Tópico: Perguntas idiotas (ou não!) que não merecem um tópico só para elas

[Südenbauer]

Vós-mecê tá de brincation uíti mi.

[Buckaroo Banzai]

"Dilma Rousseff e Roseana Sarney são políticas do governo brasileiro."

[Derfel]

feminino de político [Flexão nominal]

Qual é o feminino desta frase: ele é um bom político?Teresa (Portugal)

Uma frase não tem feminino ou masculino. Se a questão se coloca quanto ao feminino do predicativo do sujeito um bom político, a palavra político pode ter política como feminino, como se pode comprovar, por exemplo, no Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea(Academia das Ciências/Verbo, 2001) ou em buscas na Internet e em corpora. Assim, se o sujeito da frase for feminino (ela), a frase poderá ser ela é uma boa política, mesmo que a palavra seja homónima do substantivo feminino política na acepção “arte ou ciência da organização ou governo de um estado ou nação”.A hesitação na utilização do termo masculino político para designar um referente feminino (ex.:A política Dilma ganhou as eleições) resulta do facto de essa profissão ter sido, durante muitos anos, maioritariamente desempenhada por pessoas do sexo masculino, tal como muitas outras profissões (ex.: senador, presidente, ministro, etc.). As palavras designativas destes cargos ou profissões foram sendo registadas na tradição lexicográfica como substantivos masculinos, reflectindo esse facto. Porém, à medida que a sociedade em que vivemos se vai alterando, torna-se necessário designar novas realidades, como seja o caso da feminização dos nomes de algumas profissões, decorrente do acesso da população feminina a tais cargos. Por exemplo, as palavras chefe, presidente, comandante passaram a ser usadas e registadas nos dicionários como substantivos comuns de dois, ou seja, com uma mesma forma para os dois géneros, sendo o feminino ou o masculino indicado nos determinantes com que coocorrem, que flexionam em género, consoante o sexo do referente: havia o chefe e passou a haver a chefe. De igual modo, surgiram juízas, deputadas, vereadoras, governadoras, primeiras-ministras, engenheiras, etc. No primeiro caso optou-se por formas invariáveis, no último, por formas flexionáveis. Na origem de um ou de outro processo parece estar a analogia de palavras com a mesma terminação ou o uso que se vai generalizando.Pode persistir alguma resistência na aceitação destes termos flexionados. No entanto, a estranheza inicial de uma forma flexionada como política ou primeira-ministra tem-se esbatido à medida que estas palavras surgem regularmente na imprensa escrita e falada. Esta mudança da língua é ainda atestada pelas mais recentes obras lexicográficas em língua portuguesa, como o já mencionado Dicionário de Língua Portuguesa Contemporânea.

Ver também: capataz, juiz / juíza, comissário / comissária, presidente / presidentaPedro Mendes, 6-Jan-2011

          Notas:As respostas são datadas e escritas segundo a ortografia da norma europeia anterior ao Acordo Ortográfico de 1990.A base do dicionário foi alterada a 1 de Abril de 2009, pelo que as referências em dúvidas anteriores a esta data podem não corresponder ao conteúdo actual. As respostas sobre questões ortográficas são maioritariamente baseadas na norma ortográfica portuguesa de 1945, contendo as respostas mais recentes indicações sobre a ortografia antes e depois do Acordo Ortográfico de 1990.A bibliografia utilizada está disponível aqui.

http://www.flip.pt/Duvidas-Linguisticas/Duvida-Linguistica.aspx?DID=4812#.UhXNgH1v_MJ

[Gabarito]

Um bom termômetro é a imprensa, que costuma zelar pelo idioma.

Os jornais de grande circulação não usam o termo "presidentA". Nenhum!
Os telejornais das emissoras de televisão, nenhum usa esse termo. Nenhum.

Quem usa:
Blogs reconhecidamente enfileirado com as ideias do partido da presidente.
Pessoas do governo, ministros, secretários, funcionários públicos.
Políticos do partido e alguns aliados.
Pessoas ligadas a movimentos sociais, MST e derivados.

Quem deu o  pontapé inicial nessa prática:
O ex-presidente Lula.

[Gabarito]

O mais interessado nisso podia ser você mesmo, Derfel.
Senão, poderíamos considerá-lo um dentistO.

 

[_Juca_]

Um bom termômetro é a imprensa, que costuma zelar pelo idioma.

Os jornais de grande circulação não usam o termo "presidentA". Nenhum!
Os telejornais das emissoras de televisão, nenhum usa esse termo. Nenhum.

Quem usa:
Blogs reconhecidamente enfileirado com as ideias do partido da presidente.
Pessoas do governo, ministros, secretários, funcionários públicos.
Políticos do partido e alguns aliados.
Pessoas ligadas a movimentos sociais, MST e derivados.

Quem deu o  pontapé inicial nessa prática:
O ex-presidente Lula.

Está explicado, presidenta é coisa de comunista. 

[Derfel]

Eu uso e prefiro "a presidente" por uma questão pessoal, porém não critico ninguém pelo uso de presidenta. Na imprensa já vi tanto na internet (como no ig) como em jornais. Particularmente já vi em jornais portugueses anterior à eleição da Dilma, discutindo como chamar a presidente do Chile.

[Arcanjo Lúcifer]

É que só "presidente" não dá para saber se ela é homem ou mulher

[Barata Tenno]

Eu parto do princípio da educação, chamar a pessoa pelo que ela quer ser chamada. Se a Dilma prefere presidenta, presidenta será.

[_Juca_]

Eu não entendo essa celeuma toda. Ela quis firmar posição como mulher, tão somente.

[Barata Tenno]

Eu não entendo essa celeuma toda. Ela quis firmar posição como mulher, tão somente.

Exatamente.

[Buckaroo Banzai]

feminino de político [Flexão nominal]

Foi aí que eu vi/me lembrei. Não deixa de ser engraçado. "Dilma Rousseff é uma política posta em ação para presidenciar governar o país".



Achava que existisse "presidenciar". Devem ter mudado os dicionários agora mesmo, antes de eu checar...

Eu não entendo essa celeuma toda. Ela quis firmar posição como mulher, tão somente.

Como "presidenta" raramente era usado no feminino, fica forçado, independentemente de quaisquer intenções. Parece até uma estratégia de marketing meio fracassada, para tentar compensar a imagem de "o Dilmão".

[Jurubeba]

Algum forista poderia me indicar uma fonte em português que contenha uma refutação ao bioquímico Behe?

Para mim ele faz pseudo-ciência, mas gostaria de indicar a leitura a um amigo para que ele analise por si mesmo, sem que ele pense que é apenas o meu ponto de vista.

Saudações

[alersson]

Algum forista poderia me indicar uma fonte em português que contenha uma refutação ao bioquímico Behe?

Para mim ele faz pseudo-ciência, mas gostaria de indicar a leitura a um amigo para que ele analise por si mesmo, sem que ele pense que é apenas o meu ponto de vista.

Saudações

no link da wikipédia tem infomações mais gerais sobre a complexidade irredutível
e o outro link é uma refutação dirata ao livro "a caixa preta de Darwin" do behe.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Complexidade_irredutível#Resposta_da_comunidade_cient.C3.ADfica
http://www.evo.bio.br/LAYOUT/Behe.html

[Donatello]

Eu não entendo essa celeuma toda. Ela quis firmar posição como mulher, tão somente.

Até porque todos os governantes que vieram antes dela faziam questão de serem chamados de presidentOs só para deixarem bem claro e sem sombra alguma de dúvidas que eram todos homens. Tá serto.

[_Juca_]

feminino de político [Flexão nominal]

Foi aí que eu vi/me lembrei. Não deixa de ser engraçado. "Dilma Rousseff é uma política posta em ação para presidenciar governar o país".



Achava que existisse "presidenciar". Devem ter mudado os dicionários agora mesmo, antes de eu checar...

Eu não entendo essa celeuma toda. Ela quis firmar posição como mulher, tão somente.

Como "presidenta" raramente era usado no feminino, fica forçado, independentemente de quaisquer intenções. Parece até uma estratégia de marketing meio fracassada, para tentar compensar a imagem de "o Dilmão".

Mas e isso que ela queria, forçar a situação. " Agora tem uma mulher no posto de comando, se atentem"

[Derfel]

Eu não entendo essa celeuma toda. Ela quis firmar posição como mulher, tão somente.

Até porque todos os governantes que vieram antes dela faziam questão de serem chamados de presidentOs só para deixarem bem claro e sem sombra alguma de dúvidas que eram todos homens. Tá serto.

O masculino é presidente. O feminino pode ser "a presidente" ou presidenta. O único motivo que soa estranho presidenta é a pequena (e muito recente) quantidade de mandatárias no mundo. Só uma pequena busca vemos o uso de presidenta aqui:

http://pt.wikinews.org/wiki/Michelle_Bachelet_%C3%A9_a_nova_Presidenta_do_Chile
http://www.publico.pt/mundo/noticia/chile-michelle-bachelet-devera-ser-hoje-eleita-presidenta-1244795
http://vestibular.uol.com.br/resumo-das-disciplinas/atualidades/cristina-kirchner-primeira-presidenta-eleita-na-argentina.htm
http://expresso.sapo.pt/juan-carlos-manda-calar-hugo-chavez=f163465

verifique a data das matérias e note que a maioria é de Portugal.

[Buckaroo Banzai]

Em Portugal também dizem "as equipas", em vez de "equipes".

Deve ser um povo muito menos misógino, ao contrário do brasileiro, que se sente emasculado ao ter a primeira presidenta; no cargo máximo, uma mulher, que "deveria" ser subordianda, trazer cafezinho, não comandar o país. Essa implicância com "presidenta" é apenas reflexo disso, pois o uso de "presidente" ao menos não esfregaria tanto na cara essa realidade.



Em contrapartida, devem ser mais elitistas, por usarem "xadrezista" em vez de "enxadrista", que pode causar alguma ambiguidade fonética, sugestão de "alguém que trabalha com enxada".

[Donatello]

Pois é, Buck... engraçado que hoje mesmo quando li aquele post sobre o Houaiss ter o vocábulo presidenta (e sobre isso justificar a insistência amalucada da presidente com o esdrúxulo termo) me passou pela cabeça: seria a mesma coisa de justificar a insistência amalucada de um eventual prefeito qualquer que não quisesse mais ser chamado de prefeito mas apenas de edil... e aí que me dei conta de que sei desde pequeno que edil é sinonimo de prefeito mas não sei de quem o use ou tenha usado.

Depois do sua postagem, esclarecedora como sempre  , me deu na caixa craniana de que poderia ser lá pras bandas de além-mar e, bingo, é mesmo: em Portugal costumam chamar o prefeito de edil, e tá no Houaiss.

Suponho que com estas valorosas informações não mais poderemos considerar amalucada e inútil uma eventual birra futura de um eventual prefeito futuro em ser chamado apenas de edil e nunca de prefeito como desde sempre nos acostumamos a chamar nossos chefes dos executivos municipais, pois não, Buck? 

[Donatello]

Deve ser um povo muito menos misógino

Misoginia é coisa de homem de verdade, não poderia triunfar num país onde ninguém se incomoda de que apontem em sua direção e digam "por favor, entre naquela bicha" e em que todos os gajos saem logo de manhãzinha para procurarem um "cacete quentinho". Tsc tsc: paneleiros.

[Buckaroo Banzai]

Um prefeito exigir ser chamado de "edil" seria apenas manifestação de um espírito autoritário, não teria uma função social importante como tem o uso de substantivos inambiguamente femininos.

A menos talvez que fosse um prefeito pós-sexual, que preferisse o termo "edil" a "prefeito" ou "prefeita", por não terminar com qualquer vogal que enfatize a construção de gênero.


Segundo o priberam, (catálogo de palavras em-linha lusitano), "edil" é vereador, não prefeito.

http://priberam.com/dlpo/default.aspx?pal=edil



Alternativa neutra talvez fosse "prefeitante", que talvez fosse ainda adicionalmente meio hispano/castalhano-inclusiva, já que nesta língua-irmã, costumam usar o morfema "ante", como "cantante" tanto para "cantor" como para "cantora". Optar por essa forma de escrever reduziria tanto os crimes contra mulheres e GLTBREDASDS, quanto melhoraria as relações das pessoas brasileiras com pessoas de países hispano-castelhanófonos.

[Donatello]

Segundo o priberam, (catálogo de palavras em-linha lusitano), "edil" é vereador, não prefeito.

Ai que burro, dá zero pra mim 

[Derfel]

Para tentar acabar com essa coisa de presidenta/presidente:



Como existem também chefa, governanta, infanta, mestra, hóspeda, monja, giganta, comedianta, farsanta, ajudanta, patifa e biltra (exemplos do texto). A maioria soa estranha apenas pela falta de uso.

[Donatello]

Ae meo deos!!

Derfel; o que você acharia se o mandatário do posto de saúde em que você trabalha afixasse placas no balcão de informações dizendo: "Por favor, espere na bicha" e além disso começasse a dar esporro nos funcionários que usassem o termo correspondente em "brasileiro"? Se ela viesse com um dicionário e um monte de recortes de jornais portugueses comprovando que bicha é fila amenizaria o fato de ele ser um babaca querendo aparecer?

A questão não é se existe a palavra presidenta, é se é sensato, útil, razoável, não imbecil que uma presidente faça questão de um termo que caiu em desuso aquém-mar desde tempos imemoriais (não apenas que faça questão de usar, o que seria de menos, mas que faz questão de que todo mundo use, o que é demais) só para dar mais um toquezinho a mais na guerrinha de gêneros e para (como diz o Juca com orgulho) garantir com toda certeza que é uma mulher na presidência, que o título dela até termina com a, e que está abalando Bangu. Ahhhh, de boa...

Então não, não adianta publicar dicionários, recortes de jornais do século 19, links para jornais portugueses, porque a questão não é essa: a questão não é nem a presidente gostar de se chamada por um termo que caiu em desuso na variante linguística falada no Brasil, a questão é a presidente querer anular (parece que agora baixou até uma lei neste sentido, vou confirmar porque foi noticia de blog) o uso de um termo que é consagrado em solo tupiniquim, que é perfeitamente correto, apenas por capricho e porque (sou obrigado a concordar com o Arcanjo) é tão andrógina que tem que colocar na plaquinha que é mulher senão corre risco de passar vergonha.

Mas tah bão tamém, jah deo pra maes di metro eça celeoma, mió pará: cada 1 escrevinha y phala comu qué, a diguiniçima presidentcha che nao me veinha mudar a min'a escrevinhação prumodifazêlei 


O documento que você postou diz que "presidenta" pode se referir também a esposa do chefe do executivo. Que bom que a Dilma tá solteira, imaginou a confusão que ia dar se ele arrumasse uma namorada que também não aceitasse ser chamada de primeira dama? 

[Derfel]

Ela é a chefe do executivo, em documentação oficial ela usa o que quiser. Da mesma maneira usa quem quer. O ponto é que não é uma invenção e nem um atentado à língua, como colocado algumas vezes (talvez ignorância de quem acusa).