Brawn tem melhor retrospecto em 4 GPs do que Honda, que estreou em 1964Brawn supera Honda em número de voltas lideradas, além de ter conquistado dobradinha inédita nos 88 GPs da história nipônicaUma gigante do mercado automobilístico contra uma equipe formada às pressas e concretizada menos de um mês antes do início de um campeonato. Vendo assim, a comparação entre a Honda, que fechou as portas no final de 2008 após duas passagens pela F1 e 88 corridas, e a Brawn, que assumiu os espólios nipônicos, parece injusta. E é, mesmo. Mas em favor do lado aparentemente mais fraco: após apenas quatro corridas, a Brawn já igualou grande parte dos feitos obtidos pela Honda em oito campeonatos disputados entre 1964 e 1968 e 2006 até o ano passado. Alguns deles, inclusive, foram superados.
Como o número de voltas lideradas: nas 88 provas disputadas como uma equipe própria, a Honda somou 111 giros em que um carro com as suas cores apareceu na primeira colocação. Já a Brawn, que precisou arranjar de última hora um motor Mercedes para acoplar no projeto criado pela montadora japonesa, já tem 114 passagens na liderança.
Outro ponto em que a escuderia novata leva vantagem é no quesito "dobradinhas": na sua primeira prova, Jenson Button venceu, com Rubens Barrichello na segunda colocação — feito nunca alcançado pela predecessora.
Os dois times, aliás, têm o mesmo número de vitórias — algo que a Brawn, a julgar o desempenho mostrado até agora em 2009, deve superar facilmente: três. A Honda conquistou dois triunfos na sua primeira passagem na F1, com Richie Ginther em 1965, no México, e John Surtees em 1967, na Itália, e Button em 2006, na Hungria. O mesmo Button é o responsável pelos três triunfos do time liderado por Ross Brawn: Austrália, Malásia e Bahrein.
Também se repetem os números de pole-positions e voltas mais rápidas: duas em cada quesito para cada lado, com o novo time de Brackley obtendo as posições de honra no grid nas suas duas primeiras corridas disputadas, ambas com Button.
As estatísticas ainda favorecem a Honda em alguns dados, como número de pódios, primeiras filas e pontos totais somados. Mas a pequena margem de vantagem nipônica, aliada à ótima performance demonstrada pelos carros de Button e Barrichello nos seus quatro primeiros GPs de existência, indicam que a balança deve se inverter a favor da Brawn logo, logo.
A saber: a Honda teve nove pódios na sua história como time próprio — sem contar, obviamente, o período de ouro em que atuou apenas como fornecedora de motores —, contra cinco da Brawn. Em termos de primeira fila, foram seis aparições contra três do time que disputa o Mundial. E, nos seus oito anos de existência, os nipônicos marcaram 154 pontos, enquanto os ingleses já chegaram aos 50.
O que significa que não deve demorar muito para que um time pequeno, concluído a menos de um mês do início de uma temporada e formado em meio a uma crise financeira de grandes proporções, consiga superar outro que sempre teve o apoio e a marca de uma das empresas líderes do mercado automobilístico mundial.
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