Se é para se ater ao tema do tópico, vamos ver...
"Desde a ameba até Einstein, o crescimento do conhecimento é sempre o mesmo: tentamos resolver nossos problemas e obter, por um processo de eliminação, algo que se aproxime da adequação em nossas soluções experimentais"
Existe um problema aí: é esse "tentamos". A ameba não "tenta" uma solução para seus problemas. Ela É uma solução, no sentido
que seu genoma é mais ou menos adaptado ao seu ambiente. Se o ambiente muda, a ameba, individualmente, morre.
É por isso que essa frase está incorreta: o método que Einstein utilizava para resolver seus problemas era fundamentalmente diferente do da ameba. Aliás, até o "problema" em sí era essencialmente diferente: a sobrevivência de Einstein não dependia das suas teorias.
Os problemas que ele tentava resolver pertenciam ao âmbito da mente (em contraste com suas necessidades fisiológicas, digo).
Não acredito que Popper fosse tão descuidado assim com seus argumentos. Essa me parece mais uma citação fora de contexto.
"Podemos dizer que a função argumentativa da linguagem criou o que é talvez o mais poderoso
instrumento de adaptação biológica que já apareceu no curso da evolução orgânica"
Já eu diria que, na verdade, o mais poderoso instrumento foi a reprodução sexuada.
Prefiro também repetir o que já disse antes: a mente humana foi um importante instrumento de adaptação. Mas ela transcendeu
o seu imperativo biológico. Por isso não faz sentido utilizá-la como um hipotético critério de superioridade.
Sem falar que não faz sentido falar em superioridade... e
Ceterum censeo Carthaginem esse delendam.