Diego, essa é a minha opinião. De que no caso da mãe não ter percebido, ela foi falha. No caso dela ter compactuado, ela foi criminosa.
Não sei, não. Mas acho que devemos procurar as respostas dentro de si, comedidas por nosso próprio discernimento. Não me acho no direito de dizer a ninguém o que deva fazer de sua vida ou o que deva passar a acreditar ou desacreditar. Não suporto o ar de dono da razão.
A minha opinião é bastante clara e apresenta duas alternativas. Não ofendi ninguém e muito menos tenho essa pretensão. Contudo, nesse tópico, já fora suposto que eu estivesse de gozação e, em diversos momentos, estão usando de tom um tanto deselegante, na tentativa de alterar meu posicionamento. Peço que revejam seus modos, por favor. E não será batendo na mesma tecla que irei mudar. Ninguém aqui deve submissão a quem quer que seja, penso. Eu estou aqui para discutir. Não para brigar. Posso imaginar onde esse tipo de discussão pode nos levar... E só para elucidar um ponto a mais, se fôssemos por sua ótica, da não coveniência das experiências pessoais e do 'acheismo', esse tópico nem deveria ter sido aberto, se é que você me entende.
Não Azumi, não podemos "procurar as respostas dentro de si" porque o fato debatido se refere a algo que ocorreu com uma família a 2500kms de nós, no sertão nordestino, que você só conhece pelas novelas da Globo.
Você ignora fatores como classe social, diferenças na forma de criar e cuidar dos filhos, realidade das crianças, etc e nos diz que, tenha sido a mãe omissa ou conivente, ela falhou porque qualquer mãe (segundo você) deveria notar mudanças de comportamento nos filhos e sentar para conversar com elas.
Entretanto, algumas mães (poucas, aquelas que têm que sair para trabalhar o dia inteiro para sustentar os filhos e a casa e que não se dedicam a real função de criar e venerar a prole) passam o dia fora trabalhando e quando voltam para casa, já encontram os filhos dormindo ou não têm qualquer oportunidade para passar 1hora com a criança.
Se essa mãe foi ou não conivente, só vamos saber após as investigações. Se tiver sido, a conduta dela vai ser tipificada e ela será punida, se não, o que ocorreu não vai ter sido culpa dela. Ser uma mãe ocupada não é crime.
E o seu comportamento mudou, de uns tempos pra cá.
Não viu nas páginas anteriores o que o Barata disse? Eu, uili e todo o harém dele fomos molestados, mas nossas mães obtusas estavam ocupadas demais para perceber. Especialmente no meu caso, já que moro sozinho...
Não assisto novela da Globo. Aliás, nem assisto TV. Conheço o sertão nordestino muito, mas muito bem. Apesar de ser natural do brejo nordestino. Lembrando a você que, em ambientes virtuais, nem sempre somos o que aparentamos ser.
Inclusive, os fatores determinantes para a minha posição, foram, justamente, o contexto da história e os aspectos antropológicos. A mãe da garota saía de casa para trabalhar e deixava as duas filhas - a mais velha com necessidades especiais -, com o padrasto, um sujeito de 23 anos de idade, que ela mal conhecia e que passava o dia inteiro em casa, com as meninas. A violência era praticada com bastante freqüência, isso num período de 3 anos. Era, no mínimo, sugestivo, que a mãe tivesse o cuidado de sondar. Mas por depoimento da mesma, ela NUNCA imaginou que isso pudesse ocorrer. Foi o que disse da cultura de achar que nunca vai acontecer conosco. O que é uma falha, principalmente em se tratando de pessoas responsáveis por crianças. A sua justificativa da falta de tempo, devido ao trabalho, não se aplica a um caso de violência, dentro de casa, com tanta freqüência, num período de três longos anos. Eu concordo que esse tipo de justificativa seja aplicável, mas para casos isolados. Não casos como esse, que discutimos aqui. A figura da criança deve ser preservada sempre, pois, qualquer descuido, pode implicar em dano emocional e psicológico, a longo prazo, e decorrente dessas experiências de violência sexual, certamente o resultado é devastador.
E concordo que quanto a ela ter sido conivente ou não, isso não nos cabe julgar. Só as investigações dirão.
Bem que eu desconfiava... Mas nesse caso serei, descaradamente, conivente!
Spitfire, um adendo: A menina tinha 6 anos de idade e a irmã, portadora de necessidades especiais, 10 anos, quando começaram os abusos.