Autor Tópico: Negros não são discriminados, e sim privilegiados  (Lida 28291 vezes)

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Offline Südenbauer

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Re: Negros não são discriminados, e sim privilegiados
« Resposta #150 Online: 27 de Novembro de 2007, 00:13:25 »
Pela primeira vez vou usar a desativação de mensagens de um tópico: Desativar a notificação deste tópico: ../forum/action=notify;topic=13862.0.html


ufa... :stunned:
Ué... foi tarde.

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Negros não são discriminados, e sim privilegiados
« Resposta #151 Online: 27 de Novembro de 2007, 00:31:36 »
e para ser sincero, não tenho como discordar da primeira parte; é mesmo muito constrangedor precisar de um "atestado de mal-sucedido" para conseguir uma chance de entrar na faculdade.

Pra você, né, já que muita gente é safada e MENTE sobre a renda mensal da família pra consseguir um PROUNI. Ninguém está se importando em ser considerado "mal-sucedido" ou não, todo mundo é cara-de-pau mesmo e quer se dar bem.

O Thomas Sowell, no trabalho dele, aparentemente descobriu que a maior parte das pessoas beneficiadas pelas ações afirmativas são as que menos precisam dentro do grupo "preferido" (negros ricos), e sim, há exclusão das pessoas que necessitam dentro do grupo não preferido (brancos pobres). Ao menos nos EUA.

Offline Thiago C. Santos

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Re: Negros não são discriminados, e sim privilegiados
« Resposta #152 Online: 27 de Novembro de 2007, 09:49:18 »
Se foi explorado, azar o seu. O errodo é jogar a culpa nos outros. O que os "brancos" de hoje tem de culpa sobre a escravidão?

Foi melhor no vestibular fica com a vaga, pouco imposta a cor, opção sexual ou a palhaçada que for...

Meritocracia.



Esse seu discurso é o mesmo que jogar a história na lata do lixo.

Foda-se a história e comecemos do ZERO... |( |( |( |(

Rhyan não está completamente certo, mas por outro lado, não é lá muito sensato querer que erros de outra geração sejam "compensados" por discriminação nesta.

Pois é, por isso que o Papa João Paulo jamais deveria ter pedido desculpas em 1993, em nome da igreja Católica, por causa da perseguição feita contra Galileu, digamos que há muito tempo atrás.

Nem o Papa e nem os católicos da atual geração viviam na época do Galileu, portanto, o pedido de perdão não deveria ser feito por esta geração, o erro foi das anteriores.

A discriminação já existe, as cotas não inventaram. Elas são produto desse contexto, não são a base dele.

E sobre a afirmação do tópico (Negros são privilegiados), qual estudo, qual pesquisa sustenta isso?

 
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Offline Luis Dantas

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Re: Negros não são discriminados, e sim privilegiados
« Resposta #153 Online: 27 de Novembro de 2007, 09:56:23 »
Se foi explorado, azar o seu. O errodo é jogar a culpa nos outros. O que os "brancos" de hoje tem de culpa sobre a escravidão?

Foi melhor no vestibular fica com a vaga, pouco imposta a cor, opção sexual ou a palhaçada que for...

Meritocracia.



Esse seu discurso é o mesmo que jogar a história na lata do lixo.

Foda-se a história e comecemos do ZERO... |( |( |( |(

Rhyan não está completamente certo, mas por outro lado, não é lá muito sensato querer que erros de outra geração sejam "compensados" por discriminação nesta.

Pois é, por isso que o Papa João Paulo jamais deveria ter pedido desculpas em 1993, em nome da igreja Católica, por causa da perseguição feita contra Galileu, digamos que há muito tempo atrás.

Está me dizendo que considera esse pedido de desculpas uma atitude de discriminação?

Citar
Nem o Papa e nem os católicos da atual geração viviam na época do Galileu, portanto, o pedido de perdão não deveria ser feito por esta geração, o erro foi das anteriores.

Nem vem.  Um pedido de desculpas só aumenta a dignidade do Vaticano, enquanto que cotas étnicas prejudicam as perspectivas do que não são beneficiados por elas.

Citar
A discriminação já existe, as cotas não inventaram. Elas são produto desse contexto, não são a base dele.

Elas são em si um ato de discriminação.  Esse é um fato inescapável, por mais que se queira explicar, justificar ou negar.  Favorecer um segmento da população é exatamente a mesma coisa que prejudicar todos os outros.

Citar
E sobre a afirmação do tópico (Negros são privilegiados), qual estudo, qual pesquisa sustenta isso?

Essa é outra questão.  Não concordo necessariamente com essa afirmação.
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Luz

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Re: Negros não são discriminados, e sim privilegiados
« Resposta #154 Online: 27 de Novembro de 2007, 11:17:30 »

Penso que o Tiago tocou num ponto importante, de como muda o discurso quando muda a questão.

E concordo com ele que o episódio Galileu exemplifica bem o caso.

Se a parcela branca da população hoje não tem que assumir a dívida dos erros cometidos por brancos no passado, a parcela católica da população hoje não tem que assumir a dívida dos erros cometidos por católicos no passado.

Contudo, muitas vezes, não é o que o discurso aponta, com opiniões de outros tópicos contradizendo a desse - dois pesos, duas medidas, como diz a sabedoria popular. E isso é desonesto - o peso e medida devem ser os mesmos para os afetos e desafetos.

Offline Pregador

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Re: Negros não são discriminados, e sim privilegiados
« Resposta #155 Online: 27 de Novembro de 2007, 11:40:29 »

Penso que o Tiago tocou num ponto importante, de como muda o discurso quando muda a questão.

E concordo com ele que o episódio Galileu exemplifica bem o caso.

Se a parcela branca da população hoje não tem que assumir a dívida dos erros cometidos por brancos no passado, a parcela católica da população hoje não tem que assumir a dívida dos erros cometidos por católicos no passado.

Contudo, muitas vezes, não é o que o discurso aponta, com opiniões de outros tópicos contradizendo a desse - dois pesos, duas medidas, como diz a sabedoria popular. E isso é desonesto - o peso e medida devem ser os mesmos para os afetos e desafetos.

Pode até ser, mas pedir desculpas não se compara com instituir cotas raciais. É como latão e platina...

Além de que, o exemplo é sim infundado, já que o Papa é o representante de Deus na Terra, o que implica em uma sucessão divina, fora o fato da doutrina cristã ser trabalhada em cima do perdão. Assim não há nada de errado em a Igreja pedir perdão via o arrependimento sincero.

Os exemplos são totalmente incompatíveis ao meu ver.

Eu realmente não ligaria se o presidente da república, em nome da população branca do Brasil, pedisse desculpas aos negros pelas atrocidades dos ancestrais. Embora não concordasse com isso, este fato não implicaria em cerceamento do meu direito e extenção do direitos dos colegas negros.
"O crime é contagioso. Se o governo quebra a lei, o povo passa a menosprezar a lei". (Lois D. Brandeis).


Luz

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Re: Negros não são discriminados, e sim privilegiados
« Resposta #157 Online: 27 de Novembro de 2007, 13:04:27 »

Penso que o Tiago tocou num ponto importante, de como muda o discurso quando muda a questão.

E concordo com ele que o episódio Galileu exemplifica bem o caso.

Se a parcela branca da população hoje não tem que assumir a dívida dos erros cometidos por brancos no passado, a parcela católica da população hoje não tem que assumir a dívida dos erros cometidos por católicos no passado.

Contudo, muitas vezes, não é o que o discurso aponta, com opiniões de outros tópicos contradizendo a desse - dois pesos, duas medidas, como diz a sabedoria popular. E isso é desonesto - o peso e medida devem ser os mesmos para os afetos e desafetos.

Pode até ser, mas pedir desculpas não se compara com instituir cotas raciais. É como latão e platina...

Além de que, o exemplo é sim infundado, já que o Papa é o representante de Deus na Terra, o que implica em uma sucessão divina, fora o fato da doutrina cristã ser trabalhada em cima do perdão. Assim não há nada de errado em a Igreja pedir perdão via o arrependimento sincero.

Os exemplos são totalmente incompatíveis ao meu ver.

Eu realmente não ligaria se o presidente da república, em nome da população branca do Brasil, pedisse desculpas aos negros pelas atrocidades dos ancestrais. Embora não concordasse com isso, este fato não implicaria em cerceamento do meu direito e extenção do direitos dos colegas negros.

Não estou defendendo cotas raciais, pedidos de desculpas sinceros ou coisa semelhante.

Estou questionando o relativismo dos argumentos de dívida histórica para diferentes questões - paralelo ao assunto do tópico em relação a outros.  :ok:

Offline Thiago C. Santos

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Re: Negros não são discriminados, e sim privilegiados
« Resposta #158 Online: 27 de Novembro de 2007, 13:24:32 »
Vamos colocar de outra forma:

João cometeu um crime. Faz tempo.

Agora ele assumiu a culpa. Ele deve pagar pelo que fez?

O Estado cometeu um crime no passado ao legitimar a escravidão, as consequências são nefastas até hoje.

O crime prescreveu? O tempo de acertar a dívida já passou?

Ótimo, então, todos são iguais no Brasil.

Só não venha dizer que os negros são privilegiados por X ou Y, porque no passado eles foram as vítimas, e se o Estado está tomando uma atitude precipitada para solucionar a questão, o erro é do Estado brasileiro e não dos negros.

Privilégio seria se os negros estivessem no poder legislando em causa própria, excluindo dos programas sociais ou da agenda política todo o resto da população.

Mas não, a iniciativa é do Estado. Não é dos brancos, negros ou amarelos, é do ESTADO.

Não há como eu conceder um privilégio para mim mesmo se eu não tenho meios legais, governamentais e administrativos para tal.

Aqui não tem Mandela, não.  Não tem Luther King, não tem marcha sobre Brasília. Cadê os Panteras Negras? Cadê a Angela Davis?

Aqui a coisa é diferente. Os negros nunca tiveram um movimento coeso e que contasse com apoio da opinião pública.

A iniciativa das cotas é essencialmente política e governamental.

Não se pode culpar a vítima pela decisão da Justiça.
   

 
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Offline Luis Dantas

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Re: Negros não são discriminados, e sim privilegiados
« Resposta #159 Online: 27 de Novembro de 2007, 23:17:15 »
Não estou defendendo cotas raciais, pedidos de desculpas sinceros ou coisa semelhante.

Estou questionando o relativismo dos argumentos de dívida histórica para diferentes questões - paralelo ao assunto do tópico em relação a outros.  :ok:

Nenhum mistério aí, Luz; a dívida histórica existe nos dois casos, e realmente é muito mais importante no caso do pedido de desculpas do Vaticano do que no caso das cotas.

Por que?  Porque cotas étnicas são uma medida de impacto duradouro, capaz de influenciar gerações inteiras, não necessariamente para melhor.  E pedidos de desculpas, como o Amon bem disse, são muito mais inofensivos mesmo quanto completamente descabidos.
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Offline Adriano

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Re: Negros não são discriminados, e sim privilegiados
« Resposta #160 Online: 27 de Novembro de 2007, 23:41:41 »
:chorao: por que eu insisto nisso, por que?
Deve se interessar no assunto não?  :?

Se tem base empírica ou mesmo algum argumento lógico para dizer que, facilitando a entrada dos negros, os brancos que acreditam na superioridade racial deles e que não gostam dos negros, vão achar que os negros são igualmente capazes e passar a aceitá-los?

É só sonho isso.
Está atribuindo um objetivo errado as cotas. A desmistificação do racismo cabe a divulgação da ciência, que ao meu ver já tem contribuido muito para isso.

As cotas tem um objetivo de buscar a igualdade material, uma melhor colocação dos negros nas universidades públicas e conseguentemente no país.

Citar
Perversão da lógica excludente, que considera normal a segregação étnica nas universidades.

QUEM É QUE DEFENDE SEGREGAÇÃO ÉTNICA NAS UNIVERSIDADES?

Quem é que está propondo "vestibular para negros", e "vestibular para brancos"?
A segregação da qual me refiro é o falso sistema de igualdade, que atribui pesos iguais a etnias com recursos e educação diferenciada. O resultado é muito claro, as universidades excluiram os negros do ensino superior público.   As cotas buscam minimizar esse quadro.

???

Do que está falando? O que importa que a maioria dos universitários é branca?
Para mim importa e para muitas pessoas que se preocupam com a situação social. Quem não se preocupa com isso que está errado, na minha opinião. É fazer pouco caso com uma situação séria.

Isso significa que há segregação?
Sim, claro que não tem uma plaquinha para identificar. Os brancos estão nas universidades e os negros foras. O que seria isso?

Que as pessoas que corrigem os vestibulares tem uma equipe para saber se as provas que corrigem são de negros ou brancos, para dar as vagas apenas aos brancos? (e asiáticos e talvez índios...) 
A discriminação positiva é justamente tratar diferente pessoas direntes. O problema não é o processo vestibular, mas o que acontece antes dele com os candidatos. Uns tem melhor preparação que outros, tem muito mais condições que passar que os outros. É aquilo que você considerou na sua analogia como voltas na frente.

A universidade faz parte da sociedade e tem que considerar a sua estrutura social. Como disse o Dantas, o problema realmente é o ensino fundamental e médio, pois se esse fosse de igual qualidade para todos então o vestibular somente seria justo.

As cotas são recursos provisórios emergenciais. Não é o melhor dos mundos, mas também não tem os efeitos negativos que alegam ter.

E apenas 5-6% dos brasileiros são negros. ~50% são brancos, e 40% são mestiços.

Já está se adotando os critérios americanos, também... tem uma gota de sangue negro, então "sujou", não é mais um branco puro, é negro. 
Os dados estatísticos do IBGE e o da UNESCO consideram negros os pardos e os pretos. E com esse critério que se avaliou a gigantesca desigualdade dos brancos para com os pretos E pardos. Portando os mestiços também perdem em muito para os brancos, os negros então ficam longe.

A diferença do racismo americado é a descendencia e não a cor como aqui. Isso já ficou claro, sendo claro o motivo dos mestiços também serem discriminados em relação aos brancos.

Citar
As questões sociais não importam mesmo, para os defensores do estatus quo, uma aversão a novas idéias. A capacitação é um privilégio de brancos, e é muito fácil negar essa situação social e dizer que a lei trata a todos iguais. Tratar indivíduos com formação diferentes da mesma maneira é covardia e assim é a situação atual dessa lógica perversa.
Isso é simplesmente ridículo. Tem sempre que apelar para o ad-hominem, que os que se opõem querem defender status quo e essas tipo de lixo argumentativo.
Eu me referi ao tratamento dado ao vestibular, tratar diferentes de maneira igual. E não é diferença étnica como você supões com a sua redução do problema a uma qualificação de estética, mas sim uma diferença socioeconômica entre as etnias.

Se o vestibular tem critérios diferentes, deixa de fazer sentido. Não se supõe que seja apenas um sorteio.

Negros SÃO biologicamente capazes de passar num "vestibular para brancos", não precisam de um tipo de esmola intelectual para deficientes mentais.
A questão não é biologica e sim social. Como disse acima, a questão biológica de inexistência de raças humanas é por conta da ciência. O vestibular é feito para a etnia branca devido a essa etnia estar melhor colocada socialmente em relação a entnia negra, considerando os pardos e pretos. Essa diferença social é claramente demonstrada, e esta influencia no vestibular, como todos sabemos.

Não são todos os negros capacitados, da mesma forma que não são todos os brancos.
Mas não existe diferença biológica para justificar a segregação negra nas universidades. A questão é social mesmo.


Os pobres, de modo geral, acabam não conseguindo passar, ou tem que ter outras profissões e etc.
Esse é um dos motivos que coloca os negros como desfavorecidos socialmente no vestibular. São mais pobres que os brancos. O que significa que os negros estão em desvantagem. Corrigir essa desvantagem não é privilégio.

Apenas uma minoria dos brancos é formada na faculdade e etc. E não tem essa choradeira igual para que todas as pessoas possam ter PhD, independentemente de serem alfabetizados ou não.
O problema é a proporção. Os brancos tem uma proporção muito maior nas universidade e nos setores de poder político e econômico do país. Não é uma diferença na quantidade que pusesse ser justificada com a maior quantidade de brancos. É simplesmente um problema social que causa a desigualdade racial.

E os cotistas são aprovados no vestibular, de modo a conseguirem um bom aproveitamento no curso. Não são analfabetos.

Não tem nada sendo corrigido aí, essa correção" é meramente estética, é como mudar a cor da pele dos vestibulandos, obrigando que para se cursar facultade alguns virem negros.
Não é a toa que usam o termo afrodescendente, não é apenas um politicamente correto. Isso serve para lembrar os motivos históricos que causaram a desigualdade racial (étnica) atual. Não se trata da cor da pele e sim de descendentes de africanos que ficaram excluidos da sociedade. Não necessariamente seguem uma linhagem genética específica, mas bastou essa "questão estética" para a discriminação. A cor da pele que influenciou a justificação do racismo em nossa sociedade. A escravidão dos africanos feita pelos portugueses gerou a situação atual de desigualdade. E nunca foi corrigina, nem mesmo pela decrocracia antiga, a dos direitos formais apenas.

E a cor da pela não é uma questão estética, é uma questão étnica, um traço de nosso povo herdade pelos africanos. E existem muitos outros traços físicos que distinguem a etnia, mas o principal são os culturais.
 

E não devem haver donos pré-determinados para as vagas.

Tanto para acabar com a pobreza, quanto racismo, quanto para algum eventual reparo pela escravidão, as cotas são ineficazes e não vão direto aos pontos.
Se as cotas democratizam de forma multicultural as universidades, então estão tendo o efeito desejado. Faz parte do direito do indivíduo a sua bagagem étnica e cultural. Não são todos que conseguem ver as universidades brancas, o país branco e preto e não associar uma coisa a outra. Sabemos que a escravidão e outros fatores históricos, como a própria ausência de políticas públicas para amenizar esse efeito, foram as causas desse resultado.

Quer dizer que, tanto faz a pobreza e a miséria, contanto que os grupos sejam racialmente homogêneos, terem brancos e negros na mesma proporção em cada estrato social. Na miséria e na riqueza. Que bonito. Muito melhor do que o mesmo número de miseráveis vivendo em condições sub-humanas, só que sem a homogeneidade racial.
Mas perceba a diferença, as cotas buscam nivelar por cima, é totalmente contrário a uma discriminação negativa se fosse aplicada, algo que estaria destruindo e não criando. A base teórica das cotas é exatamente as questões socioeconômicas das etnias, buscando dar oportunidades para os negros. Não se prejudica os brancos pobres e sim os brancos ricos. Claro que sempre vão existir as exceções, pois sistema algum é perfeito.


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As cotas porporcionam o acesso dos negros a universidade, possibilitando uma diversidade multiétinica.

Negros não são retardados. Eles são capazes de entrar na universidade pelos mesmos critérios dos brancos. Não são inferiores.
São inferiores sim, mas não biologicamente e sim socialmente. É necessário distinguir as duas questões, já que se faz necessário reconhecer a realidade social da etnia negra. O mesmo seria biologicamente caso as teses racialistas fossem provadas verdadeiras.

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É a amplicação da democracia,
Tasca sempre um "democracia" para embelezar a idéia.
Assim como os anti-cotas usam o argumento batido e refutado, no meu entender, da igualdade legal, do tratamento igual dos brasileiro, desconsiderando assim a realidade multiétnica do país. As cotas são a expressão mais evidente da mudança de paradigma jurídico, da igualdade formal para a igualdade material.

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e não a busca de teorias ad hoc de oposição, que só servem para sustentar os anseios de uma determinada classe que se sente prejudicada por perder as vagas entre os conhecidos. Descartam totalmente a realidade social, focando somente no grupo privilegiado.

Ad hominem.
Não é bem assim, sempre surgem histórinhas baseadas na idéia de igualdade, como a que originou o tópico. É analizado o autor do tópico e um amigo negro, e colocando a situação como injusta por conta disso. Nessa avaliação de igualdade está um para um, mas nada mais longe da nossa realidade social. A realidade humana é a realidade social, temos que olhar ao redor e perceber que não existe igualdade entre brancos e negros, para que essa falácia seja abandonada, essa idéia embelezadora de uma suposta igualdade.

Não tem, por definição, num sistema de cotas, como adiantar quem está atrás sem prejudicar quem está na frente. Não tem como o cotista entrar apesar da avaliação inferior, ocupando uma vaga que poderia ser de quem teve um resultado melhor.
O que vejo de errado nessa avaliação é a percepção individual ao invés da social. A preocupação recai em alguém que supostamente perde a vaga, o que justifica o meu argumento que disse ser ad hominem. Mas você disse bem, a vaga poderia ser de um branco, mas vai ser de um negro devido as cotas. E este negro vai estar capacitado para a graduação por ter tido o aproveitamento necessário dentro dos novos requisitos. A diferença que ocorre é que um negro ocupa uma vaga de um branco, caso essa vaga não fosse dele mesmo.

Fora isso, a economia, a vida, não é uma corrida onde todos tem que parar ou regredir para alguns poderem alcançar, ainda mais por critérios de igualdade estética. Dos ~50% da população que formada por brancos e dos ~40% de mestiços que não sejam considerados como negros puros pelos comitês avaliadores de pureza racial, há muitos que precisam das vagas, tem os resultados que garantiriam conseguí-las, mas vão perder só porque não são da raça certa.
Os metiços entram nas cotas também como negros. Por isso o caso polêmico daqueles gêmeos que estavam numa situalão bem limiar de pigmentação. Mas a entrevista agora contribui para melhorar o processo.

E seu discurço de "raça certa" esta muito apelativo, é uma total desvirtuação de um bom entendimento de ações afirmativas, ou mais especificamente nesse caso a discriminação positiva.

Não são apenas os negros que estão em más condições. Nem os negros são a maioria dos em más condições (simplesmente por serem uma minoria, e pela maioria da população ser pobre, não podem ser a maioria).
São os negros em sua maioria sim. Não adianta ficar tentando encotrar uma suposta igualdade de condições das etnias. As estatísticas refutam esse argumento. Lembrando que negros são os pretos e pardos pelo critério do IBGE. E mesmo assim, se for descatar somente os pretos a desigualdade é pior ainda.

E eles não estão em más condições por serem negros, nem por algo intrínseco a ser negro, nem por uma sociedade racista que mantém propositalmente os negros na pobreza. Daí simplesmente não importam os critérios raciais para essa questão que é a causa de tudo. 
Os motivos acho que já discutimos em outros tópicos, são a escravidão e o preconceito e discriminação racial. Por isso os negros são mais pobres e não o contrário. A pobreza é causada pelo racismo e pela escravidão. Não é a pobreza que causa o racismo. Para além da discriminação social que existe em larga escala em nosso país, a discriminação racial existe e com problemas acumulados há séculos.

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Quem prova a igualdade racial dos seres humanos é a ciência. É com base nessa igualdade entre os indivíduos humanos que se conclui que existe uma desigualdade sócio-racial vergonhosa e humilhante para todos. Não é só os negros que tem que se preocupar com isso e sim todos nós. Negar a igualdade entre as etnias é dizer que o resultado de tamanha desigualdade é natural. E creio ser esse o pensamento por traz desse averção a igualdade multiétinica.

Eu não sei. As vezes você parece um tipo de robô programado para ficar repetindo sempre as mesmas coisas, mesmo que se afirme diversas vezes o contrário.
Um ad hominem patético. Também estou cansado dos mesmos argumentos anti-cotas. Mesmo, como você mesmo diz, que afirma diversas vezes o contrário. O que quer dizer que estes não são bons argumentos, pelo menos para mim.

Se eu pareco um robô você também parece.  :P

Não estou defendendo, nem ninguém daqui provavelmente, que as desigualdades sejam reflexos intrínsecos, naturais das desigualdades de capacidades das raças.
Nem eu estou defendendo que as cotas por motivações biológicas e sim sociais.

Eu não tenho, e acho que ninguém daqui deve ter aversão à igualdade étnica. Muito pelo contrário.
Também penso que não.

E por isso, não acho que os negros devessem ser privilegiados.
Também não, nem penso que sejam.

Quero muito que a economia nacional e mundial melhorem, que as pessoas todas, de todas cores, sexos e etcs vivam decentemente.
Ficar esperando um mundo mais justo através do puro desenvolvimento econômico não é algo que sou favorável. A curva de desigualdade pode decair mais rápido através de ações afirmativas, no meu entendimento.

Mas simplesmente trocar as cores (favorecer uma raça em detrimento de outra) de algumas pessoas numa sociedade que continua essencialmente igual, ou melhora, no ritmo que for, é ridículo não adianta para nada, e é nocivo, apesar de bem intencionado.
Temos conclusões diferentes acerca das cotas. Vejo a busca de uma igualdade e não o desfavorecimento dos brancos. Isso porque considero a situação atual injusta e as cotas uma boa solução. Não confio no crescimento econômico apenas para a solução das desigualdades. Não que seja ineficiente, mas por ser muito lento, fazendo com que a desigualdade se mantenha por mais tempo do que o necessário.

Se por exemplo, daqui a cinco anos no Brasil continuar a mesma disparidade sócio econômica, a mesma quantidade de PESSOAS na miséria e em melhores situações, mas os negros especificamente estiverem em situação comparativamente melhor, não há nada de melhor nisso.

Tanto faz. É ainda o mesmo número de pessoas nas mesmas condições de vida, só mudaram as cores.
Essa é a hipósete em que aposta. Eu diria que a situação vai melhorar.

Se mudassem por flutuações mais ou menos ao acaso, isso ainda seria algo natural, acho que ninguém teria nada contra. Eu não teria. Só racistas mesmo teriam. Mas é ridículo e enojante que fosse algo que privilegiasse uma raça em prol de uma pseudo-igualdade racial.
Algo natural não existe. Nem mesmo o capitalismo é natural. Se os liberais clássicos ficassem esperando a mudança natural da sociedade mercantilista ao invés de intervirem, mesmo que teoricamente inicialmente, então a sociedade não teria progredido.

Essa crença de que o capitalismo resolver as coisas automaticamente, e de que se trata de um sistema natural é falsa. A igualde substancial é uma das reinvidicações socialistas modernas, e assim como os direitos trabalhista, são beneficíos para os que mais precisam.

E o mais enojante é que tem quem use desse tipo de discurso para se eleger e etc. Ainda que muitos talvez, até mesmo os candidatos não estejam cientes dessa falácia que são as cotas.
Pensa mesmo que está com a razão e que não tem chances de estar errado. Já está invocando a política para defender o seu ponto de vista.

Se de repente, todos os negros e brancos virassem mestiços iguais, a situação seria exatamente a mesma. Haveria uma parcela das pessoas em status melhor e etc e tal. Eu, vejo a coisa assim. Como se não existissem raças. Não acho que a coisa ficaria nem um pouco se simplesmente trocassem artificialmente as cores das pessoas. Seria só estética.
Eu vejo a situação de um ponto de vista étnico.

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Esse tipo de coisa deveria ser voluntário. Quem quiser doar a sua vaga para reparar a escravidão poderia. Podiam chamar de campanha "adote um escravo". "Doe sua vaga a um descendente de escravo, e ajude a apagar o mal que os brancos fizeram no passado. Cada vaga cedida, é como se um escravo nunca tivesse existido nem sofrido tudo que sofreu pelas mãos dos seus donos".
Como disse, não existem ninguém dono de vaga, para dizer que alguém a pode doar

Mas #@%$#$%#@%.

Deixa eu explicar. Antes de haver isso de "cotas", o "dono" da vaga era quem a conseguia de acordo com a pontuação do vestibular. É isso que me refiro por "dono" das vagas. Não que brancos sejam donos de antemão.
Mas o resultado pelo critério antigo é o de segregação racial. O que torna os brancos donos das vagas devido a superioridade socioeconômica. Portanto, esqueça o critério antigo como sendo justo.

Sem medidas artificiais prevenindo qualquer coisa, mais brancos conquistariam a maioria das vagas por seus resultados que negros; primeiro por serem a maioria,
Não são maioria e nem conseguem as vagas de forma proporcional. Conseguem muito mais vagas proporcionalmente do que pretos e pardos.

e também por estarem geralmente mais qualificados (ainda que mais brancos do que negros não se qualifiquem, em absoluto). Aí esses poderiam doar as vagas que conquistaram. Capisce?
Está realmente confundindo os dados estatísticos. Os brancos são 53% da população, e estão numa proporção muito maior nas universidades. O que vale mesmo é a proporção e é dessa a qual me refiro e as estatísticas também.

Essa de doar vaga realmente não me soa bem. Fico indignado com essa apropriação de vagas.

Como eu disse anteriormente. Imaginando que não houvessem raças. Como é que se poderia tentar corrigir essa situação da escravidão e etc? Não daria para apontar a cor. Então se teria algo bizarro como "cotas para quem quase não consegue passar no vestibular", que seria simplesmente desvavorecer uma faixa intermediária entre os melhores e os considerados apenas minimamente aptos ao curso. Absurdo, simplesmente.

Eu não acho menos absurdo apenas porque as pessoas tem diferentes cores de pele.
Se não existissem as diferenças de fenóticos e culturais, pois essas contam também, penso que estariamos num país mais desenvolvido. Não penso que seria igual, pois o racismo deixou graves problemas socias e conseguentemente econômicos, com a exclusão e abandono social de uma etnia.

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Sobre grávidas e idosos, imagino ter sido exagero da sua parte.

Não, o rapaz da unipalmares se referia aos assentos reservados nos ônibus, e falou mesmo de grávidas e idosos.
Imagino que possa ser sobre as minorias, pois os negros são minorias num sentido de poder político e econômico.
Princípio da descrença.        Nem o idealismo de Goswami e nem o relativismo de Vieira. Realismo monista.

Luz

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Re: Negros não são discriminados, e sim privilegiados
« Resposta #161 Online: 28 de Novembro de 2007, 10:36:31 »
Não estou defendendo cotas raciais, pedidos de desculpas sinceros ou coisa semelhante.

Estou questionando o relativismo dos argumentos de dívida histórica para diferentes questões - paralelo ao assunto do tópico em relação a outros.  :ok:

Nenhum mistério aí, Luz; a dívida histórica existe nos dois casos, e realmente é muito mais importante no caso do pedido de desculpas do Vaticano do que no caso das cotas.

Por que?  Porque cotas étnicas são uma medida de impacto duradouro, capaz de influenciar gerações inteiras, não necessariamente para melhor.  E pedidos de desculpas, como o Amon bem disse, são muito mais inofensivos mesmo quanto completamente descabidos.

Não vejo nenhuma das duas coisas no sentido de dívida histórica, mas com outra perspectiva. Os erros e acertos do passado são uma herança, um valioso aprendizado - exemplos, do que pode ou não funcionar e do que pode ser melhorado.

Não é possível reparar o que passou - nem desculpas nem ações afirmativas podem, mas vejo em ambas o desejo de mudar o rumo do processo que os erros do passado desecadearam.

Eu posso não ter culpa pelo que foi feito antes de mim, mas não posso deixar de me sentir responsável com o meu próprio tempo. E tenho a mania de acreditar que tentar mudar as coisas é melhor do que não fazer nada.

Não estou tão certa que as ações afirmativas sejam assim tão nocivas como se acredita - acredito mesmo, que a longo prazo, possam ser bastante significativas e para melhor.

Vejo o feminismo, por exemplo, como uma dessas ações afimativas, de certa forma, por suas características, e como todas elas, conturbadas num primeiro momento, questionada pelos otimistas e pessimistas de plantão, duramente criticada, ainda hoje - mas prática e não tão diferente assim. Quando as mulheres começaram a entrar para o mercado de trabalho, muitos homens perderam a sua vaga e houve episódios violentos.

Às vezes, penso que, dificilmente, as coisas mudam sem uma quota de violência - porque os que estão acomodados, dificilmente cederão seu lugar sem uma certa resistência - ninguém quer perder, mas é preciso virar o jogo de vez em quando na história. E é preciso muita vontade, muita coragem, é preciso acreditar e estar disposto a enfrentar as pedradas que vem pela frente, sem desistir.

Penso que o processo está em andamento e não tem volta - uma vez que as ações afirmativas foram estabelecidas, a própria população assistida por ela não deixará que deixe de existir assim tão fácil. É preciso ser realista também, uma vez que foi dada a partida é preciso jogar, conforme as regras - não compensa ficar na torcida do contra, sua vitória significa sempre uma derrota.

Não há como prever o exato resultado das mudanças propostas, mas para mudar é preciso arriscar, colocar algumas coisas importantes em jogo e acreditar. E é preciso querer mudar junto também. Mudanças dificilmente são pacíficas e mesmo as críticas negativas, são bem vindas, no sentido de aprimorar a proposta - mas não podem anulá-la.

É um perda de tempo revoltar-se contra o que foi posto em prática ou ficar, simplesmente, esperando para que suas piores previsões se realizem. Os que querem, propõem e dão andamento às mudanças, ao menos estão fazendo alguma coisa. E já que não tem volta, vamos junto - ganhar ou perder juntos, em vez de lavar as mãos.

O nosso tempo é nossa responsabilidade, mesmo que não tenhamos proposto as mudanças, fazemos parte dela e a nossa conduta interfere no resultado final - tanto quem decide não fazer nada quanto quem decide atrapalhar já está fazendo alguma coisa.

Offline Luis Dantas

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Re: Negros não são discriminados, e sim privilegiados
« Resposta #162 Online: 28 de Novembro de 2007, 10:47:04 »

Não estou tão certa que as ações afirmativas sejam assim tão nocivas como se acredita - acredito mesmo, que a longo prazo, possam ser bastante significativas e para melhor.

A longo prazo, sim, já que sempre se aprende com os erros...

A curto prazo é provavelmente um mal necessário, já que realmente há uma parcela significativa da população que acredita na validade das cotas; parece não haver outra forma de aprender o que é e o que não é justiça social a não ser correndo na direção dessa parede para bater de cara nela...

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Vejo o feminismo, por exemplo, como uma dessas ações afimativas, de certa forma, por suas características, e como todas elas, conturbadas num primeiro momento, questionada pelos otimistas e pessimistas de plantão, duramente criticada, ainda hoje - mas prática e não tão diferente assim. Quando as mulheres começaram a entrar para o mercado de trabalho, muitos homens perderam a sua vaga e houve episódios violentos.

Longe de mim contestar os direitos das mulheres, mas também nesse caso houve consequências negativas que ainda hoje não foram suficientemente resolvidas, ou mesmo reconhecidas.

Acima de tudo, não foram suficientemente assimiladas.  Não acho coincidência que a violência conjugal tenha aumentado no mesmo período, por exemplo.  Ou que as dificuldades de comunicação entre pais e filhos estejam tendo consequências mais sérias.

Mas enfim, não adianta chorar sobre o leite derramado.  Faltou-nos sabedoria para impedir esses problemas a tempo, agora só nos resta lidar com as consequências.

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Às vezes, penso que, dificilmente, as coisas mudam sem uma quota de violência - porque os que estão acomodados, dificilmente cederão seu lugar sem uma certa resistência - ninguém quer perder, mas é preciso virar o jogo de vez em quando na história. E é preciso muita vontade, muita coragem, é preciso acreditar e estar disposto a enfrentar as pedradas que vem pela frente, sem desistir.

Concordo, mas pelo visto dou uma ênfase diferente da sua nessa palavra "dificilmente".  Você parece ser mais resignada, conformada ou fatalista do que eu - ou, se preferir, eu espero demais dos outros.

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Penso que o processo está em andamento e não tem volta - uma vez que as ações afirmativas foram estabelecidas, a própria população assistida por ela não deixará que deixe de existir assim tão fácil. É preciso ser realista também, uma vez que foi dada a partida é preciso jogar, conforme as regras - não compensa ficar na torcida do contra, sua vitória significa sempre uma derrota.

Não acho que as ações afirmativas estejam assim tão consolidadas.  Ou, para ser franco, que sequer sejam tão significativas (para o bem ou para o mal) por ora.  Muito mais digna de atenção do que as cotas em si é a mentalidade que as sustenta.  É uma manifestação de imaturidade que não vai causar dano só no através das cotas.
« Última modificação: 28 de Novembro de 2007, 11:01:02 por Luis Dantas »
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Em 18 de janeiro de 2010, ainda não vejo motivo para postar aqui. Estou nos fóruns Ateus do Brasil, Realidade, RV.  Se a Moderação reconquistar meu respeito, eu volto.  Questão de coerência.

Luz

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Re: Negros não são discriminados, e sim privilegiados
« Resposta #163 Online: 28 de Novembro de 2007, 11:20:41 »
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Vejo o feminismo, por exemplo, como uma dessas ações afimativas, de certa forma, por suas características, e como todas elas, conturbadas num primeiro momento, questionada pelos otimistas e pessimistas de plantão, duramente criticada, ainda hoje - mas prática e não tão diferente assim. Quando as mulheres começaram a entrar para o mercado de trabalho, muitos homens perderam a sua vaga e houve episódios violentos.

Longe de mim contestar os direitos das mulheres, mas também nesse caso houve consequências negativas que ainda hoje não foram suficientemente resolvidas, ou mesmo reconhecidas.

Acima de tudo, não foram suficientemente assimiladas.  Não acho coincidência que a violência conjugal tenha aumentado no mesmo período, por exemplo.


Concordo com você, até porquê, na minha opinião é um processo que ainda está em andamento - são séculos contra décadas e o tempo conta. Acho que as próprias mulheres ainda não assimilaram o suficiente. É algo, que já considero instalado, ao menos, numa determinada parte do mundo, mas longe de ser bem resolvido - creio que ainda se vão décadas nesse processo, mas precisamos fazer a nossa parte, no nosso tempo, com o que temos.

E quanto a violência, também não penso que seja coincidência. Processos de mudança costumam gerar violência, mas não estou tão certa assim, já que a violência doméstica foi reconhecida há pouco, deixando de ser propriedade e sem uma assistência legal provavelmente os números não traduzam a realidade.

É possível que os conflitos tenham gerado a violência doméstica que assistimos hoje, mas pessoalmente, acredito mais que tenham apenas passado a vir à tona e que sem um mínimo de reconhecimento de igualdade as mulheres eram muito mais sijeitadas à violência - como se vê em culturas hoje que não aceitam essa igualdade.

Offline Luis Dantas

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Re: Negros não são discriminados, e sim privilegiados
« Resposta #164 Online: 28 de Novembro de 2007, 11:26:37 »
É possível que os conflitos tenham gerado a violência doméstica que assistimos hoje, mas pessoalmente, acredito mais que tenham apenas passado a vir à tona e que sem um mínimo de reconhecimento de igualdade as mulheres eram muito mais sujeitadas à violência - como se vê em culturas hoje que não aceitam essa igualdade.

Sem a busca de autonomia e de uma postura mais igualitária para as mulheres, muitos desses conflitos não existiriam - mas esse não é de forma alguma um motivo para não buscar esses direitos, e sim para    trabalhar preventivamente, completando e balanceando o feminismo com uma proposta de integração mais ambiciosa do que a tradicional.       
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Em 18 de janeiro de 2010, ainda não vejo motivo para postar aqui. Estou nos fóruns Ateus do Brasil, Realidade, RV.  Se a Moderação reconquistar meu respeito, eu volto.  Questão de coerência.

Luz

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Re: Negros não são discriminados, e sim privilegiados
« Resposta #165 Online: 28 de Novembro de 2007, 11:39:07 »
É possível que os conflitos tenham gerado a violência doméstica que assistimos hoje, mas pessoalmente, acredito mais que tenham apenas passado a vir à tona e que sem um mínimo de reconhecimento de igualdade as mulheres eram muito mais sujeitadas à violência - como se vê em culturas hoje que não aceitam essa igualdade.

Sem a busca de autonomia e de uma postura mais igualitária para as mulheres, muitos desses conflitos não existiriam - mas esse não é de forma alguma um motivo para não buscar esses direitos, e sim para    trabalhar preventivamente, completando e balanceando o feminismo com uma proposta de integração mais ambiciosa do que a tradicional.       

E olhando a coisa de uma forma insenta, na medida do possível - deve ter sido, principalmente no princípio, um processo terrivelmente sofrido para os homens. Você de repente passa a ter que conviver com uma realidade que não foi educado para ela. É preciso rever, meio na marra, conceitos que aparentemente o beneficiam - a revolta é previsível, os conflitos são intensos.  :?  Acho importante me colocar no lugar do outro para tentar avaliar...  ::)

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Negros não são discriminados, e sim privilegiados
« Resposta #166 Online: 28 de Novembro de 2007, 13:57:41 »
Citação de: Adriano

As cotas tem um objetivo de buscar a igualdade material, uma melhor colocação dos negros nas universidades públicas e conseguentemente no país.

O que não acontece, a exemplo das ações afirmativas nos outros países, onde os negros serviram mais de "figurantes" e tiveram desempenhos acadêmicos piores depois das cotas, manchando a sua reputação de diversas formas.





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A segregação da qual me refiro é o falso sistema de igualdade, que atribui pesos iguais a etnias com recursos e educação diferenciada. O resultado é muito claro, as universidades excluiram os negros do ensino superior público.   As cotas buscam minimizar esse quadro.

Esse sistema não é falso. As pessoas entram ou não na faculdade de acordo com a sua aptidão individual ao curso. Não importa que sejam mais pobres e não tenham podido explorar totalmente o seu potencial.

E não são apenas negros que não conseguem entrar na faculdade por não conseguirem cumprir os requisitos normais para tal, mais brancos (por serem a maioria) provavelmente também ficam de fora, e a causa de ficarem de fora é exatamente a mesma: não tiveram um histórico de vida que lhes deu as oportunidades de estar tão preparados para o vestibular.

O fato dos negros poderem ser classificados como étnicos ou raciais não faz com que uma medida que essencialmente troca os menos qualificados em detrimento dos medianamente qualificados (na melhor das hipóteses) seja justa ou tenha qualquer lógica ou proveito.

Isso sem contar os outros resultados práticos que esse tipo de tentativa já teve, não ajudando em nada aqueles que se intencionava ajudar, apesar da boa intenção. O padrão geral é dos benefícios irem para os que menos precisam.




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???

Do que está falando? O que importa que a maioria dos universitários é branca?
Para mim importa e para muitas pessoas que se preocupam com a situação social. Quem não se preocupa com isso que está errado, na minha opinião. É fazer pouco caso com uma situação séria.

A sociedade e o mundo acadêmico não perde em nada com essas disparidades raciais que surgem de acordo com as diferenças reais de preparo, do estado de capacitação, seja ele qual for. Só perde quando se tenta trazer homogeneidade etno-estética artificialmente.

Por exemplo, provavelmente em diversos esportes, como futebol, há maioria de mestiços e negros, esses estando também muitas vezes nas melhores colocações nessas áreas. Cotas para deixar isso mais justo para os brancos, índios e asiáticos apenas fariam com que os times tivessem jogadores piores. Poderia ser racionalizado dizendo que o histórico dos asiáticos, índios e brancos geralmente não favorece tanto o desempenho nos esportes, então é uma medida justa contra essa desigualdade.

Esse tipo de cota difere apenas na área de atuação, não em sua lógica essencial, nem mesmo em resultados que só pioram para todos.

Se essas cotas de igualdade racial tivessem sido colocadas em prática no futebol, por exemplo, com muitos dos maiores astros tendo sido negros e mestiços, e comparativamente poucos tendo origem branca, indígena e asiática, teria levado a não sermos um dos melhores países no futebol em todo mundo.

Não há razão para se supor que o mesmo não se suceda com o desempenho acadêmico quando as pessoas são escolhidas por critérios estéticos, não relacionados com o desempenho acadêmico, não importa o quão boas sejam as intenções.




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Isso significa que há segregação?
Sim, claro que não tem uma plaquinha para identificar. Os brancos estão nas universidades e os negros foras. O que seria isso?

"Os brancos" também estão fora das universidade, e não são todos os negros que estão fora, eles conseguem entrar sem ajuda ou piedade dos brancos.

Os indivíduos, independentemente de suas origens, estão dentro ou fora de acordo com seu desempenho acadêmico individual, que é o parâmetro pertinente para a aceitação em universidades. Origem étnica é irrelevante.




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Que as pessoas que corrigem os vestibulares tem uma equipe para saber se as provas que corrigem são de negros ou brancos, para dar as vagas apenas aos brancos? (e asiáticos e talvez índios...) 
A discriminação positiva é justamente tratar diferente pessoas direntes. O problema não é o processo vestibular, mas o que acontece antes dele com os candidatos. Uns tem melhor preparação que outros, tem muito mais condições que passar que os outros. É aquilo que você considerou na sua analogia como voltas na frente.

Na verdade eu considerei a disparidade econômica geral.

 
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A universidade faz parte da sociedade e tem que considerar a sua estrutura social. Como disse o Dantas, o problema realmente é o ensino fundamental e médio, pois se esse fosse de igual qualidade para todos então o vestibular somente seria justo.

O carnaval, samba e o futebol fazem parte da sociedade e tem que se considerar a sua estrutura social...



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As cotas são recursos provisórios emergenciais. Não é o melhor dos mundos, mas também não tem os efeitos negativos que alegam ter

Quais estudos você tem de efeitos positivos das cotas?

Estudos = averiguação de dados, não simplesmente dizer que são boas. Um dos estudos mais usados nos EUA pelos defensores das cotas é uma fraude; os autores não fornecem todos os dados utilizados, mas já pelo pouco que é fornecido se pode ver como é falho: o grosso da amostra de negros é de estudantes de faculdades particulares, sendo que esses são apenas 9% dos negros nos EUA.



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As questões sociais não importam mesmo, para os defensores do estatus quo, uma aversão a novas idéias. A capacitação é um privilégio de brancos, e é muito fácil negar essa situação social e dizer que a lei trata a todos iguais. Tratar indivíduos com formação diferentes da mesma maneira é covardia e assim é a situação atual dessa lógica perversa.
Isso é simplesmente ridículo. Tem sempre que apelar para o ad-hominem, que os que se opõem querem defender status quo e essas tipo de lixo argumentativo.
Eu me referi ao tratamento dado ao vestibular, tratar diferentes de maneira igual. E não é diferença étnica como você supões com a sua redução do problema a uma qualificação de estética, mas sim uma diferença socioeconômica entre as etnias.

Uma diferença étnica É uma diferença estética se as pessoas são "discriminadas" apenas pelas suas capacidades, sendo a etnia um fator incidental, a menos que se tenha detectado discriminação contra etnias a despeito do preparo.

Se disserem que se deve ter mais brancos, índios e asiáticos, no futebol e no carnaval, isso seria claramente visto como algo meramente estético.




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O vestibular é feito para a etnia branca devido a essa etnia estar melhor colocada socialmente em relação a entnia negra, considerando os pardos e pretos. Essa diferença social é claramente demonstrada, e esta influencia no vestibular, como todos sabemos.

O vestibular averigua o preparo escolar, não a raça. Por isso mesmo negros entram - Não é verdade que sejam coitadinhos incapazes de entrar na faculdade sem a caridade do governo branco lhes facilitando as coisas na faculdade.





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Os pobres, de modo geral, acabam não conseguindo passar, ou tem que ter outras profissões e etc.
Esse é um dos motivos que coloca os negros como desfavorecidos socialmente no vestibular. São mais pobres que os brancos. O que significa que os negros estão em desvantagem. Corrigir essa desvantagem não é privilégio.

Ao redor do mundo, as cotas não corrigiram os problemas que objetivavam corrigir, podendo até agravar, além de criar outros custos sociais e econômicos sérios. Nos EUA ao menos (e creio que no Brasil também) a maior parte dos avanços das minorias se deu sem ser através das cotas. Isso vai sendo esquecido e os negros vão sendo vistos cada vez mais como incapazes e ineficientes, algo ampliado pela disparidade do seu baixo desempenho na faculdade depois que são admitidos por padrões inferiores.



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Apenas uma minoria dos brancos é formada na faculdade e etc. E não tem essa choradeira igual para que todas as pessoas possam ter PhD, independentemente de serem alfabetizados ou não.
O problema é a proporção.

Não, a proporção não é um problema. A heterogeneidade racial não atrapalha em nada o avanço de uma área, vide os esportes nos EUA e no Brasil, e áreas do entretenimento que não requerem currículo em matemática e etc.

Colocar pessoas menos preparadas numa área, é o que realmente atrapalha o avanço dessa área, e da sociedade como um todo.



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Os brancos tem uma proporção muito maior nas universidade

OK, isso não ocorre por discriminação racial, a sociedade não perde nada com isso (a não ser esteticamente), e nem pode se corrigir essa diferença de cores dos alunos através de cotas.

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e nos setores de poder político
Quais são os requisitos acadêmicos para ser parte do setor político? Estamos num país onde o presidente é o Lula.

Quer agora que tenha cota de negros, mestiços, asiáticos, índios, gays, lésbicas, transexuais, gordos, e de mulheres em todas essas categorias, especificamente em cargos governamentais?



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E os cotistas são aprovados no vestibular, de modo a conseguirem um bom aproveitamento no curso. Não são analfabetos.

Cotistas com desempenho inferior, mas da raça certa, são aprovados em detrimento de candidatos melhor preparados que não estejam dentro dos padrões de pureza racial concebidos por sei lá quem. Isso faz com que se diminua a produção acadêmica de forma geral, tanto em quantidade (menos se formam) como em qualidade (os que se formam, se formam em áreas mais fáceis e e menores salários)





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Se as cotas democratizam de forma multicultural as universidades, então estão tendo o efeito desejado.

Essa "democratização multicultural" não é bem sucedida e não vem a troco de nada. Seria conquistado apenas em troca de diminuir o desempenho acadêmico de um país, e possivelmente criar conflito entre os grupos.






Mas perceba a diferença, as cotas buscam nivelar por cima,

Não, elas nivelam por baixo, elas baixam os níveis de preparo requeridos.

Já pensou se houvesse o mesmo quanto a formação em si? Médicos negros não precisassem de tudo que os brancos precisam para se formar? Talvez ainda pudessem ser respeitados conhecimentos étnicos de curandeirismo africano e indígena como currículo aceitável, em vez apenas da "ciência branca, racista e etnocentrista".


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é totalmente contrário a uma discriminação negativa se fosse aplicada, algo que estaria destruindo e não criando.

As cotas não estão criando nada, apenas destruindo as chances dos que não estão dentro dos padrões de pureza racial, e a chance dos negros e mestiços mais pobres conquistarem dignidade por si próprios, sem parecer que receberam uma esmola da elite branca no governo. Ao mesmo tempo, retardam isso uma vez que a porcentagem do sucesso acadêmico dos negros e mestiços "suficientemente" negros acaba sendo inferior ao sucesso dos brancos, em porcentagem, ajudando a fornecer evidências para o mito de desigualdade motivada por diferenças intrínsecas, e acabando com a credibilidade daqueles negros ou mestiços escuros que tiveram melhor desempenho ou mesmo que foram admitidos em padrões iguais para todos. Diferentemente do que ocorre quando os critérios são iguais para todos, quando as taxas de sucesso também são praticamente as mesmas.



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A base teórica das cotas é exatamente as questões socioeconômicas das etnias, buscando dar oportunidades para os negros. Não se prejudica os brancos pobres e sim os brancos ricos. Claro que sempre vão existir as exceções, pois sistema algum é perfeito.

As exceções, no caso das cotas, são os casos de negros realmente necessitados entrarem e terem um bom desempenho acadêmico. A regra é diminuição do desempenho acadêmico como um todo, benefício dos negros mais ricos, em detrimendo dos brancos mais pobres. Uma minoria não necessitada se dando bem às custas de uma maioria realmente necessitada, mas fora dos padrões raciais projetados como ideais para o país.








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Não tem, por definição, num sistema de cotas, como adiantar quem está atrás sem prejudicar quem está na frente. Não tem como o cotista entrar apesar da avaliação inferior, ocupando uma vaga que poderia ser de quem teve um resultado melhor.
O que vejo de errado nessa avaliação é a percepção individual ao invés da social.

A sociedade é composta de indivíduos. Os perdas das cotas não se restringem as perdas individuais dos mais qualificados que são excluídos por não serem da raça certa, mas afetam toda a sociedade, prejudicando até mesmo os negros.



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A preocupação recai em alguém que supostamente perde a vaga

Alguém que, seria mais qualificado, que teria malhor aproveitamento acadêmico em vez de fazer figuração na faculdade em nome de uma igualdade multiétnica, beneficiando não só a si mesmo, mas a sociedade como um todo, chegando até mesmo aos setores menos favorecidos.

Eu não vejo como ter pessoas de diferentes cores na faculdade compense esse tipo de perda para a sociedade toda.



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Não são apenas os negros que estão em más condições. Nem os negros são a maioria dos em más condições (simplesmente por serem uma minoria, e pela maioria da população ser pobre, não podem ser a maioria).
São os negros em sua maioria sim.

Os negros em sua maioria, ou seja, a maioria dos negros. Mas não é a maioria do total de pessoas em más condições, que é negra.



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Não adianta ficar tentando encotrar uma suposta igualdade de condições das etnias.

Não foi meu objetivo, não estou afirmando que haja homogeneidade racial entre os estratos sociais. Estou apenas lembrando que como brancos e mestiços claros compõem a maioria da população, esses também são a maioria entre os mais necessitados, mesmo que a maioria dos negros seja mais necessitada.


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E eles não estão em más condições por serem negros, nem por algo intrínseco a ser negro, nem por uma sociedade racista que mantém propositalmente os negros na pobreza. Daí simplesmente não importam os critérios raciais para essa questão que é a causa de tudo. 
Os motivos acho que já discutimos em outros tópicos, são a escravidão e o preconceito e discriminação racial. Por isso os negros são mais pobres e não o contrário. A pobreza é causada pelo racismo e pela escravidão. Não é a pobreza que causa o racismo. Para além da discriminação social que existe em larga escala em nosso país, a discriminação racial existe e com problemas acumulados há séculos.

Enquanto eu admito que a escravidão tenha mesmo causado a maior parte da pobrez, não sei se o mesmo pode ser dito do racismo, se há dados para comprovar isso. Geralmente é assumido que a disparidade se deve à discriminação, o que é demonstradamente falso.

As cotas, de qualquer forma, não amenizam qualquer discriminação existente, mas a aumentam ou criam, na medida em que as credenciais dos negros ficam sob suspeita, devido aos critérios inferiores de admissão (afetando mesmo aos eventuais negros não-cotistas), e aumenta o seu estigma, já que proporcionalmente, são mais reprovados.





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Quem prova a igualdade racial dos seres humanos é a ciência. É com base nessa igualdade entre os indivíduos humanos que se conclui que existe uma desigualdade sócio-racial vergonhosa e humilhante para todos. Não é só os negros que tem que se preocupar com isso e sim todos nós. Negar a igualdade entre as etnias é dizer que o resultado de tamanha desigualdade é natural. E creio ser esse o pensamento por traz desse averção a igualdade multiétinica.

Eu não sei. As vezes você parece um tipo de robô programado para ficar repetindo sempre as mesmas coisas, mesmo que se afirme diversas vezes o contrário.
Um ad hominem patético. Também estou cansado dos mesmos argumentos anti-cotas. Mesmo, como você mesmo diz, que afirma diversas vezes o contrário. O que quer dizer que estes não são bons argumentos, pelo menos para mim.[/quote]

Não é ad hominem patético. Repetidas vezes foram explicados vários argumentos, mas você continua com suas deduções psicanalíticas de que na verdade o que se quer é impedir que os negros ganhem as vagas e sucesso que deveriam ser dos brancos, ou que admitimos que as diferenças tem a ver com inferioridade racial. Esses são ad hominem, tentam desqualificar os argumentos contra as cotas como racistas se são dos brancos, ou elitistas, se são de negros.








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Quero muito que a economia nacional e mundial melhorem, que as pessoas todas, de todas cores, sexos e etcs vivam decentemente.
Ficar esperando um mundo mais justo através do puro desenvolvimento econômico não é algo que sou favorável. A curva de desigualdade pode decair mais rápido através de ações afirmativas, no meu entendimento.

A história mostra um padrão contrário. A ascenção sócio-econômia bem maior antes das cotas, e negligênciável após ela. E mesmo o que houve após, não pode ser atribuído a elas.





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Se por exemplo, daqui a cinco anos no Brasil continuar a mesma disparidade sócio econômica, a mesma quantidade de PESSOAS na miséria e em melhores situações, mas os negros especificamente estiverem em situação comparativamente melhor, não há nada de melhor nisso.

Tanto faz. É ainda o mesmo número de pessoas nas mesmas condições de vida, só mudaram as cores.
Essa é a hipósete em que aposta. Eu diria que a situação vai melhorar.

Mesmo que melhorasse (o que é dificultado com a implementação das cotas e as perdas causadas). Não acho justo que se "troque" artificialmente, independentemente do preparo, as pessoas de posição de acordo com raças.

O ideal é progresso verdadeiro, natural (que se mostrou mais rápido do que as cotas), não simplesmente trocas de cores das pessoas, ou de pessoas com as cores certas ou erradas, em prol de uma homogeneidade racial, atrasando o progresso verdadeiro de todos.



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Se mudassem por flutuações mais ou menos ao acaso, isso ainda seria algo natural, acho que ninguém teria nada contra. Eu não teria. Só racistas mesmo teriam. Mas é ridículo e enojante que fosse algo que privilegiasse uma raça em prol de uma pseudo-igualdade racial.
Algo natural não existe. Nem mesmo o capitalismo é natural.

Por "natural", eu quero dizer, uma mudança que não é artificialmente favorecida, que não ocorre através de práticas de discriminação racial. Existem negros ricos, ou em condições de vida boas, fora da pobreza. Imediatamente depois da abolição da escravidão, não haviam negros ricos. Eles conquistaram tudo que conquistaram por capacidades próprias, por esforço e dedicação, não por esmolas/cotas. Isso é o que chamo de "natural", enquanto que colocar pessoas por critários raciais, independentemente da qualificação seria artificial.
 



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Mas o resultado pelo critério antigo é o de segregação racial. O que torna os brancos donos das vagas devido a superioridade socioeconômica. Portanto, esqueça o critério antigo como sendo justo.

Segregação não é sinônimo de disparidade.

É tão justo quanto a predominância negra e mestiça nos esportes. É devida as capacidades "reais", não é discriminação. Os brancos, asiáticos e índios, não simplesmente tiveram históricos para desenvolver o mesmo talento nesses esportes. Eles não precisam ser enfiados lá, trocado por uns negros e escuros mais preparados, só porque a vida foi injusta nesse aspecto.


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Sem medidas artificiais prevenindo qualquer coisa, mais brancos conquistariam a maioria das vagas por seus resultados que negros; primeiro por serem a maioria,
Não são maioria e nem conseguem as vagas de forma proporcional. Conseguem muito mais vagas proporcionalmente do que pretos e pardos.

Os brancos são sim maioria. O CIA factbook dá como 52%, se não me engano, e acho que uns 48% segundo a wikipédia; ainda há os mestiços claros, sendo que no total, os mestiços são mais de 40%, daí no mínimo o total de "socialmente brancos" compõe a maioria (mais de 50% da população).

A desproporção das vagas não se deve à discriminação, seria discriminação se fosse constatado que dentre os brancos e negros com iguais resultados, os brancos mesmo assim se dão desproporcionalmente melhor (ainda que possam estar, provavelmente estejam, "se dando melhor" em números absolutos, mas simplesmente porque são a maioria).





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e também por estarem geralmente mais qualificados (ainda que mais brancos do que negros não se qualifiquem, em absoluto). Aí esses poderiam doar as vagas que conquistaram. Capisce?
Está realmente confundindo os dados estatísticos. Os brancos são 53% da população, e estão numa proporção muito maior nas universidades. O que vale mesmo é a proporção e é dessa a qual me refiro e as estatísticas também.

O meu ponto todo era apenas lembrar que, não são os negros discriminados, segregados para fora das universidade, por serem negros. As pessoas são simplesmente admitidas ou não de acordo com o preparo. Isso resulta numa maioria (absoluta, não proporcional) de brancos desqualificados, bem como talvez a maioria dos candidatos negros.

Se fosse discriminação racial, não se esperaria encontrar negro algum praticamente, porque sobram brancos que poderiam entrar no lugar deles por discriminação, entrar apeasar dos resultados melhores de alguns negros nos testes.

O que ocorre é simplesmente avaliação de preparo, uma avaliação na qual a cor da pele ou origem étnica simplesmente não conta, e não se ajuda a ninguém ao tentar tornar a avaliação "justa" para diferentes históricos individuais que tiveram menos preparo, mesmo sendo essa a intenção.

Prejudica-se a imagem e credibilidade acadêmica/profissional das pessoas favorecidas pelas cotas, sua dignidade, se favorece uma minoria (negros ou outras raças favorecidas pelas cotas que sejam ricos), em detrimento de uma maioria (brancos e mestiços insuficientemente escuros, que compõem a maioria (em números absolutos) mesmo entre os pobres, simplesmente por serem a maioria da população total.




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Como eu disse anteriormente. Imaginando que não houvessem raças. Como é que se poderia tentar corrigir essa situação da escravidão e etc? Não daria para apontar a cor. Então se teria algo bizarro como "cotas para quem quase não consegue passar no vestibular", que seria simplesmente desvavorecer uma faixa intermediária entre os melhores e os considerados apenas minimamente aptos ao curso. Absurdo, simplesmente.

Eu não acho menos absurdo apenas porque as pessoas tem diferentes cores de pele.
Se não existissem as diferenças de fenóticos e culturais, pois essas contam também, penso que estariamos num país mais desenvolvido. Não penso que seria igual, pois o racismo deixou graves problemas socias e conseguentemente econômicos, com a exclusão e abandono social de uma etnia.

A diversidade ou homogeneidade racial ou étnicas não tem impacto causal direto quanto ao desenvolvimento, existem sempre outras causas relacionadas comprometendo a coisa toda, como racismo e cotas. Lugares étnicamente homogêneos simplesmente não tem esses problemas, mas não necessariamente também são mais avançados apenas por isso.

Mas o meu ponto todo foi ilustrar, de um ponto de vista que não vê diferenças entre as pessoas, o absurdo que seriam as cotas raciais, transferidas para uma situação na qual não se considera a existência das raças. São "cotas para os que não estão tão preparados assim para a faculdade", em detrimento dos melhor preparados.

Eu não vejo como relevante as etnias das pessoas melhor ou pior preparadas desde que a avaliação seja precisa, pertinente ao curso, de forma similar que não vejo problema nas disparidades raciais onde as minorias levam vantagem, como esportes e entretenimento. Simplesmente estão melhor preparados. Mesmo havendo uma maioria dentre os brancos pobres que se pudesse dizer que estão mal representados dentro das áreas onde os negros e mestiços escuros são as "elites dominantes".




Offline Buckaroo Banzai

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Re: Negros não são discriminados, e sim privilegiados
« Resposta #167 Online: 28 de Novembro de 2007, 14:05:06 »
Não estou tão certa que as ações afirmativas sejam assim tão nocivas como se acredita - acredito mesmo, que a longo prazo, possam ser bastante significativas e para melhor.

Recomendo que veja esse tópico, sobre umas conclusões de um economista (negro, é interessante se dizer) que de fato estudou os resultados dessas políticas no mundo todo.

Mesmo nunca tendo sido exatamente otimista quanto a política de cotas, me surpreendi com diversos dados, não imaginava que pudesse ser tão desasatroso.

Luz

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Re: Negros não são discriminados, e sim privilegiados
« Resposta #168 Online: 28 de Novembro de 2007, 14:20:14 »
Não estou tão certa que as ações afirmativas sejam assim tão nocivas como se acredita - acredito mesmo, que a longo prazo, possam ser bastante significativas e para melhor.

Recomendo que veja esse tópico, sobre umas conclusões de um economista (negro, é interessante se dizer) que de fato estudou os resultados dessas políticas no mundo todo.

Mesmo nunca tendo sido exatamente otimista quanto a política de cotas, me surpreendi com diversos dados, não imaginava que pudesse ser tão desasatroso.

Na verdade, já até havia postado num tópico que discutimos a respeito em outra oportunidade - após analisar a questão com cuidado, aqui com os meu botões (bons conselheiros) já havia mudado de opinião quanto ao sistema de cotas raciais.

Mas, revendo todo o conceito da coisa, permaneço favorável a idéia de cotas sócio-econômicas - era dessas a que me referia (esquecendo que nem todos leram sobre a minha mudança de opinião).   ::)

Vou ver, sim, o tópico.  :ok:

Offline Galthaar

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Re: Negros não são discriminados, e sim privilegiados
« Resposta #169 Online: 28 de Novembro de 2007, 16:07:37 »

Critérios técnicos para quê?

Pensando bem, vamos aplicar logo este sistema de cotas amplamente, já que temos tido experimentos tão bem sucedidos, já que nosso governo foi tão feliz em testar esta idéia com vários grupos-controle e constatar sua eficiência, antes de aplicá-la irremediavelmente.

Vamos aplicar por exemplo no Campeonato Brasileiro, claro, na Primeira Divisão e rebaixar alguns times de São Paulo, pois estes são beneficiados há muito tempo por estarem no centro do país e terem melhor condições econômicas, então vamos fazer assim:

Rebaixar o Palmeiras e o Santos e colocar um time do Amazonas e um do Acre. Vamos também tirar um daqueles times campeões do mundo do Rio Grande do Sul, o Inter ou o Grêmio, pois veja só a situação econômica do RS em relação ao Norte ou Centro-Oeste, é uma grande injustiça! Vamos logo colocar o Mixto-MS. Ah, mas nós não estaremos prejudicando estes clubes pois lembrem-se: é só uma mudança de critérios, nada de mais.

Além disto, acredito que uma vaga para a Libertadores deveria ser do campeão da segunda divisão. Claro, por acaso ele não se esforçou tanto quanto um da primeira para chegar ao topo? Afinal, ele tinha menos recursos... Isto não implicará em uma redução de qualidade dos clubes brasileiros em uma competição internacional, pois todos são iguais, correto?

Acredito também que a Copa do Mundo tem muitas seleções européias, vamos acabar com isto. A China tem que ter uma vaga em todas as copas, pois possui grande parte da população mundial, não é justo ficarem de fora. Porque metade dos países da América do Sul se classifica e apenas um da Oceânia, e ainda na repescagem?

Também quero cotas de mulheres acima de 80 Kg em concursos de beleza, pois elas são claramente discriminadas, e também para idosas, é claro. Porque depois dos 25 você não pode ser Miss Universo? Acho isto perfeitamente justo pois as mulheres obesas já são discriminadas há muito tempo e lembro que a beleza é um fator social e cultural, desta forma nós acabaríamos com o preconceito e promoveríamos igualdade!



"A dominação social no capitalismo, no seu nível mais fundamental, não consiste na dominação das pessoas por outras pessoas, mas na dominação das pessoas por estruturas sociais abstratas constituídas pelas próprias pessoas."

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Luz

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Re: Negros não são discriminados, e sim privilegiados
« Resposta #170 Online: 28 de Novembro de 2007, 16:58:51 »

Discutir para quê?  :D

Galthaar, mas e se a idéia não for "tirar quem está dentro", mas "inserir quem está fora"?  :?   O governo pode ter sido precipitado, sim, apostando numa idéia radical e tal, mas...  ::)  o que propõe? Sério!  :)

Offline Galthaar

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Re: Negros não são discriminados, e sim privilegiados
« Resposta #171 Online: 28 de Novembro de 2007, 17:32:29 »

Mas para se inserir quem está fora, neste caso, obrigatoriamente se retira quem está dentro.

O que eu proponho? Simples, uma modificação na base.
Vamos pagar melhor os professores, tornar esta uma profissão digna, aplicar critérios mais rígidos na seleção de educadores, etc...
É preferível que os negros adquiram bolsas para o ensino privado do que cotas em uma universidade, até porque o ensino universitário é aplicado sobre uma base educacional, quem não possui uma boa base, não irá adquirí-la na faculdade.

Qualquer inclusão deve começar nos níveis mais baixos e não o contrário.



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Offline Südenbauer

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Re: Negros não são discriminados, e sim privilegiados
« Resposta #172 Online: 28 de Novembro de 2007, 18:03:07 »
Galthaar, mas e se a idéia não for "tirar quem está dentro", mas "inserir quem está fora"?  :?   O governo pode ter sido precipitado, sim, apostando numa idéia radical e tal, mas...  ::)  o que propõe? Sério!  :)
Mesmo que não houvessem soluções (sic), a falta delas não é justificativa para que seja implantada "qualquer solução".

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Negros não são discriminados, e sim privilegiados
« Resposta #173 Online: 28 de Novembro de 2007, 18:10:18 »
Não estou tão certa que as ações afirmativas sejam assim tão nocivas como se acredita - acredito mesmo, que a longo prazo, possam ser bastante significativas e para melhor.

Recomendo que veja esse tópico, sobre umas conclusões de um economista (negro, é interessante se dizer) que de fato estudou os resultados dessas políticas no mundo todo.

Mesmo nunca tendo sido exatamente otimista quanto a política de cotas, me surpreendi com diversos dados, não imaginava que pudesse ser tão desasatroso.

Na verdade, já até havia postado num tópico que discutimos a respeito em outra oportunidade - após analisar a questão com cuidado, aqui com os meu botões (bons conselheiros) já havia mudado de opinião quanto ao sistema de cotas raciais.

Mas, revendo todo o conceito da coisa, permaneço favorável a idéia de cotas sócio-econômicas - era dessas a que me referia (esquecendo que nem todos leram sobre a minha mudança de opinião).   ::)

Vou ver, sim, o tópico.  :ok:

Eu até era meio a favor das econômicas, se fosse para ter cotas, achava que faziam mais sentido, evitando ao menos que muitos brancos pobres fossem descartados em troca de uma minoria de negros ou "suficientemente escuros" que não precisassem tanto, evitando o estigma racial, etc.

Mas ainda que isso seja corrigido, a sociedade toda perde com a entrada de alunos menos preparados, que se formam menos, e em áreas menos importantes e não tão bem pagas, não compensando o fato deles estarem em piores condições econômicas. Eles, na sua maioria, poderiam buscar outro tipo de formação de atuação profissional na qual não ocupassem vagas que poderiam estar sendo melhor aproveitadas (não são "grátis", mas requerem investimento) por pessoas mais preparadas.

E não haver as cotas permitindo níveis baixos para admissão não impede os que seriam ajudados de entrarem na faculdade para a vida toda de qualquer forma. Podem atuar em áreas com exigências curriculares menores, progredir na vida, contribuir para a sociedade, e se prepararem ao mesmo tempo para avaliação pelos mesmos padrões. Tudo isso sem esmolas.

Acho que a coisa mais próxima que poderia haver seria um critério de desempate, não padrões mais baixos de avaliação. Mas não acho que critérios raciais fizessem sentido mesmo assim, mesmo que hierarquicamente subordinados ao desempate sócio-econômico. Me parece injusto que, de um branco e um negro igualmente pobres, deva-se preferir o negro. Não que se devesse preferir o branco, só acho ruim esse tipo de critério. Seria ainda menos mal do que cotas propriamente ditas, mas ainda tem o problema de conflitos étnicos, que até agora não tivemos, ainda que talvez estejamos importândo uma tendência dessa cultura "redneck afro-estadunidense".

Offline Herf

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Re: Negros não são discriminados, e sim privilegiados
« Resposta #174 Online: 28 de Novembro de 2007, 18:36:48 »
Mas, revendo todo o conceito da coisa, permaneço favorável a idéia de cotas sócio-econômicas - era dessas a que me referia (esquecendo que nem todos leram sobre a minha mudança de opinião).
Não adianta, Luz: se partires da premissa de que a Universidade deve ser um centro de excelência em estudo e pesquisa, não há como chegar em outra conclusão que não seja a de que cotas de qualquer tipo não fazem o menor sentido.

Só se você resolver mudar a definição de "universidade", compreendendo algo diferente do que foi dito. A mim aquela é a única definição cabível.

 

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