Autor Tópico: Legalização da maconha  (Lida 135892 vezes)

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Offline Moro

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Re: Legalização da maconha
« Resposta #175 Online: 29 de Abril de 2009, 09:17:06 »
E tem mais um ponto, que é essa associação temporal um pouco desmedida.

Olhando a pesquisa que o Johan apresentou, vemos que a maior parte dos usuários de maconha são usuários de alcool. Isso quer dizer que a porta de entrada para a maconha é o alcool e portanto o alcool é a porta de entrada para drogas mais pesadas?

Como já disse, eu conheço vários usuários de maconha que não foram para drogas mais pesadas. Os que foram, custo acreditar que foram levados à droga pesada por algo mais que não seu próprio perfil.

“If an ideology is peaceful, we will see its extremists and literalists as the most peaceful people on earth, that's called common sense.”

Faisal Saeed Al Mutar


"To claim that someone is not motivated by what they say is motivating them, means you know what motivates them better than they do."

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Offline Lion

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Re: Legalização da maconha
« Resposta #176 Online: 29 de Abril de 2009, 14:14:27 »
Também conheço muita gente que faz uso da maconha é tem uma vida completamente normal, nenhuma delas tem crises de abstinência por não usar a maconha.... acho que ta rolando um exagero em relação ao vício provocado pela maconha... agora se tratando de outras drogas mais pesadas eu até concordo que provocam o vício rapidamente, conheço pessoas que fazem uso de drogas mais pesadas como o crack e que são completamente viciadas e improdutivas no dia a dia, mas esse não é o caso da maconha, falo isso baseado no que vejo rolando entre alguns conhecidos que fazem uso de drogas.

Isso é um pouco preocupante, nao?

Pesquisa mostra que 50% dos usuários de maconha no país acaba utilizando cocaína ou crack
http://oglobo.globo.com/vivermelhor/mat/2009/04/27/pesquisa-mostra-que-50-dos-usuarios-de-maconha-no-pais-acaba-utilizando-cocaina-ou-crack-755456941.asp



Não!

Acho exagerado atribuir à maconha a culpa do aumento do consumo de drogas pesadas...

Da uma lida no post anterior do Agnóstico, compartilho a mesma opinião. 

Offline Lion

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Re: Legalização da maconha
« Resposta #177 Online: 29 de Abril de 2009, 14:16:50 »
Que bela propaganda faz dos usuários de drogas.

Perdoe o meu senso de humor... mas não sabia que tinha de fazer propaganda.

OK então:

Sou alto, moreno, de olhos azuis e rico...tá interessado ? hauhauahuahauhauahuahauhauhauahua

ps: melhorou a minha auto-propaganda ? hahahaha povo engraçado desse forum... a vida de vocês deve ser uma merda mesmo, quanta "seriedade" (valeu como terceiro cartão já ?)

Sinto desapontá-lo, mas não sou homossexual.


Não somos tão sérios, podicrêêêêêêêêêêê meu...... na paiz....... na moral aí, valeu.......... então...... o que eu tava dizendo mesmo...... ah sim, já vou....... fiquem na paiz aí, toda a galera....... e lembrem, legalize já, uma erva natural não pode te prejudicá......

Agora vou comer, mó lááááára meu! E depois dormir, falou aííííí galéééééra!!!



 :histeria: :histeria:

Offline N3RD

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Re: Legalização da maconha
« Resposta #178 Online: 30 de Abril de 2009, 00:04:25 »
Poots eu nem sabia que o povo pensava isto dos militares :( nunca mais falo que já fui milico.

Não deseje.

Offline Johan

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Re: Legalização da maconha
« Resposta #179 Online: 30 de Abril de 2009, 00:22:22 »
Acho exagerado atribuir à maconha a culpa do aumento do consumo de drogas pesadas...

Da uma lida no post anterior do Agnóstico, compartilho a mesma opinião. 

Esse?

E tem mais um ponto, que é essa associação temporal um pouco desmedida.

Olhando a pesquisa que o Johan apresentou, vemos que a maior parte dos usuários de maconha são usuários de alcool. Isso quer dizer que a porta de entrada para a maconha é o alcool e portanto o alcool é a porta de entrada para drogas mais pesadas?

Como já disse, eu conheço vários usuários de maconha que não foram para drogas mais pesadas. Os que foram, custo acreditar que foram levados à droga pesada por algo mais que não seu próprio perfil.

Você tem que levar em conta o percentual dos usuários que apresentam progressão de uma droga pra outra.

Primeiramente o que eu pude observar é que há sempre um avanço, partindo de drogas mais leves (e normalmente as lícitas) para drogas mais pesadas, onde nem sempre todo indivíduo chega ao mesmo patamar final. Dessa forma é normal que o primeiro contato com "drogas" seja pelo alcool e cigarro. Sendo assim vamos a alguns dados que não pretendo levar totalmente a sério, mas como base de comparações:

Percentual de consumidores de bebidas alcoolicas:
"A maior parte dos brasileiros com mais de 18 anos bebe pelo menos uma vez ao ano. Mais precisamente, 52%. Cerca de 33 milhões de pessoas, ou 28% da população, ingere álcool em volume considerado excessivo – mais de cinco doses por vez para homens e mais de quatro para mulheres. E a cerveja é a bebida alcoólica mais consumida. Ela corresponde a 61% das doses ingeridas no País."
http://www.brasilwiki.com.br/noticia.php?id_noticia=2038

Percentual de consumidores de maconha:
"O Brasil é o país da América Latina que registrou maior aumento no consumo de maconha até 2005, passando de 1% da população adulta em 2001 para 2,6% em 2005"
http://noticias.uol.com.br/cotidiano/2008/06/26/ult5772u193.jhtm

Percentual de consumidores de cocaina:
"No Brasil, o índice já atingiu a 2,6 consumidores para cada grupo de 100, contra 1 em 2001."
http://www.triangulomineiro.com/noticia.aspx?catNot=63&id=8564&nomeCatNot=Comportamento

Assim como a pesquisa que eu publiquei no meu post anterior (sequencia de consumo dos usuarios de crack) achei uma aqui sobre os usuários de cocaina que tem o seguinte trecho:
"Durante suas vidas, a maioria tinha usado diversas substâncias, incluindo: tabaco (88%), álcool (88%), maconha (96%), solventes (54%), anfetaminas (24%), e tranqüilizantes (51%)."
http://www.unifesp.br/dpsiq/posgrad/teses/john.htm

Se considerarmos sempre uma progressão meio padrao (que deve ser pouco possível de nao ocorrer) se nota que a mudança do usuário indo de alcool para maconha não é tão grande. Se 28%  das pessoas consomem alcool em excesso no pais, somente 10% destes irão usar maconha (2,6% na noticia). Achei interessante, e até provavel q os dados nao sejam mt precisos, que o consumo de cocaina está com porcentagens muito próximas da maconha...

Se baseando entao na primeira noticia que eu coloquei, que cerca de 50% dos usuarios de maconha passam a usar cocaina, é um percentual muito mais alto do que o de alcool -> maconha.

Agora, aqui nesse tópico muito defendem da questao da maconha ser medicinal, mas nada tem a ver isso com o uso para usuários como os das pesquisas.

Porque motivo alguém usaria maconha? por prazer?
Parece natural que essa progressão ocorra alcool/cigarro->maconha->cocaina... (com outras drogas ai pelo meio), quando o usuário busca apenas satisfazer seu prazer, e com isso concordo que tenha relações diretas com seu perfil impulsivo.

Parece para mim o simples desejo de fumar maconha já muito próximo desse perfil, afinal não é um impulso a necessidade de querer fumar?

Pra mim o alcool ja tem uma "liberdade" desnecessária na nossa sociedade, infelizmente.

Offline Bob Cuspe

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Re: Legalização da maconha
« Resposta #180 Online: 30 de Abril de 2009, 09:11:09 »
Citar
Se considerarmos sempre uma progressão meio padrao (que deve ser pouco possível de nao ocorrer) se nota que a mudança do usuário indo de alcool para maconha não é tão grande. Se 28%  das pessoas consomem alcool em excesso no pais, somente 10% destes irão usar maconha (2,6% na noticia). Achei interessante, e até provavel q os dados nao sejam mt precisos, que o consumo de cocaina está com porcentagens muito próximas da maconha...

Se baseando entao na primeira noticia que eu coloquei, que cerca de 50% dos usuarios de maconha passam a usar cocaina, é um percentual muito mais alto do que o de alcool -> maconha.

Agora, aqui nesse tópico muito defendem da questao da maconha ser medicinal, mas nada tem a ver isso com o uso para usuários como os das pesquisas.

Porque motivo alguém usaria maconha? por prazer?
Parece natural que essa progressão ocorra alcool/cigarro->maconha->cocaina... (com outras drogas ai pelo meio), quando o usuário busca apenas satisfazer seu prazer, e com isso concordo que tenha relações diretas com seu perfil impulsivo.

Parece para mim o simples desejo de fumar maconha já muito próximo desse perfil, afinal não é um impulso a necessidade de querer fumar?

Pra mim o alcool ja tem uma "liberdade" desnecessária na nossa sociedade, infelizmente.


Eae Johan!

Cara, não acho tão simples assim analisar esses dados. Você atribui a progressão à maconha 10% dos 28% de consumidores de bebida (que consomem excessivamente) e isso não é válido pois existem também usuários de maconha que fazem a progressão a partir do nada ou do cigarro.

No que tange a progressão maconha->cocaína, talvez 50% seja impreciso, porem essa progressão existe sim, mas não pode ser atribuida ao consumo da maconha diretamente (não é efeito da maconha instigar o usuário a buscar outras drogas mais pesadas) e sim a propensão e interesse do usuário em experimentar drogas mais fortes e claro, o contato direto com traficantes (outro bom argumento a favor da legalização da maconha).  Também é válido imaginar a progressão alcool->cocaína, solventes->cocaina. Enfim, não vejo como uma progressão linear a partir do álcool para o crack passando por todas as drogas.

Em relação a maconha medicinal, em meus posts eu citei algumas pesquisas a respeito dos efeitos da maconha que são relativas ao uso medicinal. Não citei para justificar o consumo recreativo, mas somente como fonte de dados confiaveis. Acho que citar os motivos para o consumo recreativo aqui seria mais ou menos fazer apologia e não é essa minha intenção. Só deixo claro que uso de forma recreativa porque me dá prazer análogo ao prazer do consumo de álcool. Lubrificante social.

Da mesma forma, é subjetivo citar os motivos para o consumo de bebidas por prazer. Pode-se dizer que relaxa, que dá coragem, que deixa as mulheres mais bonitas... mas cada um é cada um, eu bebo porque eu gosto!

[off topic] é alarmante esse numero de consumidores de bebida não ser levado como um problema de saúde pública. Pior que isso é ver veiculado na televisão o consumo de cerveja com o sucesso do jogador Ronaldo. Achei isso péssimo (opinião pessoal).






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Offline Lua

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Re: Legalização da maconha
« Resposta #181 Online: 30 de Abril de 2009, 10:18:19 »
Poots eu nem sabia que o povo pensava isto dos militares :( nunca mais falo que já fui milico.

Não se preocupe, N3RD... Nem todo mundo acredita que é o Batman (e a Liga da Justiça) que nos protege... ::) Se é ruim com os militares, infinitamente pior sem eles... Já peguei uma greve da PM em Salvador e posso atestar que parecia um daqueles filmes apocalipticos.
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Offline Lion

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Re: Legalização da maconha
« Resposta #182 Online: 30 de Abril de 2009, 10:31:04 »
Acho exagerado atribuir à maconha a culpa do aumento do consumo de drogas pesadas...

Da uma lida no post anterior do Agnóstico, compartilho a mesma opinião. 

Esse?

E tem mais um ponto, que é essa associação temporal um pouco desmedida.

Olhando a pesquisa que o Johan apresentou, vemos que a maior parte dos usuários de maconha são usuários de alcool. Isso quer dizer que a porta de entrada para a maconha é o alcool e portanto o alcool é a porta de entrada para drogas mais pesadas?

Como já disse, eu conheço vários usuários de maconha que não foram para drogas mais pesadas. Os que foram, custo acreditar que foram levados à droga pesada por algo mais que não seu próprio perfil.

Você tem que levar em conta o percentual dos usuários que apresentam progressão de uma droga pra outra.

Primeiramente o que eu pude observar é que há sempre um avanço, partindo de drogas mais leves (e normalmente as lícitas) para drogas mais pesadas, onde nem sempre todo indivíduo chega ao mesmo patamar final. Dessa forma é normal que o primeiro contato com "drogas" seja pelo alcool e cigarro. Sendo assim vamos a alguns dados que não pretendo levar totalmente a sério, mas como base de comparações:

Percentual de consumidores de bebidas alcoolicas:
"A maior parte dos brasileiros com mais de 18 anos bebe pelo menos uma vez ao ano. Mais precisamente, 52%. Cerca de 33 milhões de pessoas, ou 28% da população, ingere álcool em volume considerado excessivo – mais de cinco doses por vez para homens e mais de quatro para mulheres. E a cerveja é a bebida alcoólica mais consumida. Ela corresponde a 61% das doses ingeridas no País."
http://www.brasilwiki.com.br/noticia.php?id_noticia=2038

Percentual de consumidores de maconha:
"O Brasil é o país da América Latina que registrou maior aumento no consumo de maconha até 2005, passando de 1% da população adulta em 2001 para 2,6% em 2005"
http://noticias.uol.com.br/cotidiano/2008/06/26/ult5772u193.jhtm

Percentual de consumidores de cocaina:
"No Brasil, o índice já atingiu a 2,6 consumidores para cada grupo de 100, contra 1 em 2001."
http://www.triangulomineiro.com/noticia.aspx?catNot=63&id=8564&nomeCatNot=Comportamento

Assim como a pesquisa que eu publiquei no meu post anterior (sequencia de consumo dos usuarios de crack) achei uma aqui sobre os usuários de cocaina que tem o seguinte trecho:
"Durante suas vidas, a maioria tinha usado diversas substâncias, incluindo: tabaco (88%), álcool (88%), maconha (96%), solventes (54%), anfetaminas (24%), e tranqüilizantes (51%)."
http://www.unifesp.br/dpsiq/posgrad/teses/john.htm

Se considerarmos sempre uma progressão meio padrao (que deve ser pouco possível de nao ocorrer) se nota que a mudança do usuário indo de alcool para maconha não é tão grande. Se 28%  das pessoas consomem alcool em excesso no pais, somente 10% destes irão usar maconha (2,6% na noticia). Achei interessante, e até provavel q os dados nao sejam mt precisos, que o consumo de cocaina está com porcentagens muito próximas da maconha...

Se baseando entao na primeira noticia que eu coloquei, que cerca de 50% dos usuarios de maconha passam a usar cocaina, é um percentual muito mais alto do que o de alcool -> maconha.

Agora, aqui nesse tópico muito defendem da questao da maconha ser medicinal, mas nada tem a ver isso com o uso para usuários como os das pesquisas.

Porque motivo alguém usaria maconha? por prazer?
Parece natural que essa progressão ocorra alcool/cigarro->maconha->cocaina... (com outras drogas ai pelo meio), quando o usuário busca apenas satisfazer seu prazer, e com isso concordo que tenha relações diretas com seu perfil impulsivo.

Parece para mim o simples desejo de fumar maconha já muito próximo desse perfil, afinal não é um impulso a necessidade de querer fumar?

Pra mim o alcool ja tem uma "liberdade" desnecessária na nossa sociedade, infelizmente.


Esse mesmo....

Exato, nem todo individuo chega ao mesmo patamar final, por isso disse que conheço muita gente que faz uso da maconha a anos e não passou para um nível superior,  - ou seria inferior???  :P  - , de drogas.

Sim, o cara que faz uso de maconha está em busca de certo prazer, agora em relação ao uso medicinal da maconha tenho minhas dúvidas se entre as pessoas que fazem campanha para a legalização existam muitos que necessitem da maconha para algum tratamento, a maioria para não dizer todos querem apenas curtir um barato.

Offline Orbe

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Re: Legalização da maconha
« Resposta #183 Online: 30 de Abril de 2009, 14:21:57 »
Poots eu nem sabia que o povo pensava isto dos militares :( nunca mais falo que já fui milico.

É que falar mal de militares é uma das modinhas do momento. Mas na hora que um conflito acontece, todo mundo corre atrás deles implorando ajuda...
Se você se importasse não estaria discutindo e sim agindo...

Offline Mr. Mustard

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Re: Legalização da maconha
« Resposta #184 Online: 30 de Abril de 2009, 14:43:50 »
Droga nenhuma deveria ser legalizada. Devemos pensar no bem estar da população. Famílias inteiras e a área de saúde já possuem problemas demais com alcoólatras, fumantes inverterados e dependentes de remédios (que não deixam de ser drogas, digamos, legalizadas), fora os viciados em comida.

Legalizar mais drogas e aumentar ainda mais os problemas. Fora ter que aguentar a agressividade de um cheirador ou o papo furado de alguém que consumiu um LSD.

Infelizmente sempre haverá drogas por aí, mas legalizar qualquer uma já é demais.

Offline Moro

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Re: Legalização da maconha
« Resposta #185 Online: 30 de Abril de 2009, 15:10:58 »
Mr Mustard

Digamos que eu concorde que droga nenhuma deve ser consumida (alcool, maconha, etc..). A questão é que elas serão consumidas.
Cigarro é liberado e com o grande controle e propaganda negativa, seu consumo estabilizou no brasil. Em outros países mais desenvolvidos, o consumo desabou.

Deixar a maconha na ilegalidade, além de não adiantar absolutamente nada, ainda gera tráfico, menos impostos, etc..  Esse é o ponto aqui, muito mais uma questão do mundo prático do que do mundo teórico.
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Offline Buckaroo Banzai

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Re: Legalização da maconha
« Resposta #186 Online: 30 de Abril de 2009, 15:37:16 »
Droga nenhuma deveria ser legalizada. Devemos pensar no bem estar da população. Famílias inteiras e a área de saúde já possuem problemas demais com alcoólatras, fumantes inverterados e dependentes de remédios (que não deixam de ser drogas, digamos, legalizadas), fora os viciados em comida.

Legalizar mais drogas e aumentar ainda mais os problemas. Fora ter que aguentar a agressividade de um cheirador ou o papo furado de alguém que consumiu um LSD.

Infelizmente sempre haverá drogas por aí, mas legalizar qualquer uma já é demais.

Mais uma vez servindo de papagaio do Mark Kleiman, legalização e proibição são termos que tendem levar o conceito a extremos que não são necessariamente as melhores soluções. Uma coisa meio no limiar da legalização - aceitação de produção caseira e venda infromal, em pequena escala, e não para menores - teria a vantagem tanto de diminuir o nicho do tráfico, que poderia ser eventualmente eliminado ou no mínimo deixar de ser violento (especialmente se violência for o principal critério de prioridade ao combate), ao mesmo tempo em que não ampliaria o leque de ferramentas de grandes empresas que têm como meta/lucro aumentar o número de viciados, e que já são muito bem sucedidas fazendo isso apenas com uma droga.

Offline Mr. Mustard

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Re: Legalização da maconha
« Resposta #187 Online: 30 de Abril de 2009, 16:46:38 »
Prezados Agnóstico / Buckaroo,

Bom, eu acho que fui bem claro no meu comentário, mas detalho o seguinte: É mais barato para um Estado evitar uma superpopulação de drogrados, alcoolatras, obesos, tabagistas, etc. Ou vocês acham que não?

Se para vocês legalizar a maconha é o "Correto" ou seja lá o que for, beleza. Eu estou partindo do princípio de que droga é droga e ponto.
Não há o que discutir nisto. Se muita gente usa, paciência, que morram felizes. Tentar encontrar um ponto de equilíbrio no uso/legalização de intorpecentes e/ou alcoól é uma discussão eterna.

Mas acho que, quanto mais drogados, mais doentes, mas recursos do estado, etc... Vocês não acham que temos o suficiente por causa do alcool? Ou por causa do cigarro? Se a sociedade aceita os erros do passado (alcool e cigarro) para que não ocorram no futuro, então esse papo de legalização tem que acabar. Ou vamos usar o cigarro e o alcool como desculpa até quando?

Me desculpe, mas produção caseira, venda informal (em pequena escala) e não para menores Buckaroo... Talvez o papagaio aqui não seja eu... Esse foi o maior sonho que já ouvir falar.


Offline Buckaroo Banzai

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Re: Legalização da maconha
« Resposta #188 Online: 30 de Abril de 2009, 17:24:48 »
Eu e o agnóstico temos opiniões diferentes sobre o tema. Respondendo só por mim:

Bom, eu acho que fui bem claro no meu comentário, mas detalho o seguinte: É mais barato para um Estado evitar uma superpopulação de drogrados, alcoolatras, obesos, tabagistas, etc. Ou vocês acham que não?

Depende totalmente de como isso é feito. Estou convencido que através de uma política de "proibição total" acaba geralmente sendo um tiro pela culatra, porque criam um nicho lucrativo para o tráfico de drogas, e sua violência não sai barato, nem necessariamente faz menos vítimas. E as vítimas são mais provavelmente inocentes.


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Se para vocês legalizar a maconha é o "Correto" ou seja lá o que for, beleza. Eu estou partindo do princípio de que droga é droga e ponto.
Não há o que discutir nisto. Se muita gente usa, paciência, que morram felizes.

Na verdade a minha opinião talvez seja um pouco mais parecida com a sua do que a do agnóstico, sou só um pouco mais moderado, admito que exista, principalmente com relação ao álcool, uma boa parte dos consumidores que "sabem" ou "podem" beber sem causar problemas consideráveis para si ou para os outros, talvez até tendo benefícios à saúde, inclusive. O tabaco já seria mais ou menos como uma mistura de passatempo potencialmente invasivo, como jogar videogame com o volume muito alto, e esporte radical, que sujeita o praticante a se ferir gravemente ou morrer.


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Tentar encontrar um ponto de equilíbrio no uso/legalização de intorpecentes e/ou alcoól é uma discussão eterna.

Mas acho que, quanto mais drogados, mais doentes, mas recursos do estado, etc... Vocês não acham que temos o suficiente por causa do alcool? Ou por causa do cigarro? Se a sociedade aceita os erros do passado (alcool e cigarro) para que não ocorram no futuro, então esse papo de legalização tem que acabar. Ou vamos usar o cigarro e o alcool como desculpa até quando?

Só que álcool também trouxe uma lição com o famoso episódio de sua proibição nos EUA, e a violência do crime resultante. o mesmo problema do tráfico de drogas

Parece que há uma tendência aos defensores de legalização só vêem os problemas do tráfico resultante da ilegalidade, e os defensores da ilegalidade, os problemas do uso de drogas em larga escala possibilitado pela legalização nos moldes do álcool e do tabaco.

Eu mesmo era meio culpado disso, pensava que talvez a melhor solução fosse legalizar e ver no que dava, fazendo figa para que não aumentassem demais os problemas decorrentes do uso das drogas recém transformadas em produtos industriais, mas não era realmente muito otimista quanto a isso, apenas imaginava que talvez por pior que fosse ser, possivelmente ainda seria bem menos pior que o tráfico, que é um problema que afeta muito mais pessoas que seriam afetadas apenas pelo uso de drogas (principalmente os usuários).

Apenas apreciando os problemas de ambos os extremos que se percebe que através de um meio termo que se evita ao máximo os problemas das drogas ou de sua proibição. Depois de ter visto essa possibilidade exposta pelo Kleiman, fiquei meio embasbacado de como é algo simples, elementar, um ovo de colombo, e ao mesmo tempo tão desconhecido. O mais próximo de "meio termo" que já ouvi falar, discurso até bastante comum, seria é a descriminalização do uso de forma que só faz dele um financiador-usuário da violência, mas isso também é tão ou mais equivocado do que os extremos, é quase como combinar os erros de ambos.



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Me desculpe, mas produção caseira, venda informal (em pequena escala) e não para menores Buckaroo... Talvez o papagaio aqui não seja eu... Esse foi o maior sonho que já ouvir falar.

Eu não te chamei de papagaio, disse que eu era papagaio do Mark Kleiman, de quem eu repetia (feito papagaio) os argumentos. O que vê de problemático, de "sonho" nessa proposta?

Offline Mr. Mustard

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Re: Legalização da maconha
« Resposta #189 Online: 30 de Abril de 2009, 17:52:12 »
Buckaroo Banzai,

Deixa eu me explicar melhor:

a) Legalização de drogas: Não conheço uma que não seja marginalizada. Agora há campanhas para marginalização do cigarro, daqui a pouco vem o alcool. Resumindo: A sociedade quer declaradamente se livrar de vícios. Concluo: Assim como o aborto, as drogas serão usadas as escondidas.

b) Tráfico de drogas: Vai sempre existir. Seja de drogas, seja de humanos, etc. É possível diminuir? Sim, mas não erradicá-lo, logo, temos que conviver com o problema.

c) Pensando na maioria: Se um estado faz uma campanha massiva para que as pessoas não usem drogas, então lentamente a cultura popular vai se sedimentando. Não funcionou com o cinto de segurança? Então pode funcionar com as drogas.

d) Pensando na sua proposta:

d.1) Hoje, o orçamento da polícia para o tráfico é de efeito rápido, ou seja, manda um grupo para favela ou para fazer batidas para resolver o problema pontualmente, mesmo que por denúncia anônima. A raiz do problema continua existindo.

d.2) Hoje, o orçamento da saúde simplesmente não dá para recuperar um drogado/alcoolatra e mesmo que a família tenha plano de saúde, a recuperação é lenta e nem sempre funciona. Não preciso dizer que o orçamento da saúde é muito maior que o da polícia, certo?

d.3) Então eu, maior de idade, resolvo plantar maconha na minha casa: Primeiro que o governo precisa me dizer qual o tamanho máximo da plantação. Digamos que seja 4 metro quadrados... Mas sou esperto e planto muito mais que isso... Bom, primeiro ponto de sua proposta que demandaria recursos do estado para entrar na sua casa e fiscalizar o que você anda plantando;

d.4) Então eu, maior de idade, plantei minha droga dentro do limite estipulado, estou sendo "honesto" e resolvo vender informalmente o meu excedente... Pronto: Os meus vizinhos que não usam droga me acusam de corromper seus filhos... Segundo ponto de sua proposta que demandaria mais recursos do estado para que a polícia venha averiguar a situação, um advogado, um processo, a maquina judiciária, etc...

d.5) Não para menores... Este ponto eu não preciso entrar em detalhes, certo? Sou prova disto: Bebi minha primeira cerveja escondido aos 15 anos de idade e o primeiro cigarro normal aos 17.


Offline Lua

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Re: Legalização da maconha
« Resposta #190 Online: 30 de Abril de 2009, 23:51:14 »
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30/04/2009 - 17h32
Justiça proíbe Marcha da Maconha em São Paulo, Salvador e João Pessoa


A Justiça em São Paulo, Salvador e João Pessoa (PB) proibiu a realização da Marcha da Maconha, que ocorreria no próximo domingo (3). O protesto também está marcado para ocorrer simultaneamente em Florianópolis, Fortaleza, João Pessoa e Recife no domingo. Os organizadores de Salvador e João Pessoa remarcaram o protesto para o dia 31 de maio e entraram com recurso. Em São Paulo, os organizadores tentam ainda reverter a decisão.

As manifestações foram proibidas pela Justiça depois de as Promotorias entrarem com ações para impedir a marcha. Ambas alegaram que os protestos fazem apologia ao uso de drogas e que é organizado por um site clandestino, com hospedagem fora do Brasil.

Em São Paulo, a suspensão da marcha foi indeferida pela juíza Maria Fernanda Belli, do Departamento de Inquéritos Policiais e Corregedoria da Polícia Judiciária da Capital, o que levou o Ministério Público a entrar com um mandado de segurança no TJ (Tribunal de Justiça). Nesta quinta-feira, o desembargador Di Rissio Barbosa concedeu a liminar suspendendo o evento.

A decisão da suspensão do evento foi comunicada às Polícias Civil e Militar, à Guarda Civil Metropolitana e à CET (Companhia de Engenharia de Tráfego).

No ano passado, o Ministério Público também conseguiu suspender a realização da Marcha da Maconha, com mandado de segurança depois que o pedido foi negado pela juíza de primeira instância.

A liminar que proíbe o protesto em Salvador foi deferida nesta quarta-feira (29) pela juíza Nartir Dantas Weber. No despacho, a juíza ainda recomenda que a notificação aos comandos das Polícias Civil e Militar e à prefeitura para que sejam tomadas medidas necessárias para evitar a manifestação.

O Ministério Público na Bahia entrou com procedimento investigatório criminal para investigar a origem do site que divulga a marcha e também para apurar o crime previsto na lei 11.343/06 que preconiza que induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso indevido de droga é crime com pena de um a três anos.

Covardia

Um dos organizadores e advogado da marcha Gerardo Xavier Santiago, chamou de covardia a atitude da Promotoria.

"O Ministério Público não tem a coragem de discutir o mérito da proibição da marcha. Ele tem medo de discutir esse mérito porque sabe que ele perde, nem que a gente tenha que ir até o STF [Supremo Tribunal Federal]. Então eles usam essa tática desleal de pedir liminar nas vésperas do plantão e conseguir e depois de passar as datas das marchas pedir um arquivamento das próprias ações por perda do objeto", disse Santiago.

Segundo o advogado, o mérito da ação é se a marcha deve ou não acontecer. "É claro que nosso objetivo não é a apologia ao uso da maconha. Nosso objetivo é combater a política pública sobre a maconha", afirmou o advogado.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u558659.shtml
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Offline Buckaroo Banzai

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Re: Legalização da maconha
« Resposta #191 Online: 01 de Maio de 2009, 00:09:02 »
Buckaroo Banzai,

Deixa eu me explicar melhor:

a) Legalização de drogas: Não conheço uma que não seja marginalizada. Agora há campanhas para marginalização do cigarro, daqui a pouco vem o alcool. Resumindo: A sociedade quer declaradamente se livrar de vícios. Concluo: Assim como o aborto, as drogas serão usadas as escondidas.

Não é "a sociedade", são setores da sociedade que querem se livrar do álcool e do cigarro.


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b) Tráfico de drogas: Vai sempre existir. Seja de drogas, seja de humanos, etc. É possível diminuir? Sim, mas não erradicá-lo, logo, temos que conviver com o problema.

Mas pode-se miminzá-lo, diminuindo sua lucratividade, fazendo com que não valha a pena investir em arsenais e guerrilha urbana para vender coisas que qualquer um pode produzir em casa ou comprar baratinho de algum amigo que produz em casa.


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c) Pensando na maioria: Se um estado faz uma campanha massiva para que as pessoas não usem drogas, então lentamente a cultura popular vai se sedimentando. Não funcionou com o cinto de segurança? Então pode funcionar com as drogas.

Essas coisas podem ser feita paralelamente às políticas sugeridas por Kleiman, o que só faz o uso diminuir, sem ao mesmo tempo se ter o problema de criar uma situação em que o comércio ilegal seja lucrativo a ponto de poder sustentar pequenos exércitos para combater a polícia.



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d) Pensando na sua proposta:

d.1) Hoje, o orçamento da polícia para o tráfico é de efeito rápido, ou seja, manda um grupo para favela ou para fazer batidas para resolver o problema pontualmente, mesmo que por denúncia anônima. A raiz do problema continua existindo.

d.2) Hoje, o orçamento da saúde simplesmente não dá para recuperar um drogado/alcoolatra e mesmo que a família tenha plano de saúde, a recuperação é lenta e nem sempre funciona. Não preciso dizer que o orçamento da saúde é muito maior que o da polícia, certo?

Então, resolveremos tudo quando tivermos um orçamento melhor? Um passo para isso talvez fosse parar de gastar com o que não importa, que seriam por exemplo pessoas não-violentas que cultivam a própria droga e até mesmo vendem em pequenas quantidades. Esses param de financiar os exércitos do tráfico, que ficam sem orçamento para se munir, e são mais facilmente combatidos.



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d.3) Então eu, maior de idade, resolvo plantar maconha na minha casa: Primeiro que o governo precisa me dizer qual o tamanho máximo da plantação. Digamos que seja 4 metro quadrados... Mas sou esperto e planto muito mais que isso... Bom, primeiro ponto de sua proposta que demandaria recursos do estado para entrar na sua casa e fiscalizar o que você anda plantando;

Não estou dizendo que saia de graça, mas são coisas do tipo blitze e fiscalização, coisas talvez um pouco parecidas a visitas de agentes de condicional, que me parecem mais baratas e com menos vítimas fatais do que a guerra armada contra o tráfico.



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d.4) Então eu, maior de idade, plantei minha droga dentro do limite estipulado, estou sendo "honesto" e resolvo vender informalmente o meu excedente... Pronto: Os meus vizinhos que não usam droga me acusam de corromper seus filhos... Segundo ponto de sua proposta que demandaria mais recursos do estado para que a polícia venha averiguar a situação, um advogado, um processo, a maquina judiciária, etc...

O que não deixa de acontecer se por acaso uma pessoa decidir fazer isso mesmo sendo totalmente ilegal, a menos que se tenha uma esperança utópica de que ninguém vá querer cultivar ou obter droga alguma.



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d.5) Não para menores... Este ponto eu não preciso entrar em detalhes, certo? Sou prova disto: Bebi minha primeira cerveja escondido aos 15 anos de idade e o primeiro cigarro normal aos 17.

Não se tem com esse tipo de coisa uma necessidade de expectativa de cumprimento absoluto da lei, pode-se simplesmente ser realista. É esperado que adolescentes e até crianças consigam obter drogas eventualmente, não há plano perfeito, isso deve valer até mesmo para proibição total. O que se pode fazer é, quando se notar um problema, ir atrás, e punir os responsáveis, mais ou menos como se faria em qualquer lugar do mundo onde as drogas são proibidas, mas provavelmente com menos resistência armada e problemas desse tipo.

Offline Bob Cuspe

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Re: Legalização da maconha
« Resposta #192 Online: 01 de Maio de 2009, 00:16:48 »
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30/04/2009

Na tarde desta quinta-feira, 30, o pedido de liminar em Mandado de Segurança, apresentado pelo Ministério Público Federal à 11a Câmara Criminal, foi aceito. O Ministério Público, representado pelo promotor Marcelo Barone, sustentou que a Marcha da Maconha é “uma apologia ao uso da erva e está sendo patrocinado por entidade clandestina localizada fora do país”.

O Coletivo de São Paulo vem por meio deste reforçar que não faz apologia ao uso da Maconha e é sustentado por voluntários. A Marcha da Maconha é uma manifestação coletiva por um pedido de mudança na lei de 11.343/06, que institui a Política de Drogas. Para o Coletivo, esse direito é legitimo.

O Coletivo São Paulo informa que tomou as medidas judiciais necessárias para a realização da Marcha da Maconha e aguarda o julgamento, que será realizado amanhã.

Fonte: http://www.marchadamaconha.org/blog/sobre-a-marcha-da-maconha-em-sao-paulo_771

Parece que está aberta a temporada de caça às bruxas....  :no:

Galera, ao longo desse debate eu percebi que existe uma carência de informações a respeito da maconha. As pessoas acabam postando coisas como: Crise de abstinência de maconha, maconha faz o usuário ficar violento...etc.

Segue então dois links, imparciais, a respeito dos efeitos da maconha e da história da proibição. Sugiro uma leitura antes de postar os argumentos.

Entrevista com Drauzio Varella:
http://drauziovarella.ig.com.br/entrevistas/maconha.asp

Reportagem da Superinteressante:
http://super.abril.com.br/superarquivo/2002/conteudo_249104.shtml

[Edit:] A entrevista é com o Dr. Elisaldo Carlini, no site do Dr. Drauzio Varella. Sorry!





« Última modificação: 01 de Maio de 2009, 00:35:22 por Bob Cuspe »
CHEGA DE ESTADO PATERNALISTA!
QUERO A MINHA LIBERDADE!

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Legalização da maconha
« Resposta #193 Online: 01 de Maio de 2009, 00:41:15 »
Uma das coisas que os ativistas ou engajados deveriam fazer para terem maior respeitabilidade é não tentar pintar esse quadro florido de que a sua droga é uma maravilha não compreendida que o bicho-papão estado/sociedade odeia irracionalmente porque é simplesmente maluco, gagá. Seria mais respeitável simplesmente admitir que é uma droga, como cigarro e álcool, com benefícios e malefícios, e não uma poção mágica maravilhosa, fonte da vida eterna e cura de todas as doenças.






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Arch Gen Psychiatry. 2001 Oct;58(10):917-24.

Marijuana abstinence effects in marijuana smokers maintained in their home environment.
Budney AJ, Hughes JR, Moore BA, Novy PL.

Department of Psychiatry, The University of Vermont, 54 W Twin Oaks Terr, Suite 9, S Burlington, VT 05403, USA. abudney@zoo.uvm.edu

BACKGROUND: Although withdrawal symptoms are commonly reported by persons seeking treatment for marijuana dependence, the validity and clinical significance of a marijuana withdrawal syndrome has not been established. This controlled outpatient study examined the reliability and specificity of the abstinence effects that occur when daily marijuana users abruptly stop smoking marijuana. METHODS: Twelve daily marijuana smokers were assessed on 16 consecutive days during which they smoked marijuana as usual (days 1-5), abstained from smoking marijuana (days 6-8), returned to smoking marijuana (days 9-13), and again abstained from smoking marijuana (days 14-16). RESULTS: An overall measure of withdrawal discomfort increased significantly during the abstinence phases and returned to baseline when marijuana smoking resumed. Craving for marijuana, decreased appetite, sleep difficulty, and weight loss reliably changed across the smoking and abstinence phases. Aggression, anger, irritability, restlessness, and strange dreams increased significantly during one abstinence phase, but not the other. Collateral observers confirmed participant reports of these symptoms. CONCLUSIONS: This study validated several specific effects of marijuana abstinence in heavy marijuana users, and showed they were reliable and clinically significant. These withdrawal effects appear similar in type and magnitude to those observed in studies of nicotine withdrawal.


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Changes in aggressive behavior during withdrawal from long-term marijuana use

Elena M. Kouri1, Harrison G. Pope Jr1 and Scott E. Lukas2(1)    Biological Psychiatry Laboratory, McLean Hospital/Harvard Medical School, Belmont, Masschusetts, USA, US
(2)    Behavioral Psychopharmacology Research Laboratory, McLean Hospital/Harvard Medical School, 115 Mill Street, Belmont, MA 02478, USA Fax: +1-617-855-3711, US

Abstract   Rationale: Even though marijuana is the most commonly abused illicit drug in the United States, it is still undetermined whether withdrawal after chronic use results in changes in aggressive behavior in humans. Objective: The present study investigated the pattern and duration of changes in aggressive behavior in long-term marijuana users during a 28-day abstinence period verified by daily urines. Methods: Chronic marijuana users who had smoked marijuana on at least 5000 occasions (the equivalent of smoking daily for approximately 14 years) and who were smoking regularly when recruited were studied on days 0 (when they were still smoking), 1 (during acute withdrawal), 3, 7 and 28 of a 28-day detoxification period. Aggressive behavior was measured using the Point Subtraction Aggression Paradigm. Results: Compared to controls and to the pre-withdrawal data, chronic marijuana users displayed more aggressive behavior on days 3 and 7 of marijuana abstinence. These increases in aggressive responding returned to pre-withdrawal levels after 28 days and were paralleled by small, non-significant changes in depression and anxiety scores. Conclusions: Our findings confirm previous reports of an abstinence syndrome associated with chronic marijuana use and suggest that aggressive behavior should be an additional component of this syndrome.

Key words Aggression - Marijuana - Withdrawal - THC - Human subjects
Received: 10 September 1998/Final version: 31 October 1998

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Cannabis use and psychiatric and cogitive disorders: the chicken or the egg?
Di Forti M, Morrison PD, Butt A, Murray RM.

Department of Psychological Medicine, Institute of Psychiatry, London, UK.

PURPOSE OF REVIEW: Cannabis is the world's most commonly used illicit drug. In this review, we consider the recent literature on the effects of cannabis on mental health and on cognition. RECENT FINDINGS: Cannabis use in adolescence increases the risk of later schizophrenia-like psychoses, especially in genetically vulnerable individuals. Not surprisingly, patients already suffering from psychosis who use cannabis have a worse outcome than those who do not. These effects of cannabis may be consequent on its impact on the dopamine system. There is less evidence of cannabis playing an aetiological role in other mental disorders including depression, but there have been far fewer studies. Heavy cannabis use has also been shown to affect memory and learning performance, both in healthy individuals and in patients suffering from psychosis. Combined cognitive-behavioural therapy and motivational interviewing seems a promising psychological intervention to achieve a cessation of cannabis use in patients suffering from schizophrenia. SUMMARY: Further research is needed to understand the biological mechanisms underlying the effects of cannabis on mental health, but intervention strategies to help patients abstain should currently be implemented in psychiatric services, and public education campaigns should be directed at increasing awareness of the health risks of cannabis.



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Comparison of smoked marijuana and oral Δ9-tetrahydrocannabinol in humans

Abstract
Rationale. Although smoked marijuana contains at least 60 cannabinoids, Δ9-tetrahydrocannabinol (Δ9-THC) is presumed to be the cannabinoid primarily responsible for many marijuana-related effects, including increased food intake and subjective effects. Yet, there has been no systematic comparison of repeated doses of oral Δ9-THC with repeated doses of smoked marijuana in the same individuals.
Objective. To compare the effects of oral Δ9-THC and smoked marijuana in humans under controlled laboratory conditions.
Methods. Eleven healthy research volunteers, who reported smoking an average of six marijuana cigarettes per day, completed an 18-day residential study. Marijuana cigarettes (3.1% Δ9-THC, q.i.d.) were smoked or Δ9-THC (20 mg, q.i.d.) was taken orally using a staggered, double-blind, double-dummy procedure for three consecutive days. Four days of placebo administration separated each active drug condition. Psychomotor task performance, subjective effects, and food intake were measured throughout the day.
Results. Relative to placebo baseline, oral Δ9-THC and smoked marijuana produced similar subjective-effect ratings (e.g., "high" and "mellow"), although some effects of smoked marijuana were more pronounced and less prone to the development of tolerance. Additionally, participants reported "negative" subjective effects (e.g., "irritable" and "miserable") during the days after smoking marijuana but not after oral Δ9-THC. Both drugs increased food intake for 3 days of drug administration, but had little effect on psychomotor performance.
Conclusion. These results indicate that the behavioral profile of effects of smoked marijuana (3.1% Δ9-THC) is similar to the effects of oral Δ9-THC (20 mg), with some subtle differences.

Offline Moro

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Re: Legalização da maconha
« Resposta #194 Online: 01 de Maio de 2009, 22:25:39 »
Uma das coisas que os ativistas ou engajados deveriam fazer para terem maior respeitabilidade é não tentar pintar esse quadro florido de que a sua droga é uma maravilha não compreendida que o bicho-papão estado/sociedade odeia irracionalmente porque é simplesmente maluco, gagá.

Isso eu concordo. E os contrários não deveriam pintar os usuários como criminosos sociopatas.
“If an ideology is peaceful, we will see its extremists and literalists as the most peaceful people on earth, that's called common sense.”

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Offline Buckaroo Banzai

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Re: Legalização da maconha
« Resposta #195 Online: 02 de Maio de 2009, 00:30:24 »
Não sei se isso foi exatamente uma alfinetada, mas caso seja, não é exatamente uma descrição do que eu venho dizendo. Digo só que é irresponsabilidade, que lavam as mãos sob financiarem o crime organizado, simplesmente porque o produto que compram do crime organizado é uma droga, e não outra coisa qualquer. Isso não faz de ninguém um sociopata, e só é criminoso, se for legalmente definido assim.

A lei, no entanto, parece ser caduca a ponto de considerar não-financiadores do tráfico aqueles financiadores que também consumirem o produto do mesmo, diferentemente de financiadores não-usuários.

Isso até pode ser tido como aceitável, mas com uma contextualização do viciado como vítima, sem controle sobre suas ações, diferente também do que geralmente o discurso pró-legalização plena defende, que é a noção do usuário super responsável, que, sob noções mais rigorosas de responsabilidade, não compraria a droga do tráfico, em vez de se ver "obrigado" a isso. Implicasse isso em abdicar desse entretenimento ou se arriscar a ser considerado traficante por cultivar a própria droga. Ambas as posições eu considero mais responsáveis, mesmo que a última seja considerada criminosa.

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Re: Legalização da maconha
« Resposta #196 Online: 03 de Maio de 2009, 22:17:10 »
Poots eu nem sabia que o povo pensava isto dos militares :( nunca mais falo que já fui milico.

Não se preocupe, N3RD... Nem todo mundo acredita que é o Batman (e a Liga da Justiça) que nos protege... ::) Se é ruim com os militares, infinitamente pior sem eles... Já peguei uma greve da PM em Salvador e posso atestar que parecia um daqueles filmes apocalipticos.

Aponta um fuzil para a cara do mané e vê se ele não muda de opinião rapidamente :)

De qualquer forma, na minha modesta opinião, deveria ser proibido o cigarro e o álcool também. Substâncias entorpecentes danosas a sociedade que não tem razão de serem consumidas. Prazer pessoal, irresponsável e desmedido do indivíduo não pode preponderar sobre a coletividade.
"O crime é contagioso. Se o governo quebra a lei, o povo passa a menosprezar a lei". (Lois D. Brandeis).

Offline Moro

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Re: Legalização da maconha
« Resposta #197 Online: 03 de Maio de 2009, 22:26:54 »
Não sei se isso foi exatamente uma alfinetada, mas caso seja, não é exatamente uma descrição do que eu venho dizendo. Digo só que é irresponsabilidade, que lavam as mãos sob financiarem o crime organizado, simplesmente porque o produto que compram do crime organizado é uma droga, e não outra coisa qualquer. Isso não faz de ninguém um sociopata, e só é criminoso, se for legalmente definido assim.

A lei, no entanto, parece ser caduca a ponto de considerar não-financiadores do tráfico aqueles financiadores que também consumirem o produto do mesmo, diferentemente de financiadores não-usuários.

Isso até pode ser tido como aceitável, mas com uma contextualização do viciado como vítima, sem controle sobre suas ações, diferente também do que geralmente o discurso pró-legalização plena defende, que é a noção do usuário super responsável, que, sob noções mais rigorosas de responsabilidade, não compraria a droga do tráfico, em vez de se ver "obrigado" a isso. Implicasse isso em abdicar desse entretenimento ou se arriscar a ser considerado traficante por cultivar a própria droga. Ambas as posições eu considero mais responsáveis, mesmo que a última seja considerada criminosa.

Não era uma afinetada. Não temos ponto em comum em nossa argumentação, e fica sem fim e voltando ao mesmo tema.

Nem consigo sequer entender "contextualização do usuário como vítima sem controle das suas ações", da mesma maneira que não entendo "liberar para produzir para consumo próprio" sem pensar que as leis do capitalismo iam ser rompidas (posso vender meu excedente, posso vender minha produção por alguém que quis pagar bem) ou ainda aquela conversa que já tivemos N vezes sobre não haver como fiscalizar a qualidade do produto, não haver ganho em impostos e etc..
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Offline Buckaroo Banzai

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Re: Legalização da maconha
« Resposta #198 Online: 03 de Maio de 2009, 23:15:08 »
Se alguém diz que "não tem opção" senão pagar a criminosos sabidamente assassinos para obter uma droga, pode se considerar ou que 1 -simplesmente não tem escrúpulos, e portanto deveria ser considerado criminoso por financiar o tráfico como seria uma pessoa que o financiasse com a mesma quantia mas sem consumir drogas, ou que, 2- não tem controle sobre suas ações, o impulso para saciar o vício foge ao seu controle, tendo que vender coisas importantes, ou até roubar, e nem consegue se importar com o fato de dar dinheiro nas mãos de um grupo criminoso assassino. É uma vítima do vício. Está incluido no grupo 1 aquele que simplesmente não pensa no fato de estar financiando o crime organizado, que só quer saber da droga e não pensa de onde vem, ou que racionaliza esse financiamento de qualquer forma.

Não digo que não há problemas como impossibilidade de fiscalização de qualidade. Mas isso já existe na ilegalidade total, e os usuários não se importam tanto com a má qualidade, se ainda consomem, e isso seria sim um tanto amenizado com "vista grossa" para produção meio "artesanal", em pequena escala. Geralmente não se vê como problemático que cozinheiras informalmente vendam salgadinhos, bolos e etc, apesar de não haver essa fiscalização.

O comércio em escala não-industrial também é tolerável (novamente, meio como as vendedoras de salgadinhos, casas-do-norte vendendo fumo de corda e de mascar, etc), e preferível se supusermos que, como o que acontece com o álcool e tabaco, a indústria tem o poder, desejo e lucro em aumentar o número de viciados, o tanto quanto puder.

É uma suposição bastante razoável da indústria (que com todos seus impostos não anula as externalidades e outros problemas que vêm do consumo das drogas), se não somos céticos quanto as leis do mercado. Não vejo como achar que é melhor um cenário em que se dá a indústria a possibilidade de viciar o maior número de pessoas, para o próprio lucro; sem nem se importar se seus consumidores são usuários responsáveis, alcoólatras, maconhólatras, cocainólatras. Se roubam, matam, batem na mulher, não é problema da indústria, é da sociedade apenas, e eles lavam as mãos, assim como o consumidor do tráfico criminoso.

Sim, talvez grupos de interesse pressionassem para conseguir o direito de industrialização plena, tal como não gostam das restrições que tenta se impor na comercialização já legalizada, mas se consideramos pior essa possibilidade, não tem que se entregar o jogo só por isso.

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Legalização da maconha
« Resposta #199 Online: 03 de Maio de 2009, 23:25:59 »
As idéias do Kleiman, acho que pode ser colocado em algumas premissas e conclusões bem resumidas, tentarei colocar aqui sem qualquer pretensão de fazer algo mais formal como um silogismo certinho e etc:

As pessoas irão consumir drogas, mesmo se ilegais, mesmo se isso financie um tráfico violento.

A indústria tem a intenção de vender o máximo que puder de um produto, e considerável poder para maximizar as vendas de um produto, o que não é desejável no caso de substâncias viciantes e que alteram as capacidades e comportamentos das pessoas, mesmo que uma parcela dos usuários consiga lidar com esses efeitos e julgue que qualquer outro efeito que tenha para a saúde compensa o prazer que obtem com cada dose.

Produção artesanal tem um poder consideravelmente mais limitado para promover um produto qualquer.

Alguns usuários já produzem a própria droga, fazendo isso, não sustentam o trafico violento, não precisam, e provavelmente sai mais barato (uma vez que quem produz por hobby não precisa custear soldados, armas, propinas, etc), e pode até ter algum lucro com o excedente.

Permitindo o cultivo para uso privado, em pequena escala, possivelmente se reduz drasticamente a demanda pelo tráfico; não se permitindo a industrialização, não se espera a industrlalização do aumento de viciados e todos problemas decorrentes.

Logo, elimina-se ao máximo os problemas decorrentes do tráfico violento, e não se espera problemas decorrentes de um aumento do uso de drogas que se poderia esperar da industrialização do vício.



Plano perfeito? De forma alguma, mas acho dificílimo negar que seja o que minimiza os problemas de todos os lados.

 

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