Autor Tópico: "Racismo"  (Lida 50574 vezes)

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Offline Pasteur

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Re:"Racismo"
« Resposta #475 Online: 03 de Março de 2016, 20:41:29 »
Quanto dá em porcentagem 87 de 88?... 98,8%....hummm


Offline Buckaroo Banzai

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Re:"Racismo"
« Resposta #477 Online: 03 de Março de 2016, 21:15:55 »
O Nick Fury virou negro, o cara do Omega Man ("eu sou a lenda") virou negro, um deus Nórdico virou negro, fizeram remake de "morte no funeral" (que já era recente, e só inglês) com um elenco em grande parte negro, o novo Django é negro (mas o filme talvez seja racista!),  "dob o domínio domal" teve protagonista negro na nova versão, "o professor aloprado" também, o novo karate kid (o anterior tinha sido menina... não o Daniel San, o intermediário), o novo Kojak é negro... essa é a lista que apenas me lembro, deve haver mais.

Também parece que estão havendo uma série de séries (!) que os EUA estão refilmando de países da Europa com idiomas esquisitos que nem eles entendem, é bem provável que algumas dessas tenham pelo menos parte do elenco negro ou latino.

Mas deve ser tudo um disfarce e o racismo estar só se agravando e as pessoas só mais oprimidas.

Rocky 7 com protagonista negro. Mudaram até o nome (Creed). Perry White negro. O novo Quarteto Fantástico tem o Johnny Storm negro. No Demolidor do Afleck o Rei do Crime é negro.

Esse último é racismo escancarado e exorbitante! "Negro é tudo criminoso, logo o REI do CRIME tem que ser um negro, não um branco, como era no original". E ainda é plussizeofóbico também.

O Johnny Storm é adotado, ou a Sue Storm que é? Se bem que não tenho certeza de tê-la visto... o que não é inesperado da moça-invisível, afinal.

O que você acha de uma mulher onde o super poder dela é ficar invisível? Muito machismo? Isso é real, e depois aliviaram dando aquele escudo de energia ou telecinese pra ela.

Parece que ela era praticamente a "donzela-em-perigo-invisível" nos quadrinhos originais de Stan Lee e Jack Kirby. E meio loira-burra também. Meio, "e o que faz esse botão aqui dessa invenção, querido?" "Nããão! Você liberou os monstros da oitava dimensão que havíamos aprisionado e acabado de salvar o mundo!"

Offline Lorentz

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Re:"Racismo"
« Resposta #478 Online: 03 de Março de 2016, 21:21:55 »
A presunção de que no Oscar existe racismo porque negros não foram nomeados nos dois últimos anos pode nos levar a conclusão de que não há racismo para os demais anos. Então pela lógica o racismo no Oscar é algo muito recente.

A falta de talento das mulheres negras é escandalosa. 87 prêmios para brancas e 1 para as negras. Há que se fazer um teste no DNA dessa negra, com certeza a parte do talento deve ter algo branca!

A falta de provas documentadas da criação das pirâmides mostra com certeza que foram feitas por aliens.

Você entende que seu argumento é possível, mas não pode ser provado? E se realmente não houver muitas mulheres negras mais talentosas pelo fato de haver menos interesse da comunidade negra em tornarem-se atores? É igualmente válido.

E sim, pode ser que o racismo afasta os negros da tv, e isso desencadeia os demais problemas. Mas neste caso o racismo estaria no início, e não lá no Oscar.

E pelo gráfico que o Buck mostrou, parece que a proporção dos negros ganhadores está na mesma proporção da população. Isso está errado?
"Amy, technology isn't intrinsically good or bad. It's all in how you use it, like the death ray." - Professor Hubert J. Farnsworth

Offline Geotecton

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Re:"Racismo"
« Resposta #479 Online: 03 de Março de 2016, 21:25:13 »
Quanto dá em porcentagem 87 de 88?... 98,8%....hummm

Considerando que os brancos são em torno de 70% e os negros algo em torno de 11%, então o "problema" de racismo está em torno de 19%?
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Offline Buckaroo Banzai

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Re:"Racismo"
« Resposta #480 Online: 03 de Março de 2016, 21:26:33 »
Premiações estão no nível da população, e acima de indicações, e essas por sua vez, acima de "papéis de destaque".

É evidentemente uma forma desesperada de disfarçar o racismo.



Especialmente o racismo contra os latinos, que é o mais gritante no Oscar, e de que ninguém está falando.

Offline Geotecton

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Re:"Racismo"
« Resposta #481 Online: 03 de Março de 2016, 21:33:32 »
Premiações estão no nível da população, e acima de indicações, e essas por sua vez, acima de "papéis de destaque".

É evidentemente uma forma desesperada de disfarçar o racismo.

Especialmente o racismo contra os latinos, que é o mais gritante no Oscar, e de que ninguém está falando.

Latino não é raça, logo o preconceito contra eles não é racismo.  :P
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Offline Pasteur

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Re:"Racismo"
« Resposta #482 Online: 03 de Março de 2016, 22:18:55 »
Quando se fala de negro no Brasil está subentendido as pessoas alvos de preconceito,  negros, pardos e indígenas.

Nos EUA a mesma coisa com os hispânicos/latinos.

God!

Offline Pasteur

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Re:"Racismo"
« Resposta #483 Online: 03 de Março de 2016, 22:24:43 »
Quanto dá em porcentagem 87 de 88?... 98,8%....hummm

Considerando que os brancos são em torno de 70% e os negros algo em torno de 11%, então o "problema" de racismo está em torno de 19%?

As mulheres não brancas perfazem 30% e ganharam uma vez de 88, ou seja, 1,2%.

Offline Buckaroo Banzai

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Re:"Racismo"
« Resposta #484 Online: 03 de Março de 2016, 22:35:44 »
Quando se fala de negro no Brasil está subentendido as pessoas alvos de preconceito,  negros, pardos e indígenas.

Nos EUA a mesma coisa com os hispânicos/latinos.

God!

Não. Quando se fala de uma coisa, se está se referindo a essa coisa, ou deveria ser assim, numa abordagem séria e honesta, para não bagunçar. O gráfico que eu postei discrimina brancos, negros, asiáticos, e outros. Não-brancos não são todos "negros", evidentemente.

E os índios americanos, por que estão fora de "negros"? Você tem uma séria tendência a EXCLUIR os índios de seus discursos, pelo amor de deus! :P

Offline Pasteur

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Re:"Racismo"
« Resposta #485 Online: 03 de Março de 2016, 22:41:18 »
Quando se fala de negro no Brasil está subentendido as pessoas alvos de preconceito,  negros, pardos e indígenas.

Nos EUA a mesma coisa com os hispânicos/latinos.

God!

Não. Quando se fala de uma coisa, se está se referindo a essa coisa, ou deveria ser assim, numa abordagem séria e honesta, para não bagunçar. O gráfico que eu postei discrimina brancos, negros, asiáticos, e outros. Não-brancos não são todos "negros", evidentemente.

E os índios americanos, por que estão fora de "negros"? Você tem uma séria tendência a EXCLUIR os índios de seus discursos, pelo amor de deus! :P

Nem me fale essa palavra EXCLUIR...

Offline Buckaroo Banzai

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Re:"Racismo"
« Resposta #486 Online: 03 de Março de 2016, 22:46:23 »
As crianças já costumam ser educadas desde tenra idade que na "dança das cadeiras" indígena, é normal e certo que ao menos um vai ficar de fora.



Apropriação cultural e opressão (o rótulo desdenhoso de "lenda" ao credo indígena).

Offline Gaúcho

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Re:"Racismo"
« Resposta #487 Online: 03 de Março de 2016, 22:47:13 »
Hoje eu me toquei que meu pai se encaixaria facilmente na categoria pardo. Ganho pontos na discussão?
"— A democracia em uma sociedade livre exige que os governados saibam o que fazem os governantes, mesmo quando estes buscam agir protegidos pelas sombras." Sérgio Moro

Offline Buckaroo Banzai

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Re:"Racismo"
« Resposta #488 Online: 03 de Março de 2016, 22:49:54 »
A favor, só se for da posição que as coisas geralmente/universalmente são racistas. Se estiver dizendo que algo não é racista, perde um ponto adicional, por ser um caso de auto-racismo, submissão fiel à supremacia branca.

Inclusive, talvez você mesmo devesse se considerar negro ou pardo -- não precisa ter vergonha disso, ao contrário, deve ter ORGULHO de quem realmente você é. Depois mande uma foto para o Juca avaliar sua pureza racial, se não seria um fraudador, em todo caso.

Offline Pasteur

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Re:"Racismo"
« Resposta #489 Online: 03 de Março de 2016, 23:11:56 »
Hoje eu me toquei que meu pai se encaixaria facilmente na categoria pardo. Ganho pontos na discussão?

Não! O que importa é o fenótipo! Na hora que Hollywood te ver não vai ligar pro seu DNA!

Offline Buckaroo Banzai

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Re:"Racismo"
« Resposta #490 Online: 04 de Março de 2016, 07:54:48 »
Estou só esperando a operação do FBI com a mega-prisão de centenas de pessoas que aparecem no crédito de "casting" dos filmes. Vai ser a coisa mais dramática que já aconteceu em Hollywood e a coisa mais importante para os milhões de negros no país desde o Civil Rights Act. E, indiretamente ajudando aos latinos, índios, asiáticos, e outros também.

Offline Buckaroo Banzai

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Re:"Racismo"
« Resposta #491 Online: 04 de Março de 2016, 08:36:49 »
Mais racismo: Zoe Saldana é escalada para interpretar Nina Simone, que é mais escura que ela, o que serviu de pretexto para Hollywood humilhar os negros forçando a uma negra a usar blackface:


Zoe Saldana



Nina Simone


Blackface:






E recentemente, blackface foi usado em Hollywood, justamente no Oscar, pelo mais clássico apresentador branco, Billy Crystal:



<a href="https://www.youtube.com/v/BWVJns4HNlk" target="_blank" class="new_win">https://www.youtube.com/v/BWVJns4HNlk</a>

Resta saber melhor se ela foi forçada mesmo ou se é uma traidora racial. Se foi forçada, talvez possa ser perdoada no futuro. Se não, tem que entrar para a lista negra lista-de-exclusão de todos aqueles que verdadeiramente se preocupam com a igualdade social. Ao menos até agora ela está fazendo pouco da denúncia, talvez porque as condições não permitam se expressar. Temos que dar um tempo. Pode ser que depois a verdade venha a tona.

http://pagesix.com/2016/03/03/zoe-saldana-shrugs-off-nina-simone-blackface-criticism/

Offline Pasteur

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Re:"Racismo"
« Resposta #492 Online: 04 de Março de 2016, 12:28:10 »
Estou só esperando a operação do FBI com a mega-prisão de centenas de pessoas que aparecem no crédito de "casting" dos filmes. Vai ser a coisa mais dramática que já aconteceu em Hollywood e a coisa mais importante para os milhões de negros no país desde o Civil Rights Act. E, indiretamente ajudando aos latinos, índios, asiáticos, e outros também.

Primeiro o FBI precisa prender a polícia...

http://expresso.sapo.pt/internacional/diretor-do-fbi-admite-que-ha-comportamentos-racistas-na-policia=f910724


Offline Agnoscetico

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Re:"Racismo"
« Resposta #494 Online: 06 de Março de 2016, 01:21:52 »
Premiações estão no nível da população, e acima de indicações, e essas por sua vez, acima de "papéis de destaque".

É evidentemente uma forma desesperada de disfarçar o racismo.

Especialmente o racismo contra os latinos, que é o mais gritante no Oscar, e de que ninguém está falando.

Latino não é raça, logo o preconceito contra eles não é racismo.  :P

Ai que tá! è como caso dos judeus, muita gente calassifica judeus como raça mas nem fisicamente sao homogeneos pra pelo se tipificar como raça. Nem americanos sabem direito como classificam latinos etnicamente, porque até Antonio Banderas, Penelope Cruz, Javier Bardem costumam fazer papeis de arabes e/ou mexicanos, etc.  E mais curioso ainda quando atores com look mais caucasiano como Chuck Norris, Val Kilmer, uma tal de Jessica Biel e tal Megan Fox, etc. sao de origem em parte indigena, apesar dos cabelos e/ou olhos mais claros desses. 

Enquanto na Espanha eles seriam considerados brancos de primeira linha, lá nos EUA muitos espanhois seriam confundidos com ciganos, latino-americanos, arabes, etc. O racismo é uma coisa estranha quando se trata de um povo nao tao etnicamente mais homogeneo ou com pouca mistura como os EUA, como é o caso da Espanha e até Portugal (que tem muitos morenos de origem europeia mesmo, se passariam por brasileiros sem nem deixar duvidas, exceto pelo sotaque), etc.

Lista de descendentes famosos conhecidos de indigenas:
https://en.wikipedia.org/wiki/Category:American_people_of_Native_American_descent








« Última modificação: 06 de Março de 2016, 01:37:35 por Agnoscetico »

Offline Buckaroo Banzai

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Re:"Racismo"
« Resposta #495 Online: 06 de Março de 2016, 14:42:39 »
Não é só o Oscar que discrimina as minorias, o "framboesa de ouro" também.:

Citar
http://nationallampoon.com/minorities-boycott-razzies-due-underrepresentation/

[...] “As it if wasn’t bad enough that Hollywood doesn’t think black actors can star in great movies, they don’t even think we can star in bad ones either,” said notable film director Spike Lee. “You had a movie where Will Ferrell hired Kevin Hart to teach him how to BE a tough black man and even THAT wasn’t bad enough for you!” Lee was referring to the 2015 film “Get Hard”.

 

While technically, Michael B. Jordan received a nomination alongside his co-stars of Fantastic Four for Worst Screen Combo, many critics say this token nomination does little to appease an awards ceremony that has been described on social media as “a lily white roasting”. Even actor Will Smith, who has critiqued the Oscars for similar treatment, has made his position clear despite receiving a special “Razzie Redeemer” nomination for following up ‘After Earth’ with ‘Concussion’.

Screen Shot 2016-02-10 at 10.11.08 AM

“While I can appreciate the generosity, this isn’t all about me,” Smith said in a statement on Facebook. “There are many black actors who regularly release terrible movies that are simply getting overlooked. While 2014 was a good year, you can’t deny the sort of bad movies that were ignored in 2015. I mean, Tyler Perry made another Madea movie and the closest thing we have to a brown actor getting a Razzie nomination is Alvin and the Chipmunks!”

[...]


:biglol:

Offline Gabarito

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Re:"Racismo"
« Resposta #496 Online: 05 de Abril de 2016, 09:38:27 »
Encrenca pelos cabelos...

Citar
Pelos cabelos
05/04/2016 02h00

Polêmicas por causa do cabelo: o mundo caminha para o Apocalipse? Talvez. Mas antes que a festa acabe, conto rápido.

Um estudante branco da Universidade de São Francisco, ostentando as suas rastas, foi abordado por uma aluna negra. A donzela, indignada com o cabelo do rapaz, acusou: "É a minha cultura!" O rapaz tentou justificar-se perante a agressividade da donzela. As coisas não tomaram proporções violentas porque Corey Goldstein (eis o nome do estudante) fugiu a tempo.

Fugiu, mas não esqueceu: em vídeo posterior ao incidente, Goldstein justificou-se. Ninguém é dono de uma estética particular, disse ele. E, além disso, o cabelo com rastas existiu em múltiplas culturas –dos egípcios aos vikings, sem esquecer os vitorianos. Os negros, quando muito, apenas continuaram uma tradição.

Pior a emenda que o soneto: os Estados Unidos discutem se rastas em rapazes brancos são um roubo cultural imperdoável. E até a Europa participa do delírio: no "The Independent", a escritora Wedaeli Chibelushi acusa Goldstein de desrespeitar os negros e de usar o cabelo com a arrogância própria da "supremacia branca". Será que o rapaz não conhece o papel do cabelo na luta contra o racismo e a segregação racial?

É triste constatar o fato: ontem havia Martin Luther King; hoje há idiotas que discutem penteados.

Para eles, a minha única sugestão é assistirem ao notável e premiado documentário de Chris Rock intitulado "Good Hair". Informação: da última vez que confirmei, Chris Rock não era branco. E a pergunta que anima o seu filme é tentar compreender por que motivo a maioria dos negros nos Estados Unidos tem uma relação assaz problemática com o cabelo.

Abreviando, detestam-no. E tentam desesperadamente alisar as cabeleiras com químicos e "extensões". Quando digo "desesperadamente", não exagero: Chris Rock visita uma das principais fábricas que fornece produtos químicos para o efeito. Fica na Carolina do Norte (ironicamente, um dos estados confederados que romperam com a União no século 19). Conclusão: muitos negros americanos usam hidróxido de sódio para terem belas cabeleiras lisas.

O hidróxido de sódio (ou, para os leigos, a soda cáustica) é um composto perigoso que pode causar lesões permanentes na pele. E quando um cientista, entrevistado por Chris Rock, pergunta o óbvio ("Mas por que motivo fazem isso?"), o ator responde também o óbvio ("Para parecerem brancos").

Mas não é preciso correr riscos para a saúde quando a ideia é imitar os brancos. Alguns, mais endinheirados, compram extensões e resolvem o assunto sem abrir buracos na cabeça. E de onde vêm essas extensões?

Chris Rock pega um avião e viaja para a Índia. Nos templos, é comum pagar promessas com cortes radicais. O cabelo é depois lavado, tratado e exportado para os Estados Unidos. Esses são, digamos, os fornecedores "normais".

Mas também existem máfias que atacam indianas adormecidas (ou desprevenidas) para roubarem cabelo. O destino do roubo, pago a peso de ouro, é o mesmo.

Não sei o que diriam os indignados como Wedaeli Chibelushi sobre essa realidade: a constante tentativa dos negros americanos em "apropriarem-se" dos penteados dos brancos.

Um esforço de apropriação que depende muitas vezes do risco pessoal ou da exploração dos mais miseráveis asiáticos.

Provavelmente, dirão que a culpa é novamente dos brancos e do "imperialismo" capilar que eles impõem na TV, no cinema ou na moda.

Aliás, se o "pensamento" de criaturas como Wedaeli Chibelushi fosse para levar a sério, as culturas humanas estariam condenadas a nunca se misturarem umas com as outras.

Um branco jamais poderia praticar capoeira. Um negro jamais poderia lutar kung fu. Curiosamente, seria uma nova segregação racial, promovida por aqueles que lutam contra a segregação racial. Perfeito.

Da minha parte, a única coisa que posso prometer é nunca acusar nenhum negro de "roubar a minha cultura" só porque ele usa cabelos lisos.

Infelizmente, o mesmo já não posso dizer das pobres indianas, que despertam todas as manhãs com menos peso na cabeça.


Mais sobre o episódio:
Citar
I wasn't surprised by the US dreadlocks row. It's another example of cultural appropriation and white entitlement
White men have worn dreadlocks in the past. But this isn't 11th Century Scandinavia, it's modern day America, where the style is still tangled up in the black struggle against white supremacy
    Sunday 3 April 2016


US student Corey Goldstein, who this week defended his decision to wear dreadlocks as a white man.

A video showing a black student accosting a white student over his dreadlocks has racked up more than two million views in two days. Shot at San Francisco University, it shows an unnamed black woman blocking the path of Corey Goldstein, who sports the controversial hairstyle. Referring to his dreads, she claims: “It’s my culture”. In a second video, Goldstein goes on to defend his choice of hairstyle, insisting that dreadlocks are “everywhere… it’s not something that is just part of the coloured community”.

Corey Goldstein comments on viral video

Goldstein is, of course, quite right - dreadlocks are not the sole preserve of black culture. The style has been traced back to Ancient India, Egypt and Greece. But the fact that dreads belong to many cultures doesn’t mean that Goldstein is automatically immune to the accusation that now surrounds him: that he is guilty of what is known as “cultural appropriation”. In fact, Goldstein is a shining example of its very definition: “a dominant culture [taking] elements from a culture of people who have been systematically oppressed by that dominant group”.

In his defence, Goldstein stated that dreadlocks are “ingrained in so many cultures other than that. It’s in Egyptian culture; it’s in Viking culture – even in Victorian culture”. Vikings were white, yes, and there are claims that the Scandinavian seafarers rocked dreads too. But Goldstein doesn’t rock his dreads in 11th Century Scandinavia. He wears them in the US, where dreadlocks are still tangled in the black struggle against white supremacy.

In the 1950s, a time of intense racial segregation and discrimination, African Americans adopted dreadlocks. As fellow black folk, they acknowledged its potential to reject white dominance other political, cultural and economic issues. Jamaican Rastafaris, meanwhile, wore dreadlocks as a form of cultural resistance. They wanted to provoke society and rebel against an (often white) dominant culture.

As the black actress Amandla Stenberg says, “appropriation occurs when the appropriator is not aware of the deep significance of the culture that they are partaking in”. By wearing dreadlocks without acknowledging their symbolic resistance, Goldstein reduces cultural power to a “cool” trend.  As part of the oppressive culture, he emulates minority tradition while bypassing the discriminations that comes with it.

As for “Victorian culture”, I’m at a loss, but regardless of whether Benjamin Disraeli wore the locks or not, Goldstein’s defence preserves the power imbalance between white folk and people of colour.

“My hair, my rules, my body”, Goldstein asserts, displaying a deep sense of entitlement. Sure, it’s only hair, and it is his hair to style. But does he have the right to style it in a way that has a deep cultural meaning to minority cultures? The ability to style your hair for fashion’s sake is a luxury, not a right. If it is offending others, Goldstein should consider giving up that luxury.

Goldstein reveals no political or spiritual reason for wearing dreads, apart from his claim that he “loves and respects [African American] culture”. It is possible, however, to respect culture without taking from it; you can raise awareness of its oppression and educate yourself.

Such education may stop Goldstein from generalising. In his statement, he makes another interesting point. Dreads aren’t “something that all across the board [African Americans] believe in”, Goldstein states, and he’s right. There’s the mum with the weave who nags her son because she thinks his dreadlocks are disgusting. There’s the cornrowed teenager who believes that hair carries no meaning. But to go on to claim that black hair is just “something that they wear on their head” is ignorant in the extreme.

Does Goldstein really believe that no African Americans wear dreadlocks for spiritual or political reasons? None at all? A white man erasing these beliefs and meanings sounds a lot like what Azealia Banks termed “cultural smudging” to me. In an interview with Hot 97, Banks said that ‘cultural smudging’ tells black people “you don’t own shit, you don’t have shit, not even the shit you created for yourself”. 

Goldstein’s expression of white entitlement affirms her gloomy message. He’s taken from a minority culture and defends his actions by the same justifications used time and time again. Rather than showing “love and respect” in his way, Goldstein ought to talk to some African Americans about what dreadlocks really mean to them.

Offline Gabarito

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Re:"Racismo"
« Resposta #497 Online: 05 de Abril de 2016, 09:42:52 »
O vídeo no Youtube.
A treta está rolando.

<a href="https://www.youtube.com/v/jDlQ4H0Kdg8" target="_blank" class="new_win">https://www.youtube.com/v/jDlQ4H0Kdg8</a>

Offline Geotecton

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Re:"Racismo"
« Resposta #498 Online: 05 de Abril de 2016, 13:51:58 »
Eu ia comentar. Mas o melhor é apenas ressaltar o grau de idiotice que um ser humano chega.
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Offline Buckaroo Banzai

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Re:"Racismo"
« Resposta #499 Online: 05 de Abril de 2016, 16:22:25 »
É muito surreal.

O engraçado é que é difícil de imaginar as pessoas que verdadeiramente lutaram por igualdade, viveram tempos onde começaria a fazer algum sentido falar sobre se viver em uma "supremacia branca"* (governada por um presidente negro!) se importando com esse tipo de coisa. Ou hippies, que seja. A impressão que dá é que seria em épocas mais sãs algo a ser comemorado. Não me espantaria se hoje algum branco qualquer fosse hostilizado por usar alguns dos assentos de ônibus que um dia foram relegados apenas aos negros nos EUA -- com qualquer que fosse a manobra pseudo-lógica de conseguir dar algum sentido a isso ser uma forma de opressão branco-supremacista.

Parece que conforme a realidade foi se amenizando, o discurso foi ficando cada vez mais hiperbólico e histérico.


O que tenho a impressão de ser algo que pode ser ligado à "web 2.0". Com a criação de uma "indústria de conteúdo com relevância social". Antes disso talvez as coisas tivessem proporções mais cabidas (melhor dizendo, menos exageradas, ainda que o risco fosse na verdade de falta de atenção a problemas minoritários, porém reais), por mais raramente ser o principal "produto" de tantas pessoas. Se não tem nada ofensivo/opressor acontecendo, eles não têm "produto" algum para vender. Perdem a "relevância".




* talvez nesse tópico mesmo ainda tenha comentaod sobre isso, como estão hiper-generalizando esse termo ultimamente. Antes para ser supremacista branco, você tinha que meio que praticamente ser um nazista, KKK, ou separatista-sulista americano (talvez brasileiro), pregar coisas como que os negros deveriam ser mandados de volta para a África, ter menos direitos, ou no mínimo, haver o direito de discriminar racialmente. Hoje basta usar cabelo dreadlock!

The Onion poderia fazer uma paródia nas linhas dos skinheads neonazistas protestando contra negros comumente rasparem o cabelo, como "apropriação cultural".

 

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