecundado e estágios do embrião e talvez estágios primários do feto se enquadram mais nesse último grupo do que no primeiro. Não vejo nada especial nessas células ou conjuntos, ou mais especificamente, na transformação ocorrida no óvulo após a fecundação, para justificar a proteção à vida.
Ainda que, em casos subjetivos, possam ter. Mais ou menos como as pessoas podem valorizar subjetivamente certos objetos, quase como pessoas. Essa subjetividade não me parece suficiente para justificar proteção legal à elas.