Oras, nada mais natural que os religiosos fiquem na espera de um milagre de G-Zuix, não? Discordo, absolutamente, quanto a que o Estado deveria executar o aborto, mesmo sem a permissão dos responsáveis - a família da garota.
Sim, os religiosos tem todo o direito de esperar um milagre, desde que não tentem interferir nas atitudes do Estado brasileiro, que é laico. Não nego inclusive que tenham direito de excomungar quem quer que seja... mas isso não quer dizer que nós também não tenhamos o direito de achar isto uma estupidez supersticiosa e criticar.
A ICAR tem o direito de ter seus dogmas medievais e exigir que seus fiéis os sigam. Nós temos o direito de dizer que isso é uma tremenda babaquice de imbecis que seguem um livrinho furado da idade do bronze.
Não seria de se admirar, Fabi. São bastante comuns os casos de omissão, em situações como essa; mães que colocam suas paixonites agudas acima do amor pelos filhos.
Então, já que estes casos são comuns, vamos generalizar para todos os estupros que acontecerem antes de investigar. Poupa tempo
... vejam bem, não estou dizendo que a omissão da mãe não pode ter acontecido, o que me incomoda é a mania de julgar antes de saber com certeza se aconteceu.
Essa proposição de que seria um transtorno psicológico insuportável para a mãe, criar um filho fruto de um estupro, para mim não cola. Isso é subestimar o amor materno. Há um caso no interior da Paraíba em que uma jovem, estuprada pelo próprio pai, teve quadrigêmeos decorrentes desse estupro. Pelo que pude perceber, o transtorno para a infeliz é o da luta para conseguir sustentar os filhos, apenas. Ela disse nem mesmo ter cogitado a hipótese do aborto. E experimenta sugerir o endosso dos direitos sobre as crianças... Ela só quer poder criar seus filhos com dignidade.
Azumi, pessoas são diferentes. Não é porque existe este caso no interior da Paraíba que todas as mães tem que agir do mesmo jeito. Algumas vão preferir fazer o aborto, e não são piores do que a abnegada da Paraíba... só tomaram uma decisão diferente, baseadas em N critérios diferentes.
Uma mãe incapaz de amar as suas crias é de uma obsolência, absurda, para vida. Não tem sentido algum.
Isso é muito relativo e até meio romântico, "o amor da mãe supera qualquer coisa"... e não tem nada a ver com o valor à vida. A mulher foi vítima de uma violência terrível, e mesmo assim tem que amar o fruto desta violência a vida toda? Ok, a criança não tem culpa, mas a mãe, menos ainda. Pode até ser que algumas decidam ter os filhos, mas a decisão é dela, e não cabe a quem está de fora, tranquilamente sentado em frente a um computador ou tentando convencer "fiéis" de que sua religião e dogmas são a verdade suprema, julgar se ela tem ou não "amor maternal" suficiente. E aqui estamos falando de um embrião, e não de uma criança... por mais que os movimentos anti-aborto queiram igualar os dois, não é a mesma coisa.
E já que a vida é tão pouco ao seu respeito, porque não, deixar a criança nascer e colocá-la para a disposição de adoção e, então, após o parto, cometer o suicídio?Eis a minha mais nova e angustiante interrogativa.
É, com certeza isso resolve tudo
... Me desculpe, mas sua "nova e angustiante interrogativa" é uma bobagem tão grande que nem vale a pena comentar. É sério mesmo isso ou você está de gozação?