Jesus continua sendo minha alegria,
o conforto e a seiva do meu coração
Jesus refreia a minha tristeza,
Ele é a força da minha vida
É o deleite e o sol dos meus olhos,
O tesouro e a grande felicidade da minha alma,
Por isso, eu não deixarei ir Jesus
do meu coração e da minha presença.
Bem-aventurado sou, porque tenho Jesus.
Oh, quão firmemente eu o seguro,
Para que traga refrigério ao meu coração,
quando estou triste e abatido.
Eu tenho Jesus, que me ama
e se confia a mim.
Ah! Por isso não o deixarei,
Mesmo que meu coração se quebre.
O texto acima é um tremendo bullshit. É religioso. Menciona a personagem daquele palestino esquisito de existência duvidosa, etc e tal. A minha sorte é que esse texto raramente aparece dessa forma, mas escrito como está abaixo em alemão:
Jesus bleibet meine Freude,
meines Herzens Trost und Saft,
Jesus wehret allem Leide,
er ist meines Lebens Kraft,
meiner Augen Lust und Sonne,
meiner Seele Schatz und Wonne;
darum lass' ich Jesum nicht
aus dem Herzen und Gesicht.
Wohl mir, dass ich Jesum habe,
o wie feste halt' ich ihn,
dass er mir mein Herze labe,
wenn ich krank und traurig bin.
Jesum hab' ich, der mich liebet
und sich mir zu eigen giebet,
ach drum lass' ich Jesum nicht,
wenn mir gleich mein Herze bricht.
Como não falo alemão, se não conhecesse a tradução em português, talvez teria menos aversão a ele, mas ficaria ainda meio desconfiado do conteúdo onde se repete a palavra Jesus.
O mais interessante é que se o texto fosse declamado, com certeza teria me enganado totalmente em relação ao conteúdo mas com certeza de identificá-lo como poesia pelo ritmo e rima da leitura do orador. Ainda assim, nada teria a me dizer porque desconheço totalmente o alemão.
O mais interessante ainda é que o texto acima é para o coral figurado "Jesus, alegria dos homens" - 10º movimento da Cantata, "Herz und Mund und Tat und Leben, BWV. 147 de Bach. Uma peça extremamente bela e popular que continua sendo uma das minhas favoritas.
Vocês acham que eu deveria deixar de apreciar Bach pelo conteúdo bullshitiano presente em sua obra?
Por que não posso abordar o budismo da mesma forma? Será que devo deixar de apreciar algumas parábolas e poesias interessantes e às vezes engraçadas apenas porque elas abordam devas e outras bobagens que não acredito? Devo recusar terminantemente todos os textos simplesmente porque os textos budistas são alienantes porque antes de tudo são textos religiosos?
Será?