É muito surreal.
O engraçado é que é difícil de imaginar as pessoas que verdadeiramente lutaram por igualdade, viveram tempos onde começaria a fazer algum sentido falar sobre se viver em uma "supremacia branca"* (governada por um presidente negro!) se importando com esse tipo de coisa. Ou hippies, que seja. A impressão que dá é que seria em épocas mais sãs algo a ser comemorado. Não me espantaria se hoje algum branco qualquer fosse hostilizado por usar alguns dos assentos de ônibus que um dia foram relegados apenas aos negros nos EUA -- com qualquer que fosse a manobra pseudo-lógica de conseguir dar algum sentido a isso ser uma forma de opressão branco-supremacista.
Parece que conforme a realidade foi se amenizando, o discurso foi ficando cada vez mais hiperbólico e histérico.
O que tenho a impressão de ser algo que pode ser ligado à "web 2.0". Com a criação de uma "indústria de conteúdo com relevância social". Antes disso talvez as coisas tivessem proporções mais cabidas (melhor dizendo, menos exageradas, ainda que o risco fosse na verdade de falta de atenção a problemas minoritários, porém reais), por mais raramente ser o principal "produto" de tantas pessoas. Se não tem nada ofensivo/opressor acontecendo, eles não têm "produto" algum para vender. Perdem a "relevância".
* talvez nesse tópico mesmo ainda tenha comentaod sobre isso, como estão hiper-generalizando esse termo ultimamente. Antes para ser supremacista branco, você tinha que meio que praticamente ser um nazista, KKK, ou separatista-sulista americano (talvez brasileiro), pregar coisas como que os negros deveriam ser mandados de volta para a África, ter menos direitos, ou no mínimo, haver o direito de discriminar racialmente. Hoje basta usar cabelo dreadlock!
The Onion poderia fazer uma paródia nas linhas dos skinheads neonazistas protestando contra negros comumente rasparem o cabelo, como "apropriação cultural".