A velha aposta de Pascal, talvez?
Oh, não, certamente não. A aposta de Pascal é completamente furada; dá até pena tentar refutá-la, porque ela simplesmente não se sustenta em qualquer aspecto - moral, lógico, teológico, matemático - ela é como bolha de sabão, só se aguenta por um tempo E se deixada sozinha.
O erro da aposta de Pascal é querer levar muito a sério o que sempre será uma questão pessoal. Crer em Deus não tem a ver com "qual seja a Verdade", mas com o estilo de cada um, as próprias idéias do que é inspirador ou não.
Nesse sentido Deus é uma criação humana, é uma ferramenta que pode ou não ser escolhida por um religioso para expressar sua fé. Por isso na divisão tradicional das escolas de Yoga existe perto de uma meia dúzia de abordagens maiores, e
Bhakti Yoga (a Yoga do aprimoramento pessoal pelo cultivo da gratidão e devoção às deidades) é apenas uma delas.
Crer em Deus é COMPLETAMENTE legítimo. Mas tem de vir de dentro e ser uma opção pessoal livre, senão não é crença, não é opção nem expressão de fé, é só um medo ou obrigação existindo onde não deveriam existir.
E exatamente o mesmo pode ser dito da descrença em Deus.
Respondendo à sua pergunta (finalmente!), o critério para crer ou descrer de Deus deve ser a harmonia íntima com alguma das duas opções. Ou mais de duas, já que a questão não é preto-e-branco - temos o agnosticismo, o panteísmo, o deísmo, até mesmo o maltheísmo.