As cotas tem um objetivo de buscar a igualdade material, uma melhor colocação dos negros nas universidades públicas e conseguentemente no país.
O que não acontece, a exemplo das ações afirmativas nos outros países, onde os negros serviram mais de "figurantes" e tiveram desempenhos acadêmicos piores depois das cotas, manchando a sua reputação de diversas formas.
A segregação da qual me refiro é o falso sistema de igualdade, que atribui pesos iguais a etnias com recursos e educação diferenciada. O resultado é muito claro, as universidades excluiram os negros do ensino superior público. As cotas buscam minimizar esse quadro.
Esse sistema não é falso. As pessoas entram ou não na faculdade de acordo com a sua aptidão individual ao curso. Não importa que sejam mais pobres e não tenham podido explorar totalmente o seu potencial.
E não são apenas negros que não conseguem entrar na faculdade por não conseguirem cumprir os requisitos normais para tal, mais brancos (por serem a maioria) provavelmente também ficam de fora, e a causa de ficarem de fora é exatamente a mesma: não tiveram um histórico de vida que lhes deu as oportunidades de estar tão preparados para o vestibular.
O fato dos negros poderem ser classificados como étnicos ou raciais não faz com que uma medida que essencialmente troca os menos qualificados em detrimento dos medianamente qualificados (na melhor das hipóteses) seja justa ou tenha qualquer lógica ou proveito.
Isso sem contar os outros resultados práticos que esse tipo de tentativa já teve, não ajudando em nada aqueles que se intencionava ajudar, apesar da boa intenção. O padrão geral é dos benefícios irem para os que menos precisam.
???
Do que está falando? O que importa que a maioria dos universitários é branca?
Para mim importa e para muitas pessoas que se preocupam com a situação social. Quem não se preocupa com isso que está errado, na minha opinião. É fazer pouco caso com uma situação séria.
A sociedade e o mundo acadêmico não perde em nada com essas disparidades raciais que surgem de acordo com as diferenças reais de preparo, do estado de capacitação, seja ele qual for. Só perde quando se tenta trazer homogeneidade etno-estética artificialmente.
Por exemplo, provavelmente em diversos esportes, como futebol, há maioria de mestiços e negros, esses estando também muitas vezes nas melhores colocações nessas áreas. Cotas para deixar isso mais justo para os brancos, índios e asiáticos apenas fariam com que os times tivessem jogadores piores. Poderia ser racionalizado dizendo que o histórico dos asiáticos, índios e brancos geralmente não favorece tanto o desempenho nos esportes, então é uma medida justa contra essa desigualdade.
Esse tipo de cota difere apenas na área de atuação, não em sua lógica essencial, nem mesmo em resultados que só pioram para todos.
Se essas cotas de igualdade racial tivessem sido colocadas em prática no futebol, por exemplo, com muitos dos maiores astros tendo sido negros e mestiços, e comparativamente poucos tendo origem branca, indígena e asiática, teria levado a não sermos um dos melhores países no futebol em todo mundo.
Não há razão para se supor que o mesmo não se suceda com o desempenho acadêmico quando as pessoas são escolhidas por critérios estéticos, não relacionados com o desempenho acadêmico, não importa o quão boas sejam as intenções.
Isso significa que há segregação?
Sim, claro que não tem uma plaquinha para identificar. Os brancos estão nas universidades e os negros foras. O que seria isso?
"Os brancos" também estão fora das universidade, e não são todos os negros que estão fora, eles conseguem entrar sem ajuda ou piedade dos brancos.
Os indivíduos, independentemente de suas origens, estão dentro ou fora de acordo com seu desempenho acadêmico individual, que é o parâmetro pertinente para a aceitação em universidades. Origem étnica é irrelevante.
Que as pessoas que corrigem os vestibulares tem uma equipe para saber se as provas que corrigem são de negros ou brancos, para dar as vagas apenas aos brancos? (e asiáticos e talvez índios...)
A discriminação positiva é justamente tratar diferente pessoas direntes. O problema não é o processo vestibular, mas o que acontece antes dele com os candidatos. Uns tem melhor preparação que outros, tem muito mais condições que passar que os outros. É aquilo que você considerou na sua analogia como voltas na frente.
Na verdade eu considerei a disparidade econômica geral.
A universidade faz parte da sociedade e tem que considerar a sua estrutura social. Como disse o Dantas, o problema realmente é o ensino fundamental e médio, pois se esse fosse de igual qualidade para todos então o vestibular somente seria justo.
O carnaval, samba e o futebol fazem parte da sociedade e tem que se considerar a sua estrutura social...
As cotas são recursos provisórios emergenciais. Não é o melhor dos mundos, mas também não tem os efeitos negativos que alegam ter
Quais estudos você tem de efeitos positivos das cotas?
Estudos = averiguação de dados, não simplesmente dizer que são boas. Um dos estudos mais usados nos EUA pelos defensores das cotas é uma fraude; os autores não fornecem todos os dados utilizados, mas já pelo pouco que é fornecido se pode ver como é falho: o grosso da amostra de negros é de estudantes de faculdades particulares, sendo que esses são apenas 9% dos negros nos EUA.
As questões sociais não importam mesmo, para os defensores do estatus quo, uma aversão a novas idéias. A capacitação é um privilégio de brancos, e é muito fácil negar essa situação social e dizer que a lei trata a todos iguais. Tratar indivíduos com formação diferentes da mesma maneira é covardia e assim é a situação atual dessa lógica perversa.
Isso é simplesmente ridículo. Tem sempre que apelar para o ad-hominem, que os que se opõem querem defender status quo e essas tipo de lixo argumentativo.
Eu me referi ao tratamento dado ao vestibular, tratar diferentes de maneira igual. E não é diferença étnica como você supões com a sua redução do problema a uma qualificação de estética, mas sim uma diferença socioeconômica entre as etnias.
Uma diferença étnica É uma diferença estética se as pessoas são "discriminadas" apenas pelas suas capacidades, sendo a etnia um fator incidental, a menos que se tenha detectado discriminação contra etnias a despeito do preparo.
Se disserem que se deve ter mais brancos, índios e asiáticos, no futebol e no carnaval, isso seria claramente visto como algo meramente estético.
O vestibular é feito para a etnia branca devido a essa etnia estar melhor colocada socialmente em relação a entnia negra, considerando os pardos e pretos. Essa diferença social é claramente demonstrada, e esta influencia no vestibular, como todos sabemos.
O vestibular averigua o preparo escolar, não a raça. Por isso mesmo negros entram - Não é verdade que sejam coitadinhos incapazes de entrar na faculdade sem a caridade do governo branco lhes facilitando as coisas na faculdade.
Os pobres, de modo geral, acabam não conseguindo passar, ou tem que ter outras profissões e etc.
Esse é um dos motivos que coloca os negros como desfavorecidos socialmente no vestibular. São mais pobres que os brancos. O que significa que os negros estão em desvantagem. Corrigir essa desvantagem não é privilégio.
Ao redor do mundo, as cotas não corrigiram os problemas que objetivavam corrigir, podendo até agravar, além de criar outros custos sociais e econômicos sérios. Nos EUA ao menos (e creio que no Brasil também) a maior parte dos avanços das minorias se deu sem ser através das cotas. Isso vai sendo esquecido e os negros vão sendo vistos cada vez mais como incapazes e ineficientes, algo ampliado pela disparidade do seu baixo desempenho na faculdade depois que são admitidos por padrões inferiores.
Apenas uma minoria dos brancos é formada na faculdade e etc. E não tem essa choradeira igual para que todas as pessoas possam ter PhD, independentemente de serem alfabetizados ou não.
O problema é a proporção.
Não, a proporção não é um problema. A heterogeneidade racial não atrapalha em nada o avanço de uma área, vide os esportes nos EUA e no Brasil, e áreas do entretenimento que não requerem currículo em matemática e etc.
Colocar pessoas menos preparadas numa área, é o que realmente atrapalha o avanço dessa área, e da sociedade como um todo.
Os brancos tem uma proporção muito maior nas universidade
OK, isso não ocorre por discriminação racial, a sociedade não perde nada com isso (a não ser esteticamente), e nem pode se corrigir essa diferença de cores dos alunos através de cotas.
e nos setores de poder político
Quais são os requisitos acadêmicos para ser parte do setor político? Estamos num país onde o presidente é o Lula.
Quer agora que tenha cota de negros, mestiços, asiáticos, índios, gays, lésbicas, transexuais, gordos, e de mulheres em todas essas categorias, especificamente em cargos governamentais?
E os cotistas são aprovados no vestibular, de modo a conseguirem um bom aproveitamento no curso. Não são analfabetos.
Cotistas com desempenho inferior, mas da raça certa, são aprovados em detrimento de candidatos melhor preparados que não estejam dentro dos padrões de pureza racial concebidos por sei lá quem. Isso faz com que se diminua a produção acadêmica de forma geral, tanto em quantidade (menos se formam) como em qualidade (os que se formam, se formam em áreas mais fáceis e e menores salários)
Se as cotas democratizam de forma multicultural as universidades, então estão tendo o efeito desejado.
Essa "democratização multicultural" não é bem sucedida e não vem a troco de nada. Seria conquistado apenas em troca de diminuir o desempenho acadêmico de um país, e possivelmente criar conflito entre os grupos.
Mas perceba a diferença, as cotas buscam nivelar por cima,
Não, elas nivelam por baixo, elas baixam os níveis de preparo requeridos.
Já pensou se houvesse o mesmo quanto a formação em si? Médicos negros não precisassem de tudo que os brancos precisam para se formar? Talvez ainda pudessem ser respeitados conhecimentos étnicos de curandeirismo africano e indígena como currículo aceitável, em vez apenas da "ciência branca, racista e etnocentrista".
é totalmente contrário a uma discriminação negativa se fosse aplicada, algo que estaria destruindo e não criando.
As cotas não estão criando nada, apenas destruindo as chances dos que não estão dentro dos padrões de pureza racial, e a chance dos negros e mestiços mais pobres conquistarem dignidade por si próprios, sem parecer que receberam uma esmola da elite branca no governo. Ao mesmo tempo, retardam isso uma vez que a porcentagem do sucesso acadêmico dos negros e mestiços "suficientemente" negros acaba sendo inferior ao sucesso dos brancos, em porcentagem, ajudando a fornecer evidências para o mito de desigualdade motivada por diferenças intrínsecas, e acabando com a credibilidade daqueles negros ou mestiços escuros que tiveram melhor desempenho ou mesmo que foram admitidos em padrões iguais para todos. Diferentemente do que ocorre quando os critérios são iguais para todos, quando as taxas de sucesso também são praticamente as mesmas.
A base teórica das cotas é exatamente as questões socioeconômicas das etnias, buscando dar oportunidades para os negros. Não se prejudica os brancos pobres e sim os brancos ricos. Claro que sempre vão existir as exceções, pois sistema algum é perfeito.
As exceções, no caso das cotas, são os casos de negros realmente necessitados entrarem e terem um bom desempenho acadêmico. A regra é diminuição do desempenho acadêmico como um todo, benefício dos negros mais ricos, em detrimendo dos brancos mais pobres. Uma minoria não necessitada se dando bem às custas de uma maioria realmente necessitada, mas fora dos padrões raciais projetados como ideais para o país.
Não tem, por definição, num sistema de cotas, como adiantar quem está atrás sem prejudicar quem está na frente. Não tem como o cotista entrar apesar da avaliação inferior, ocupando uma vaga que poderia ser de quem teve um resultado melhor.
O que vejo de errado nessa avaliação é a percepção individual ao invés da social.
A sociedade é composta de indivíduos. Os perdas das cotas não se restringem as perdas individuais dos mais qualificados que são excluídos por não serem da raça certa, mas afetam toda a sociedade, prejudicando até mesmo os negros.
A preocupação recai em alguém que supostamente perde a vaga
Alguém que, seria mais qualificado, que teria malhor aproveitamento acadêmico em vez de fazer figuração na faculdade em nome de uma igualdade multiétnica, beneficiando não só a si mesmo, mas a sociedade como um todo, chegando até mesmo aos setores menos favorecidos.
Eu não vejo como ter pessoas de diferentes cores na faculdade compense esse tipo de perda para a sociedade toda.
Não são apenas os negros que estão em más condições. Nem os negros são a maioria dos em más condições (simplesmente por serem uma minoria, e pela maioria da população ser pobre, não podem ser a maioria).
São os negros em sua maioria sim.
Os negros em sua maioria, ou seja, a maioria dos negros. Mas não é a maioria do total de pessoas em más condições, que é negra.
Não adianta ficar tentando encotrar uma suposta igualdade de condições das etnias.
Não foi meu objetivo, não estou afirmando que haja homogeneidade racial entre os estratos sociais. Estou apenas lembrando que como brancos e mestiços claros compõem a maioria da população, esses também são a maioria entre os mais necessitados, mesmo que a maioria dos negros seja mais necessitada.
E eles não estão em más condições por serem negros, nem por algo intrínseco a ser negro, nem por uma sociedade racista que mantém propositalmente os negros na pobreza. Daí simplesmente não importam os critérios raciais para essa questão que é a causa de tudo.
Os motivos acho que já discutimos em outros tópicos, são a escravidão e o preconceito e discriminação racial. Por isso os negros são mais pobres e não o contrário. A pobreza é causada pelo racismo e pela escravidão. Não é a pobreza que causa o racismo. Para além da discriminação social que existe em larga escala em nosso país, a discriminação racial existe e com problemas acumulados há séculos.
Enquanto eu admito que a escravidão tenha mesmo causado a maior parte da pobrez, não sei se o mesmo pode ser dito do racismo, se há dados para comprovar isso. Geralmente é assumido que a disparidade se deve à discriminação, o que é demonstradamente falso.
As cotas, de qualquer forma, não amenizam qualquer discriminação existente, mas a aumentam ou criam, na medida em que as credenciais dos negros ficam sob suspeita, devido aos critérios inferiores de admissão (afetando mesmo aos eventuais negros não-cotistas), e aumenta o seu estigma, já que proporcionalmente, são mais reprovados.
Quem prova a igualdade racial dos seres humanos é a ciência. É com base nessa igualdade entre os indivíduos humanos que se conclui que existe uma desigualdade sócio-racial vergonhosa e humilhante para todos. Não é só os negros que tem que se preocupar com isso e sim todos nós. Negar a igualdade entre as etnias é dizer que o resultado de tamanha desigualdade é natural. E creio ser esse o pensamento por traz desse averção a igualdade multiétinica.
Eu não sei. As vezes você parece um tipo de robô programado para ficar repetindo sempre as mesmas coisas, mesmo que se afirme diversas vezes o contrário.
Um ad hominem patético. Também estou cansado dos mesmos argumentos anti-cotas. Mesmo, como você mesmo diz, que afirma diversas vezes o contrário. O que quer dizer que estes não são bons argumentos, pelo menos para mim.[/quote]
Não é ad hominem patético. Repetidas vezes foram explicados vários argumentos, mas você continua com suas deduções psicanalíticas de que na verdade o que se quer é impedir que os negros ganhem as vagas e sucesso que deveriam ser dos brancos, ou que admitimos que as diferenças tem a ver com inferioridade racial. Esses são ad hominem, tentam desqualificar os argumentos contra as cotas como racistas se são dos brancos, ou elitistas, se são de negros.
Quero muito que a economia nacional e mundial melhorem, que as pessoas todas, de todas cores, sexos e etcs vivam decentemente.
Ficar esperando um mundo mais justo através do puro desenvolvimento econômico não é algo que sou favorável. A curva de desigualdade pode decair mais rápido através de ações afirmativas, no meu entendimento.
A história mostra um padrão contrário. A ascenção sócio-econômia bem maior antes das cotas, e negligênciável após ela. E mesmo o que houve após, não pode ser atribuído a elas.
Se por exemplo, daqui a cinco anos no Brasil continuar a mesma disparidade sócio econômica, a mesma quantidade de PESSOAS na miséria e em melhores situações, mas os negros especificamente estiverem em situação comparativamente melhor, não há nada de melhor nisso.
Tanto faz. É ainda o mesmo número de pessoas nas mesmas condições de vida, só mudaram as cores.
Essa é a hipósete em que aposta. Eu diria que a situação vai melhorar.
Mesmo que melhorasse (o que é dificultado com a implementação das cotas e as perdas causadas). Não acho justo que se "troque" artificialmente, independentemente do preparo, as pessoas de posição de acordo com raças.
O ideal é progresso verdadeiro, natural (que se mostrou mais rápido do que as cotas), não simplesmente trocas de cores das pessoas, ou de pessoas com as cores certas ou erradas, em prol de uma homogeneidade racial, atrasando o progresso verdadeiro de todos.
Se mudassem por flutuações mais ou menos ao acaso, isso ainda seria algo natural, acho que ninguém teria nada contra. Eu não teria. Só racistas mesmo teriam. Mas é ridículo e enojante que fosse algo que privilegiasse uma raça em prol de uma pseudo-igualdade racial.
Algo natural não existe. Nem mesmo o capitalismo é natural.
Por "natural", eu quero dizer, uma mudança que não é artificialmente favorecida, que não ocorre através de práticas de discriminação racial. Existem negros ricos, ou em condições de vida boas, fora da pobreza. Imediatamente depois da abolição da escravidão, não haviam negros ricos. Eles conquistaram tudo que conquistaram por capacidades próprias, por esforço e dedicação, não por esmolas/cotas. Isso é o que chamo de "natural", enquanto que colocar pessoas por critários raciais, independentemente da qualificação seria artificial.
Mas o resultado pelo critério antigo é o de segregação racial. O que torna os brancos donos das vagas devido a superioridade socioeconômica. Portanto, esqueça o critério antigo como sendo justo.
Segregação não é sinônimo de disparidade.
É tão justo quanto a predominância negra e mestiça nos esportes. É devida as capacidades "reais", não é discriminação. Os brancos, asiáticos e índios, não simplesmente tiveram históricos para desenvolver o mesmo talento nesses esportes. Eles não precisam ser enfiados lá, trocado por uns negros e escuros mais preparados, só porque a vida foi injusta nesse aspecto.
Sem medidas artificiais prevenindo qualquer coisa, mais brancos conquistariam a maioria das vagas por seus resultados que negros; primeiro por serem a maioria,
Não são maioria e nem conseguem as vagas de forma proporcional. Conseguem muito mais vagas proporcionalmente do que pretos e pardos.
Os brancos são sim maioria. O CIA factbook dá como 52%, se não me engano, e acho que uns 48% segundo a wikipédia; ainda há os mestiços claros, sendo que no total, os mestiços são mais de 40%, daí no mínimo o total de "socialmente brancos" compõe a maioria (mais de 50% da população).
A desproporção das vagas não se deve à discriminação, seria discriminação se fosse constatado que dentre os brancos e negros com iguais resultados, os brancos mesmo assim se dão desproporcionalmente melhor (ainda que possam estar, provavelmente estejam, "se dando melhor" em números absolutos, mas simplesmente porque são a maioria).
e também por estarem geralmente mais qualificados (ainda que mais brancos do que negros não se qualifiquem, em absoluto). Aí esses poderiam doar as vagas que conquistaram. Capisce?
Está realmente confundindo os dados estatísticos. Os brancos são 53% da população, e estão numa proporção muito maior nas universidades. O que vale mesmo é a proporção e é dessa a qual me refiro e as estatísticas também.
O meu ponto todo era apenas lembrar que, não são os negros discriminados, segregados para fora das universidade, por serem negros. As pessoas são simplesmente admitidas ou não de acordo com o preparo. Isso resulta numa maioria (absoluta, não proporcional) de brancos desqualificados, bem como talvez a maioria dos candidatos negros.
Se fosse discriminação racial, não se esperaria encontrar negro algum praticamente, porque sobram brancos que poderiam entrar no lugar deles por discriminação, entrar apeasar dos resultados melhores de alguns negros nos testes.
O que ocorre é simplesmente avaliação de preparo, uma avaliação na qual a cor da pele ou origem étnica simplesmente não conta, e não se ajuda a ninguém ao tentar tornar a avaliação "justa" para diferentes históricos individuais que tiveram menos preparo, mesmo sendo essa a intenção.
Prejudica-se a imagem e credibilidade acadêmica/profissional das pessoas favorecidas pelas cotas, sua dignidade, se favorece uma minoria (negros ou outras raças favorecidas pelas cotas que sejam ricos), em detrimento de uma maioria (brancos e mestiços insuficientemente escuros, que compõem a maioria (em números absolutos) mesmo entre os pobres, simplesmente por serem a maioria da população total.
Como eu disse anteriormente. Imaginando que não houvessem raças. Como é que se poderia tentar corrigir essa situação da escravidão e etc? Não daria para apontar a cor. Então se teria algo bizarro como "cotas para quem quase não consegue passar no vestibular", que seria simplesmente desvavorecer uma faixa intermediária entre os melhores e os considerados apenas minimamente aptos ao curso. Absurdo, simplesmente.
Eu não acho menos absurdo apenas porque as pessoas tem diferentes cores de pele.
Se não existissem as diferenças de fenóticos e culturais, pois essas contam também, penso que estariamos num país mais desenvolvido. Não penso que seria igual, pois o racismo deixou graves problemas socias e conseguentemente econômicos, com a exclusão e abandono social de uma etnia.
A diversidade ou homogeneidade racial ou étnicas não tem impacto causal direto quanto ao desenvolvimento, existem sempre outras causas relacionadas comprometendo a coisa toda, como racismo e cotas. Lugares étnicamente homogêneos simplesmente não tem esses problemas, mas não necessariamente também são mais avançados apenas por isso.
Mas o meu ponto todo foi ilustrar, de um ponto de vista que não vê diferenças entre as pessoas, o absurdo que seriam as cotas raciais, transferidas para uma situação na qual não se considera a existência das raças. São "cotas para os que não estão tão preparados assim para a faculdade", em detrimento dos melhor preparados.
Eu não vejo como relevante as etnias das pessoas melhor ou pior preparadas desde que a avaliação seja precisa, pertinente ao curso, de forma similar que não vejo problema nas disparidades raciais onde as minorias levam vantagem, como esportes e entretenimento. Simplesmente estão melhor preparados. Mesmo havendo uma maioria dentre os brancos pobres que se pudesse dizer que estão mal representados dentro das áreas onde os negros e mestiços escuros são as "elites dominantes".