Autor Tópico: Negros não são discriminados, e sim privilegiados  (Lida 28292 vezes)

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Offline Luis Dantas

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Re: Negros não são discriminados, e sim privilegiados
« Resposta #175 Online: 28 de Novembro de 2007, 22:47:47 »
E de fato, Procedure, o que tem havido nas últimas décadas no Brasil é uma redefinição de universidade.  Deixou de ser um centro de ensino de excelência e passou a ser uma indústria de produção de certificados de persistência de aprendizado, uma escola técnica profissionalizante glorificada.

Talvez em parte por isso os cursos de tecnólogo são tão raros hoje em dia; porque quando o bacharelado é na verdade um ensino médio mais caro e maquiado, não há mais espaço para um curso menos ambicioso.
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Em 18 de janeiro de 2010, ainda não vejo motivo para postar aqui. Estou nos fóruns Ateus do Brasil, Realidade, RV.  Se a Moderação reconquistar meu respeito, eu volto.  Questão de coerência.

Offline Thiago C. Santos

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Re: Negros não são discriminados, e sim privilegiados
« Resposta #176 Online: 28 de Novembro de 2007, 23:38:10 »
Não estou tão certa que as ações afirmativas sejam assim tão nocivas como se acredita - acredito mesmo, que a longo prazo, possam ser bastante significativas e para melhor.

Recomendo que veja esse tópico, sobre umas conclusões de um economista (negro, é interessante se dizer) que de fato estudou os resultados dessas políticas no mundo todo.

Mesmo nunca tendo sido exatamente otimista quanto a política de cotas, me surpreendi com diversos dados, não imaginava que pudesse ser tão desasatroso.

"...Logo em seguida, Ali se vale do trabalho "Ação afirmativa ao redor do mundo. Um estudo empírico", de Thomas Sowell, segundo ele "um dos mais renomados intelectuais americanos". Não conhecemos nada sobre Thomas Sowell. Por conta disso não podemos aferir seu alegado renome ou, mesmo, atestar a propriedade de suas idéias contra as ações afirmativas em geral (idéias, a propósito, consideradas "demolidoras" por Kamel).

Seria no entanto o caso de se perguntar: que importância tão transcendental poderia ter um estudo, assumidamente empírico, realizado por um estudioso americano sobre matéria tão especificamente ligada à realidade brasileira atual e imediata, em detrimento do tanto que já se escreveu sobre o tema por aqui?"

fonte: http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/artigos.asp?cod=284DAC001

Pois é, se o estudo é empírico...
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Offline BetinhOzinhO

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Re: Negros não são discriminados, e sim privilegiados
« Resposta #177 Online: 28 de Novembro de 2007, 23:41:31 »
Todo mundo?  Será?
Não acho exagero dizer que há quem tenha seu orgulho.

Minoria.
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Offline Thiago C. Santos

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Re: Negros não são discriminados, e sim privilegiados
« Resposta #178 Online: 28 de Novembro de 2007, 23:52:25 »
"Mais um motivo para concentrar as energias na causa do problema (a falta de qualidade do ensino básico e médio) em vez de na maquiagem (a descaracterização e criação artificial de vagas desnecessárias no ensino superior)"...

Concordo, mas quanto tempo isso vai levar? E aqueles que já se formaram? Mais uma vez, as coisas vão ficar por isso mesmo. Novamente, um projeto de país do futuro. Daqui há cem anos, quem sabe?
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Offline Barata Tenno

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Re: Negros não são discriminados, e sim privilegiados
« Resposta #179 Online: 29 de Novembro de 2007, 00:17:31 »
Entre a população negra,qual é a porcentagem de classe baixa , média e alta?
E entre essa classe e media e alta dr negros, quanto eles representm na população total do Brasil?

Sem saber esses numeros não da pra saber se as cotas vão realmente resolver os problemas sociais ou não.
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Offline Thiago C. Santos

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Re: Negros não são discriminados, e sim privilegiados
« Resposta #180 Online: 29 de Novembro de 2007, 00:31:07 »
Entre a população negra,qual é a porcentagem de classe baixa , média e alta?
E entre essa classe e media e alta dr negros, quanto eles representm na população total do Brasil?

Sem saber esses numeros não da pra saber se as cotas vão realmente resolver os problemas sociais ou não.

Concordo plenamente. Espero um dia topar com esses dados. O problema no Brasil é que todo mundo fica opinando sem ter dado nenhum.

Aparece um gringo supostamente fodão e todo mundo cai dentro.

Se a maioria da minoria for classe média alta, que se danem as cotas.

Nisso estamos de acordo.
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Offline Barata Tenno

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Re: Negros não são discriminados, e sim privilegiados
« Resposta #181 Online: 29 de Novembro de 2007, 00:35:57 »
Entre a população negra,qual é a porcentagem de classe baixa , média e alta?
E entre essa classe e media e alta dr negros, quanto eles representm na população total do Brasil?

Sem saber esses numeros não da pra saber se as cotas vão realmente resolver os problemas sociais ou não.

Concordo plenamente. Espero um dia topar com esses dados. O problema no Brasil é que todo mundo fica opinando sem ter dado nenhum.

Aparece um gringo supostamente fodão e todo mundo cai dentro.

Se a maioria da minoria for classe média alta, que se danem as cotas.

Nisso estamos de acordo.


Se a classe média e alta superar a porcentagem de vagas oferecidas pelas cotas ja seria o suficiente pra acabar com o argumento a favor das cotas.
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Offline Luis Dantas

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Re: Negros não são discriminados, e sim privilegiados
« Resposta #182 Online: 29 de Novembro de 2007, 03:41:38 »
"Mais um motivo para concentrar as energias na causa do problema (a falta de qualidade do ensino básico e médio) em vez de na maquiagem (a descaracterização e criação artificial de vagas desnecessárias no ensino superior)"...

Concordo, mas quanto tempo isso vai levar?

Será que o tempo é uma consideração importante?  Se o cenário que temos pela frente é de desintegração dessa atividade estratégica para a sobrevivência da sociedade que é o ensino necessário para uma subsistência digna, a pergunta que cabe não é "quanto tempo vai levar", mas "o que precisamos para mudar essa situação desde já".

Citar
E aqueles que já se formaram?

Os que se formaram nestas últimas décadas estão menos capacitados do que deveriam estar e pagaram um preço (em tempo, dinheiro e dedicação pessoal) incrivelmente alto para conseguir até mesmo essa formação.  Pior ainda, correm o risco de ainda precisar fazer uma pós ou pelo menos MBA só para continuar "provando" que entendem do ofício e/ou que tem capacidade de aprender.

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Mais uma vez, as coisas vão ficar por isso mesmo. Novamente, um projeto de país do futuro. Daqui há cem anos, quem sabe?

Daqui a cem anos, continuando nesse rumo, estaremos importando alegremente profissionais estratégicos de países como o Chile e a Índia para comandar e assessorar equipes de profissionais que tem 90% de pós-graduados... e sabe-se lá o que as massas de analfabetos e desfavorecidos econômicos que não conseguem participar desse triste espetáculo estarão fazendo para sobreviver.
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Offline Buckaroo Banzai

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Re: Negros não são discriminados, e sim privilegiados
« Resposta #183 Online: 29 de Novembro de 2007, 09:09:23 »
Citar
Recomendo que veja esse tópico, sobre umas conclusões de um economista (negro, é interessante se dizer) que de fato estudou os resultados dessas políticas no mundo todo.

Mesmo nunca tendo sido exatamente otimista quanto a política de cotas, me surpreendi com diversos dados, não imaginava que pudesse ser tão desasatroso.

"...Logo em seguida, Ali se vale do trabalho "Ação afirmativa ao redor do mundo. Um estudo empírico", de Thomas Sowell, segundo ele "um dos mais renomados intelectuais americanos". Não conhecemos nada sobre Thomas Sowell. Por conta disso não podemos aferir seu alegado renome ou, mesmo, atestar a propriedade de suas idéias contra as ações afirmativas em geral (idéias, a propósito, consideradas "demolidoras" por Kamel).

Seria no entanto o caso de se perguntar: que importância tão transcendental poderia ter um estudo, assumidamente empírico, realizado por um estudioso americano sobre matéria tão especificamente ligada à realidade brasileira atual e imediata, em detrimento do tanto que já se escreveu sobre o tema por aqui?"

fonte: http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/artigos.asp?cod=284DAC001

Pois é, se o estudo é empírico...

Apenas tentativa de desqualificar o trabalho por ad hominem, "nem conhecemos esse zé mané" (ironicamente, não espera que nos perguntemos quem seria Antonio José Espírito Santo), mas de argumentos, nada. Só fé e esperança, infelizmente, reafirmando as ações como se houvessem bases para se ter certeza do seu sucesso.

Enquanto eu não acho que necessariamente haveriam os conflitos étnicos tão acirrados quanto as ações afirmativas já catalizaram pelo mundo (que nem é o ponto principal do Sowell), mesmo que isso comprovadamente não fosse ocorrer aqui, continuam sendo verdade os pontos:

- é freqüente a corrupção, fazendo com que as cotas se espalhem para além do grupo que deveria ajudar;

- as cotas raciais em si são injustas, na medida em que pessoas da raça certa, mesmo que ricos, ganham cotas em detrimento de pessoas fora do padrão de pureza racial, mesmo que mais necessitados, e a despeito do preparo escolar;

- os os beneficiados pelas cotas se formam menos, prejudicando a imagem e oportunidades do grupo ao qual pertencem - mesmo daqueles não beneficiados por cotas;

- os grupos ajudados nos EUA e muito provavelmente aqui conquistaram a maior parte dos seus avanços sem a ajuda ou caridade do todo-bondoso e caridoso homem branco (nos EUA, até contra uma legislação e práticas populares explícitamente racistas - sem o tal "racismo invisível"), e o que seria motivo de dignidade, vai sendo esquecido por todos;

- essa troca dos mais ou medianamente preparados para o estudo acadêmico pelos menos preparados não tem um custo zero para a sociedade (que perde seus investimentos por questões meramente estéticas e/ou emocionais), ainda que seja aparentemente apenas troca;

- e as cotas em outros setores sociais, como esportes, música popular e carnaval?

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Negros não são discriminados, e sim privilegiados
« Resposta #184 Online: 29 de Novembro de 2007, 09:28:25 »
Entre a população negra,qual é a porcentagem de classe baixa , média e alta?
E entre essa classe e media e alta dr negros, quanto eles representm na população total do Brasil?

Sem saber esses numeros não da pra saber se as cotas vão realmente resolver os problemas sociais ou não.

Concordo plenamente. Espero um dia topar com esses dados. O problema no Brasil é que todo mundo fica opinando sem ter dado nenhum.

Aparece um gringo supostamente fodão e todo mundo cai dentro.

Se a maioria da minoria for classe média alta, que se danem as cotas.

Nisso estamos de acordo.

Independentemente da classe social, as cotas são prejudiciais pela sua essência.

Desconsiderem as raças ou classes sociais, e visualizem o que sobra do processo. São simplesmente cotas para quem quase não consegue passar no vestibular, entrar preferencialmente, no lugar de alguns dos que se saíram melhor.

Isso faz com que tenhamos menos profissionais e formados em áreas de menor importância e remuneração (beneficiando menos a sociedade como um todo); a menos que o preparo verificado pelo vestibular seja uma bobagem, e, diferentemente dos EUA (de onde é o gringo supostamente fodão), por algum motivo, diferenças de preparo aqui não afetem nas taxas de graduação, nem nada.

Quais motivos há para pensar que os conhecimentos do gringo se aplicam apenas lá no canto dele, de onde ele não devia ter sido trazido, e aos outros países por ele estudados, mas não aqui, no nosso Brasilzão, tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza?

Offline Dbohr

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Re: Negros não são discriminados, e sim privilegiados
« Resposta #185 Online: 29 de Novembro de 2007, 09:38:11 »
Bem, Danniel, este tópico finalmente serviu para três coisas:

1 - sepultou o que eu ainda tinha de simpatia pela idéia de cotas sócio-econômicas;

2 - consolidou a noção que, apesar de bem-intecionada no início, a política de cotas é movida por ideologia, e não quer se apoiar em dados estatísticos -- repare que isso não é uma aceitação cega das impressões de Sowell, apenas que os pró-cotas preferem não confrontar suas teorias com a realidade;

3 - que o caminho para uma sociedade justa e igualitária passa por muito trabalho sério, a saber: sólidos investimentos no Ensino Fundamental e Médio, inversão do pensamento atual que diz ser necessário um diploma de 3º grau para progredir na vida, desmercantilização do ensino, etc. É a estrada mais dura e mais difícil, mas é a que melhor resultados deve apresentar a médio e longo prazos.

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Negros não são discriminados, e sim privilegiados
« Resposta #186 Online: 29 de Novembro de 2007, 11:54:19 »
pérolas do texto do OI:

Quem se opõe às cotas, é racista/segregacionista, a menos que seja negro:

"o que fez o número de conflitos raciais crescer na década de 70 na América não foi a adoção das cotas mas, ao contrário, a violenta repressão policial estimulada pelos segregacionistas e demais ferrenhos opositores da integração racial e das ações afirmativas em geral (grupo no qual, infelizmente, Ali Kamel parece que de algum modo se coloca, levando Thomas Sowell de contrapeso)".



"A tese de Kamel de que "é preciso primeiro melhorar a qualidade do ensino básico" para só aí, e pelos meios atuais, autorizar o ingresso de negros e pobres na universidade, vista por este prisma, parece ter esta mesma intenção protelatória."


Negrito e sublinhado meus... "autorizar"..... é #@$@#% ou não é?  :x

E mais, vestibular é só um mecanismo burgo-elitista e não averigua o preparo escolar e aptidão ao curso:

"Sofismas na acepção da palavra, os procedimentos atuais que regulam o acesso ao ensino universitário por exemplo, notadamente os chamados exames vestibulares, são do mesmo modo excludentes por natureza, não representando, a rigor, procedimento de aferição de conhecimento algum que não seja a simples apreensão de senhas, regras e códigos de acesso, decodificados em apostilas.

São portanto o que o seu próprio nome diz: mecanismos "vestibulares", portas reguladoras do acesso para os que tiverem mais "bala na agulha", aqueles que, por ascendência socioeconômica (de certo modo o mesmo que sócio-racial no Brasil), terão o direito á educação plena que o Estado brasileiro não consegue a disponibilizar para todos, necessitando de, por meio destes eficientes mecanismos, excluir os excedentes indesejáveis."



Bem que poderíamos inovar, adiantando o ensino superior para onde é atualmente o ensino médio. Em vez de completarem 17-18 anos e terem ainda que irem atrás de uma formação, já saem nessa idade preparados para o mercado de trabalho, com alta qualificação. Essa imposição do ensino médio como requerimento é apenas um mecanismo burguês de exclusão, para que pessoas indesejáveis sejam eliminadas, já que é bem maior, e menos "seleto" o número que chega ao ensino médio.



Eu acho que SE o vestibular realmente é só uma porcaria que não testa realmente o preparo geral para os cursos, mas mais capacidade de decoração do que qualquer outra coisa, o problema (bastante sério) que se tem é criar um tipo de vestibular que realmente fizesse isso. Em vez disso, o caso aí é tu quoque, "já que o vestibular não averigua o preparo, então qualquer um pode entrar por qualquer critério que eu achar importante".




Offline Herf

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Re: Negros não são discriminados, e sim privilegiados
« Resposta #187 Online: 29 de Novembro de 2007, 18:53:06 »
desmercantilização do ensino.
Por que?

Offline Dbohr

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Re: Negros não são discriminados, e sim privilegiados
« Resposta #188 Online: 29 de Novembro de 2007, 18:59:26 »
Por "desmercantilização" entenda-se escolas que são verdadeiras fábricas de diplomas e não têm preocupação alguma com ensino. Ou seja, que haja escolas públicas boas e, para quem quiser, escolas particulares igualmente boas.

Offline Adriano

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« Resposta #189 Online: 29 de Novembro de 2007, 21:48:37 »
Citação de: Adriano

As cotas tem um objetivo de buscar a igualdade material, uma melhor colocação dos negros nas universidades públicas e conseguentemente no país.

O que não acontece, a exemplo das ações afirmativas nos outros países, onde os negros serviram mais de "figurantes" e tiveram desempenhos acadêmicos piores depois das cotas, manchando a sua reputação de diversas formas.
Essa mancha na reputação é uma falácia, é uma atribuição moral para um avanço positivo dos negros. Se sem as cotas estes negros estariam excluidos, então mesmo com um desempenho inferior aos brancos ainda se tem um avanço em relação a exclusão. A adjetivação moral deve ser de orgulho e não essa ideológicamente atribuida.


Citar
A segregação da qual me refiro é o falso sistema de igualdade, que atribui pesos iguais a etnias com recursos e educação diferenciada. O resultado é muito claro, as universidades excluiram os negros do ensino superior público.   As cotas buscam minimizar esse quadro.

Esse sistema não é falso. As pessoas entram ou não na faculdade de acordo com a sua aptidão individual ao curso. Não importa que sejam mais pobres e não tenham podido explorar totalmente o seu potencial.
Importam sim, existem muitos estudos comprovando a influência da renda e da família na aprovação do vestibular. Tem um estudo de caso da Usp que demonstra bem isso, onde evidencia as melhores condições dos amarelos e brancos relacionados a esses critérios.

Vejo um grande erro desconsiderar o aspecto social na avaliação do vestibular. Principalmente em relação a um fato muito evidente, o dos alunos das escolas particulares que tem melhor desempenho que os alunos das escolas públicas.


E não são apenas negros que não conseguem entrar na faculdade por não conseguirem cumprir os requisitos normais para tal, mais brancos (por serem a maioria) provavelmente também ficam de fora, e a causa de ficarem de fora é exatamente a mesma: não tiveram um histórico de vida que lhes deu as oportunidades de estar tão preparados para o vestibular.
Os brancos tem maior porcentagem de acesso ao vestibular. E isso claramente por questões socias que vão além dos méritos individuais.

O fato dos negros poderem ser classificados como étnicos ou raciais não faz com que uma medida que essencialmente troca os menos qualificados em detrimento dos medianamente qualificados (na melhor das hipóteses) seja justa ou tenha qualquer lógica ou proveito.
Não há troca de medianos por menos qualificados. Há troca dos superiores com os medianos, com indivíduos aprovados com os requisitos necessários para o bom aproveitamento do curso. Mesmo que não sejam as melhores notas devido as questões sociais. Caso contrário não haveria a necessidade de cotas.

Isso sem contar os outros resultados práticos que esse tipo de tentativa já teve, não ajudando em nada aqueles que se intencionava ajudar, apesar da boa intenção. O padrão geral é dos benefícios irem para os que menos precisam.
Os que necessitam dos benefícios são os negros. As cotas são raciais e não socioeconômicas. Aqui ocorre uma confusão entre o alvo das cotas. Embora essa seja uma questão muito discutida e diferenciada nas universidades que adotam as cotas, algumas mesclando critérios socioeconômicos e outras não.

Citar
Para mim importa e para muitas pessoas que se preocupam com a situação social. Quem não se preocupa com isso que está errado, na minha opinião. É fazer pouco caso com uma situação séria.

A sociedade e o mundo acadêmico não perde em nada com essas disparidades raciais que surgem de acordo com as diferenças reais de preparo, do estado de capacitação, seja ele qual for. Só perde quando se tenta trazer homogeneidade etno-estética artificialmente.
A artificialidade é a socioeconômica, a principal influência na aprovação do vestibular. Errado é ir contra a realidade constatada empíricamente e dizer que o vestibular avalia apenas as diferenças individuais. A sociedade perde pelo abandono dos negros, vítimas desses discursos de que as diferenças são naturais e individuais, sendo que os dados empíricos, uma montanha de evidências, já demonstram o que muitos teóricos afirma, a da desigualdade racial resultado do racismo, da escravidão e de toda a história do país. Embora você não admita esses dados e diga que são inconclusivos. Isso é uma posição minoritária e contra os fatos.

Por exemplo, provavelmente em diversos esportes, como futebol, há maioria de mestiços e negros, esses estando também muitas vezes nas melhores colocações nessas áreas. Cotas para deixar isso mais justo para os brancos, índios e asiáticos apenas fariam com que os times tivessem jogadores piores. Poderia ser racionalizado dizendo que o histórico dos asiáticos, índios e brancos geralmente não favorece tanto o desempenho nos esportes, então é uma medida justa contra essa desigualdade.
Isso é mais uma evidência de que negros só se dam bem em atividades supérfluas da sociedada, podendo incluir aí o pagode ( :histeria:) , enquanto as principais posições políticas e econômicas ficam excluídos. É mais uma face do racismo no país, de forma contundente. Enquanto esses setores de pouca relevância social tem os muitos integrantes dos grupos menos favorecidos, os setores que realmente interessam contam com muitas barreiras de acesso, como o falso discurso da igualdade e do mérito individual, que encobre ideológicamente a realidade social.


Esse tipo de cota difere apenas na área de atuação, não em sua lógica essencial, nem mesmo em resultados que só pioram para todos.
Pelo contrário, diferem no que realmente interessa, no poder econômico e político que o ensino e qualificação superior agregam ao indivíduo.

Se essas cotas de igualdade racial tivessem sido colocadas em prática no futebol, por exemplo, com muitos dos maiores astros tendo sido negros e mestiços, e comparativamente poucos tendo origem branca, indígena e asiática, teria levado a não sermos um dos melhores países no futebol em todo mundo.
Grande coisa para o nosso país ser o melhor do mundo no futebol. Isso demonstra que não tem relação alguma com o que mais interessa, que é o desenvolvimento econômico e político.


Não há razão para se supor que o mesmo não se suceda com o desempenho acadêmico quando as pessoas são escolhidas por critérios estéticos, não relacionados com o desempenho acadêmico, não importa o quão boas sejam as intenções.
Essa sua conclusão é devido a igualar em importância esses tipos diferentes de atividades. Se fossem instituidas cotas também ao esporte, sem restrições de cotas aos outros setores, a igualdade que mais importaria para as minorias seria alcançada.


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Isso significa que há segregação?
Sim, claro que não tem uma plaquinha para identificar. Os brancos estão nas universidades e os negros foras. O que seria isso?

"Os brancos" também estão fora das universidade, e não são todos os negros que estão fora, eles conseguem entrar sem ajuda ou piedade dos brancos.
Não se esqueça dos dados, da proporcionalidade. Quando digo os negros estão fora, é devido a uma grande difença nessa proporção. Não são números absolutos, não tem como mudar essa realidade.

Os negros entram menos que os brancos na universidade. Isso é fato.

Os indivíduos, independentemente de suas origens, estão dentro ou fora de acordo com seu desempenho acadêmico individual, que é o parâmetro pertinente para a aceitação em universidades. Origem étnica é irrelevante.
Um grande engodo, uma grande mentira que contraria os fatos e as estatísticas. O que não faltam são dados evidênciando essa afirmação, que infelizmente é ideológica e perfaz o mito da igualdade racial, desmentido pelos dados do IBGE e pelo relatório da ONU sobre o racismo no Brasil, além de outros dados, como o relatório da UNESCO sobre racismo nas escolas no Brasil.


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Que as pessoas que corrigem os vestibulares tem uma equipe para saber se as provas que corrigem são de negros ou brancos, para dar as vagas apenas aos brancos? (e asiáticos e talvez índios...) 
A discriminação positiva é justamente tratar diferente pessoas direntes. O problema não é o processo vestibular, mas o que acontece antes dele com os candidatos. Uns tem melhor preparação que outros, tem muito mais condições que passar que os outros. É aquilo que você considerou na sua analogia como voltas na frente.

Na verdade eu considerei a disparidade econômica geral.
Errado, está desconsiderando os dados econômicos e sociais. Inexistem dados que sustentem sua visão de igualdade. É uma falácia.

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A universidade faz parte da sociedade e tem que considerar a sua estrutura social. Como disse o Dantas, o problema realmente é o ensino fundamental e médio, pois se esse fosse de igual qualidade para todos então o vestibular somente seria justo.

O carnaval, samba e o futebol fazem parte da sociedade e tem que se considerar a sua estrutura social...
Que analogia insignificante, setores socialmente insignificantes não tem qualquer relação com os setores que realmente movem o mundo, que  constroem a ciência, que são as universidades. Que troquem então as posições, o que importa com o que não importa. Verá uma grande diferença entre as etnias.

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As cotas são recursos provisórios emergenciais. Não é o melhor dos mundos, mas também não tem os efeitos negativos que alegam ter

Quais estudos você tem de efeitos positivos das cotas?

Estudos = averiguação de dados, não simplesmente dizer que são boas.
Nem dizer que são ruins. Se ouve ingresso na universidade de uma etnia que estava excluída, então ouve progresso. Se houver algum problema durante o curso é mais um passo que tem que ser dado para a melhora. Os alunos negros já tem desempenho pior mesmo na rede pública, segundo o relatório da UNESCO sendo o racismo e as condições sociais de grande impacto nesse resultado.

Um dos estudos mais usados nos EUA pelos defensores das cotas é uma fraude; os autores não fornecem todos os dados utilizados, mas já pelo pouco que é fornecido se pode ver como é falho: o grosso da amostra de negros é de estudantes de faculdades particulares, sendo que esses são apenas 9% dos negros nos EUA.
Dúvido muito disso, tem que sser avalida a proporção. O dado que apresanta está isolado, não sendo possível comparar com um antes e um depois, nem com os brancos. Existe muita distorção pelos anti-cotas. O que também acho que é fraude.

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Eu me referi ao tratamento dado ao vestibular, tratar diferentes de maneira igual. E não é diferença étnica como você supões com a sua redução do problema a uma qualificação de estética, mas sim uma diferença socioeconômica entre as etnias.

Uma diferença étnica É uma diferença estética se as pessoas são "discriminadas" apenas pelas suas capacidades, sendo a etnia um fator incidental, a menos que se tenha detectado discriminação contra etnias a despeito do preparo.
E existe realmente essa discriminação, onde o social tem um peso maior do que o individual, que seria o ideal para a avaliação dos méritos. Basta ver os dados empíricos.

Se disserem que se deve ter mais brancos, índios e asiáticos, no futebol e no carnaval, isso seria claramente visto como algo meramente estético.
A briga ocorre por coisas mais produtivas para a sociedade e não para os de menor importância. Isso é o resultado da falta de oportunidades nos negros, que só se dão bem nessa áreas de pouca relevância.


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O vestibular é feito para a etnia branca devido a essa etnia estar melhor colocada socialmente em relação a entnia negra, considerando os pardos e pretos. Essa diferença social é claramente demonstrada, e esta influencia no vestibular, como todos sabemos.

O vestibular averigua o preparo escolar, não a raça. Por isso mesmo negros entram - Não é verdade que sejam coitadinhos incapazes de entrar na faculdade sem a caridade do governo branco lhes facilitando as coisas na faculdade.
São coitadinhos sim, mas não do ponto de vista biológico mas sim social. Sobrando apenas os setores de pouco valor social, se o país investisse menos em escolinhas de futebol e mais em educação de qualidade a situação seria outra.


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Esse é um dos motivos que coloca os negros como desfavorecidos socialmente no vestibular. São mais pobres que os brancos. O que significa que os negros estão em desvantagem. Corrigir essa desvantagem não é privilégio.

Ao redor do mundo, as cotas não corrigiram os problemas que objetivavam corrigir, podendo até agravar, além de criar outros custos sociais e econômicos sérios.
Os problemas que devem corrigir são em primeiro lugar a igualdade material, o acesso dos menos favorecidos.
Esse intento é alcançado, mesmo com as cíticas de que os negros são menos competentes e isso causa prejuízo a sociedade. Os negros são menos competentes socialmente, e as ações afirmativas são medidas sociais de correção.

Prejuíso a sociedade é uma etnia ficar excluida da sociedade e o discurso da superioridade branca continuar. A idéia de que os acontecitentos atuais são "naturais" e de méridos exclusivamente individuais é falsa.

Nos EUA ao menos (e creio que no Brasil também) a maior parte dos avanços das minorias se deu sem ser através das cotas. Isso vai sendo esquecido e os negros vão sendo vistos cada vez mais como incapazes e ineficientes, algo ampliado pela disparidade do seu baixo desempenho na faculdade depois que são admitidos por padrões inferiores.
As cotas tiveram bons resultados e temos figuras ilustres e conhecidas como beneficiadas pelas cotas.


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O problema é a proporção.

Não, a proporção não é um problema. A heterogeneidade racial não atrapalha em nada o avanço de uma área, vide os esportes nos EUA e no Brasil, e áreas do entretenimento que não requerem currículo em matemática e etc.
Os negros fazem o espetáculo do entretimento dos brancos e os brancos comandam esses países. Qual a igualdade nisso? Além de que a proporção de bem sucedidos nos esportes é irrisória, é igual as artes e dependem de fatores biológicos, ao contrário dos meios acadêmicos que dependem do cérebro, e nesse quesito não há desigualdade entre as raças. Ou então que se provem as teorias racialista, caso contrário a desigualdade acadêmica é injustificável que não pelas questões sociais.

Colocar pessoas menos preparadas numa área, é o que realmente atrapalha o avanço dessa área, e da sociedade como um todo.
Os menos preparados são os negros e devido a questões socioeconômicas originadas pelo racismo. A sua tese de desigualdade aleatória e "natural" entre as etnias não é suportada pelas evidências empíricas.

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Os brancos tem uma proporção muito maior nas universidade

OK, isso não ocorre por discriminação racial, a sociedade não perde nada com isso (a não ser esteticamente), e nem pode se corrigir essa diferença de cores dos alunos através de cotas.
Esse é o erro, ignorar a desigualdade socio-racial, que tem causa no racismo. Isso prejudicou os negros e a sociedade.

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e nos setores de poder político
Quais são os requisitos acadêmicos para ser parte do setor político? Estamos num país onde o presidente é o Lula.

Quer agora que tenha cota de negros, mestiços, asiáticos, índios, gays, lésbicas, transexuais, gordos, e de mulheres em todas essas categorias, especificamente em cargos governamentais?
Estamos falando de negros, é sobre o que estou mais a par e estes são uma quantidade bem representiva da população. A questão socioeconômica é preponderante na desigualdade racial, o que penso ser diferente de outras discriminação.

Princípio da descrença.        Nem o idealismo de Goswami e nem o relativismo de Vieira. Realismo monista.

Offline Adriano

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Re: Negros não são discriminados, e sim privilegiados
« Resposta #190 Online: 29 de Novembro de 2007, 21:49:05 »
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E os cotistas são aprovados no vestibular, de modo a conseguirem um bom aproveitamento no curso. Não são analfabetos.

Cotistas com desempenho inferior, mas da raça certa, são aprovados em detrimento de candidatos melhor preparados que não estejam dentro dos padrões de pureza racial concebidos por sei lá quem.
Padrão de pureza racial?

Isso é um imenso espantalho das ações afirmativas. Os negros são desprivilegiados socialmente e conseguentemente nas universidades. São prejudicados e as cotas são compensatórias.

Isso faz com que se diminua a produção acadêmica de forma geral, tanto em quantidade (menos se formam) como em qualidade (os que se formam, se formam em áreas mais fáceis e e menores salários)
A justiça social e multicultural é mais importante do que este aspecto econômico e de curto prazo. O prejuízo maior é ignorar as condições sociais e étnicas dos privilegiados historicamente e conseguentemente socialmente hoje.

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Se as cotas democratizam de forma multicultural as universidades, então estão tendo o efeito desejado.

Essa "democratização multicultural" não é bem sucedida e não vem a troco de nada. Seria conquistado apenas em troca de diminuir o desempenho acadêmico de um país, e possivelmente criar conflito entre os grupos.
O conflito é somente no campo das idéais, da argumentação, como o nosso. Isso é muito positivo, caso haja avanço nas discussões e esclarecimentos de ambos os lados. A valorização multiétnica de um povo é muito mais lucrativa do que a permanência de apenas uma etnia que está melhor qualificada por questões sociais e históricas. Não é individual.

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Mas perceba a diferença, as cotas buscam nivelar por cima,

Não, elas nivelam por baixo, elas baixam os níveis de preparo requeridos.
Por baixo seria excluir também os brancos das universidades. O acesso dos negros as universidades é um ganho para todos. Sem esse discurso de que os negros tem níveis baixo de prepado devido a serem piores, já que na média é isso que significa tomando por conta o vestular sem as cotas.

Já pensou se houvesse o mesmo quanto a formação em si? Médicos negros não precisassem de tudo que os brancos precisam para se formar? Talvez ainda pudessem ser respeitados conhecimentos étnicos de curandeirismo africano e indígena como currículo aceitável, em vez apenas da "ciência branca, racista e etnocentrista".
Ridúcula comparação, muito preconceituosa ao meu ver. O multiculturarismo é nivelar por cima as culturas e não por baixo como nesse seu escárnio.

Os cotistas são avaliados pelo vestibular, que tem a função de verificar a capacidade dos mesmo para concluirem o curso. E mesmo depois da aprovação do vestibular estes são avaliados pela universidade, somente sendo formados se forem aprovados no curso e portanto qualificados para o exercício profissional.


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é totalmente contrário a uma discriminação negativa se fosse aplicada, algo que estaria destruindo e não criando.

As cotas não estão criando nada, apenas destruindo as chances dos que não estão dentro dos padrões de pureza racial, e a chance dos negros e mestiços mais pobres conquistarem dignidade por si próprios, sem parecer que receberam uma esmola da elite branca no governo.
Padrão de pureza racial é querer manter os negros excluídos da universidade com receio da queda do números de formandos. Dignidade para os negros é o acesso ao nível superior, com estes conscientes das desigualdades históricas e socias que os excluiam da universidade. Esmola é esse discurso de igualdade entre bracos e negros (mito da democracia), mas que é uma grande fantasia quando confrontada com a realidade.

Ao mesmo tempo, retardam isso uma vez que a porcentagem do sucesso acadêmico dos negros e mestiços "suficientemente" negros acaba sendo inferior ao sucesso dos brancos, em porcentagem, ajudando a fornecer evidências para o mito de desigualdade motivada por diferenças intrínsecas, e acabando com a credibilidade daqueles negros ou mestiços escuros que tiveram melhor desempenho ou mesmo que foram admitidos em padrões iguais para todos. Diferentemente do que ocorre quando os critérios são iguais para todos, quando as taxas de sucesso também são praticamente as mesmas.
A exclusão dos negros da universidade é por fatores socioeconômicos. O mesmo justifica qualquer diferença acadêmica entre brancos e negros cotistas.

O que aumenta o mito da democracia racial é dizer que os negros concorrem com igualdade com os brancos no vestibular, por não dar atenção as questões socioeconômicas envolvidas. Não há nada pior para a discriminação supor que os negros não entram na universidade por méridos individuais. Mais fácil alegar isso para uma possível diferença entre o nível acadêmico das etnias.

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A base teórica das cotas é exatamente as questões socioeconômicas das etnias, buscando dar oportunidades para os negros. Não se prejudica os brancos pobres e sim os brancos ricos. Claro que sempre vão existir as exceções, pois sistema algum é perfeito.

As exceções, no caso das cotas, são os casos de negros realmente necessitados entrarem e terem um bom desempenho acadêmico. A regra é diminuição do desempenho acadêmico como um todo, benefício dos negros mais ricos, em detrimendo dos brancos mais pobres. Uma minoria não necessitada se dando bem às custas de uma maioria realmente necessitada, mas fora dos padrões raciais projetados como ideais para o país.
Isso ignora totalmente as questões sociais. Um negro rico já tem sua vaga garantida devido as suas condições socioeconômicas. O branco pobre não perde a vaga para um negro rico, segundo os dados estatísticos. Por isso digo que seria uma variação estatística esses casos e não o quadro geral.


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Não tem, por definição, num sistema de cotas, como adiantar quem está atrás sem prejudicar quem está na frente. Não tem como o cotista entrar apesar da avaliação inferior, ocupando uma vaga que poderia ser de quem teve um resultado melhor.
O que vejo de errado nessa avaliação é a percepção individual ao invés da social.

A sociedade é composta de indivíduos. Os perdas das cotas não se restringem as perdas individuais dos mais qualificados que são excluídos por não serem da raça certa, mas afetam toda a sociedade, prejudicando até mesmo os negros.
O que prejudiza os negros e toda a sociedade é achar que é natural os brancos serem mais capazes e mais aptos ao vestibular e que a melhor atuação dos negros em setores de pouca relevância social justificar isso.

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A preocupação recai em alguém que supostamente perde a vaga

Alguém que, seria mais qualificado, que teria malhor aproveitamento acadêmico em vez de fazer figuração na faculdade em nome de uma igualdade multiétnica, beneficiando não só a si mesmo, mas a sociedade como um todo, chegando até mesmo aos setores menos favorecidos.
Esses alguéns são os brancos, favorecidos por questões históricas e socioeconômicas comprovadas empiricamente.

Eu não vejo como ter pessoas de diferentes cores na faculdade compense esse tipo de perda para a sociedade toda.
Compensa por ser falsa a idéia de que o vestibular avalia apenas o mérido individual. Tanto que as cotas são medidas paliativas, e com a melhoria do ensino público se tornariam obsoletas, devido a proporcionalidade étnica de aproveitamento.

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Não são apenas os negros que estão em más condições. Nem os negros são a maioria dos em más condições (simplesmente por serem uma minoria, e pela maioria da população ser pobre, não podem ser a maioria).
São os negros em sua maioria sim.

Os negros em sua maioria, ou seja, a maioria dos negros. Mas não é a maioria do total de pessoas em más condições, que é negra.
É sim, de onde tira que não é a maioria? Não conhece os dados empíricos? Que afirmação absurda e totalmente desconexa da realidade.  :stunned:

Lembre-se de consultar os dados e os critérios de classificação. Além da maioria absoluta a maioria proporcional é muito maior ainda.

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Não adianta ficar tentando encotrar uma suposta igualdade de condições das etnias.

Não foi meu objetivo, não estou afirmando que haja homogeneidade racial entre os estratos sociais. Estou apenas lembrando que como brancos e mestiços claros compõem a maioria da população, esses também são a maioria entre os mais necessitados, mesmo que a maioria dos negros seja mais necessitada.
Os pardos, que seriam os mestiços, fazem parte da contagem dos negros. E mesmo os pardos estão em condição muito pior do que os brancos, mesmo não sendo tão ruim quanto a dos negros. Tanto que as análises e conclusões estatísticas que mencionam negros consideram os brancos e pardos. Apesar dos brancos serem a maioria da população são a minoria dos pobre, porém a maioria dos ricos.

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E eles não estão em más condições por serem negros, nem por algo intrínseco a ser negro, nem por uma sociedade racista que mantém propositalmente os negros na pobreza. Daí simplesmente não importam os critérios raciais para essa questão que é a causa de tudo. 
Os motivos acho que já discutimos em outros tópicos, são a escravidão e o preconceito e discriminação racial. Por isso os negros são mais pobres e não o contrário. A pobreza é causada pelo racismo e pela escravidão. Não é a pobreza que causa o racismo. Para além da discriminação social que existe em larga escala em nosso país, a discriminação racial existe e com problemas acumulados há séculos.

Enquanto eu admito que a escravidão tenha mesmo causado a maior parte da pobrez, não sei se o mesmo pode ser dito do racismo, se há dados para comprovar isso. Geralmente é assumido que a disparidade se deve à discriminação, o que é demonstradamente falso.
A escravidão é tida como uma forma de racismo, principalmente quanto motivada e justificada como teorias racistas "científicas", com grande influencia na atitude de um povo politicamente e economicamente liberal, mas que obriga de forma violenta o trabalho de outra etnia. Não só é uma forma de racismo como também uma situação muito pior que a discriminação e preconceito que permaneceram até hoje, apesar de amenizados, em nossa sociedade.

As cotas, de qualquer forma, não amenizam qualquer discriminação existente, mas a aumentam ou criam, na medida em que as credenciais dos negros ficam sob suspeita, devido aos critérios inferiores de admissão (afetando mesmo aos eventuais negros não-cotistas), e aumenta o seu estigma, já que proporcionalmente, são mais reprovados.
A discriminação existente é a desigualdade socioeconômica. E não existe critério inferior de avaliação, isso é uma falácia, apenas não se admitem os melhores classificados no vestibular sem a relevância sócio-racial. É uma mudança de critério em que permanece o processo vestibular para aferir a capacidade do aluno cursar a universidade.

O estigma errado é a reprovação no vestibular, pelos motivos socioeconômicos. É importante não deixar esse fator de lado, embora esteja com dados errados sobre isso, facilmente perceptível pela sua postagem que surege uma igualdade socio-racial e considerando por isso sem influencia na formação educacional.

Não é ad hominem patético. Repetidas vezes foram explicados vários argumentos, mas você continua com suas deduções psicanalíticas de que na verdade o que se quer é impedir que os negros ganhem as vagas e sucesso que deveriam ser dos brancos, ou que admitimos que as diferenças tem a ver com inferioridade racial. Esses são ad hominem, tentam desqualificar os argumentos contra as cotas como racistas se são dos brancos, ou elitistas, se são de negros.
Continua não sendo ad hominem, e o seu post confirma isso. Quer manter a "qualidade" da universidade, que é criada socialmente pela melhor qualificação de uma etnia por motivos socioeconômicos. Como se o que mais importasse fosse essa situação excludente e não a democracia multiétnica.

Ao dizer que existe igualdade de condições para brancos e negros na universidade considera que os negros individualmente tem menor capacidade que os brancos, o que levando ao grupo, indica que estes são inferiores intectualmente. A explicação óbvia é a socioeconômica, mas desconsiderar isso é insinuar alguam teve racionalista ou simplesmente evocar o acaso para uma tamanha desproporcionalidade de ingresso entre as etnias.

Não tem nada de psicanalitico, é apenas o exposto em seus post. É a minha conclusão acerca desses argumentos.

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Quero muito que a economia nacional e mundial melhorem, que as pessoas todas, de todas cores, sexos e etcs vivam decentemente.
Ficar esperando um mundo mais justo através do puro desenvolvimento econômico não é algo que sou favorável. A curva de desigualdade pode decair mais rápido através de ações afirmativas, no meu entendimento.

A história mostra um padrão contrário. A ascenção sócio-econômia bem maior antes das cotas, e negligênciável após ela. E mesmo o que houve após, não pode ser atribuído a elas.
Não existem dados que comprovam isso.

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Essa é a hipósete em que aposta. Eu diria que a situação vai melhorar.
Mesmo que melhorasse (o que é dificultado com a implementação das cotas e as perdas causadas). Não acho justo que se "troque" artificialmente, independentemente do preparo, as pessoas de posição de acordo com raças.
Não é de acordo com as raças, é devido a critérios socioeconômicos que privilegiam uma etnia. É apenas compensatório. Perca grande é a manutenção desse quadro de desigualdade sócio-racial. Não fazer nada é cruzar os braços para um problema real. O governo tem o dever de tomar uma atitude.

O ideal é progresso verdadeiro, natural (que se mostrou mais rápido do que as cotas), não simplesmente trocas de cores das pessoas, ou de pessoas com as cores certas ou erradas, em prol de uma homogeneidade racial, atrasando o progresso verdadeiro de todos.
Falácia do escocês. Não existe verdadeiro progresso, nem natura. E não confunda entia e descendencia com cor, isso é um espantalho.

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Se mudassem por flutuações mais ou menos ao acaso, isso ainda seria algo natural, acho que ninguém teria nada contra. Eu não teria. Só racistas mesmo teriam. Mas é ridículo e enojante que fosse algo que privilegiasse uma raça em prol de uma pseudo-igualdade racial.
Algo natural não existe. Nem mesmo o capitalismo é natural.

Por "natural", eu quero dizer, uma mudança que não é artificialmente favorecida, que não ocorre através de práticas de discriminação racial.
Não é uma favorecimento artificial, e sim natural, compensatório, em virtude de um atrazo também "natural", promovido pela sociedade humana. A discriminação é positiva como o nome diz.

Existem negros ricos, ou em condições de vida boas, fora da pobreza.
A proporção de negros nessa condição em relação aos brancos é muito pequena. E preste atenção que estou falando de proporção.

Imediatamente depois da abolição da escravidão, não haviam negros ricos. Eles conquistaram tudo que conquistaram por capacidades próprias, por esforço e dedicação, não por esmolas/cotas.
Mas estão em muita desvantagem ainda em relação ao brancos. Por isso a necessidade de ações afirmativas. Caso fosse mesmo igual, então seria inútil.

Isso é o que chamo de "natural", enquanto que colocar pessoas por critários raciais, independentemente da qualificação seria artificial.
A abolição foi então um processo natural? Somente depois desse ato político é que os negros tiveram a liberdade formal. Atualmente a políticas das ações afirmativas atuam para a atenuação da exclusão socioeconômica. Os escravos foram largados no mundo e por isso são tres vezes mais pobres. Se atenha a estes dados de desigualdade sócio-racial.


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Mas o resultado pelo critério antigo é o de segregação racial. O que torna os brancos donos das vagas devido a superioridade socioeconômica. Portanto, esqueça o critério antigo como sendo justo.

Segregação não é sinônimo de disparidade.
É sim, é manter separados. Manter os negros foras e excluídos da universidade por um motivo de "qualidade" acadêmica é muito injusto.

É tão justo quanto a predominância negra e mestiça nos esportes. É devida as capacidades "reais", não é discriminação. Os brancos, asiáticos e índios, não simplesmente tiveram históricos para desenvolver o mesmo talento nesses esportes. Eles não precisam ser enfiados lá, trocado por uns negros e escuros mais preparados, só porque a vida foi injusta nesse aspecto.
Eu diria que os esportes comportam desigualdades biológicas entre as etnias, não sendo também explicados só por esse motivo. Mas diferenças de qualidade cerebral entres as etnias não foram constatadas para além das questões sócioeconômicas. E isso é o que manda nas universidades.

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Sem medidas artificiais prevenindo qualquer coisa, mais brancos conquistariam a maioria das vagas por seus resultados que negros; primeiro por serem a maioria,
Não são maioria e nem conseguem as vagas de forma proporcional. Conseguem muito mais vagas proporcionalmente do que pretos e pardos.

Os brancos são sim maioria. O CIA factbook dá como 52%, se não me engano, e acho que uns 48% segundo a wikipédia; ainda há os mestiços claros, sendo que no total, os mestiços são mais de 40%, daí no mínimo o total de "socialmente brancos" compõe a maioria (mais de 50% da população).
Exatamente, são pouco mais de metadade da população. Agora falta você acompanhar os outros dados e verificar como é gigantesca a desproporção nos setores relevantes da sociedade.

A desproporção das vagas não se deve à discriminação, seria discriminação se fosse constatado que dentre os brancos e negros com iguais resultados, os brancos mesmo assim se dão desproporcionalmente melhor (ainda que possam estar, provavelmente estejam, "se dando melhor" em números absolutos, mas simplesmente porque são a maioria).
Não é uma discriminação dos avaliadores do vestibular, mas sim da sociedade, sendo que a universidade faz parte dessa, portanto responsável também pelos rumos que a sociedade toma.


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Está realmente confundindo os dados estatísticos. Os brancos são 53% da população, e estão numa proporção muito maior nas universidades. O que vale mesmo é a proporção e é dessa a qual me refiro e as estatísticas também.

O meu ponto todo era apenas lembrar que, não são os negros discriminados, segregados para fora das universidade, por serem negros. As pessoas são simplesmente admitidas ou não de acordo com o preparo. Isso resulta numa maioria (absoluta, não proporcional) de brancos desqualificados, bem como talvez a maioria dos candidatos negros.

Se fosse discriminação racial, não se esperaria encontrar negro algum praticamente, porque sobram brancos que poderiam entrar no lugar deles por discriminação, entrar apeasar dos resultados melhores de alguns negros nos testes.
Não acredito também numa discriminação durante a correção das provas, nem defendo isso.

O que ocorre é simplesmente avaliação de preparo, uma avaliação na qual a cor da pele ou origem étnica simplesmente não conta, e não se ajuda a ninguém ao tentar tornar a avaliação "justa" para diferentes históricos individuais que tiveram menos preparo, mesmo sendo essa a intenção.
A origem étnica conta muito sim. Um descendente de escravo vivendo num país preconceituoso não tem o mesmo desempenho dos brancos que sempre foram cidadões livres. 

Prejudica-se a imagem e credibilidade acadêmica/profissional das pessoas favorecidas pelas cotas, sua dignidade, se favorece uma minoria (negros ou outras raças favorecidas pelas cotas que sejam ricos), em detrimento de uma maioria (brancos e mestiços insuficientemente escuros, que compõem a maioria (em números absolutos) mesmo entre os pobres, simplesmente por serem a maioria da população total.
Dignidade é cursar a universidade através das cotas sim. É saber que a falta de preparo não é culpa do indivíduo e sim de motivos externos e que estão sendo corrigidos. É saber que a situação está mudando e é muito melhor ser chacota dos preconceituosos por um desempenho mediano na universidade do que o velho discurso que diria que este indivíduo não entrou na universidadade por não ter mérito individual. Ele analiza a sua vida e percebe que as suas condições são bem diferentes daqueles que se dizem donos de um mérido individual. Percebe que a meritocracia é um discurso de justificação dos privilegiados.


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Se não existissem as diferenças de fenóticos e culturais, pois essas contam também, penso que estariamos num país mais desenvolvido. Não penso que seria igual, pois o racismo deixou graves problemas socias e conseguentemente econômicos, com a exclusão e abandono social de uma etnia.

A diversidade ou homogeneidade racial ou étnicas não tem impacto causal direto quanto ao desenvolvimento, existem sempre outras causas relacionadas comprometendo a coisa toda, como racismo e cotas. Lugares étnicamente homogêneos simplesmente não tem esses problemas, mas não necessariamente também são mais avançados apenas por isso.
A africa tem problemas e os asiáticos estão muito bem. Os descendentes de africanos estão em situações piores e os descendentes de asiáticos estão em situações melhores. Tem uma grande influência a etnia e por isso a adoção de mais esse critério.

Mas o meu ponto todo foi ilustrar, de um ponto de vista que não vê diferenças entre as pessoas, o absurdo que seriam as cotas raciais, transferidas para uma situação na qual não se considera a existência das raças. São "cotas para os que não estão tão preparados assim para a faculdade", em detrimento dos melhor preparados.
Como disse acima, o preparo é mais uma questão cultural do que de igualdade entre as pessoas. A diferença é explicada em parte pela etnica, pela sua descendência. Não é nada biologicamente, mas a cultura tem uma grande influência no indivíduo.

Eu não vejo como relevante as etnias das pessoas melhor ou pior preparadas desde que a avaliação seja precisa, pertinente ao curso, de forma similar que não vejo problema nas disparidades raciais onde as minorias levam vantagem, como esportes e entretenimento. Simplesmente estão melhor preparados. Mesmo havendo uma maioria dentre os brancos pobres que se pudesse dizer que estão mal representados dentro das áreas onde os negros e mestiços escuros são as "elites dominantes".
Não faz sentido comparar esportes com universidades, o primeiro é irrelevante e o segundo é primordial e de maior importância para qualquer etnia.
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Offline Buckaroo Banzai

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Re: Negros não são discriminados, e sim privilegiados
« Resposta #191 Online: 29 de Novembro de 2007, 22:10:04 »
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E os cotistas são aprovados no vestibular, de modo a conseguirem um bom aproveitamento no curso. Não são analfabetos.

Cotistas com desempenho inferior, mas da raça certa, são aprovados em detrimento de candidatos melhor preparados que não estejam dentro dos padrões de pureza racial concebidos por sei lá quem.
Padrão de pureza racial?

Isso é um imenso espantalho das ações afirmativas. Os negros são desprivilegiados socialmente e conseguentemente nas universidades. São prejudicados e as cotas são compensatórias.

As pessoas são aceitas de acordo serem ou não suficientemente negras. Pureza racial. O resto é eufemismo.





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Isso faz com que se diminua a produção acadêmica de forma geral, tanto em quantidade (menos se formam) como em qualidade (os que se formam, se formam em áreas mais fáceis e e menores salários)
A justiça social e multicultural é mais importante do que este aspecto econômico e de curto prazo. O prejuízo maior é ignorar as condições sociais e étnicas dos privilegiados historicamente e conseguentemente socialmente hoje.

Não, não é. Esqueça que existem as cores das pessoas, imagine apenas que tem as mais e as menos preparadas para faculdade, que terão, respectivamente, graus superiores e inferiores de aproveitamento.

As cotas essencialmente trocam pessoas mais qualificadas por menos qualificadas, e isso prejudica à toda sociedade, inclusive as pessoas menos qualificadas de divesas maneiras.


Depois eu continuo, talvez

Offline Adriano

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Re: Negros não são discriminados, e sim privilegiados
« Resposta #192 Online: 29 de Novembro de 2007, 23:00:45 »
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E os cotistas são aprovados no vestibular, de modo a conseguirem um bom aproveitamento no curso. Não são analfabetos.

Cotistas com desempenho inferior, mas da raça certa, são aprovados em detrimento de candidatos melhor preparados que não estejam dentro dos padrões de pureza racial concebidos por sei lá quem.
Padrão de pureza racial?

Isso é um imenso espantalho das ações afirmativas. Os negros são desprivilegiados socialmente e conseguentemente nas universidades. São prejudicados e as cotas são compensatórias.

As pessoas são aceitas de acordo serem ou não suficientemente negras. Pureza racial. O resto é eufemismo.

Não, as pessoas são admitivas devido a aprovação no vestibular. Tem que demonstrar a qualificação necessária. Apenas existem reservas assim como as revervas dos deficientes físicos que tem que demonstrar competência.



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Isso faz com que se diminua a produção acadêmica de forma geral, tanto em quantidade (menos se formam) como em qualidade (os que se formam, se formam em áreas mais fáceis e e menores salários)
A justiça social e multicultural é mais importante do que este aspecto econômico e de curto prazo. O prejuízo maior é ignorar as condições sociais e étnicas dos privilegiados historicamente e conseguentemente socialmente hoje.

Não, não é. Esqueça que existem as cores das pessoas, imagine apenas que tem as mais e as menos preparadas para faculdade, que terão, respectivamente, graus superiores e inferiores de aproveitamento.
Não tem como esquecer os fatores socioeconômicos que motivam os graus individuais de aproveitamento. A etnia influencias, os brancos tem mais chances. Isso é comprovado.

As cotas essencialmente trocam pessoas mais qualificadas por menos qualificadas, e isso prejudica à toda sociedade, inclusive as pessoas menos qualificadas de divesas maneiras.
As cotas beneficiam os negros que ficam excluidos da universidade. As pessoas são mais importantes do que uma suposta qualidade isenta de condições culturais. A universidade faz parte da sociedade e seleciona a partir dessa. Não tem como ficar isenta.

Depois eu continuo, talvez
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Offline Nightstalker

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Re: Negros não são discriminados, e sim privilegiados
« Resposta #193 Online: 29 de Novembro de 2007, 23:32:45 »
Há discriminação em ambos os lados. Mas a discriminação contra os negros é bem maior, o período escravagista talvez explique isso. Vale fazer uma ressalva: Não acredito nas ações afirmativas como solução para o problema.
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Offline Barata Tenno

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Re: Negros não são discriminados, e sim privilegiados
« Resposta #194 Online: 30 de Novembro de 2007, 00:54:53 »
Ações afirmativas servem para mascarar um problema e não para resolve-lo.O melhor método para resolver o fosso é melhorar o ensino médio e fundamental, mas isso traz votos, então o melhor é lançar5 mão de uma medida ineficaz mas populista, assim como as bolsas esmolas.Por mais que se formem negros na universidade , nada garante que eles vão conseguir se inserir no mercado de trabalho.Quantas pessoas prefeririam contratar um cotista ao invés de alguém supostamente mais qualificado?Vai se passar de uma discriminação nas universidades para uma discriminação no mercado de trabalho.Ai a próxima medida vai ser obrigar as empresas a contratar alguém menos qualificado?
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Re: Negros não são discriminados, e sim privilegiados
« Resposta #195 Online: 30 de Novembro de 2007, 09:00:11 »
Ações afirmativas servem para mascarar um problema e não para resolve-lo.O melhor método para resolver o fosso é melhorar o ensino médio e fundamental, mas isso traz votos, então o melhor é lançar5 mão de uma medida ineficaz mas populista, assim como as bolsas esmolas.Por mais que se formem negros na universidade , nada garante que eles vão conseguir se inserir no mercado de trabalho.Quantas pessoas prefeririam contratar um cotista ao invés de alguém supostamente mais qualificado?Vai se passar de uma discriminação nas universidades para uma discriminação no mercado de trabalho.Ai a próxima medida vai ser obrigar as empresas a contratar alguém menos qualificado?

O estatuto do "racismo" na boca para ser aprovado no Congresso prevê obrigação das empresas privadas contratarem negros. Você foi para o Japão à tempo...
"O crime é contagioso. Se o governo quebra a lei, o povo passa a menosprezar a lei". (Lois D. Brandeis).

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Negros não são discriminados, e sim privilegiados
« Resposta #196 Online: 30 de Novembro de 2007, 11:02:15 »
Há discriminação em ambos os lados. Mas a discriminação contra os negros é bem maior, o período escravagista talvez explique isso. Vale fazer uma ressalva: Não acredito nas ações afirmativas como solução para o problema.

Discriminação se resolve com mais discriminação, tal como diz o ditado, violência se resolve com mais violência. Ainda mais se trocarmos os nomes, como em vez da discriminação boa ser "discriminação", pode ser "inclusão"; e em vez de violência, pode ser "ataque preventivo".

Luz

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Re: Negros não são discriminados, e sim privilegiados
« Resposta #197 Online: 30 de Novembro de 2007, 12:09:54 »
Continuo simpática a idéia de cotas sócio-econômicas, mas admito que posso estar enganada, por isso queria dicutir melhor a questão aqui.

Não entendo o vestibular como um concurso, mas como uma avaliação das qualificações mínimas exigidas para ingressar o aluno numa especialização. O critério de seleção por pontuação se deve ao excedente de alunos, mas inexistiria onde excedessem vagas. Todos os anos milhares de alunos são aprovados, ficando sem vaga.

Tão pouco entendo que o resultado de uma prova de conhecimentos gerais seja critério de pré-avaliação dos resultados de uma pretensa especialização. Não é possível deduzir que o melhor vestibulando será o melhor formando, pois o desempenho geral não traduz o desempenho específico.

São realidades diferentes e um aluno medíocre em conhecimentos gerais, pode sobressair-se em sua área de atuação. E por outro lado nada comprova que um aluno com bom desempenho em conhecimentos gerais terá o mesmo desempenho numa especialização.

O ensino público não parece eficiente em promover, geralmente, um bom desempenho em conhecimentos gerais, com o descaso dos professores e do próprio governo, greves e paralizações, mas o desempenho específico depende mais das apatidões do aluno que da universidade.

Por isso a adoção de cotas sócio-econômicas, me parece um critério de seleção tão justo quanto o de pontuação - uma vez que também os quotistas são obrigados a apresentar qualificações mínimas para ingressarem numa especialização. Eles são igualmente avaliados e comprovam seu potencial.

Então, após formados, sim - o concurso será feito pelo mercado de trabalho, naturalmente - mas individualmente, por aptidões e não por oportunidades.
« Última modificação: 30 de Novembro de 2007, 12:15:19 por Luz »

Offline Nightstalker

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Re: Negros não são discriminados, e sim privilegiados
« Resposta #198 Online: 30 de Novembro de 2007, 13:26:48 »
Há discriminação em ambos os lados. Mas a discriminação contra os negros é bem maior, o período escravagista talvez explique isso. Vale fazer uma ressalva: Não acredito nas ações afirmativas como solução para o problema.

Discriminação se resolve com mais discriminação, tal como diz o ditado, violência se resolve com mais violência. Ainda mais se trocarmos os nomes, como em vez da discriminação boa ser "discriminação", pode ser "inclusão"; e em vez de violência, pode ser "ataque preventivo".

Não entendi seu ponto.
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Offline Südenbauer

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Re: Negros não são discriminados, e sim privilegiados
« Resposta #199 Online: 30 de Novembro de 2007, 14:24:43 »
Acho que ele quis dizer que não se combate o fato de haver desigualdade racial nas universidades beneficiando um grupo em detrenimento de outro. Mas sim discriminar por mérito.

 

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