Autor Tópico: Legalização da maconha  (Lida 135893 vezes)

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Offline Moro

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Re: Legalização da maconha
« Resposta #200 Online: 03 de Maio de 2009, 23:31:32 »
Se alguém diz que "não tem opção" senão pagar a criminosos sabidamente assassinos para obter uma droga, pode se considerar ou que 1 -simplesmente não tem escrúpulos, e portanto deveria ser considerado criminoso por financiar o tráfico como seria uma pessoa que o financiasse com a mesma quantia mas sem consumir drogas, ou que, 2- não tem controle sobre suas ações, o impulso para saciar o vício foge ao seu controle, tendo que vender coisas importantes, ou até roubar, e nem consegue se importar com o fato de dar dinheiro nas mãos de um grupo criminoso assassino.

Buckaroo, eu sei que você leu o meu argumento lá atrás e não concordou ou está tão focado em provar que usuários de maconha são malvadões que não consegue entender... Será que essa é a sua fixação? usuários de drogas?

Mas eu não concordo já com essa premissa, que é uma falsa dicotomia.
Primeiro, os usuários da droga, a maior parte deles, controla suas ações.
Segundo,  boa parte têm escrúpulos.

Então, sendo que as duas opções não se enquadram para boa parte dos usuários, o seu raciocínio está errado. É simples assim. Mas voltamos ao velho ponto...
« Última modificação: 03 de Maio de 2009, 23:36:51 por Agnóstico »
“If an ideology is peaceful, we will see its extremists and literalists as the most peaceful people on earth, that's called common sense.”

Faisal Saeed Al Mutar


"To claim that someone is not motivated by what they say is motivating them, means you know what motivates them better than they do."

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I'm not convinced that faith can move mountains, but I've seen what it can do to skyscrapers."  --William Gascoyne

Offline Moro

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Re: Legalização da maconha
« Resposta #201 Online: 03 de Maio de 2009, 23:34:53 »
As idéias do Kleiman, acho que pode ser colocado em algumas premissas e conclusões bem resumidas, tentarei colocar aqui sem qualquer pretensão de fazer algo mais formal como um silogismo certinho e etc:

As pessoas irão consumir drogas, mesmo se ilegais, mesmo se isso financie um tráfico violento.

A indústria tem a intenção de vender o máximo que puder de um produto, e considerável poder para maximizar as vendas de um produto, o que não é desejável no caso de substâncias viciantes e que alteram as capacidades e comportamentos das pessoas, mesmo que uma parcela dos usuários consiga lidar com esses efeitos e julgue que qualquer outro efeito que tenha para a saúde compensa o prazer que obtem com cada dose.

Produção artesanal tem um poder consideravelmente mais limitado para promover um produto qualquer.

Alguns usuários já produzem a própria droga, fazendo isso, não sustentam o trafico violento, não precisam, e provavelmente sai mais barato (uma vez que quem produz por hobby não precisa custear soldados, armas, propinas, etc), e pode até ter algum lucro com o excedente.

Permitindo o cultivo para uso privado, em pequena escala, possivelmente se reduz drasticamente a demanda pelo tráfico; não se permitindo a industrialização, não se espera a industrlalização do aumento de viciados e todos problemas decorrentes.

Logo, elimina-se ao máximo os problemas decorrentes do tráfico violento, e não se espera problemas decorrentes de um aumento do uso de drogas que se poderia esperar da industrialização do vício.



Plano perfeito? De forma alguma, mas acho dificílimo negar que seja o que minimiza os problemas de todos os lados.

Meu ponto de vista é que ele se esqueceu de algo... a realidade. Vai haver comércio, e vai continuar ilegal por causa disso. O cara não consegue simplesmente entender que pode haver consumo saudável da maconha, deixando a droga simplesmente como uma lepra na sociedade.

E temos o caso do cigarro, que me parece ser algo contra essa afirmação. O consumo estabilizou aqui, decresceu no mundo civilizado. Temos campanhas, etc.. mas tanto faz

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Offline Buckaroo Banzai

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Re: Legalização da maconha
« Resposta #202 Online: 03 de Maio de 2009, 23:57:05 »
Poder haver consumo saudável da maconha (ou outra droga) não muda o fato de que uma dada porcentagem dos usuários (variando de acordo com a droga e outros fatores), podendo ser até a maior parte, não fará esse uso saudável. E a indústria não está nem aí, se 80% do lucro vier dos piores usuários, dos que usam da forma mais danosa para si e para a sociedade, ainda é tudo simplesmente lucro para a indústria, tal como é com o álcool, se não me engano, aproximadamente nesses números.

Se achamos que produção industrial tem maior poder do que a artesanal para aumentar os números absolutos, então o número proporcional dos usuários-problema logicamente é maior com a produção industrial do que seria com apenas artesanal.

Simplesmente não entendi o "vai haver comércio, e vai continuar ilegal por causa disso". Comércio não é sinônimo de industrialização. Regulamentação do que pode ou não ser vendido ou produzido não é tão binária, não é ou nada, ou em escala industrial-multinacional.

Se consideramos que o caso do cigarro (bem mais inofensivo que maconha e outras drogas), o decréscimo do uso, através de campanhas, etc, é algo bom, desejável, simplesmente é contraprodutivo dar aval para a indústria lucrar o quanto puder com outras drogas, para só então vir com campanhas visando diminuir o consumo, depois que o problema aumentar mais do que aumentaria se não pudesse ser produzido e comercializado nos moldes das drogas lícitas.

É meio como dizer "apagamos aquele grande incêndio, e em outros pontos está estabilizado; logo tudo bem dar explosivos e material inflamável para os piromaníacos fazerem a festa, depois apagamos; você se esquece que muitos piromaníacos sabem fazer fogueiras controladas que não representam risco algum"

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Legalização da maconha
« Resposta #203 Online: 04 de Maio de 2009, 01:03:46 »
Se alguém diz que "não tem opção" senão pagar a criminosos sabidamente assassinos para obter uma droga, pode se considerar ou que 1 -simplesmente não tem escrúpulos, e portanto deveria ser considerado criminoso por financiar o tráfico como seria uma pessoa que o financiasse com a mesma quantia mas sem consumir drogas, ou que, 2- não tem controle sobre suas ações, o impulso para saciar o vício foge ao seu controle, tendo que vender coisas importantes, ou até roubar, e nem consegue se importar com o fato de dar dinheiro nas mãos de um grupo criminoso assassino.

Buckaroo, eu sei que você leu o meu argumento lá atrás e não concordou ou está tão focado em provar que usuários de maconha são malvadões que não consegue entender... Será que essa é a sua fixação? usuários de drogas?

Mas eu não concordo já com essa premissa, que é uma falsa dicotomia.
Primeiro, os usuários da droga, a maior parte deles, controla suas ações.
Segundo,  boa parte têm escrúpulos.

Então, sendo que as duas opções não se enquadram para boa parte dos usuários, o seu raciocínio está errado. É simples assim. Mas voltamos ao velho ponto...


Não tenho nenhuma fixação com usuários de drogas, apenas explicava do que se tratava "contextualização do usuário como vítima sem controle das suas ações". É uma idéia com bastante aceitação que as drogas induzem ao vício, difícil de resistir, e que leva as pessoas a fazerem coisas que não fariam se não fossem viciados. Essa é a idéia do usuário-vítima. Esse, defendem, não poderia ser considerado criminoso ao financiar o tráfico, não tem controle sobre suas ações, é mais ou menos o raciocínio.

O outro tipo, que não se enquadra nesse padrão, talvez fosse viciado mais leve, sentisse uma urgência muito menor em obter uma nova dose, mas no entanto assim faria, mesmo sabendo que ao fazer financia o crime organizado.

E por isso, é sim, bastante dicotômico, a menos que se aceite racionalizações como que matando uma borboleta aqui, causamos um furacão na China; e então ninguém tem culpa de nada, ou ao menos não quanto aos crimes do crime organizado, quando o financiamos comprando especificamente drogas. Se só damos o equivalente ao que lucrariam com essa droga, mas não consumimos droga alguma, ou compramos outra coisa deles, aí sim, fazemos algo errado mesmo.

É uma questão de diferenças de definições, de padrões, e consistência lógica (e alguns fatos que precisam ser melhor apurados, como da maioria dos usuários de drogas não ser viciado ou ter bastante controle sobre o vício).

Eu simplesmente não vejo como defensável a idéia que é responsável e escrupuloso aquele financia o crime organizado, sabidamente assassino, através da compra de algum ítem fornecido por ele. O fato do ítem comprado ser droga, não faz a menor diferença; pode-se racionalizar "justificativas" para qualquer outro ítem. E drogas para entretenimento tem de longe a pior chance de ter alguma desculpa que cole.

A melhor é mesmo a do usuário-vítima, elemento não favorável a argumentação pela legalização plena, que funcionaria melhor com a idéia de usuário-responsável, justamente aquele que não financiaria organizações criminosas assassinas apenas para ter um tipo específico de entretenimento pessoal, assim como teria consideração com as pessoas inocentes quando eventualmente de fato obtivesse drogas fazendo um uso bem moderado, zelando para que não oferecesse risco a qualquer um.



Mas isso é um detalhe praticamente insignificante; pode-se ficar apenas com o fato mutuamente aceito de que o usuário de drogas vai sim financiar o crime organizado, se esse for o único meio de obter as drogas; considerar isso moral, responsável, escrupuloso, heróico, ou o oposto disso tudo, é irrelevante, se aceitamos que o financiamento do tráfico é um problema.

Offline Moro

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Re: Legalização da maconha
« Resposta #204 Online: 04 de Maio de 2009, 09:03:14 »
Não tenho nenhuma fixação com usuários de drogas, apenas explicava do que se tratava "contextualização do usuário como vítima sem controle das suas ações". É uma idéia com bastante aceitação que as drogas induzem ao vício, difícil de resistir, e que leva as pessoas a fazerem coisas que não fariam se não fossem viciados. Essa é a idéia do usuário-vítima. Esse, defendem, não poderia ser considerado criminoso ao financiar o tráfico, não tem controle sobre suas ações, é mais ou menos o raciocínio.

O outro tipo, que não se enquadra nesse padrão, talvez fosse viciado mais leve, sentisse uma urgência muito menor em obter uma nova dose, mas no entanto assim faria, mesmo sabendo que ao fazer financia o crime organizado.

E por isso, é sim, bastante dicotômico, a menos que se aceite racionalizações como que matando uma borboleta aqui, causamos um furacão na China; e então ninguém tem culpa de nada, ou ao menos não quanto aos crimes do crime organizado, quando o financiamos comprando especificamente drogas. Se só damos o equivalente ao que lucrariam com essa droga, mas não consumimos droga alguma, ou compramos outra coisa deles, aí sim, fazemos algo errado mesmo.

É uma questão de diferenças de definições, de padrões, e consistência lógica (e alguns fatos que precisam ser melhor apurados, como da maioria dos usuários de drogas não ser viciado ou ter bastante controle sobre o vício).

Eu simplesmente não vejo como defensável a idéia que é responsável e escrupuloso aquele financia o crime organizado, sabidamente assassino, através da compra de algum ítem fornecido por ele. O fato do ítem comprado ser droga, não faz a menor diferença; pode-se racionalizar "justificativas" para qualquer outro ítem. E drogas para entretenimento tem de longe a pior chance de ter alguma desculpa que cole.

A melhor é mesmo a do usuário-vítima, elemento não favorável a argumentação pela legalização plena, que funcionaria melhor com a idéia de usuário-responsável, justamente aquele que não financiaria organizações criminosas assassinas apenas para ter um tipo específico de entretenimento pessoal, assim como teria consideração com as pessoas inocentes quando eventualmente de fato obtivesse drogas fazendo um uso bem moderado, zelando para que não oferecesse risco a qualquer um.



Mas isso é um detalhe praticamente insignificante; pode-se ficar apenas com o fato mutuamente aceito de que o usuário de drogas vai sim financiar o crime organizado, se esse for o único meio de obter as drogas; considerar isso moral, responsável, escrupuloso, heróico, ou o oposto disso tudo, é irrelevante, se aceitamos que o financiamento do tráfico é um problema.

E voltamos ao nosso posts onde haviamos encerrado a discussão. Simplesmente não vejo como dicotômico, simplesmente continuo achando incoerência culpar usuários de drogas pela violência do tráfico ao mesmo tempo em que você não se liga ás questões já faladas das produção de roupa made in vietnan, efeito estufa, etc.., etc..

O raciocínio deveria ser para todos ou para nenhum. Não vale só para os outros. Isso é consistência lógica.
Culpar o usuário pela financiamento da violência é pensar que, acabando o tráfico nos morros a violência iria desaparecer dos morros. Não sabemos nem se iria diminuir.


Essa conversa de que a "droga vai deixar o cara viciado" é tão real quanto o "alcool vai deixar o cara viciado". Essa noção de drogas é do estereótipo dos filmes B de Hollywood.  A droga vai deixar alguns viciados, e a maconha vai deixar pouquíssimo viciados.
"Fazer bem" não é apenas a questão medicinal. "Fazer bem" é no mesmo contexto do alcool, uma reunião com os amigos e uma cervejinha. Aliás, dentro do escopo desta conversa o uso medicinal deveria ser apenas para lembrar que a maconha também possui efeitos químicos positivos, mas não para justificar o uso.

Enfim, como havia dito, vejo as coisas sob ângulos completamente distintos que o seu. Não há ponto de contato algum.

Quanto a produção em pequena escala, é uma discussão que poderia ser mais frutífera pois não está inserida no problema do estereótipo. Mas também não é muito relevante.
Tem que se balancear: menor capacidade de produção contra poder de fiscalização, arrecadação de impostos e seu uso para financiar tratamentos de saúde e anuncios contra o uso nos meios de comunicação.
Para mim tanto faz. Desde que ajude a encerrar com o tráfico.
« Última modificação: 04 de Maio de 2009, 09:31:15 por Agnóstico »
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Offline Buckaroo Banzai

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Re: Legalização da maconha
« Resposta #205 Online: 04 de Maio de 2009, 12:24:39 »
Nenhuma das discussões tem a ver com um estereótipo, não estou generalizando, que só existam os usuários de drogas problemáticos. Eles podem ser até minoria, hipoteticamente (não sei dos números reais), e ainda assim, a industrialização possibilitaria um aumento dos números absolutos. Não acho que fiscalização maior e arrecadação de impostos resolveriam os problemas, assim como é constatado não resolverem com o álcool e com o cigarro, que talvez sejam boas amostras das drogas mais e menos perigosas, respectivamente.


O outro assunto, por mais infrutífero que esteja sendo... ninguém concede para o outro lado... ao mesmo tempo é extremamente... perturbador até... ao menos do meu lado...

Não consigo conceber a lógica de, financiar o crime organizado ser OK, apenas porque, todo mundo anda de ônibus, ou pior, até de carro particular, emitindo não sei quantas PPM de CO2, e ajudando assim com o aquecimento global de conseqüências e vítimas incertas.

Quero dizer, mesmo aceitando momentaneamente que sim, que a lógica se aplique... então... poderíamos também tentar estabelecer uma equivalência mais clara, em vez de dizer que é apenas mais ou menos equivalente, deixando completamente vago.

Quantos reais nas mãos do crime organizado equivalem a quanto gás carbônico emitido, ou quantos litros de gasolina queimada?

Será que é tudo igual, porque assim como o aquecimento global, o tráfico tem vítimas mais ou menos imprevisíveis, e então é difícil de se estimar qual seria um financiamento aceitável?

Se eu tenho uma tremenda grana, e resolvo pagar do meu bolso drogas para a população carente consumir gratuitamente, por caridade, então eu não estou fazendo mal algum, na verdade é mais ou menos como se eu decidisse, do meu bolso, fazer com que o transporte público fosse gratuito para uma parte da população? Sendo a segunda opção até moralmente pior, dependendo de quanta gasolina queimada isso implicasse?

Se bem que, aí eu não estaria consumindo eu mesmo a droga; nunca entendi a importância do ítem comprado ser a droga, para consumo pessoal, e não outra coisa qualquer cujo fornecimento implique em violência em um ponto ou outro, no que se refere ao comprador não estar fazendo nada de errado (só faria algum sentido sob a perspectiva usuário-vítima).

Para mim é exatamente igual a um cartucho de videogame japonês, que o Brasil não importasse, ou importasse caro demais (analogamente a ter que ir para a Holanda em termos de custo) por medidas protecionistas das quais eu discordo. E também deveria ser igualmente correto eu apenas financiar o tráfico, que o que eu ganhasse financiando o tráfico não fosse um entretenimento químico, mas uma parte dos lucros. A desculpa aí seria simplesmente não concordar com a ilegalidade do comércio de drogas; sou um investidor inocente, não tenho culpa se aqueles empreendimentos nos quais invisto tem que, eventualmente, fazer uso de violência por culpa de leis burras das quais discordo.




O chato também é que ninguém mais opina, ficamos só nós dois nesse ping-pong.

Offline Moro

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Re: Legalização da maconha
« Resposta #206 Online: 04 de Maio de 2009, 19:05:51 »
Buckaroo,

depende o que você chama de "fiscalização não funciona". Eu estou falando da fiscalização quanto a qualidade do produto, dos encargos trabalhistas que são pagos, da condição de trabalho e higiene do produto.
Isto é garantido porque é uma empresa com capital estabelecido e obrigações perante a sociedade civil.

Sobre o assunto que não vemos lógica na argumentação do outro.
Veja, primeiro eu não posso ser acusado de estar defendendo o meu lado. Não sou usuário de droga alguma, e na verdade já bebi (quando adolecente) e hoje bebo menos do que socialmente. Então, não estou me defendendo. Estou defendendo algo que para mim é extremamente óbvio.

Eu não consiguirei argumentar muito melhor do que já fiz, só posso te pedir que leia, linha a linha, sem começar a contestar antes do final.

Ao dizer que a violência tem componentes de desigualdade social, de pouca presença do estado na favela, de que a educação é uma merda, de que as crianças não tem perspectivas e vêm no tráfico/crime uma carreira factível... ao falar que se o tráfico não existisse a violência reduziria provavelmente muito pouco porque todos esses componentes continuariam a existir, na minha visão eu estava minimizando essa relação direta entre o ato de consumir maconha e o crime que você cita para algo que se enquadra em nosso cotidiano.


Existe uma correlação entre o consumo de carne e o nosso meio de locomoção com o aquecimento global, algo que pode virtualmente acabar com a espécie humana? Claro que sim, existe a relação. E é absolutamente direta, tão direta ou mais direta do que o consumo de drogas e a violência na favela. As vitimas não são imprevisiveis, todos somos as vitimas do aquecimento. E ainda existe a relação combustivel-guerra, lembrando-se dos LOBs das petrolíferas, Chenney, etc..

Agora tentando encaixar minha argumentação em seu modo de ver as coisas.
Existe uma diferença entre comprar um radio roubado e consequentemente financiar um crime organizado, comprar maconha e consequentemente financiar o crime organizado e dirigir um carro e ajudar a acabar com a espécie humana?

Eu por exemplo acho que comprar o radio roubado é um ato pior do que os outros mas, bem, eu não conheço um ladrão de rádios e também não quero ir trabalhar de bicicleta no trânsico caótico de SP.
Então eu posso razoavelmente me enquadrar em uma visão parcial para proteger a minha conciência.

Agora, existe a diferença?

Abstraindo a sentença para o que realmente importa:

Eu estou fazendo/consumindo algo que no final das contas vai ser prejudicial às outras pessoas? 
A resposta é sim. Sem dúvida alguma nos três casos eu estou fazendo algo que vai fazer mal.


Isso é correto? Se estabelecermos Buckaroo, um paradigma onde cada ato nosso deve ser perfeito no sentido de evitarmos qualquer dano possível aos outros, então é incorreto. Eu posso me locomover em 90% das vezes sem carro, eu posso comer vegetais, eu não preciso beber alcool, e posso ainda virar um monge.

Só que para mim Buckaroo, isso não é humano. Eu acho que dentro do nosso comportamento, do nosso modo de vida, estão todos esses elementos presentes e cabe a nós criar uma maneira para lidar com eles. E não me comparo com um paradigma de perfeição, eu me comparo com o que meu bom senso acha razoável, e tento identificar os pontos que fazem com que minha visão possa se tornar parcial. E acho que quando perdemos isso, viramos hipócritas ou monges (talvez hipócritas ou hipócritas, mas isso é uma outra discussão)

Só que o bom senso é um problema, claro. Ele não gosta muito de ser tangibilizado. E você poderia argumentar que "Ok, no seu ponto de vista, se o bom senso de alguém envolve o estupro, que assim seja, ou buscamos a perfeição ou liberamos o mundo para a libertinagem".

Bem, você poderia argumentar assim. E eu falaria: Pois é, vemos o mundo de maneira bem distinta.

Então para mim é perfeitamente justificável a locomoção por carro, comer carne, tomar alcool dentro de limites, usar drogas dentro do limites, utilizar-se de prostituição de pessoas que já possuem responsabilidade para tal, e etc..


« Última modificação: 04 de Maio de 2009, 19:10:00 por Agnóstico »
“If an ideology is peaceful, we will see its extremists and literalists as the most peaceful people on earth, that's called common sense.”

Faisal Saeed Al Mutar


"To claim that someone is not motivated by what they say is motivating them, means you know what motivates them better than they do."

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Offline Buckaroo Banzai

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Re: Legalização da maconha
« Resposta #207 Online: 06 de Maio de 2009, 19:48:42 »
Agnóstico, esse post não é em resposta ao seu último.






Passando só para postar isso que encontrei:


... Os cigarros contrabandeados representam 11% da venda mundial desse produto - equivalente a 600 bilhões de cigarros anuais -, segundo dados do Centro de Integridade Pública, uma organização civil com sede nos Estados Unidos e que promove pesquisas nesse âmbito. ...

Uma série de investigações jornalísticas patrocinadas pelo Centro de Integridade Pública afirma que o contrabando de tabaco "se transformou em um negócio florescente que se estende desde os falsificadores na China e na Rússia até as reservas indianas em Nova York e os senhores da guerra no Paquistão e no norte da África".

Nesse sentido, a entidade ressalta que o combate deste crime deve se transformar em uma prioridade internacional por quanto serve para financiar o crime organizado e o terrorismo. ...


http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,trafico-de-tabaco-faz-governos-perderem-us-50-bi-por-ano,263218,0.htm

Uma bom motivo contra a legalização geral das drogas, e em favor das restrições/marginalizações progressivas. Não só os problemas de saúde diretamente relacionados ao uso das drogas aumentariam, mas provavelmente também os lucros do crime organizado, facilitados pela ampliação da demanda pelas drogas, proveniente da expansão que se pode razoavelmente esperar de industrialização e comercialização legalizadas.

Offline Bob Cuspe

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Re: Legalização da maconha
« Resposta #208 Online: 06 de Maio de 2009, 21:06:05 »
Fala Buckaro!

Citar
Uma bom motivo contra a legalização geral das drogas, e em favor das restrições/marginalizações progressivas. Não só os problemas de saúde diretamente relacionados ao uso das drogas aumentariam, mas provavelmente também os lucros do crime organizado, facilitados pela ampliação da demanda pelas drogas, proveniente da expansão que se pode razoavelmente esperar de industrialização e comercialização legalizadas.

Ou não.

Quais seriam os resultados de uma hipotética proibição do cigarro?

Se existe um mercado paralelo com 11% da fatia do mercado oferecendo um produto de relativa baixa qualidade, é devido à diferença de preço do produto "original" com o produto "pirata". Isso devido a uma forma de restrição: Aumento de impostos. ( O estudo seria mais completo se informasse qual a faixa de renda desses 11%)

Proibição elevaria essa fatia para 100% do mercado. Cigarro sem controle de qualidade só tende a ser pior para a saúde, mais barato (logo mais acessivel) que renderia dinheiro apenas para o "tráfico de cigarro". Sem impostos que podem ser convertidos em politica de redução de danos, informação, combate à dependência, etc (que tem funcionado bem em relação ao cigarro).

Analogamente, A proibição da maconha entrega ao tráfico 100% da renda do consumo. Renda que poderia ser convertida em politica de redução de danos, informação, combate À dependência, etc.

Isso sem contar que a cannabis é uma planta que fornece mais de 300 subprodutos. Talvez com a legalização, economicamente a produção de maconha para consumo recreativo nem representaria uma fatia maior do lucro, considerando que a fibra de cânhamo pode ser aplicada em diversos setores.

Papel de fibra de cânhamo (a constituição americana foi escrita em um)
Tecido de cânhamo (retém mais água que o algodão. As velas das caravelas de colombo, pasme, era de fibra de cÂnhamo)
Óleo de semente (procure sobre o projeto do carro de fibra de maconha movido à óleo de semente de Henry Ford)

O problema é muito mais profundo. Se você buscar a história da proibição da maconha vai poder ler vários estudos históricos mostrando que na verdade, o consumo recreativo foi apenas o motivo que inventaram sob o pretexto que maconha matava ou transformava o indivíduo em psicopata (ganhando logicamente o apoio popular), para que a industria do petróleo, do algodão e do papel não perdessem mercado para a planta. Além de préconceitos aos usuários que na maioria eram negros e mexicanos (por isso o nome pejorativo Marihuana).

Por isso proibiram a planta não o seu principio ativo, o THC.

Do mais, não nego que com a legalização pode-se esperar um aumento da demanda de maconha. Mas afirmo com toda certeza que proibição nunca diminuiu o consumo.








CHEGA DE ESTADO PATERNALISTA!
QUERO A MINHA LIBERDADE!

Offline Moro

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Re: Legalização da maconha
« Resposta #209 Online: 06 de Maio de 2009, 21:29:13 »
Agnóstico, esse post não é em resposta ao seu último.






Passando só para postar isso que encontrei:


... Os cigarros contrabandeados representam 11% da venda mundial desse produto - equivalente a 600 bilhões de cigarros anuais -, segundo dados do Centro de Integridade Pública, uma organização civil com sede nos Estados Unidos e que promove pesquisas nesse âmbito. ...

Uma série de investigações jornalísticas patrocinadas pelo Centro de Integridade Pública afirma que o contrabando de tabaco "se transformou em um negócio florescente que se estende desde os falsificadores na China e na Rússia até as reservas indianas em Nova York e os senhores da guerra no Paquistão e no norte da África".

Nesse sentido, a entidade ressalta que o combate deste crime deve se transformar em uma prioridade internacional por quanto serve para financiar o crime organizado e o terrorismo. ...


http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,trafico-de-tabaco-faz-governos-perderem-us-50-bi-por-ano,263218,0.htm

Uma bom motivo contra a legalização geral das drogas, e em favor das restrições/marginalizações progressivas. Não só os problemas de saúde diretamente relacionados ao uso das drogas aumentariam, mas provavelmente também os lucros do crime organizado, facilitados pela ampliação da demanda pelas drogas, proveniente da expansão que se pode razoavelmente esperar de industrialização e comercialização legalizadas.


quanto a maconha
Me assusta a questão de passar a ter de uma hora para outra baseados sendo vendidos em padarias. Me parece estranho, não consistente. Por outro lado, se colocarmos dificuldade demais, as pessoas vão ao tráfico. Se fosse fácil já teriam solucionado. Esse ponto pode ser realmente uma vantagem para o modelo que você apresentou, não criamos uma conveniência muito grande para quem quer comprar a droga.


quanto ao cigarro

Sim, temos que entender quais países somos mais similares no quesito momentum do fumo, china e URSS ou EUA.
Aqui no Brasil esse aumento de impostos para o cigarro pode acabar sendo um tiro no pé.


Ainda não está claro para mim que o fato do cigarro ser industrializado no brasil gera aumento de consumo. Sem dúvida gerava quando tínhamos estrelas de cinema, propagandas altamente atraentes, etc.. Hoje não sei, me parece uma equação complexa,

por um lado, eu posso comprar cigarro em qualquer padaria. È conveniente. Por outro, é questionável que alguém comece a consumir algo porque pode comprar na padaria,
Por um lado, temos uma industria ávida em fornecer seus produtos, por outro temos a questão de os produtos iriam ser fornecidos por alguém de qualquer maneira
temos ainda empregos formais, qualidade controlada, campanhas financiadas pelas próprias empresas contra o uso dos seus produtos..

Acho que baixar o preço do cigarro pode ser uma solução
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Offline Buckaroo Banzai

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Re: Legalização da maconha
« Resposta #210 Online: 06 de Maio de 2009, 22:18:11 »
Fala Buckaro!

Citar
Uma bom motivo contra a legalização geral das drogas, e em favor das restrições/marginalizações progressivas. Não só os problemas de saúde diretamente relacionados ao uso das drogas aumentariam, mas provavelmente também os lucros do crime organizado, facilitados pela ampliação da demanda pelas drogas, proveniente da expansão que se pode razoavelmente esperar de industrialização e comercialização legalizadas.

Ou não.

Quais seriam os resultados de uma hipotética proibição do cigarro?

Se existe um mercado paralelo com 11% da fatia do mercado oferecendo um produto de relativa baixa qualidade, é devido à diferença de preço do produto "original" com o produto "pirata". Isso devido a uma forma de restrição: Aumento de impostos. ( O estudo seria mais completo se informasse qual a faixa de renda desses 11%)

Não quis sugerir proibição total. Penso em algo progressivo, mais ou menos nessas linhas já sendo feitas: mensagens sobre os efeitos estampadas, propaganda contra, proibição do fumo em locais públicos, e aumento do preço.

O aumento do preço, pelo que lembro de já ter lido, parece ser o que mais conduz as pessoas a largarem o cigarro.

Tabaco em si pode continuar sendo vendido como fumo solto para cigarros de palha ou cachimbo, menos prejudiciais e também na maior parte do tempo tendo menos apelo de imagem, serem menos "chiques".

Não acho que sejam 11% da população que comprem cigarros contrabandeados, mas algo mais disperso pela população, independente de faixas de renda, ou, no máximo, mais previsível apenas quanto a algumas marcas praticamente de luxo que seriam mais difíceis de serem falsificadas. Se fosse só uma questão de preço para o consumidor, não precisaria haver todo o problema para a falsificação, faziam a marca "baratex", cigarro genérico, e vendiam mais barato do que podem fazer com o custo da falsificação. Quem ganha com a diferença de preço é o revendedor.



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Proibição elevaria essa fatia para 100% do mercado. Cigarro sem controle de qualidade só tende a ser pior para a saúde, mais barato (logo mais acessivel) que renderia dinheiro apenas para o "tráfico de cigarro". Sem impostos que podem ser convertidos em politica de redução de danos, informação, combate à dependência, etc (que tem funcionado bem em relação ao cigarro).

Analogamente, A proibição da maconha entrega ao tráfico 100% da renda do consumo. Renda que poderia ser convertida em politica de redução de danos, informação, combate À dependência, etc.

Como se qualquer empresa fosse entrar num mercado sabendo que as condições que o governo está colocando pretendem fazer com que ela financie a destruição desse próprio nicho em que está investindo.

A meu ver, álcool e o cigarro servem como exemplo perfeito de que a arrecadação com drogas legais não serve para cobrir os prejuízos que causam, mesmo levando em consideração alguma "melhor qualidade" do cigarro legalizado devido à fiscalização; é meio como falar de "melhor qualidade de estriquinina".



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Isso sem contar que a cannabis é uma planta que fornece mais de 300 subprodutos. Talvez com a legalização, economicamente a produção de maconha para consumo recreativo nem representaria uma fatia maior do lucro, considerando que a fibra de cânhamo pode ser aplicada em diversos setores.

Não sei muito sobre isso, mas imagino que é algo meio como papel reciclado, mais um artigo de luxo para uma clientela específica do que uma coisa viável, lucrativa em si mesma. Não que não possa ser lucrativa, mas acho que provavelmente seria mais como é um artigo de luxo, que sai mais caro para produzir e ainda assim tem seu público, do que uma espécie de matéria bruta de potencial enorme e totalmente negligenciada.

 

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O problema é muito mais profundo. Se você buscar a história da proibição da maconha vai poder ler vários estudos históricos mostrando que na verdade, o consumo recreativo foi apenas o motivo que inventaram sob o pretexto que maconha matava ou transformava o indivíduo em psicopata (ganhando logicamente o apoio popular), para que a industria do petróleo, do algodão e do papel não perdessem mercado para a planta. Além de préconceitos aos usuários que na maioria eram negros e mexicanos (por isso o nome pejorativo Marihuana).

Não conheço a história. Mas sei lá, eu, se fosse produtor de algo menos eficiente que uma coisa, em vez de fazer lobby para que deixasse de existir, acharia mais proveitoso mudar o que eu produzo. Também acho estranho não saber de potenciais produtores fazendo mais alarde quanto a esse ponto, que independeria totalmente da legalização para fumo.


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Por isso proibiram a planta não o seu principio ativo, o THC.

Mas acho que seria complicado proibir apenas o THC, também.



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Do mais, não nego que com a legalização pode-se esperar um aumento da demanda de maconha. Mas afirmo com toda certeza que proibição nunca diminuiu o consumo.

Sim, nem proibição simples, nem legalização simples, fornecem a melhor solução.

Offline Donatello

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Re: Legalização da maconha
« Resposta #211 Online: 07 de Maio de 2009, 10:45:15 »
http://www.marchadamaconha.org/blog/nota-oficial-do-coletivo-marcha-da-maconha-brasil-sobre-a-proibicao-do-evento-em-varias-cidades-do-brasil_886

Mas ainda é possível que algum habeas corpus mude a estória:

http://oglobo.globo.com/rio/mat/2009/05/06/habeas-corpus-deve-garantir-marcha-da-maconha-755731612.asp

O que não deixa de ser triste, que seja necessário diputar COM O ESTADO o direito de fazer jus a princípios constitucionais dos mais importantes.

Citação de: CF- Artigo V
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;

Brasil: sim, um país democrático; porém mais para uns que para outros.

Rhyan

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Re: Legalização da maconha
« Resposta #212 Online: 07 de Maio de 2009, 10:54:15 »
Não preciso dizer minha opinião, certo? Todo mundo já sabe mesmo...

Offline Bob Cuspe

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Re: Legalização da maconha
« Resposta #213 Online: 07 de Maio de 2009, 12:15:58 »
Buckaro, Esse texto sintetiza bem a trajetória da proibição das drogas.

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Artigos




Porque é que as leis das drogas foram inicialmente impostas?   


Nos Estados Unidos, a primeira lei contra as drogas foi imposta em 1875 em São Francisco, por uma ordem que proibiu a pratica de fumar ópio nas casas de ópio. Esta lei surgiu como resultado do medo de que os homens chineses atraíssem as mulheres brancas para a sua "ruína" nos antros do ópio. A "ruína" estava definida como associada aos homens chineses. Foi seguida de leis similares, incluindo uma lei federal que segundo a qual o comercio de ópio estava proibido para qualquer pessoa com origem chinesa, e restrições na importação de ópio fumável. Na realidade as leis não tinham nada a ver com a importação de ópio enquanto droga, já que a importação e o uso de ópio sobre outras formas -- como o láudano, uma medicação vulgar -- não foram afectadas. A legislação foi dirigida à pratica de fumar ópio em virtude de se percepcionar que essa pratica era uma peculiaridade das comunidades chinesas. Em resumo, a imposição das leis do ópio nos Estados Unidos foram uma forma de discriminação legal dos chineses.

A cocaína foi proibida devido aos medos do super homem "O demónio negro da cocaína" ou os "Pretos cocaínados" (os termos usados pelos jornais americanos no inicio do século XX) tomando grandes quantidades de cocaína que os tornava em monstros com uma violenta fúria sexual e que violavam as mulheres brancas. Na realidade existem poucas evidencias que algum negro tenha tido semelhantes comportamentos, mais que não seja porque seria imediatamente morto. Em 1905 os Estados Unidos estabeleceram o recorde no linchamento de negros com o registo de 105 linchamentos de homens africanos. Na mesma altura, a policia a nível nacional trocou as pistolas de calibre 32 por pistolas de calibre 38, devido a crença vulgar na altura de que o super homem o "demónio negro da cocaína" não podia se morto por uma arma tão fraca.

O Dr. Hamilton Wright é por vezes referido como "o pai das leis da droga americanas". O Dr. Wright foi na altura o comissário do ópio e já anteriormente tinha ficado famoso devido a ter "provado cientificamente" que a beribéri era uma doença contagiosa. A beribéri é uma deficiência vitamina.

O decreto Harrisson que proibiu estas drogas, era na sua aparência, uma simples lei de licenciamento que simplesmente requeria que os comerciantes obtivessem uma licença se eles fossem trabalhar com os opiáceos e a cocaína. Como o Relatório da União dos Consumidores referiu, é duvidoso que a maioria dos membros do congresso tenham pensado que eles estavam a aprovar uma lei que posteriormente foi encarada como uma lei que proibia as actividades com drogas na generalidade. A lei até continha um artigo que garantia que nada na lei proibia os médicos de prescreverem estas drogas para o uso medicinal legitimo.

De facto, mesmo as pessoas que escreveram o Decreto Harrison e o Decreto Fiscal da Marijuana em 1937, concordaram que uma proibição geral sobre o que as pessoas poderiam introduzir nos seus próprios corpos era uma completa infracção inconstitucional ás liberdades pessoais. Para comparação, veja a história da emenda constitucional que foi requerida para proibir o álcool. Não existe nenhuma razão fundamental para que seja requerida uma emenda a constituição para proibir umas substancias e não outras.

O truque que subverteu a lei, e na medida em que existia uma grande penalidade para o comercio não licenciado destas substancias, foi efectuado pelos burocratas que estavam autorizados a emitir as licenças nunca o fizeram. A imposição das duras sanções levaram a que os mesmos burocratas exigissem mais meios e mais poderes, o que por sua vez exigiu leis mais duras e restritivas. Ao longo dos anos, e por intermédio de uma serie de decisões dos tribunais, eles conseguiram que uma serie de leis bem estabelecidas constitucionalmente fossem gradualmente modificadas pelos tribunais. Especificamente, conseguiram que os tribunais aceitassem a noção de que a prisão por envolvimento com drogas era na realidade uma violação fiscal, e que o facto do governo nunca ter emitido nenhuma licença não podia constituir nenhuma defesa. Conseguiram também que os tribunais não considerassem uma antiga ordem sobre a possibilidade do governo federal ter o direito de controlar o que os indivíduos ingeriam, pela construção de uma ficção na qual o que quer que seja que as pessoas ingiram, essa coisa terá então que resultar de alguma forma de comercio interestadual, o qual é regulado pela lei do governo federal sobre a forma de impostos e licenças, pelo que, desde que é permitido ao governo federal cobrar um imposto sobre ele, então -- por intermédio de uma lógica indirecta -- é lhe permitido controlar o que qualquer pessoa possa introduzir no seu corpo.

A marijuana foi proibida em 1937 como uma medida repressiva contra os trabalhadores mexicanos que na época da depressão atravessavam a fronteira em busca de trabalho. A razão especifica dada para a proibição da planta de cânhamo foi o suposto violento "efeito sobre as raças degeneradas". (Testemunho do Comissário do Gabinete de Narcóticos, Harry J. Anslinger, em declarações prévias ao Congresso sobre as audiências sobre o Decreto Fiscal da Marijuana de 1937). Por ter sido aprovada à sua revelia e sem que tenha sido ouvida no congresso, a Associação Médica Americana testemunhou especificamente que se opunha a tal lei. Quando os apoiantes da lei em causa foram questionados no congresso sobre a posição da AMA em relação à lei, eles mentiram e disseram que a AMA era favorável à aprovação da lei, porque eles sabiam que a lei nunca seria aprovada sem a sua aceitação pela AMA. A lei foi aprovada, e a AMA veio mais tarde a protestar, mas a lei nunca foi revogada.

Em qualquer dos casos, os jornais de todo o pais divulgaram histórias sensacionalistas sobre as coisas terríveis que estas drogas faziam as minorias raciais, e sobre os horrores que as pessoas pertencentes as ditas raças infligiam aos brancos inocentes sobre a influencia dessas drogas. Pesquisas posteriores demonstraram que nenhuma dessas histórias utilizadas como propaganda para promover a aceitação e exigência social dessas leis, poderiam ser relatos reais. Nunca existiu nenhuma evidencia académica de que as estas leis eram necessárias, ou mesmo benéficas para a saúde e segurança pública, e nenhuma foi apresentada quando as leis foram aprovadas.
Fonte: Terra Vista

O mais interessante é de onde eu tirei esse artigo:

http://www.antidrogas.com.br/mostraartigo.php?c=177
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Offline Bob Cuspe

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Governo quer mudar Lei das Drogas
« Resposta #214 Online: 26 de Agosto de 2009, 13:36:34 »
Governo quer mudar Lei das Drogas

Fonte: http://www.conjur.com.br/2009-ago-23/deputado-defende-plantio-maconha-penas-leves-pequeno-traficante#autores

Por Filipe Coutinho

"A sociedade e o Congresso têm que entender que estamos prendendo os peixes pequenos, agravando a situação deles e deixando soltos os grandes traficantes.” Com esse argumento, o deputado Paulo Teixeira (PT/SP) pretende enfrentar nos próximos meses uma batalha polêmica na Câmara dos Deputados: permitir o plantio de maconha para o usuário e estabelecer penas alternativas para o pequeno traficante. Para isso, Teixeira se vale de um estudo encomendado pelo Ministério da Justiça que mostra, na prática, que a polícia pouco se dedica a prender os grandes traficantes. Segundo o deputado, a nova lei pode mudar essa situação e deixar ainda mais clara a descriminalização do usuário, a ponto de ser permitido fumar maconha no meio da rua.

A opinião de Paulo Teixeira ainda não é a posição oficial do governo Lula. Teixeira foi o único parlamentar a participar da discussão dentro do governo, na tentativa de mudar a Lei 11.343/06. Nessa semana, começou o ciclo de de debates da Comissão Brasileira sobre Drogas e Democracia. O grupo heterogêneo, composto por especialistas e representantes de setores interessados, tem entre seus membros a ministra do Supremo Tribunal Federal Ellen Gracie. Paulo Teixeira é o representante do Congresso.

Os números da pesquisa revelam que a maioria dos presos é constituida por réus primários, que foram presos sozinhos, com pouca quantidade de drogas e não tem associação com o crime organizado. “Nós pegamos todo o aparato policial para prender, todo o aparato judicial para julgar e administramos a prisão de todas as pessoas em penas pesadas. Minha pergunta é: é essa a preocupação que a sociedade tem? Me parece que não. A sociedade está preocupada com o grande traficante e a violência do tráfico”, explica o deputado.

O tráfico de droga representa a segundo maior incidência de condenações nos presídios brasileiros, com 69.049 presos, atrás somente de roubo qualificado. O estudo da secretaria de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça foi feito em parceria com a Universidade de Brasília e Universidade Federal do Rio de Janeiro, entre março de 2008 e julho de 2009. Os pesquisadores analisaram 1.074 acórdãos ou sentenças, nos Tribunais de Justiça do Rio e Brasília, além de Superior Tribunal de Justiça e Supremo Tribunal Federal. No total, o estudo do Ministério da Justiça apurou que 55% dos presos são réus primários

Não compre, plante
O deputado acredita que a atual lei não diferencia o grande traficante do “peixe pequeno” e, por isso, as políticas públicas estão “desfocadas”. A ideia é dividir a lei em quatro tipos de agentes. Ao usuário comum, o deputado defende que a lei não deve enquadrá-lo na esfera penal. A revista Consultor Jurídico perguntou então sobre uma situação hipotética: o que deveria acontecer com quem estiver fumando um cigarro de maconha no meio da rua? O deputado foi incisivo. “Acabou, não tem o que falar. Ele pode”, diz. “A maconha não causa um problema social, do ponto de vista da violência. Não se pode tratar maconha como se fosse crack”, completa.

Como forma de desarticular o lucro com o tráfico, Paulo Teixeira defende também que seja dada a permissão para o usuário plantar “três ou quatros mudas” de maconha, para consumo próprio. Para isso, o deputado prevê políticas de controle e licença médica para evitar abusos. “Se a pessoa é usuária ocasional e não abusa ou tem problemas, ela pode plantar pequenas quantidades. O objetivo é separar o usuário do tráficante”.

A tentativa de permitir o plantio de maconha, com pesquisas e debates dentro do governo, mostra uma mudança de visão em relação à maconha nos últimos anos. Os integrantes da banda Planet Hemp, por exemplo, foram presos na década de 1990 por apologia às drogas. Hoje, a música se encaixa sob medida no discurso do deputado. “Não compre, plante. Chega de financiar essa máquina extorsiva.
De um lado o miserável, de outro o policial homicida”, diz uma das músicas da banda outrora censurada.

No Supremo Tribunal Federal, os ministros terão de decidir se a Marcha da Maconha e outras manifestações a favor da legalização da cannabis sativa é apologia ou liberdade de expressão. Para a Procuradoria Geral da República, autora da ação, defender a legalização da maconha é um direito. “O fato de uma ideia ser considerada errada pelas autoridades de plantão não é fundamento bastante para justificar que a sua veiculação seja proibida. A liberdade de expressão não protege apenas as ideias aceitas pela maioria, mas também aquelas tidas como absurdas e até perigosas. Trata-se de um instituto contramajoritário, da minoria”, diz a o texto da ação. 

Peixe pequeno
Pela proposta do deputado, numa segunda categoria está o réu primário, com pequena quantidade de droga, desarmado e sem vínculo com quadrilhas. Esse caso, aliás, é o mais comum nas cadeias – de acordo com o estudo. Para esse grupo, a proposta é estabelecer primeiramente penas alternativas. “A atenção tem que ser dada para a organização criminosa. Quem usa arma, constrange, contrata menores, o foto tem que estar nesse grupo. A estratégia do traficante é não colocar a mão na droga e dar o trabalho sujo para jovens pobres. E a sociedade está aceitando o jogo deles. A polícia coloca os jovens na cadeia e o tráfico os substitui por outros”.

Os números corroboram a tese do petista. No Distrito Federal, por exemplo, o combate ao tráfico de drogas chegou a um anacronismo: a maior causa de aumento de pena (40%) foi justamente por causa de tráfico dentro dos presídios.

Numa terceira categoria, está quem vende e faz pequenos roubos para bancar o vício. Para esse caso, a ideia é dar tratamento médico e punir penalmente somente os reincidentes. “Quem comete o crime por vício, tem que ser primeiramente tratado. É uma doença”, diz o deputado. “A gente tem que tirar essa meninada do craque. Colocar na prisão só vai piorar a situação”.

Por fim, no quarto grupo entram os grandes taficantes, quem realmente comanda o tráfico e controla o mercado de droga. De acrodo com a proposta, a polícia e a legislação deve focar neles, para quem seriam reservadas penas mais duras.

Mestre em Direito Constitucional pela Universidade de São Paulo, Texeira não entra pela primeira vez na polêmica sobre as formas de combate ao uso de drogas. Há 11 anos, quando era deputado estadual, foi autor da lei paulista que garante a distribuição de seringas aos viciados em heroína. Para convencer nichos conversadores do Congresso Nacional, o deputado explica repetidas vezes uma única tese: uma nova lei seria uma constatação da realidade brasileira. “Essa discussão não pode ser ideológica ou contaminada de valores morais. Temos que ser pragmáticos e focar nos resultados. Tem que ser um debate desapaixonado e técnico, só assim para convencer a sociedade”.

“Bagunça total”
Nas varas criminais do DF, quase 70% dos processos referem-se a presos com quantias inferiores a 100 gramas de maconha. No Rio de Janeiro, esse grupo de presos representa 50%. “A grande maioria dos presos atualmente por este delito está no nível inferior da hierarquia, e não tem ligação direta com crime organizado. Esse nível funciona como uma bagunça total, pois  normalmente   os   seus   agentes   não   têm  advogado,   guardam  a mercadoria em casa, brigam com a família durante a prisão, além de ter a pobreza como característica”, afirma o estudo do Ministério da Justiça.

De acordo com o estudo, 88% dos réus nas varas estaduais e federais do DF e RJ foram presos em flagrante. A pesquisa aponta um desvio na atual lei, que dá amplos poderes ao policial. “Uma vez apresentado um preso em flagrante, o magistrado não terá condições de perceber como ocorreu a   prisão, pois depende da palavra do policial”, afirma o estudo. “O formato da lei parece contribuir, quando estabelece tipos abertos e penas desproporcionais. O resultado dessa equação é que o Poder Judiciário aplica uma lei extremamente punitiva e desproporcional”.

Na cerimônia de divulgação do estudo, o secretário de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça, Pedro Abramovay, também defendeu mudanças na lei. “O Brasil está em um processo de amadurecimento da legislação sobre drogas. A lei de 2006 representou um avanço, mas temos que continuar debatendo e ver todas as falhas. O resultado da pesquisa mostra que há questões a serem aperfeiçoadas. Novos caminhos surgirão com muito debate”.

O governo aguarda ainda o parecer do Conselho Nacional de Políticas sobre Drogas (Conad) para decidir como será a redação final do projeto de lei. A expectativa é que o projeto comece a tramitar em setembro ou outubro. A repercussão de setores mais conversadores da Câmara dos Deputados ainda foi tímida. Um detalhe mostra que o projeto deve ter tramitação rápida. Se o governo Lula de fato quiser mudar a lei, terá pouco mais de um ano para aprová-lo. Afinal, 2010 é ano de eleição e tudo é incerto em relação à próxima legislatura e presidência da República.


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Confira os principais pontos da proposta:

Como devem ser tratados os agentes da maconha:
►Usuário: retirar da esfera penal
►Pequeno traficante (réu primário, desarmado e sem relação com organizações): penas alternativas
►Viciado (quem comete pequenos roubos e vende droga para bancar o vício): tratamento médico
►Organização criminosa: punições duras

Providências:
►Diferenciar maconha das outras drogas
►Deixar mais claro as características do porte para uso próprio e para venda
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Bom, na minha humilde opinião, vejo o atual cenário mundial como favorável à descriminalização (não entenda liberação pelo amor de deus!). Além da Holanda, Canada e Portugal, México e Argentina recentemente caminharam para um processo de legalização do porte e uso de pequenas quantidades.

Aqui no Brasil a situação está caminhando e terá claramente que vencer primeiro a barreira moralista imposta por alguns. O simples ato democrático de divulgar a causa como a Marcha da Maconha foi novamente proibido em 2009 na maior cidade do país, porém pode-se considerar uma vitória o envolvimento ativo do ex-presidente FHC além do Minc, Gabeira e outras cabeças pensantes.

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Offline Gaúcho

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Re: Governo quer mudar Lei das Drogas
« Resposta #215 Online: 26 de Agosto de 2009, 14:39:34 »
Não me agrada a idéia de legalização.

Ah, e Marcha da Maconha? PQP, VÃO TRABALHAR, BANDO DE DESOCUPADOS.
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Offline Bob Cuspe

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Re: Governo quer mudar Lei das Drogas
« Resposta #216 Online: 26 de Agosto de 2009, 17:13:20 »
Não me agrada a idéia de legalização.

Ah, e Marcha da Maconha? PQP, VÃO TRABALHAR, BANDO DE DESOCUPADOS.

Para que buscar informação se podemos entrar de sola no assunto né não?

Informação importante: A marcha sempre foi realizada em domingos, pois apesar do esteriótipo esculhambado por preconceituosos, uma pessoa pode defender seus interesses (não importa quais) e trabalhar ou exercer outras atividades normalmente.

Eu particularmente sou usuário e não sou desocupado. Tenho total interesse em tirar da marginalidade algo que não vejo motivo plausivel nenhum para ser ilegal. Por isso tudo, a Marcha da Maconha é um movimento legítimo para os interessados e estes não gostam nem um pouco de serem acusados de vagabundos por defender a causa.

E outra, prefiro mil vezes participar de uma marcha da maconha no domingo do que assistir uma missa na igreja ou o faustão na TV.
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Offline Andre

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Re: Governo quer mudar Lei das Drogas
« Resposta #217 Online: 26 de Agosto de 2009, 17:32:43 »
Lembrando que Portugal já legalizou, com resultados positivos.

México legalizou recentemente, então não podemos analisar ainda a situação, e estuda-se a possibilidade de se legalizar a maconha na Argentina.
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Offline Pellicer

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Re: Governo quer mudar Lei das Drogas
« Resposta #218 Online: 26 de Agosto de 2009, 19:03:58 »
Se fumar maconha for tão restrito quanto cigarro normal em São Paulo, eu não vejo problemas.

Mas antes de simplesmente legalizar, precisa de leis punindo quem fuma maconha e faz uma atividade na qual ela atrapalha. Por exemplo é crime beber e dirigir. Uma pessoa pode ser demitida por justa causa por trabalhar bêbada. Isso obviamente não justifica proibir a bebida alcoólica, e a mesma lógica vale pra maconha, mas quais atividades a maconha pode atrapalhar?

Offline Bob Cuspe

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Re: Governo quer mudar Lei das Drogas
« Resposta #219 Online: 26 de Agosto de 2009, 19:18:38 »
Se fumar maconha for tão restrito quanto cigarro normal em São Paulo, eu não vejo problemas.

Mas antes de simplesmente legalizar, precisa de leis punindo quem fuma maconha e faz uma atividade na qual ela atrapalha. Por exemplo é crime beber e dirigir. Uma pessoa pode ser demitida por justa causa por trabalhar bêbada. Isso obviamente não justifica proibir a bebida alcoólica, e a mesma lógica vale pra maconha, mas quais atividades a maconha pode atrapalhar?

A proposta é tirar o consumo da esfera penal. Da mesma forma que beber não é proibido para maiores (exceção o dia de eleição), porém, o cidadão é responsavel pelo seus atos inclusive quando está sob efeito de drogas.
« Última modificação: 26 de Agosto de 2009, 19:20:53 por Bob Cuspe »
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Offline Maeve Brooks

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Re: Governo quer mudar Lei das Drogas
« Resposta #220 Online: 26 de Agosto de 2009, 19:57:29 »
Sou completamente a favor da proposta!!
Acho que o que está se tentando fazer é tirar da situação de ilegalidade aquela pessoa que usa pequenas quantidades de maconha há anos, não atrapalha ninguém, não se envolve com crime organizado e leva sua vida corretamente. Não deve existir pesquisa nesse sentido, mas pelo menos aqui no Rio é enorme o número de usuários ocasionais. Claro que tem toda a questão do financiamento ao crime organizado, o dinheiro desse usuário "boa gente" compra armas e outras drogas, por isso devia ser permitido uma forma alternativa de obtenção de maconha.

Quanto as outras drogas acho que é mais complexo, mas já é um grande avanço o Estado admitir que sua política de combate não resolve o principal problema, que é a prisão do grande traficante.

Nunca entendi todo esse moralismo com o Planet Hemp, Marcha da Maconha e afins, fica muito difícil saber onde termina a liberdade de expressão e começa a apologia.
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Offline Nina

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Re: Governo quer mudar Lei das Drogas
« Resposta #221 Online: 26 de Agosto de 2009, 21:17:33 »
O negócio é legalizar e cobrar impostos. Quebrar parte do ciclo do tráfico.
"A ciência é mais que um corpo de conhecimento, é uma forma de pensar, uma forma cética de interrogar o universo, com pleno conhecimento da falibilidade humana. Se não estamos aptos a fazer perguntas céticas para interrogar aqueles que nos afirmam que algo é verdade, e sermos céticos com aqueles que são autoridade, então estamos à mercê do próximo charlatão político ou religioso que aparecer." Carl Sagan.

Offline Andre

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Re: Governo quer mudar Lei das Drogas
« Resposta #222 Online: 26 de Agosto de 2009, 22:18:03 »
Concordo, mas não adianta cobrar o imposto que quiserem, ou o tráfico vai continuar existindo como contrabando.
Se Jesus era judeu, então por que ele tinha um nome porto-riquenho?

Offline Gaúcho

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Re: Governo quer mudar Lei das Drogas
« Resposta #223 Online: 27 de Agosto de 2009, 10:05:00 »
Não me agrada a idéia de legalização.

Ah, e Marcha da Maconha? PQP, VÃO TRABALHAR, BANDO DE DESOCUPADOS.

Para que buscar informação se podemos entrar de sola no assunto né não?

Informação importante: A marcha sempre foi realizada em domingos, pois apesar do esteriótipo esculhambado por preconceituosos, uma pessoa pode defender seus interesses (não importa quais) e trabalhar ou exercer outras atividades normalmente.

Eu particularmente sou usuário e não sou desocupado. Tenho total interesse em tirar da marginalidade algo que não vejo motivo plausivel nenhum para ser ilegal. Por isso tudo, a Marcha da Maconha é um movimento legítimo para os interessados e estes não gostam nem um pouco de serem acusados de vagabundos por defender a causa.

E outra, prefiro mil vezes participar de uma marcha da maconha no domingo do que assistir uma missa na igreja ou o faustão na TV.


Enquanto não for legal, você é apenas um financiador do tráfico. E enquanto você acha que sustentar seu vício é mais importante que a questão do tráfico de drogas, não vejo muito sentido em argumentar.
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Offline Andre

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Re: Governo quer mudar Lei das Drogas
« Resposta #224 Online: 27 de Agosto de 2009, 10:39:11 »
E se ele plantar em casa? :P
Se Jesus era judeu, então por que ele tinha um nome porto-riquenho?

 

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