Manter a política econômica do governo FHC foi uma escolha política. Manter a independência do BC também foi uma escolha política. Diversificar os mercados foi outra escolha política que partiu de motivos errados (ideológicos), mas se mostrou acertada (durante a crise global). Foi uma escolha política também maiores metas para o superávit primário e aumento das divisas externas. Também foi uma escolha política a manutenção de programas como o bolsa escola, auxílio gás e outros que haviam no governo anterior, concentrando-os em um único programa, o bolsa-família, que apesar das críticas merecidas (como a ausência de uma maior contrapartida por parte de quem recebe e das formas de se oferecer a chance de deixar o programa), em associação com a política de aumentos reais do SM, levou a uma melhor distribuição de renda e à ascenção de uma nova classe média (a C), o que também contribuiu para que o Brasil entrasse mais tarde e saísse mais cedo da crise econômica mundial. No campo da saúde, por exemplo, houve a inserção da saúde bucal como política de estado, com a criação do PSB incorporado às equipes da ESF, criadas no governo anterior. Houve a expansão também com o Programa Brasil Sorridente e os CEO's. Também estão sendo criadas as Unidades de Pronto Atendimento (UPA's) para descentralizar e desafogar a rede hospitalar, e a implantação dos CAP's. Nas universidades (pelo menos posso falar pelas daqui), a política de não contratação no funcionalismo público (e mudanças nas aposentadorias) levou à aposentadoria de muitos professores. Com isso, muitos cursos funcionaram com base apenas em professores substitutos. No Governo Lula houve a contratação de novos professores (por concurso) e expansão de cursos. Houve também um maior aporte financeiro, pelo menos na UFRN. Antes do Governo Lula havia uma concentração de investimentos na região sudeste (particularmente em SP), agora, se não há um maior equilíbrio federativo, pelo menos há um maior investimento no NE. A duplicação da BR 101 é apenas um exemplo, mas existem outros como aeroportos, portos, refinarias. No campo militar (apesar dos militares não gostarem de admitir isso), houve uma recuperação das perdas salariais e um redução das desigualdades salariais entre militares e civis. Houve também, pela primeira vez, uma política de defesa nacional, e um processo de reaparelhamento com o programa FX2, reaparelhamento da Marinha, acordos de cooperação militar com a Itália, França e agora com os EUA.
FHC teve seus méritos (e foram muitos), mas Lula também os têm. Continuar uma política que funciona não é um demérito, muito pelo contrário.