Autor Tópico: O Espiritismo e a Mediunidade são Portas para Doenças Mentais ?  (Lida 108823 vezes)

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Offline Buckaroo Banzai

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Re:O Espiritismo e a Mediunidade são Portas para Doenças Mentais ?
« Resposta #800 Online: 04 de Novembro de 2013, 16:13:33 »
Sacks um caso de um homem que certo dia viu a neta, adulta ou adolescente, chegando em casa acompanhada de dois rapazes. Ele imaginou que talvez algum deles fosse namorado dela, ou algo assim, perguntou quem eram os dois, meio como quem naturalmente convida a uma apresentação de uma pessoa por outra. A neta não entendeu bem, respondeu que que ela estava sozinha, não tinha ninguém com ela. Os rapazes desapareceram.

Me parece simplesmente natural que as pessoas que acreditem em fantasmas tenham a interpretação de serem médiuns/estarem vendo fantasmas, numa situação assim. Ou até mesmo pessoas que não acreditassem tanto assim, mas fossem "agnósticas" de uma tendência não muito "científica".

Se os rostos produzidos talvez tenham qualquer tendência ou possibilidade de "usar" memórias de rostos de conhecidos, em vez de serem completas invenções, então a pessoa pode acabar até se encontrando com fantasmas de conhecidos.

Offline Gigaview

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Re:O Espiritismo e a Mediunidade são Portas para Doenças Mentais ?
« Resposta #801 Online: 04 de Novembro de 2013, 18:24:14 »
Engraçado é os espíritas ignorarem ou arrumarem interpretaçōes mais cientificamente convicentes para o caso de "fantasmas de vivos".
Brandolini's Bullshit Asymmetry Principle: "The amount of effort necessary to refute bullshit is an order of magnitude bigger than to produce it".

Pavlov probably thought about feeding his dogs every time someone rang a bell.

Offline Correio

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Re:O Espiritismo e a Mediunidade são Portas para Doenças Mentais ?
« Resposta #802 Online: 04 de Novembro de 2013, 18:34:20 »
"Fantasmas de vivos" é? Interessante! Talvez isto seja possível graças a capacidade da matéria e energia se entrelaçarem  :wink:
Quando se tem pouco, pouco se tem a perder.

Offline Buckaroo Banzai

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Re:O Espiritismo e a Mediunidade são Portas para Doenças Mentais ?
« Resposta #803 Online: 05 de Novembro de 2013, 20:57:46 »
Multiversos, ou a interpretação de muitos mundos da física quântica (cada vez mais aceita pelos cientistas), oferecem uma explicação unificada à observações de fantasmas de vivos e vidências/premonições não concretizadas em um dado universo.

Offline Gigaview

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Re:O Espiritismo e a Mediunidade são Portas para Doenças Mentais ?
« Resposta #804 Online: 05 de Novembro de 2013, 21:10:53 »
O universo holográfico é perfeito para explicar toda sorte de fenômeno sobrenatural, menos para sí mesmo.
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Offline Buckaroo Banzai

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Re:O Espiritismo e a Mediunidade são Portas para Doenças Mentais ?
« Resposta #805 Online: 05 de Novembro de 2013, 21:52:51 »
Ele no entanto seria explicado de forma elegante e satisfatória se levarmos em consideração da hipótese da "palavra com D maiúsculo," mas a nomenklatura científica não permitirá isso.

Offline Stentor

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Re:O Espiritismo e a Mediunidade são Portas para Doenças Mentais ?
« Resposta #806 Online: 13 de Novembro de 2013, 13:31:11 »
Os limites entre sanidade e loucura são complicados e confusos, dado que até mesmo algumas sanidades ou loucuras de anteontem passaram pra outros estágios de interpretação comum ontem ou hoje... que dizer do amanhã.

Temos o hábito, e útil, acredito, de internar os loucos e tratá-los cientificamente, com remédios e terapias comprovadamente eficazes na "manutenção" ou "detenção" das várias loucuras possíveis.

Mas a gente não percebe que o que atacamos cientificamente, neste caso, não é a loucura em si, mas o descontrole dos loucos socialmente reprováveis, que não conseguem reproduzir nossos padrões aceitáveis de comportamento. Os detestamos, e a ciência, neutra, pode sim, claramente, ser usada pra enquadrar quem pisa fora da linha. Nesse caso, da linha da sanidade. Isso não equivale a dizer que "pisar fora da linha da sanidade" é bom ou ruim, ou "ser louco, fora da sanidade" é bom ou ruim. Mas é assim, enquadrando os loucos, que funciona.

Se as teses espiritualistas (de que existem espíritos, e que são os mortos, e de que podemos nos comunicar com eles, e que podemos reencarnar etc) estão corretas, isso depende. Corretas em que?

Cientificamente corretas? Para os nossos padrões de ciência, não estão não. São falseáveis num grau que nos põe mais dúvidas que certezas, se tentarmos usar a cabeça.

Pessoalmente corretas? Depende de cada um, e o ordenamento jurídico te garante, se você quiser acreditar em qualquer dessas coisas, que ninguém vai te enjaular por isso, ou te fazer queimar numa fogueira. A menos que você comece a estarrar e esbarrar no "aceitável" pra comportamentos "saudáveis" - aí você vai pra um hospício.

É intrigante, mas vivemos isso mesmo, o "pessoalmente correto" - não pode obter o valor lógico do "verdadeiro", pois isso vale pra tudo e pra todos, mas possui o status legal moderno do "pessoalmente verdadeiro" - vale pra você, e ninguém tem nada a ver com isso.

Offline Mussain!

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Re:O Espiritismo e a Mediunidade são Portas para Doenças Mentais ?
« Resposta #807 Online: 13 de Novembro de 2013, 13:57:50 »
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Os limites entre sanidade e loucura são complicados e confusos, dado que até mesmo algumas sanidades ou loucuras de anteontem passaram pra outros estágios de interpretação comum ontem ou hoje... que dizer do amanhã.

Tenho uma teoria pessoal que os esforços grandiosos vêm do ódio, existem diversas pessoas sãs pensando em suicídio e que somos meio loucos por natureza.

1 Ex.: Um forista quis emagrecer aqui e para conseguir jurou um tiro na própria cabeça. Como ele ta vivo, conseguiu o feito. Ou na maioria das vezes que queremos provar algo a alguém, onde geralmente este impulso vem do ódio.

2 Ex.: "Eu queria sumir". Pra mim, assim como desenhar pessoas usando palitinhos de paus é uma frustração de nós não termos desenvolvido a habilidade de desenhar, isso é uma forma explícita de pensar em suicídio e não assumir que é.

3 Ex.: Quem aqui defronte à um espelho, sozinho, não faz caretas, idiotices e etc? Sendo criança, adolescente ou adulto, costumamos fazer este tipo de coisa, mostrando um pouco como nós somos loucos. Outra exemplo é que gostamos de pessoas "mais loucas", como amigo, como namorado e etc.

Meio louco esse meu raciocínio, não?
« Última modificação: 13 de Novembro de 2013, 14:02:37 por Mussain! »

Offline Stentor

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Re:O Espiritismo e a Mediunidade são Portas para Doenças Mentais ?
« Resposta #808 Online: 13 de Novembro de 2013, 14:58:37 »
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Os limites entre sanidade e loucura são complicados e confusos, dado que até mesmo algumas sanidades ou loucuras de anteontem passaram pra outros estágios de interpretação comum ontem ou hoje... que dizer do amanhã.

Tenho uma teoria pessoal que os esforços grandiosos vêm do ódio, existem diversas pessoas sãs pensando em suicídio e que somos meio loucos por natureza.

1 Ex.: Um forista quis emagrecer aqui e para conseguir jurou um tiro na própria cabeça. Como ele ta vivo, conseguiu o feito. Ou na maioria das vezes que queremos provar algo a alguém, onde geralmente este impulso vem do ódio.

2 Ex.: "Eu queria sumir". Pra mim, assim como desenhar pessoas usando palitinhos de paus é uma frustração de nós não termos desenvolvido a habilidade de desenhar, isso é uma forma explícita de pensar em suicídio e não assumir que é.

3 Ex.: Quem aqui defronte à um espelho, sozinho, não faz caretas, idiotices e etc? Sendo criança, adolescente ou adulto, costumamos fazer este tipo de coisa, mostrando um pouco como nós somos loucos. Outra exemplo é que gostamos de pessoas "mais loucas", como amigo, como namorado e etc.

Meio louco esse meu raciocínio, não?

Louco? Que nada... mas diz aí, tá se sentindo bem hj? Tomou algum tipo de chá no café da manhã?  :twisted:

Cara, eu acho que não apenas do ódio... mas de outros sentimentos ou sensações muito potentes também, como o remorso, a tristeza, o prazer sexual.. enfim, a lista é gigante.

E se tirássemos esses sentimentos/sensações, que sobraria de gênios universais na Pintura, na Literatura, na Música? Apenas seres profundos como pires, beatos arremedos das artes.

Paraíso e o Nirvana devem ser coisas extremamente chatas, cheios de mediocridade e vazios de impacto e sentido... pelo o menos, como são propagados.

O que dá sentido às nossas existências, e isso vai além de nossas vidas (Shakespeare existe, e existirá sempre, ainda que não mais viva, se é que viveu) é o terreno, cru, impactante e maravilhosamente sensível.

A Loucura sã é boa... sem ela, seríamos só o bagaço do pó do sumo do nada, e a história prova.

Mas a Loucura, profundamente avaliada, deve estar mais pra Poesia do que pra Medicina. E o que a Loucura nos trará pro futuro, a gente não tem como saber, pois o que ela já trouxe ninguém sabia antes de aparecer.

Em matéria do que a gente não sabe bem e não tem como ver, ouvir, tatear, apenas sentir, dou mais voto à Loucura do que à razão, mais voto à Intuição e à Imaginação do que a Ciência, até porque quando a Ciência tem imensas tiradas revolucionárias que explicam o óbvio que ninguém conseguiu enxergar antes, esse impulso de descoberta parte de tremendos sensos intuitivos que se instrumentalizam depois com razão.

A razão apita em como tratar os efeitos condenáveis da Loucura, efeitos que a gente despreza. Mas da Loucura, mesmo, parece que ela sabe pouco.
« Última modificação: 13 de Novembro de 2013, 15:02:17 por Stentor »

Offline Mussain!

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Re:O Espiritismo e a Mediunidade são Portas para Doenças Mentais ?
« Resposta #809 Online: 13 de Novembro de 2013, 15:11:20 »
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Louco? Que nada... mas diz aí, tá se sentindo bem hj? Tomou algum tipo de chá no café da manhã?

A mãe já deu meu gardenal   :lol:

Offline Gigaview

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Brandolini's Bullshit Asymmetry Principle: "The amount of effort necessary to refute bullshit is an order of magnitude bigger than to produce it".

Pavlov probably thought about feeding his dogs every time someone rang a bell.

Offline Stentor

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Re:O Espiritismo e a Mediunidade são Portas para Doenças Mentais ?
« Resposta #811 Online: 14 de Novembro de 2013, 11:53:30 »
../forum/topic=17291.0.html#msg352835

Gigaview, particularmente creio em vários dos aspectos espiritualistas, por convicção baseada em coisas muito pessoais ou próximas. Mas evito tomar partido das religiões organizadas, mesmo o Espiritismo, por considerar que pra estas coisas, como em tantas outras, não temos necessidade de atravessadores.

Já me perguntei se não era loucura, questionei meu conceito de sanidade e a relação do meu conceito com o que é amplamente aceito como sanidade. Depois, passei a investigar, e ainda investigo, que não louco, se não estou apenas equivocadamente me enganando, sendo ingênuo, inocente ou simplesmente burro mesmo. Mas concluí que penso ser a possibilidade científica de se defender as ideias espiritualistas uma possibilidade cientificamente fraca, para os nossos padrões de ciência e de lógica. Não há prova possível, que possa ser amplamente aceita e testada à exaustão e à prova de qualquer falseabilidade, hoje, sobre as teses espiritualistas. A natureza simplesmente não fornece elementos que sustentem isso de modo que não nos restem dúvidas. O que sobra, então, é a convicção pessoal.

Mas o contrário também não está provado. É possível dizer que há vários falsários golpistas enganando milhares de pessoas com truques alegadamente sobrenaturais, é possível dizer que o que alegam ser provas não passam de pseudociência tentando provar que espíritos existem, é possível dizer que há multidões de fanáticos dando tempo, dinheiro, saúde e importância a milhões de coisas sem sentido que não passam de superstição e crendice.

Mas não é possível dizer que nada inteligente sobrevive à morte do corpo, pois se um único fato ocorreu, ocorre ou ocorrer que comprove isso, mas não tenha sido submetido à apreciação de observadores criteriosos, toda a tese-tentativa de se dizer que "não existe e pronto" está acabada. E afirmarmos que todos os acontecimentos que abordem temas supranaturais já foram, são e serão abordados por observadores criteriosos é puro nonsense - em todas as áreas e temas temos uma infinidade de fatos não abordados e averiguados, o tempo todo.

Logo, se não podemos avaliar tudo, não há como estabelecer uma lei geral sobre tudo, nem positiva e nem negativa. O agnosticismo é o mais lógico nesse caso.

Portanto, se você diz "é louco quem acredita em espíritos", essa é a sua opinião. Não é uma determinação com arcabouço científico que diga, sem sombra de dúvidas, que estão mentalmente alienados todos os que pensam de forma diferente. Você pode até encontrar um, dez, cem, um milhão de doentes mentais inquestionavelmente pirados que acreditem que falam com espíritos - isso apenas prova que eles precisam se tratar, mas não prova que espíritos não existem. Eles precisam se tratar com base no que demonstram, mas o que eles demonstram pode advir de um milhão de outras coisas que não tenha nada a ver com a questão "espíritos existem?"

Alguém que diz ver espíritos pode estar sofrendo de alucinações provocadas por um distúrbio cerebral congênito, por um acidente com trauma craniano, por uso de substância alucinógena, por distúrbio psiquiátrico do tipo esquizofrenia, transtorno bipolar, mania qualquer, fingimento, interesse em lesar terceiros para auferir vantagem, um monte de coisa.

Mas o que isso prova? Que o que se alega que se vê, ouve, existe, não existe? Ou que pessoas precisam se tratar ou precisam ser presas por adotarem comportamentos sociais que a gente despreza (legal ou apenas moralmente) ?

Dá pra estabelecer de maneira cabal que, sendo o conceito de loucura tão complicado, difícil de definirmos suas fronteiras, e que as taxações de loucura na sociedade moderna está viciada de todas as formas, com uso histórico desenfreado de moralismo, vingança, preservação do status vigente, sejam loucos todos (observe, todos) os que afirmam crer (nem me refiro aos que tentam "provar", pois se não forem loucos, ao menos estão equivocados mesmo) em teses espiritualistas? Isso não soa quase como uma tentativa de ditadura social do que deve ou não ser taxado como louco, de um racionalismo realista inconsequente?

Offline Gigaview

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Re:O Espiritismo e a Mediunidade são Portas para Doenças Mentais ?
« Resposta #812 Online: 14 de Novembro de 2013, 21:51:04 »
../forum/topic=17291.0.html#msg352835

Gigaview, particularmente creio em vários dos aspectos espiritualistas, por convicção baseada em coisas muito pessoais ou próximas. Mas evito tomar partido das religiões organizadas, mesmo o Espiritismo, por considerar que pra estas coisas, como em tantas outras, não temos necessidade de atravessadores.

Ainda assim você pode considerar os sentidos e a mente como atravessadores inevitáveis que podem criar ilusões e falsas convicções.

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Mas concluí que penso ser a possibilidade científica de se defender as ideias espiritualistas uma possibilidade cientificamente fraca, para os nossos padrões de ciência e de lógica. Não há prova possível, que possa ser amplamente aceita e testada à exaustão e à prova de qualquer falseabilidade, hoje, sobre as teses espiritualistas. A natureza simplesmente não fornece elementos que sustentem isso de modo que não nos restem dúvidas. O que sobra, então, é a convicção pessoal.

Sobra para que?


Citar
Mas não é possível dizer que nada inteligente sobrevive à morte do corpo, pois se um único fato ocorreu, ocorre ou ocorrer que comprove isso, mas não tenha sido submetido à apreciação de observadores criteriosos, toda a tese-tentativa de se dizer que "não existe e pronto" está acabada.

Até o momento, não temos evidências de que nada inteligente sobrevive à morte. Como você mesmo disse,  a possibilidade científica de se defender as ideias espiritualistas é uma possibilidade cientificamente fraca, para os nossos padrões de ciência e de lógica, portanto é muito pouco provável que se comprove isso. Portanto, estamos muito próximos do "não existe e pronto" mas afirmar isso seria dogmático e excluiria uma possibilidade estatística remota.

Citar
E afirmarmos que todos os acontecimentos que abordem temas supranaturais já foram, são e serão abordados por observadores criteriosos é puro nonsense - em todas as áreas e temas temos uma infinidade de fatos não abordados e averiguados, o tempo todo.

Não são abordados porque não são levados a sério. Os nossos padrões de ciência e de lógica são muito exigentes em relação à evidências confiáveis.

Citar
Logo, se não podemos avaliar tudo, não há como estabelecer uma lei geral sobre tudo, nem positiva e nem negativa. O agnosticismo é o mais lógico nesse caso.

A questão não é avaliar tudo, mas ao menos alguma coisa que ofereça evidências confiáveis, o que ainda não foi possível.

Citar
Portanto, se você diz "é louco quem acredita em espíritos", essa é a sua opinião. Não é uma determinação com arcabouço científico que diga, sem sombra de dúvidas, que estão mentalmente alienados todos os que pensam de forma diferente. Você pode até encontrar um, dez, cem, um milhão de doentes mentais inquestionavelmente pirados que acreditem que falam com espíritos - isso apenas prova que eles precisam se tratar, mas não prova que espíritos não existem. Eles precisam se tratar com base no que demonstram, mas o que eles demonstram pode advir de um milhão de outras coisas que não tenha nada a ver com a questão "espíritos existem?"

Não acho que quem acredita em espíritos seja louco. Alguém que diz que acredita em espíritos está exercendo a sua liberdade de pensamento, que deve ser respeitada, mas de acordo com a possibilidade científica, o "espírito" é uma possibilidade cientificamente fraca, para os nossos padrões de ciência e de lógica. Quem afirma que os espíritos existem, do mesmo modo, deve ter a sua crença respeitada mas também têm o ônus da prova do que está afirmando. A baixíssima probabilidade da existência dos espíritos sugere uma elevada probabilidade de que quem afirma ver/conversar com eles esteja de fato vivenciando um tipo de transtorno mental.

Citar
Mas o que isso prova? Que o que se alega que se vê, ouve, existe, não existe? Ou que pessoas precisam se tratar ou precisam ser presas por adotarem comportamentos sociais que a gente despreza (legal ou apenas moralmente) ?

Existem critérios médicos para diagnóstico e tratamento de doenças mentais e não se trata apenas de controlar comportamentos sociais desprezados pelas pessoas. Os "espíritos" podem interferir na vida dessas pessoas fazendo com que elas vejam o que não querem ver ou sugerindo ordens que podem deixá-las atormentadas, por exemplo.

Citar
Dá pra estabelecer de maneira cabal que, sendo o conceito de loucura tão complicado, difícil de definirmos suas fronteiras, e que as taxações de loucura na sociedade moderna está viciada de todas as formas, com uso histórico desenfreado de moralismo, vingança, preservação do status vigente, sejam loucos todos (observe, todos) os que afirmam crer (nem me refiro aos que tentam "provar", pois se não forem loucos, ao menos estão equivocados mesmo) em teses espiritualistas? Isso não soa quase como uma tentativa de ditadura social do que deve ou não ser taxado como louco, de um racionalismo realista inconsequente?

No tópico, deixo bem claro os meus pontos de vista. Como Oliver Sacks, acredito que pessoas normais podem ter alucinações sem que isso se traduza em quadros de esquizofrenia. O perigo está em mascarar como normal num contexto espiritualista um quadro de insanidade diagnosticado segundo critérios médicos objetivos. Um louco que vê espíritos normalmente é levado a sério por espíritas, da mesma forma que uma pessoa saudável com quadro de alucinação pode comprometer sua saúde mental.
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Offline Stentor

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Re:O Espiritismo e a Mediunidade são Portas para Doenças Mentais ?
« Resposta #813 Online: 15 de Novembro de 2013, 10:54:30 »
"Sobra para que?"

Para tudo que não se precise de uma necessidade de se provar nada a ninguém. O direito de exercer a crença e não ser obrigado a demovê-la é uma constante, como sabemos, logo, não existe uma necessidade real de tentar buscar reconhecimento externo nenhum pra crenças assim, nem mesmo cientificamente. Só na cabeça dos atravessadores, pseudocientistas, religiosos etc, claro. E dá pra ser feliz assim...   

"Ainda assim você pode considerar os sentidos e a mente como atravessadores inevitáveis que podem criar ilusões e falsas convicções."

Podem. Mas "Estamos muito próximos a ´não existe e pronto´" não significa "não existe e pronto". Ainda. É a "possibilidade estatística remota"? Ok. Sobra o que? A convicção pessoal, tanto a de que espíritos existem quanto a convicção pessoal de que quem acredita em estatísticas remotas está delirando. Não se trata de jogo de que "quem acerta mais vezes tem tanta chance de acertar a próxima, ou todas, que você nem mais precisa brincar, por quase não ter chance".

"Não são abordados porque não são levados a sério", "A questão não é avaliar tudo, mas ao menos alguma coisa que ofereça evidências confiáveis, o que ainda não foi possível".

Nosso preconceito (não me refiro à nenhuma conduta ou opinião específica, mas ao nosso preconceito racionalista, geral, coletivo) ainda vai acabar com a gente. Ainda acho que "os sentidos e a mente" são subvalorizados nos campos de pesquisa em comparação com coisas mais "palpáveis". E isso é complicado, pois é fácil deixar pra Filosofia tentar tratar do problema por séculos e dar relativa pouca importância (isso tem mudado muito principalmente com a neurociência contemporânea) aos fatores que na verdade podem ser os determinantes da nossa própria capacidade interpretativa da cognição e da avaliação. Não acho que perdemos tempo nos importando com questões de "mente" e "sentidos" que alguém alardeie ter conotações "paranormais". Sinto que poderiam haver mais desmascaradores de charlatães e que talvez pudéssemos desvendar alguma coisa a mais do que já sabemos, por menor que seja, além de exploradores da credulidade alheia.

"Não acho que quem acredita em espíritos seja louco", maaas, "A baixíssima probabilidade da existência dos espíritos sugere uma elevada probabilidade de que quem afirma ver/conversar com eles esteja de fato vivenciando um tipo de transtorno mental.". Você acha, sim, claro. E não precisa ser eufêmico, brother...  :hihi: Aqueles caras com som do carro estourando ouvindo funk às três da manhã, eu os acho completamente loucos. E não tem probabilidade nenhuma de não existir loucura ali.

"Não se trata apenas de controlar comportamentos sociais desprezados pelas pessoas."

E eu concordo que "apenas" sugere que "controlar comportamentos sociais desprezados pelas pessoas" não seja a única tentativa nesse caso. Mas em todas as hipóteses em que não for outra coisa, vai ser isso mesmo, "controlar comportamentos sociais desprezados pelas pessoas". Não temos provas o tempo todo de que a gente faz isso sem parar?  Por que não na hora de internar nossos loucos que falam com espíritos, também? A ânsia e o poder material das instituições de cristianismo secular para por a mão nos malucos que tentam extrapolar sua teologia chega a ser mais agressiva que qualquer outra coisa, até mesmo que a medicina psiquiátrica científica.

"O perigo está em mascarar como normal num contexto espiritualista um quadro de insanidade diagnosticado segundo critérios médicos objetivos."

Não há, absolutamente, como discordar de você nisso. Mais uma vez, eu te pergunto entretanto, separaremos o quadro de insanidade segundo critérios médicos da hipótese da questão "espíritos existem"? Você dirá que a questão é irrelevante, não precisamos nos ocupar dela. Mas "probabilidade de loucura" de quem acredita é desimportante? Tanto faz pra gente? Cada um com sua loucura? Se for assim, é o mesmo que dizer que no lucro a ciência reparte com você, no prejuízo o problema é só seu. O que convalida totalmente a "convicção pessoal" lá atrás. Sobra pra que? Sobra pra isso, se eu ou você pudermos contar apenas com nossas loucuras. Errar a gente erra o tempo todo, principalmente em ciência, e acertar é de vez em quando. E dos acertos extraídos de amontoados de tentativas e erros, retiramos a publicidade científica que aponta "certezas" como os "critérios médicos objetivos" e etc. Benjamin Rush, pai da psiquiatria americana, criou na década 1790 uma "cadeira tranquilizante" de tortura pra tratar pacientes com transtornos mentais e apostava que a loucura estava associada em primeiro lugar a disfunções na circulação sanguínea.

"Um louco que vê espíritos normalmente é levado a sério por espíritas, da mesma forma que uma pessoa saudável com quadro de alucinação pode comprometer sua saúde mental."

O problema é dos loucos que levam-no, "normalmente" ou não, a sério. Se espíritas, espiritualistas, umbandistas, católicos, protestantes, ateus, agnósticos... a culpa é da "loucura".

Discussão legal... ainda não consegui ler o tópico inteiro, mas vou chegar lá.
« Última modificação: 15 de Novembro de 2013, 11:04:21 por Stentor »

Offline Buckaroo Banzai

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Re:O Espiritismo e a Mediunidade são Portas para Doenças Mentais ?
« Resposta #814 Online: 20 de Novembro de 2013, 04:05:09 »
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Mas não é possível dizer que nada inteligente sobrevive à morte do corpo, pois se um único fato ocorreu, ocorre ou ocorrer que comprove isso, mas não tenha sido submetido à apreciação de observadores criteriosos, toda a tese-tentativa de se dizer que "não existe e pronto" está acabada.

Até o momento, não temos evidências de que nada inteligente sobrevive à morte. Como você mesmo disse,  a possibilidade científica de se defender as ideias espiritualistas é uma possibilidade cientificamente fraca, para os nossos padrões de ciência e de lógica, portanto é muito pouco provável que se comprove isso. Portanto, estamos muito próximos do "não existe e pronto" mas afirmar isso seria dogmático e excluiria uma possibilidade estatística remota.

Excluiria não só uma, mas virtualmente infinitas "possibilidades", que se possa ainda inventar.

Ex.: a pessoa morre, e então os seus sub-componentes almais (divida a personalidade em fatias, meio como "múltiplas inteligências", cada uma tem sua "alma" particular, nenhuma alma abriga tudo, só o corpo) se dissociam e flutuam por aí, se recombinando nos cérebros dos fetos nascituros. "Fantasmas" são apenas diversos tipos de projeções psicocinéticas do inconsciente das pessoas.

O problema é que essas infinitas "possibilidades" estão muito longe de serem "possibilidades" no sentido mais cotidiano/realista do termo, são praticamente só coisas que se "pode imaginar" mesmo. Virtualmente sem uma isca de indício do que normalmente é requerido para se começar a falar em possibilidades, quando o assunto é o mundo real. São "possibilidades" piores até do que a de que o T. rex era tão inteligente quanto os humanos, e gostava de ópera.

As pessoas parecem ter a noção de que essas teses religiosas são meio como que hipóteses/"possibilidades" quase que provadas.

Meio como, "será que a doença X é algo hereditário/endógeno ou causado por vírus", "será que buracos negros são pontos supermassivos de tamanho zero ou objetos magnetosféricos em colapso eterno", só que, em vez disso, você troca uma (ou talvez mais) hipóteses científicas, por fantasia pura, "será o avião caiu por falha mecânica, humana, ou os duendes sabotaram", "tem muitas coisas que ainda não entendemos sobre cérebro e o que somos, e muitas dessas coisas são mais adequadamente explicadas pela teoria da alma".

Offline Stentor

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Re:O Espiritismo e a Mediunidade são Portas para Doenças Mentais ?
« Resposta #815 Online: 20 de Novembro de 2013, 11:13:38 »
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  As pessoas parecem ter a noção de que essas teses religiosas são meio como que hipóteses/"possibilidades" quase que provadas.

Esse é que é um problema. A coisa é de foro íntimo, não coletivo.

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Virtualmente sem uma isca de indício do que normalmente é requerido para se começar a falar em possibilidades

Olha... não concordo que "possibilidades" sejam apenas as coletivas, gerais, incontestáveis. Acredito nas possibilidades pessoais, pois não acredito que precisemos descaracterizar o "eu" racional e transformá-lo num ser alheio e incapaz diante do todo poderoso senso geral de conhecimento. Tenho indícios pessoais e indícios baseados em relatos de pessoas próximas, e conheço uma multidão de casos espalhados (não checados, óbvio) que estatisticamente me fazem crer, embora seja uma crença inteiramente pessoal, que a possibilidade é real. E que não tem nada a ver com "sub-componentes almais" ou projeções psicocinéticas do inconsciente. Claro, nem eu e nem ninguém, que eu saiba, pôde catalogar e apresentar descrições consistentes disso tudo sob um escopo bem fundamentado, e há uma dificuldade tremenda até em se tentar, por razões práticas diversas... de maneira que se alguém me disser que acreditar que isso possa hoje ser cabalmente provado e cabalmente defendido, tipo uma militância espiritualista, eu acho que esse alguém está viajando na maionese.

É de foro íntimo, o que não retira o valor do que eu estou verificando, pra mim mesmo. Há coisas que não precisamos de comprovação científica oficial ou senso comum concordante pra apreciarmos e vermos indícios de compreensão, não somos tão insuficientemente capazes assim ao ponto de prescindirmos de "pequenas convicções" que podemos confrontar e avaliar em nível pessoal e concluir coisas a respeito - podem até ser demonstradas falsas, depois que mais gente avaliar criteriosamente.

Já tentei imaginar psicocinese, leitura fria, criatividade exacerbada, transtornos de personalidade e um trilhão de coisas que explicassem certos acontecimentos, e não consegui. Era inoportuno e praticamente impossível pra mim, contudo, demonstrar isso pra mais gente de modo que eu não ter encontrado maneiras possíveis pode me fazer, sim, equivocado em minha limitação de acreditar no que não pude exaustivamente observar e, logo, tenha perdido meu fio da meada. Mas é o que eu tinha...
« Última modificação: 20 de Novembro de 2013, 11:19:50 por Stentor »

Offline Buckaroo Banzai

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Re:O Espiritismo e a Mediunidade são Portas para Doenças Mentais ?
« Resposta #816 Online: 05 de Maio de 2015, 17:10:13 »

O Ateísmo e o Ceticismo são Portas para Violência Infantil ?



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http://www1.folha.uol.com.br/livrariadafolha/2015/04/1614891-acusado-de-louco-espirita-foi-surrado-na-infancia-pelo-pai.shtml

...

 Divaldo Franco, considerado por espíritas como um dos grandes médiuns da história, era visto pela família como o caçula estranho e problemático. Por sua insistência em dizer que via, ouvia e falava com espíritos, ele chegou a ser surrado com frequência pelo pai, Francisco.

"Eram vistas como 'alucinações' ou 'coisas do demônio' e punidas com rigor", conta Ana Landi na biografia "Divaldo Franco". "Piorou conforme o menino crescia e seus dons passaram a fazer fama entre os curiosos da vizinhança".

...





(É meio curioso que "violência infantil" seja usado para violência contra as crianças, e não por parte delas, como seria o caso em "violência policial", etc)

Offline Gigaview

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Re:O Espiritismo e a Mediunidade são Portas para Doenças Mentais ?
« Resposta #817 Online: 05 de Maio de 2015, 19:25:12 »
Pode ser também um adjetivo, uma violência nos estágios iniciais de desenvolvimento.
Brandolini's Bullshit Asymmetry Principle: "The amount of effort necessary to refute bullshit is an order of magnitude bigger than to produce it".

Pavlov probably thought about feeding his dogs every time someone rang a bell.


Offline Gigaview

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Re:O Espiritismo e a Mediunidade são Portas para Doenças Mentais ?
« Resposta #819 Online: 05 de Maio de 2015, 20:04:44 »
Acho que conseguimos salvar a santa imagem do Ateísmo e do Ceticismo com essas abordagens parajurídicas.
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Offline Criaturo

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Re:O Espiritismo e a Mediunidade são Portas para Doenças Mentais ?
« Resposta #820 Online: 13 de Maio de 2015, 13:04:11 »
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Repetindo as perguntas:

1. As religiões e as seitas não seriam apenas um grande delírio dos povos para preencher o grande vazio da alma, o desamparo de não conhecer o seu criador, a paranóia de achar-se perseguido num mundo tão cruel e desumano ?

isto não passado tradicional apelo cetico  a carência humana querendo justificar a fé.
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2. O Espiritismo e a Mediunidade são Portas para Doenças Mentais ?
Sim! são portas abertas para todo tipo de doenças, principalmente aos que ja foram desenganados pela medicina convencional.


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mas não seria correto se questionar se: Não são as religiões e seitas já uma grande Doença Mental coletiva ?

não seria correto possuir livre arbitrio sem poder usa-lo, assim sendo voce deve usa-lo pra questionar tudo, inclusive a própria sanidade.  :tease:
« Última modificação: 13 de Maio de 2015, 13:10:28 por Criaturo »
existência é igual a  ciência, sem nenhuma ciência sem existência.

Amo sofia mas, ela parece fugir de mim, de tão longe faz o meu amor platônico.

Offline Andarilho-terrestre

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Re:O Espiritismo e a Mediunidade são Portas para Doenças Mentais ?
« Resposta #821 Online: 17 de Janeiro de 2017, 10:03:35 »
-na minha opinião sim, e muitas vezes o individuo já tem um transtorno psiquiatrico e ao invés de procurar especialista ingressa em cursos mediúnicos e daí começa a ver "buracos na rua " onde não tem "nem buraco nem a rua". 


-

Offline Gigaview

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Re:O Espiritismo e a Mediunidade são Portas para Doenças Mentais ?
« Resposta #822 Online: 17 de Janeiro de 2017, 11:16:32 »
Estranho o fato de Oliver Sachs não ser citado nos.meios espíritas como justificativa de tolerância para  a mediunidade que pode ser considerada desequilíbrio mental
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Offline Buckaroo Banzai

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Re:O Espiritismo e a Mediunidade são Portas para Doenças Mentais ?
« Resposta #823 Online: 17 de Janeiro de 2017, 12:44:28 »
Não acho nem um pouco inesperado que não vá ser algo muito mencionado. Alucinação "benigna" seria uma explicação alternativa que é melhor não mencionar existir, ao mesmo tempo em que falar de posições mais "tolerantes" (não que a hipótese de algo mais grave do que essas alucinações benignas seja mesmo "intolerante") não ajuda a cultivar o senso de que sofrem perseguição (dos ignorantes, menos evoluídos, etc), que geralmente é algo preferido, já que deve despertar maior defensividade, apego. Enquanto a apatia/tolerância alheia é algo que deve também ter algo mais próximo de apatia como resposta.

Offline Gigaview

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Re:O Espiritismo e a Mediunidade são Portas para Doenças Mentais ?
« Resposta #824 Online: 18 de Janeiro de 2017, 20:33:32 »
A doença mental, enquanto inofensiva e socialmente tolerada porque não causa mal a ninguém e aceita como característica de "esquisitice" de uma personalidade excêntrica caracteriza, como citei no início do tópico, os diversos tipos de  "malucos beleza", na falta de um termo mais apropriado ou pelo menos mais politicamente correto. Os médiuns e todos os doentes "obsidiados", com todos os seus delírios entram nessa categoria e podem encontrar respaldo conveniente quando necessário na normalidade dos distúrbios mentais descritos por Sachs além, é claro, da diagnose e tratamentos espirituais. No entanto, até os próprios espíritas reconhecem que, quando o comportamento do médium ou de seus pacientes se torna problemático, intolerável e sem controle, trata-se de um caso de loucura que deve ter cuidados psiquiátricos convencionais.

Na minha opinião, esses cursos de desenvolvimento de médiuns são apenas um recurso para criar "malucos beleza" e tentar mantê-los sob controle para que não cruzem o borderline da loucura, o que certamente muitas vezes acontece.

Já contei aqui que num nesses terreiros de praia no reveillon presenciei uma cena de loucura explícita. Um pai de santo "incorporado" encarou uma moça que estava ao meu lado assistindo e pediu a um ajudante que despejasse gasolina na cabeça dela para que ele pudesse por fogo em seguida. Lógico que o ajudante reconheceu o nonsense da cena e controlou os impulsos do "médium". Caso típico de um "maluco beleza" no borderline. No meio kardecista é comum relatos de médium que não encontram mais paz, com "visões" e "audições" muito frequentes, inconvenientes e incontroláveis de espíritos que fazem pedidos, contam problemas e se intrometem na vida pessoal.
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