Autor Tópico: O aborto deve ser permitido no país?  (Lida 37408 vezes)

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Offline Mr. Mustard

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Re: O aborto deve ser permitido no país?
« Resposta #150 Online: 19 de Outubro de 2010, 10:43:41 »
Abortar um embrião é diferente de abortar um feto formado. Abortar um feto totalmente formado é no mínimo, descaso da mãe (exceto nos casos de que a pessoa verdadeiramente não sabia da gestação e/ou outras particularidades).

De qualquer forma, sou a favor do aborto de um embrião, mas acho incrivelmente interessante grupos religiosos serem menos austeros (ou histéricos, como desejar) com os montes de embriões que não sobrevivem ao procedimento de inseminação artificial.

Offline Lion

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Re: O aborto deve ser permitido no país?
« Resposta #151 Online: 21 de Outubro de 2010, 09:04:33 »
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10 motivos para ser a favor da vida através da descriminalização do aborto

1 – A questão sobre o aborto não diz respeito à “vida”, mas à “vida humana”, ou seja, ao indivíduo. Não é uma questão de saber como começa a vida, é uma questão de saber em que etapa do desenvolvimento o nosso Estado laico deve aceitar um embrião como um cidadão digno de direitos.

2 – Para estabelecer se um embrião é um cidadão, o Estado deve ser informado pela ciência sobre quando surgem no desenvolvimento os atributos mais caracteristicamente humanos.

3 – Os atributos mais caracteristicamente humanos não são ter um rim funcionando, nem um coração batendo, mas ter um cérebro em atividade. Isto é razoavelmente estabelecido porque é a morte cerebral que é considerada o critério para dizer quando uma pessoa morreu, e não a morte de outros órgãos. Por isso mesmo transplante de coração não é acompanhado de “transplante” de registro de identidade.

4 – Se a morte do cérebro é o critério médico que o Estado aceita para considerar o indivíduo humano como morto, o início do cérebro deve ser logicamente e necessariamente o critério para considerar o início do indivíduo, e não a fecundação.

5 – Considerar a fecundação como o início do indivíduo humano é perigoso, porque é definir um indivíduo apenas por seus genes. Isso é determinismo genético.

6 – O cérebro não tem sua arquitetura básica formada no mínimo até o terceiro mês da gestação. Isso significa que o embrião não percebe o mundo, não tem consciência, é um punhado de células como qualquer pedaço de pele. Por isso não é moralmente condenável que as mães tenham direito de escolher não continuar a gestação antes deste período.

7 – Usar o argumento de que o embrião ou o zigoto tem o potencial de dar origem a um ser humano para protegê-lo não vale, porque seria o mesmo que tentar proteger os óvulos que se perdem logo antes das menstruações em todas as mulheres, ou os espermatozoides que são jogados fora na masturbação masculina. Além disso, hoje a ciência sabe que toda célula humana, até as células da pele, tem o potencial de dar origem a um ser humano inteiro, bastando para isso alguns procedimentos de clonagem. No entanto nós destruímos essas células diariamente: arrancando a cutícula, roendo as unhas, passando a mão no rosto, arrancando fios de cabelo, etc. Potencial não concretizado não é argumento para defender coisa alguma.

8 – Se você acha que o embrião precoce ou o zigoto tem consciência, é responsabilidade sua provar isso, não é o que os cientistas dizem. E num Estado laico, vale o que pode ser estabelecido independentemente da crença religiosa. Se sua crença religiosa diz que uma única célula é consciente, você não tem o direito de impor sua crença a ninguém ao menos que possa prová-la e torná-la científica. Todos os que tentaram fazer isso falharam até hoje: uma célula formada após a fecundação não é essencialmente diferente de qualquer outra célula do corpo.

9 – A vida, em sentido mais amplo, que inclui os outros animais, as plantas e os microorganismos, é um processo ininterrupto que começou neste planeta há aproximadamente 4 bilhões de anos atrás. Por isso é importante reiterar: não é o “começo da vida” que está sendo debatido, mas sim o começo do indivíduo humano como um ser consciente, dotado de uma mente e digno de proteção do Estado.

10 – Concluindo, é a mãe, um ser humano adulto, uma cidadã com direitos, quem merece prioridade de proteção, e não um embrião de poucas semanas. Se ela não se sente preparada para cuidar de uma criança, ela deve ter o direito de interromper sua gestação, caso esta gestação esteja no começo e o embrião não tenha cérebro desenvolvido. Existem estudos científicos que mostram que crianças indesejadas têm maior chance de desenvolverem transtornos psiquiátricos e serem cidadãos problemáticos e infelizes. E também existem estudos que mostram que a descriminalização do aborto esteve associada à redução nos índices de criminalidade nos Estados Unidos. Deixar as mulheres terem poder de decisão sobre seus próprios corpos é reconhecer um direito natural delas e assegurar que só tenham filhos quando sentirem que podem trazê-los a este mundo com amor e saúde, para que o próprio mundo em que crescerão seja também mais saudável.

E é por isso que defender que o aborto seja uma escolha, e não um crime, é também defender a vida humana.

http://bulevoador.haaan.com/2010/10/20/10-motivos-para-ser-a-favor-da-vida-atraves-da-descriminalizacao-do-aborto/

Offline Unknown

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Re: O aborto deve ser permitido no país?
« Resposta #152 Online: 21 de Outubro de 2010, 17:46:48 »
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6 – O cérebro não tem sua arquitetura básica formada no mínimo até o terceiro mês da gestação. Isso significa que o embrião não percebe o mundo, não tem consciência, é um punhado de células como qualquer pedaço de pele. Por isso não é moralmente condenável que as mães tenham direito de escolher não continuar a gestação antes deste período.
Eu sempre ouço valores diferentes para isso. Esses dias li uma reportagem da Folha que limita a formação do cérebro entre 6 e 24 semanas de gestação. Em outro lugar já havia lido 21 semanas. É tanta confusão que acabo nunca tendo certeza.

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Offline uiliníli

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Re: O aborto deve ser permitido no país?
« Resposta #153 Online: 22 de Outubro de 2010, 23:54:37 »
O cérebro não se forma de um dia para o outro, é um processo, então é natural que os números variem. O texto fixa que entre 12 a 16 semanas é formada a "arquitetura básica" do cérebro, só não deixa claro o que isso quer dizer.

7 – Usar o argumento de que o embrião ou o zigoto tem o potencial de dar origem a um ser humano para protegê-lo não vale, porque seria o mesmo que tentar proteger (...) os espermatozoides que são jogados fora na masturbação masculina.

Não dêem ideias para esse povo! Se masturbação for proibida eu tô ferrado  :susto:

Offline Lion

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Re: O aborto deve ser permitido no país?
« Resposta #154 Online: 23 de Outubro de 2010, 10:01:13 »
7 – Usar o argumento de que o embrião ou o zigoto tem o potencial de dar origem a um ser humano para protegê-lo não vale, porque seria o mesmo que tentar proteger (...) os espermatozoides que são jogados fora na masturbação masculina.
Não dêem ideias para esse povo! Se masturbação for proibida eu tô ferrado  :susto:
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Offline Dr. Manhattan

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Re: O aborto deve ser permitido no país?
« Resposta #155 Online: 23 de Outubro de 2010, 11:36:38 »
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10 motivos para ser a favor da vida através da descriminalização do aborto


10 – Concluindo, é a mãe, um ser humano adulto, uma cidadã com direitos, quem merece prioridade de proteção, e não um embrião de poucas semanas. Se ela não se sente preparada para cuidar de uma criança, ela deve ter o direito de interromper sua gestação, caso esta gestação esteja no começo e o embrião não tenha cérebro desenvolvido. Existem estudos científicos que mostram que crianças indesejadas têm maior chance de desenvolverem transtornos psiquiátricos e serem cidadãos problemáticos e infelizes. E também existem estudos que mostram que a descriminalização do aborto esteve associada à redução nos índices de criminalidade nos Estados Unidos. Deixar as mulheres terem poder de decisão sobre seus próprios corpos é reconhecer um direito natural delas e assegurar que só tenham filhos quando sentirem que podem trazê-los a este mundo com amor e saúde, para que o próprio mundo em que crescerão seja também mais saudável.

E é por isso que defender que o aborto seja uma escolha, e não um crime, é também defender a vida humana.

http://bulevoador.haaan.com/2010/10/20/10-motivos-para-ser-a-favor-da-vida-atraves-da-descriminalizacao-do-aborto/

Ótimos argumentos. Não serão suficientes para convencer os religiosos, pois estes não estão preocupados com o
desenvolvimento cerebral ou a consciência, mas com aquele conceito vago e místico de "alma".

Outra coisa, no item 10 é bom enfatizar que o que existe é uma correlação entre a diminuição da
criminalidade e a aprovação do aborto. Ainda não se sabe se é uma relação de causa e efeito. Mas tirando isso,
tá ótimo.
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Alan Watts

Offline uiliníli

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Re: O aborto deve ser permitido no país?
« Resposta #156 Online: 23 de Outubro de 2010, 15:57:13 »
Ótimos argumentos. Não serão suficientes para convencer os religiosos, pois estes não estão preocupados com o
desenvolvimento cerebral ou a consciência, mas com aquele conceito vago e místico de "alma".

Outra coisa, no item 10 é bom enfatizar que o que existe é uma correlação entre a diminuição da
criminalidade e a aprovação do aborto. Ainda não se sabe se é uma relação de causa e efeito. Mas tirando isso,
tá ótimo.

Concordo, mas eu também criticaria o item 5. Nomear um argumento não é o mesmo que refutá-lo, então o texto deveria explicar por que o determinismo genético é perigoso.

Offline Buckaroo Banzai

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Re: O aborto deve ser permitido no país?
« Resposta #157 Online: 23 de Outubro de 2010, 17:07:39 »
Mas você considera o aborto, em qualquer nível de desenvolvimento, como "tirar a vida de uma pessoa"? Por que você é contra a descriminalização de matar filhos já nascidos, mesmo que isso também seja algo que acontecerá mesmo que você seja contra?

Buck,
Temos de ser práticos e tratar a realidade da maneira como ela funciona. Se minha esposa ou quem quer eu engravidasse e quisesse o aborto, eu me posicionaria contrário. Entretanto, se o que dizem é verdade e várias meninas das mais diversas formas o fazem, temos de apoiá-las e garantir-lhes a vida. Somente.


O que só faz algum sentido/não é absurdo, se você não considerar o aborto como equivalente a homicídio, a "várias meninas de mais diversas formas matando seus filhos", que precisassem de apoio porque, em muitos casos, acabassem também mortas ou seriamente feridas na tentativa de assassinato.

Offline Buckaroo Banzai

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Re: O aborto deve ser permitido no país?
« Resposta #158 Online: 23 de Outubro de 2010, 17:13:59 »
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10 motivos para ser a favor da vida através da descriminalização do aborto


10 – Concluindo, é a mãe, um ser humano adulto, uma cidadã com direitos, quem merece prioridade de proteção, e não um embrião de poucas semanas. Se ela não se sente preparada para cuidar de uma criança, ela deve ter o direito de interromper sua gestação, caso esta gestação esteja no começo e o embrião não tenha cérebro desenvolvido. Existem estudos científicos que mostram que crianças indesejadas têm maior chance de desenvolverem transtornos psiquiátricos e serem cidadãos problemáticos e infelizes. E também existem estudos que mostram que a descriminalização do aborto esteve associada à redução nos índices de criminalidade nos Estados Unidos. Deixar as mulheres terem poder de decisão sobre seus próprios corpos é reconhecer um direito natural delas e assegurar que só tenham filhos quando sentirem que podem trazê-los a este mundo com amor e saúde, para que o próprio mundo em que crescerão seja também mais saudável.

E é por isso que defender que o aborto seja uma escolha, e não um crime, é também defender a vida humana.

http://bulevoador.haaan.com/2010/10/20/10-motivos-para-ser-a-favor-da-vida-atraves-da-descriminalizacao-do-aborto/

Ótimos argumentos. Não serão suficientes para convencer os religiosos, pois estes não estão preocupados com o
desenvolvimento cerebral ou a consciência, mas com aquele conceito vago e místico de "alma".

Não necessariamente. Ou ao menos não de alguma forma muito simples ou substancial. Num texto do Carl Sagan sobre o assunto, ele comenta que durante a maior parte do tempo a igreja não era contra o aborto, e passou a ser quando inventaram o microscópio e viram os espermatozóides, que imaginaram ser homúnculos, pessoinhas em miniatura. Daí passaram a condenar, e a condenação se manteve, ainda que as justificativas tenham se adaptado para não serem tão cientificamente arcaicas. Eu não costumo ver defenderem a alma como ponto crucial (talvez para tentarem ser imparciais, mas como a maioria é religiosa, não sei se teriam mesmo essa preocupação como algo tão central e constante), geralmente tentam usar coisas meio cientificóides como que "a vida começa na concepção", ou até que a atividade cerebral começaria 40 dias após a fecundação. Argumentações paralelas, como a farsa de que o aborto aumentaria as chances de câncer de mama, também entram no meio.


Offline Sofista

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Re: O aborto deve ser permitido no país?
« Resposta #159 Online: 23 de Outubro de 2010, 19:08:02 »
O problema da criminalização é que ela é uma lei que não inibe a pratica do aborto, estou lendo um artigo q coloca que cada 5 mulheres, uma já praticou aborto. Para vc ter uma ideia o procedimento cirurgico mais realizado no ambito do SUS entre 1995 a 2007, foi a curetagem pós aborto(este dado não especifica se é pós aborto espontâneo ou não), com 32milhões de procedimentos. Para vc ter uma ideia o segundo colocado herniorrafia foram realizados 1,8milhões no periodo. Podemos considerar que grande parte deste 32milhões foram relizados pós abortos provocados. Sem contar os que fazem em clínicas particulares(que deve ser a grande maioria), as que fazem em casa e não procuram assistência.
Descriminalizar é colocar o problema a amostra,pois poderiam ser criados serviços de orientação, com uma equipe multiprofissional com função de ajudar essas pessoas a ter uma real escolha. Quem sabe poderiam se salvar mais vidas de feto e mães com tal medida.
Se é crime ou não , se ético ou não, é uma discussão  muito complexa as vezes sem um reflexo ou saldo positivo. Podemos ficar aqui discutindo um milhão de anos se certo ou não, mas eles vão continuar ocorrendo.
« Última modificação: 25 de Outubro de 2010, 17:22:16 por hsfrosa »
Quem sou eu?Entre os crente sou ateu, entre ateus sou um crente.

Offline Osler

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Re: O aborto deve ser permitido no país?
« Resposta #160 Online: 25 de Outubro de 2010, 15:30:22 »
Saiu hoje no Globo e acho que no Estado de São Paulo -peguei no Conteúdo livre: http://sergyovitro.blogspot.com/2010/10/denis-lerrer-rosenfield-aborto.html

DENIS LERRER ROSENFIELD - Aborto


A eleição presidencial, neste segundo turno, será decidida por uma pequena margem de votos. Diferença tão estreita mostra um País dividido, onde emoções e sentimentos os mais díspares ganham com maior força a cena pública. Neste contexto, chama particularmente a atenção que num Estado laico como o Brasil questões abordadas religiosamente possam vir a ser eventualmente decisivas.

A questão do aborto irrompeu politicamente como se nela se jogasse o destino inteiro do País. E irrompeu de forma dogmática, num jogo do bem contra o mal, em que nuances e discussões não são sequer admitidas. Trata-se de um problema da maior complexidade, que deveria exigir uma argumentação racional, e não anátemas que são lançados aos candidatos.

Nesse sentido, penso ser importante colocar em termos racionais o seu significado. Pode-se dizer que há dois grandes argumentos em jogo, o da liberdade de escolha e o do conceito aristotélico de vida.

O argumento favorável ao aborto está baseado no princípio da liberdade de escolha, no caso, a liberdade que teria a mulher de escolher o que considera melhor para si. Caberia a ela decidir o que fazer com seu próprio corpo, numa opção de cunho interior, que não admitiria ingerência estatal. O problema reside em que sua liberdade de escolha opera sobre um "ser", que num sentido é ela e em outro não o é.

Coloco a palavra "ser" entre aspas com o intuito de mostrar que há algo ainda indeterminado que está sendo disputado. Se considerarmos o objeto da concepção como um simples amontoado de células que não configuraria propriamente uma vida humana, a liberdade de escolha estaria justificada. Se considerarmos, contudo, o objeto da concepção como uma vida humana, esse ser não lhe pertenceria propriamente, não estando justificada a intervenção da liberdade de escolha.

O problema consiste em determinar onde começa o "humano" propriamente dito. Na concepção? No nascimento? No terceiro mês de gravidez, quando se forma o cérebro humano? Há uma questão de fundo aqui presente, que remete a uma espécie de linha divisória, que seria o ato inaugural do que consideramos "humano". Correntes de cientistas costumam nomear diferentemente esses diversos estágios até a formação do feto, procurando, assim, estabelecer outra demarcação do humano nesse processo. Uma outra definição estaria em jogo.

A concepção aristotélica da vida, por sua vez, opera com o conceito de causa final, cada vez mais resgatado, também, pela biologia moderna. Em sua formulação filosófica, pode ser enunciado da seguinte forma: um ser se define por sua finalidade. Uma coisa é o seu fim. Sob essa ótica, o "ser" interior à mulher não poderia ser dito seu no sentido estrito, por ser dotado de uma finalidade específica. Ou seja, desde o momento da fecundação estaríamos diante de uma vida humana propriamente dita, pois seu processo intrínseco, se não interrompido, conduziria necessariamente a um ser humano, que nasceria em nove meses.

A liberdade de escolha, neste caso, encontraria um limite, pois não seria justificada a sua aplicação a outro ser potencialmente portador de liberdade de escolha, igualmente. Cabe aqui uma outra distinção aristotélica, a de que esse "ser" interior à mulher é um ser humano "em potência", e não ainda "em ato", cuja passagem de um a outro se faz durante todo o processo de gestação. Isto é, o objeto da fecundação seria desde esse momento um "ser humano em potência". Logo, a liberdade de escolha da mulher encontraria um limite na liberdade de escolha, que não pode por enquanto se manifestar, de um ser humano em processo de vir a ser.

Dois casos de aborto são permitidos pela legislação brasileira, que não contrariam nenhum desses dois princípios: a) Risco de vida para a mãe; e b) estupro. O primeiro, por pôr em questão a vida da pessoa portadora do ser concebido, em que a vida deste põe em risco a vida daquela que o gerou. Um ser em potência não poderia pôr em risco um ser em ato. Sob outra ótica, a liberdade de escolha da mulher não poderia ser extinta por um processo biológico que a anularia. O segundo, por ser a concepção o fruto de um ato de violência, em que a liberdade de escolha da mulher foi completamente suprimida. A liberdade de escolha pelo aborto significaria a restituição de sua opção sobre si mesma, sobre sua própria vida, com todo o trauma daí decorrente.

Há, no entanto, ainda outra questão que deve ser suscitada, a da aplicação dos princípios diante de casos concretos, que exigem argumentação suplementar. Refiro-me a mulheres que, por uma ou outra razão, recorreram ao aborto, exercendo na prática a liberdade de escolha, em clara contradição com a lei vigente. O problema que se coloca, então, é o de como deveriam ser tratadas. Se seguirmos a lei estritamente, deveriam ser consideradas criminosas, julgadas e presas.

Uma mulher que recorre ao aborto opta por uma situação-limite em que princípios se chocam, com repercussões morais e psicológicas. Imaginem a situação de uma mulher que, tendo feito um aborto clandestino, chega com hemorragia a um hospital público. Seria atendida, mas, seguindo a lei, deveria ser encaminhada à polícia e ao processo jurídico correspondente. Não basta o trauma do que lhe aconteceu, deveria haver ainda uma punição complementar, que poderia traduzir-se em prisão. Algumas mulheres nem chegam aos hospitais, pois morrem antes por medo de serem consideradas infratoras. E isso acontece frequentemente com pessoas de baixa renda. Desconsiderar essa realidade, fazer como se não existisse, é um ato de desrespeito pelo outro.

O aborto, por envolver um conflito tão explícito de princípios, implicando, ademais, consequências para as mulheres que, de uma ou outra maneira, já optaram, não pode ser decidido no calor de um embate eleitoral. Exige a serenidade do pensamento, do exercício da racionalidade.
“Como as massas são inconstantes, presas de desejos rebeldes, apaixonadas e sem temor pelas conseqüências, é preciso incutir-lhes medo para que se mantenham em ordem. Por isso, os antigos fizeram muito bem ao inventar os deuses e a crença no castigo depois da morte”. – Políbio

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Re: O aborto deve ser permitido no país?
« Resposta #161 Online: 08 de Novembro de 2010, 14:45:13 »
Aborto no Brasil: mortes em silêncio

Jerry Borges traça um panorama dos casos de interrupção da gravidez e seu impacto sobre a saúde pública, além de abordar a questão da descriminalização dessa prática no país e as divergências sobre o início da vida.

Nas últimas semanas, o país tem debatido de forma acalorada sobre a descriminalização do aborto e, consequentemente, os direitos da gestante e de seu concepto. Apesar de tal discussão ter surgido de forma oportunista e visar apenas angariar votos, é extremamente apropriado e atual debater sobre os diversos aspectos do aborto no Brasil.

O aborto tem se convertido nos últimos anos em um grande problema para a saúde pública mundial, pois a interrupção da gravidez, por meios legais ou ilegais, tem se tornado cada vez mais frequente. Essa situação acarreta um elevado número de mortes e compromete a saúde de milhares de mulheres.

Estimativas de 2005 da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que ocorrem a cada ano no planeta cerca de 87 milhões de casos de gravidez indesejada. Desses resultam entre 46 milhões e 55 milhões de abortos.

Diariamente, são realizadas cerca de 126 mil interrupções voluntárias da gravidez, ou seja, ocorre um aborto a cada 24 segundos. Comparativamente, é como se 1/4 da população brasileira ou todos os habitantes da Itália, ou da Espanha ou da Argentina fossem exterminados em um único ano. A grande maioria desses abortos (78%) ocorre em países em desenvolvimento.

A cada ano, aproximadamente 18 milhões de mulheres abortam de forma clandestina. Anualmente, cerca de 13% da mortalidade materna no planeta são atribuídos a abortos malsucedidos.

A situação brasileira

No Brasil, estimativas realizadas em 2005 com base em internações hospitalares decorrentes de complicações provenientes de abortos registradas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) indicam que ocorrem cerca de 1,5 milhões de abortos a cada ano. É como se fosse eliminada totalmente a população de Porto Alegre, ou de Recife, ou de Campinas e Niterói juntas.

Cálculos do Ministério da Saúde, por sua vez, revelam que 3,7 milhões de mulheres entre 15 e 49 anos induziram aborto (7,2% do total de mulheres em idade reprodutiva). Estimativas de 2001 indicam que 10% das gestações acabam em aborto, que se constitui na quarta causa de óbito materno no país, vitimando 9,4 de cada 100 mil gestantes.

Estudiosos do tema acreditam que o número de interrupções não naturais da gestação é subestimado, pois a maioria das mulheres que fazem abortos recorre a clínicas clandestinas, somente procurando os serviços de saúde pública se algo der errado.

O impacto dos abortos ilegais é enorme e pode ser estimado por meio dos casos em que as gestantes têm complicações ─ que não conseguem solucionar sozinhas ou nas clínicas clandestinas ─ e acabam por ter que recorrer aos serviços de saúde. A realização de curetagens devido a abortos tem se tornado cada vez mais comum, sendo, de acordo com o Ministério da Saúde, o segundo procedimento obstétrico mais praticado no país, após os partos normais.

Apesar da enorme frequência de abortos no país, o Código Penal Brasileiro prevê uma pena de 1 a 10 anos de detenção, de acordo com a situação, como punição para o aborto. Além disso, afirma que a interrupção não natural da gravidez pode ocorrer apenas em duas situações: quando houver risco de morte para a gestante ou a gravidez for resultante de estupro. Contudo, mulheres presas por fazer abortos são uma raridade.

As razões do aborto

Mas o que faz uma mulher optar por interromper uma gravidez mesmo correndo riscos enormes para a sua saúde e até para a sua liberdade? Obviamente, nenhuma mulher em seu juízo perfeito escolheria realizar um aborto. Contudo, há uma série de outros fatores envolvidos.

Um estudo recentemente publicado traz uma série de novas pistas para se esclarecer os motivos e o perfil das mulheres que realizam abortos no Brasil. Essa pesquisa, coordenada por Débora Diniz, antropóloga da Universidade de Brasília (UnB), e por Marilena Corrêa, médica sanitarista da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), avaliou mais de 2 mil estudos sobre o aborto no país. Os resultados contrariam o senso comum, segundo o qual esperaríamos uma maior taxa de abortos entre adolescentes e mulheres com pouco estudo, desempregadas, solteiras e não católicas.

Segundo Diniz e Corrêa, a maioria das mulheres que abortam tem entre 20 e 29 anos e possui uma união estável (cerca de 70%). Essas mulheres têm até oito anos de estudo e a maioria trabalha e é católica (entre 44,9% e 91,6%, dependendo do estudo analisado).

A maior parte delas possui, pelo menos, um filho (entre 70,8% e 90,5%) e é usuária de métodos contraceptivos (principalmente a pílula anticoncepcional). Segundo vários estudos, a realização de abortos seria uma solução utilizada por muitas mulheres quando os métodos contraceptivos falham.

As análises também indicam que entre 50,4% e 84,6% das mulheres que interrompem a gravidez utilizam o misoprostol (conhecido popularmente como Cytotec), um medicamento vendido ilegalmente em todo o país.

A perda do apoio da família e do pai da criança e a carência de iniciativas educacionais e assistenciais do poder público para auxiliar gestantes, aliadas a problemas financeiros associados com a manutenção de uma criança indesejada e com a exiguidade de perspectivas futuras são fatores que contribuem para a decisão a favor do aborto. Contudo, essa decisão não é simples de ser tomada e, muitas vezes, representa prejuízos psicológicos enormes e duradouros para aquelas que optam por ela.

A maioria da população brasileira parece não estar ciente dos enormes problemas causados pelos abortos clandestinos em nosso país. Uma pesquisa realizada em março de 2007 pelo Instituto de Pesquisas Datafolha (do jornal Folha de S. Paulo) revelou que a maioria dos entrevistados (65%) é contrária a mudanças na atual legislação sobre o aborto e que cerca de 16% são favoráveis a uma expansão na legislação. Apenas 10% dos entrevistados afirmam que o aborto deveria ser descriminalizado, algo que já ocorre em 97 países, que reúnem cerca de 66% da população mundial.

O debate sobre o início da vida

O debate sobre a ampliação do direito ou descriminalização do aborto é complexo. Posições religiosas contrárias são fortes. Já a Constituição Brasileira afirma que o país é laico e é responsável pelo bem-estar dos indivíduos. Mas a partir de que momento o concepto pode ser considerado um indivíduo?

O desenvolvimento embrionário depende de uma série de transformações orquestradas ao longo de 38 semanas de desenvolvimento. Para alguns cientistas, a vida começaria durante a fecundação (1º dia de gestação), quando ocorre a união dos gametas feminino e masculino e a formação da primeira célula (zigoto), que já possui todos os genes do futuro indivíduo. O zigoto, contudo, é uma célula indiferenciada, e sua diferenciação se iniciará somente durante a gastrulação (em torno de 13 dias após a fecundação).

Como a ausência de atividade cerebral é o evento associado com a morte humana, outros pesquisadores consideram que o início da vida humana ocorre apenas com o surgimento da atividade neuronal, na 4ª semana após a fecundação.

Um outro ponto de vista associa o início da vida com a capacidade do concepto de sobreviver de forma independente. Segundo essa hipótese, o feto somente poderia sobreviver fora do organismo da mãe, desde que tenha cuidados médicos intensivos, a partir de 25 ou 27 semanas ou, alternativamente, após o parto, quando, segundo as leis brasileiras, o indivíduo adquire direitos básicos como o registro civil.

Na verdade, a definição da origem da vida é uma discussão inócua e que admite uma série de pontos de vista conflitantes. Para alguns, desde a fecundação o concepto já possui a potencialidade para gerar uma nova vida, que será engendrada após uma série de eventos sucessivos e programados. Para outros, contudo, o embrião, por si só, representa apenas um amontoado de células que, se deixadas sem o apoio da mãe, não gerarão nada.

Independentemente da posição que seja adotada, a favor ou não de modificações na legislação sobre o aborto, algo é claro: há uma necessidade de que o tema seja mais discutido e que a população seja mais informada sobre o massacre a que são submetidas milhões de brasileiras que optam em desespero por interromper uma gravidez.

Jerry Carvalho Borges
Departamento de Medicina Veterinária
Universidade Federal de Lavras

Sugestões para leitura

Guedes,A.C. 2000. Abortion in Brazil: Legislation, reality and options, Reproductive Health Matters, 8: 16, 66-76.

Nations,M.K., Misago,C., Fonseca,W., Correia,L.L., Campbell,O.M.R. 1997. Women's hidden transcripts about abortion in Brazil, Social Science & Medicine, 44: 12, 1833-1845.

Novaes,H.M.D. 2000. Social impacts of technological diffusion: prenatal diagnosis and induced abortion in Brazil, Social Science & Medicine, 50: 1, 41-51.

Costa,S.H..1998. Commercial availability of misoprostol and induced abortion in Brazil, International Journal of Gynecology & Obstetrics, 63-1:1,S131-S139.

Faundes,A.2010. Unsafe abortion - the current global scenario, Best Practice & Research Clinical Obstetrics & Gynaecology, 24:4,467-477.

Coelho,H.L.L,  Teixeira,A.C.,  Santos,A.P.,  Barros Forte,E.,  Morais,S.M.,  LaVecchia,C., Tognoni,G.,  Herxheimer, A.1993. Misoprostol and illegal abortion in Fortaleza, Brazil, The Lancet, 341: 8855, 1261-1263.

Rao,K.A., Faundes,A. 2006. Access to safe abortion within the limits of the law, Best Practice & Research Clinical Obstetrics & Gynaecology, 20: 3, 421-432.

http://cienciahoje.uol.com.br/colunas/por-dentro-das-celulas/aborto-no-brasil-mortes-em-silencio

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Re:O aborto deve ser permitido no país?
« Resposta #162 Online: 15 de Julho de 2012, 19:17:25 »

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Offline Muad'Dib

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Re:O aborto deve ser permitido no país?
« Resposta #163 Online: 15 de Julho de 2012, 20:10:18 »
http://www.meuaborto.com.br/

Concordo totalmente que os idiotas que protestam em frente de clínicas com fotos de fetos mortos são idiotas que deturpam o que realmente é o ato de abortar. Mas, pelo menos como primeira impressão, esse site foi de um mau gosto inacreditavel. Banalizou um ato, que, apesar de ser um direito da mulher, parece sempre um pouco traumático.

Aborto não é método anticoncepcional nem pílula do dia seguinte.

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Re:O aborto deve ser permitido no país?
« Resposta #164 Online: 15 de Julho de 2012, 20:44:58 »
Banalizou um ato, que, apesar de ser um direito da mulher, parece sempre um pouco traumático.
Pode até ser, mas acho que esse era um preço que valia a pena pagar.

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Offline Vento Sul

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Re:O aborto deve ser permitido no país?
« Resposta #167 Online: 16 de Julho de 2012, 18:23:53 »
Eu não sou moralista, eu não mato porque não preciso, eu não traio minha mulher porque gosto dela, tudo que tenho que fazer eu faço, se abortar é matar, e daí? A raça humana vai morrer por isso, só por isso talvez eu seria contra.
Religiosos são moralistas, a moralidade é confusa e contraditória. Na maioria das vezes moralismo é sinônimo de falsidade.
No Brasil esse negócio de ser contra o aborto é o mesmo que dizer: Aborte mas não me conte. Pois todos sabem que todo dia há centenas ou mais de abortos pelo país. É fazer disso uma propaganda enganosa, em prol da ignorância.

Quer matar mate. Assuma depois os fatos naturais, pois os sobrenaturais são apenas imaginação dos crentes.
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Re:O aborto deve ser permitido no país?
« Resposta #168 Online: 16 de Julho de 2012, 18:33:51 »
A questão toda da aceitação moral do aborto se baseia no fato do feto estar escondido, podendo ser morto sem que as pessoas o vejam.
Não acredite em quem lhe disser que a verdade não existe.

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Re:O aborto deve ser permitido no país?
« Resposta #169 Online: 16 de Julho de 2012, 18:36:28 »
A questão toda da aceitação moral do aborto se baseia no fato do feto estar escondido, podendo ser morto sem que as pessoas o vejam.

Você é contra o aborto?

Offline Muad'Dib

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Re:O aborto deve ser permitido no país?
« Resposta #170 Online: 16 de Julho de 2012, 18:36:55 »
Vão dizer algo como, "se você puser um bebê no liquidificador, ele fica assim também".

 :histeria:

Offline DDV

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Re:O aborto deve ser permitido no país?
« Resposta #171 Online: 16 de Julho de 2012, 18:41:33 »
A questão toda da aceitação moral do aborto se baseia no fato do feto estar escondido, podendo ser morto sem que as pessoas o vejam.

Você é contra o aborto?

Sou a favor nos casos previstos na lei brasileira atual.

Não acredite em quem lhe disser que a verdade não existe.

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Offline Muad'Dib

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Re:O aborto deve ser permitido no país?
« Resposta #172 Online: 16 de Julho de 2012, 18:48:03 »
A questão toda da aceitação moral do aborto se baseia no fato do feto estar escondido, podendo ser morto sem que as pessoas o vejam.

Você é contra o aborto?

Sou a favor nos casos previstos na lei brasileira atual.

Sei.

O assunto é mais complicado do que a maioria pensa. Eu sou a favor da legalização do aborto mas considero o ato extremamente indigesto.

No fim das contas é uma vida sendo interrompida.

Offline Vento Sul

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Re:O aborto deve ser permitido no país?
« Resposta #173 Online: 16 de Julho de 2012, 18:55:48 »

No fim das contas é uma vida sendo interrompida.

Fazendo bem as contas é uma contra 7 bilhões, muitas delas passando fome, sem educação nem esperanças. Fazendo bem as contas seria bem melhor que esses 7 bilhões tivessem sido reduzido à um terço pelo aborto, ou contraceptivos ou guerras mesmo, que estão fora de moda (?) Melhor mesmo é que a humanidade fosse inteligente, e planejasse o mundo que habita.
Vejo este tema "aborto" é uma questão da ignorância humana, como digo o indivíduo não é o fim e sim o meio.
« Última modificação: 16 de Julho de 2012, 19:07:55 por zambest »
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Offline Muad'Dib

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Re:O aborto deve ser permitido no país?
« Resposta #174 Online: 16 de Julho de 2012, 19:05:04 »

No fim das contas é uma vida sendo interrompida.

Fazendo bem as contas são uma contra 7 bilhões, muitas delas passando fome, sem educação nem esperanças. Fazendo bem as contas seria bem melhor que metade desses 7 bilhões tivessem abortado.

Não concordo com esse raciocínio.

O aborto (a legalização) não visaria uma atenuação do sofrimento de futuros indigentes. Visa a aquisição de um direito da mulher sobre o seu corpo.

O problema da superpopulação, da fome, educação são questões que necessitam de outra abordagem.

 

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