Esse tipo de coisa já é sugestiva de que a visão indiferenciada do perispírito não pode se sustentar.
A mim é claro que o papel filogenético do perispírito, assim como o do citoplasma, não é causado por ele próprio, mas por uma outra estrutura nele abrigada, um "núcleo" da hereditariedade espiritual, por assim dizer. Há também fortes indícios de que, assim como seu análogo citológico -- e quebrando um dogma do espiritualismo -- ele não é indivisível, mas se reparte e se recombina. Isso é parte da explicação do porque diversas pessoas terão memórias de uma só figura histórica, como Cleópatra. Elas terão diferentes memórias, transmitidas por diferentes "fragmentos" do espírito que originalmente constituía "Cleópatra."
A fragmentação e combinação da herança espiritual de cada indivíduo deve ser também acompanhada de diversos análogos contribuintes na divisão celular. Ribossomos, ADN, ARN, com seus genes, codons, transpósons, etc, etc.
Inclusive há forte indicação de uma teoria endossimespiritual da consciência, em analogia à teoria (consolidada na biologia moderna, não tem qualquer disputa) endossimbiótica da mitocôndria: assim como nossas mitocôndrias são de certa forma "entes" independentes, que não compartilham a mesma identidade genética, que vivem em nós como parasitas que nos servem, a nossa "consciência," aquela vozinha que nos diz o que é o certo, não é necessariamente a nossa própria voz, mas a de um outro espírito que ocupa o mesmo corpo, de maneira "simbiótica." Por isso as pessoas algumas vezes narrarão fazerem a coisa certa de maneira análoga a narrativas de possessão maligna, mas para o bem. Narrarão serem tomados por um impulso que os compele a fazer o que "ouviam" ser o correto de sua consciência, mas que, por si só, ainda não tinham coragem de fazer. Nesse momento, a consciência toma o controle do ego.
A psicanálise e a divisão da mente em Id, Ego e Super-ego sugere ainda que talvez haja um outro espírito em simbiose nas pessoas. Talvez essa história ainda tenha também um paralelo com a evolução humana do próprio cérebro, tenha algo a ver com termos o cérebro reptiliano, o mamífero, e o humano.
Não há, até o momento, qualquer evidência contrária a essas hipóteses.