Autor Tópico: Legalização da maconha  (Lida 135896 vezes)

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Offline SnowRaptor

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Re: Legalização da maconha
« Resposta #275 Online: 31 de Janeiro de 2010, 13:35:25 »
E você acha que com toneladas de impostos sobre as drogas, os vendedores legais conseguiriam oferecer o produto por um preço mais baixo que o dos traficantes?
Elton Carvalho

Antes de me apresentar sua teoria científica revolucionária, clique AQUI

“Na fase inicial do processo [...] o cientista trabalha através da
imaginação, assim como o artista. Somente depois, quando testes
críticos e experimentação entram em jogo, é que a ciência diverge da
arte.”

-- François Jacob, 1997

Offline Mr. Mustard

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Re: Legalização da maconha
« Resposta #276 Online: 31 de Janeiro de 2010, 13:39:17 »
Desculpe-me Snow,

A pergunta é para mim? Se sim, penso que:

Você acertou em cheio o que eu acho: Sempre haverá um meio de traficar, sonegar, surrupiar o estado de direito.

Dentro deste prisma, teremos mais um problema: Tráfico acrescido da sonegação.

Offline Andre

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Re: Legalização da maconha
« Resposta #277 Online: 31 de Janeiro de 2010, 13:49:56 »
Depende. De que vício você está falando? Existe tanto a dependência física como a psicológia. A dependência química é um mecanismo biológico e pode ser medido usando cobaias; assim se sabe que LSD não vicia e que opióides viciam (heroína, morfina).

A dependência psicológia está mais relacionada ao social, que é talvez seja o principal motivo que leva as pessoas a consumirem drogas. Você está tímido em uma festa, vem um amigo e te oferece um copo com alguma bebida alcóolica, e você se sente mais "solto". Vem um amigo e te oferece um cigarro, e agora você não sente mais a ansiedade de saber o que fazer com as mãos. Você vê uma rodinha de amigos e estão todos fumando maconha, você acaba dando um tapa também, etc, etc.

Outro processo é a curiosidade natural, como por exemplo Aldous Huxley narra em As Portas da Percepção. Talvez seria essa curiosidade que faria alguém querer usar cocaína mesmo sendo possível comprar maconha legalmente, mas aí entra o que eu escrevi ao Snow: por ser fiscalizada (se fosse legalizada), a maconha tem, supostamente, qualidade melhor e não preciso me envolver com traficante. Aposto que isso reduziria bastante a atratividade da cocaína.

E você acha que com toneladas de impostos sobre as drogas, os vendedores legais conseguiriam oferecer o produto por um preço mais baixo que o dos traficantes?
Cigarro e álcool pagam uma tonelada de imposto. Sim, vendem-se "falsificações", mas quem o faz não tem nem de longe o poder que tinha a máfia italiana durante a lei seca.

Além disso, há uma questão de segurança. E.g. Supõe-se que se eu estou comprando esse selo numa loja fiscalizada pelo governo, e que a produção foi fiscalizada pelo mesmo, o que eu vou tomar é LSD puro (ou muito próximo disso), e não uma das drogas com efeitos similares, mas cheias de efeitos colaterais que o LSD não tem. Sabendo disso, e sabendo também que não teria de me envolver com traficantes, eu preferiria pagar mais caro a me arriscar. Acho que outras pessoas também.

Você acertou em cheio o que eu acho: Sempre haverá um meio de traficar, sonegar, surrupiar o estado de direito.

Dentro deste prisma, teremos mais um problema: Tráfico acrescido da sonegação.
Para mim isso não é argumento. Se seu carro está com problema você deixa de arrumá-lo porque pode aparecer outro? Além disso, a sonegação existe independente da legalização ou não, então um não vai causar o outro.
« Última modificação: 31 de Janeiro de 2010, 13:52:01 por Andre »
Se Jesus era judeu, então por que ele tinha um nome porto-riquenho?

Offline Felius

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Re: Legalização da maconha
« Resposta #278 Online: 31 de Janeiro de 2010, 13:51:26 »
Edit: E por favor, não comecem com o declive escorregadio de que se fuma maconha, quer dizer que ja esta disposto a cheirar cocaina, fumar crack, e etc.

De forma alguma, mas eu gostaria de entender o que faz uma pessoa fumar maconha... Qual o mecanismo?
Qual a influência? Social? Cultural? Musical? Sei lá... O qual o mecanismo para o vicio em heroína? Até onde estes fatores não te fazem, por exemplo, viciado em LSD?

Se o tráfico prega que a maconha é jóia, bacana, "coisa de happer", coisa de doidão ou desbaratinado, o que o tráfico faria para te convencer que cocaína é o barato do dia?

Entende o meu ponto?

Assim como o álcool e ou o cigarro, alguma coisa te faz usar isto...

Primeiramente, cuidado com a forma que você coloca o post, que faz parecer que você faz parecer que esta me acusando de ser usuario de maconha, fumante e bebum... :P

Voltando ao assunto, já ouvi falar disso, mas não me recordo de nenhuma fonte confiável se há possibilidade de dependência química com a maconha. Mas de um jeito ou outro, a maconha é, reconhecidamente, uma droga mais leve, com efeitos colaterais menos problemáticos que varias outras, a curto e a longo prazo. Não apenas isso, mas ganhou esse nicho de droga de hippie, bem, graças ao movimento hippie, não devido a alguma ação do trafico.

Grande parte das outras drogas tem efeitos objetivamente mais perigosos, o que facilmente pode afastar o usuário de maconha de outras drogas mais pesadas. Claro, vai haver usuários para elas, mas ao que tudo indica, seriam em muito menor número. Considerando um cenário de lei seca, seria como falar que se legalizasse o álcool, todo os vendedores ilegais de álcool iriam passar a vender outras drogas ilícitas, sem perder o folego ou lucro.

E quanto ao que leva efetivamente alguém a consumir qualquer droga, licita ou ilícita, arrisco dizer, que na maioria dos casos, e desconsiderando-se dependência química, trata-se de achar a sensação ou efeito que a mesma causa, prazeroso, e por isso querer usa-la. Mesma forma que alguém joga um jogo de computador por que acha divertido, faz exercícios físicos constantes por que acha a sensação agradável, entre outras inúmeras atividades.

E Snow, neste ponto seria mais um problema como cigarros piratas que tráfico de drogas propriamente dito. Atualmente os traficantes tem um monopólio total. Se houvesse a legalização, mesmo que quisessem continuar vendendo, o preço haveria de baixar, e muito. E com esse preço mais baixo, perde muita renda. Alem do que, acredito que a maioria dos usuários, tendo a opção de pagar ligeiramente mais barato subindo o morro, negociando com criminosos armados que se acharem que você tem que comer grama pela raiz, é isso que vai te acontecer, e não tendo nenhuma garantia de qualidade se o que esta consumindo é seguro ou não, ou pagar ligeiramente mais caro em um lugar credenciado, seguro, e fiscalizado, preferiria o segundo.

P.S. To sendo ninja'd aqui direto. :P
"The patient refused an autopsy."

Offline Mr. Mustard

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Re: Legalização da maconha
« Resposta #279 Online: 31 de Janeiro de 2010, 13:55:26 »
Para mim isso não é argumento. Se seu carro está com problema você deixa de arrumá-lo porque pode aparecer outro? Além disso, a sonegação existe independente da legalização ou não, então um não vai causar o outro.

Não é argumento?

Uai, se você pode comprar com o tiozinho da esquina mais barato você não irá? Por favor! Olha aí a pirataria meu camarada! Todas as classes, A, B ou C algum dia comprou alguma coisa na esquina sem pagar impostos.

Teu argumento é que está fugindo da realidade. Pense bem.

Offline Mr. Mustard

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Re: Legalização da maconha
« Resposta #280 Online: 31 de Janeiro de 2010, 14:00:19 »
Primeiramente, cuidado com a forma que você coloca o post, que faz parecer que você faz parecer que esta me acusando de ser usuario de maconha, fumante e bebum... :P

Olha só, vamos deixar uma coisa bem clara: Se eu estivesse aqui para subjulgar alguém, eu tentaria, de todas as formas, evitar este tópico, ok? Então vamos deixar de lado a sensação de vítima e vamos analisar o contexto, tudo bem?

Vamos lá: Eu não estou aqui para dizer que quem tem vícios é um malandro, eu estou aqui para dizer que legalização funciona até certo ponto e que mesmo legalizando, vai ter tráfico do mesmo jeito, maior, menor, mais intenso, menos intenso.

Se alguém quer encher a cara, faz isto no boteco da esquina pagando impostos ou não. Se você não tem grana para comprar no supermecado, vai comprar com o camelô pela metado do preço.

Hoje o tráfico é declarado, no futuro, se houver legalização, será MEIO declarado, concorda?

Offline Andre

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Re: Legalização da maconha
« Resposta #281 Online: 31 de Janeiro de 2010, 14:07:29 »
Para mim isso não é argumento. Se seu carro está com problema você deixa de arrumá-lo porque pode aparecer outro? Além disso, a sonegação existe independente da legalização ou não, então um não vai causar o outro.

Não é argumento?

Uai, se você pode comprar com o tiozinho da esquina mais barato você não irá? Por favor! Olha aí a pirataria meu camarada! Todas as classes, A, B ou C algum dia comprou alguma coisa na esquina sem pagar impostos.

Teu argumento é que está fugindo da realidade. Pense bem.
Você está comparando coisas diferentes. Você está dizendo que se a venda de drogas for legalizada, isso vai gerar sonegação nos seus pontos legais de venda e isso não é necessariamente verdade. Não se deixa de resolver um problema porque possivelmente pode aparecer outro.

Além disso a pirataria é um caso a parte: se você comprar um CD pirata, não está pondo em risco sua saúde. Se você comprar um uísque falsificado, o remorso aparece na manhã seguinte. Por isso, apesar de existir contrabando e falsificação de cigarros e bebidas alcóolicas, são poucos os que se arriscam a comprá-los, muitos menos que os que compram CDs falsificados.
Se Jesus era judeu, então por que ele tinha um nome porto-riquenho?

Offline Mr. Mustard

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Re: Legalização da maconha
« Resposta #282 Online: 31 de Janeiro de 2010, 14:10:56 »
Para mim isso não é argumento. Se seu carro está com problema você deixa de arrumá-lo porque pode aparecer outro? Além disso, a sonegação existe independente da legalização ou não, então um não vai causar o outro.

Não é argumento?

Uai, se você pode comprar com o tiozinho da esquina mais barato você não irá? Por favor! Olha aí a pirataria meu camarada! Todas as classes, A, B ou C algum dia comprou alguma coisa na esquina sem pagar impostos.

Teu argumento é que está fugindo da realidade. Pense bem.
Você está comparando coisas diferentes. Você está dizendo que se a venda de drogas for legalizada, isso vai gerar sonegação nos seus pontos legais de venda e isso não é necessariamente verdade. Não se deixa de resolver um problema porque possivelmente pode aparecer outro.

Além disso a pirataria é um caso a parte: se você comprar um CD pirata, não está pondo em risco sua saúde. Se você comprar um uísque falsificado, o remorso aparece na manhã seguinte. Por isso, apesar de existir contrabando e falsificação de cigarros e bebidas alcóolicas, são poucos os que se arriscam a comprá-los, muitos menos que os que compram CDs falsificados.

Caro colega,

Alguém que usa intorpecentes, realmente está preocupado com a própria saúde?
Minha analogia à pirataria é simples: Não é o risco que se corre e sim a vontade de saciar tua vontade.

Offline Mr. Mustard

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Re: Legalização da maconha
« Resposta #283 Online: 31 de Janeiro de 2010, 14:15:41 »
E o tópico está esquentando hehehe.... Brincadeirinha...

Offline Felius

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Re: Legalização da maconha
« Resposta #284 Online: 31 de Janeiro de 2010, 14:17:25 »
Primeiramente, cuidado com a forma que você coloca o post, que faz parecer que você faz parecer que esta me acusando de ser usuario de maconha, fumante e bebum... :P

Olha só, vamos deixar uma coisa bem clara: Se eu estivesse aqui para subjulgar alguém, eu tentaria, de todas as formas, evitar este tópico, ok? Então vamos deixar de lado a sensação de vítima e vamos analisar o contexto, tudo bem?

Vamos lá: Eu não estou aqui para dizer que quem tem vícios é um malandro, eu estou aqui para dizer que legalização funciona até certo ponto e que mesmo legalizando, vai ter tráfico do mesmo jeito, maior, menor, mais intenso, menos intenso.

Se alguém quer encher a cara, faz isto no boteco da esquina pagando impostos ou não. Se você não tem grana para comprar no supermecado, vai comprar com o camelô pela metado do preço.

Hoje o tráfico é declarado, no futuro, se houver legalização, será MEIO declarado, concorda?

Só falei isso pra te dar um toque que alguém mais estressado entenderia bem pior que eu quando você fala:
Citar
Se o tráfico prega que a maconha é jóia, bacana, "coisa de happer", coisa de doidão ou desbaratinado, o que o tráfico faria para te convencer que cocaína é o barato do dia?
Assim como o álcool e ou o cigarro, alguma coisa te faz usar isto...

Voltando ao assunto, e você discorda que se o tráfico tivesse que concorrer com os vendedores legalizados, não perderiam a enorme maior parte da sua renda? Continuando um paralelo com a lei seca americana, durante a lei seca, quem organizava e controlava a venda de álcool ilegal eram apenas criminosos, e se alguém tentasse corta-los nos preços, eles cortavam o individuo, de uma forma bem literal. Não era como se o concorrente pudesse ir até a polícia e reclamar que os outros criminosos estavam atrapalhando a atividade criminosa dele. E como eles eram os únicos fornecedores para um mercado onde havia grande demanda, cobravam o preço que quisessem, que as pessoas iriam dar um jeito de pagar. E com isso faturavam horrores e tinham enorme controle na sociedade.

Com o fim da lei da seca, estes mesmos não podia mais continuar como estavam. Agora a concorrência era legal, grande, e a polícia iria agir contra os criminosos se tentassem a força expulsar estes comerciantes legítimos a força. Com isso, a queda tanto no quanto lucravam e o controle que tinha na sociedade decaiu enormemente.

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Alguém que usa entorpecentes, realmente está preocupado com a própria saúde?
Alguem que bebe esta preocupado com a própria saúde? Vai pegar qualquer cachaça pirata vagabunda de alambique sujo pra encher a cara.
Alguem que fuma esta preocupado com a própria saúde? Vai fumar qualquer cigarro pirata 100 vezes mais venenoso pra saciar o vicio se apenas puder pagar a metade do preço neles.

Sim, há casos de viciados que não se importam com nada alem de saciar o vício, e estariam dispostos a consumir até cianeto se falassem que da barato. Mas estes são a minoria. A maioria dos usuarios não esta a tal ponto, e preferem não morrer, ao menos tão cedo. Provável de até estarem cientes de que estão prejudicando a própria saúde, mas acham que o prazer dado pela mesma vale os efeitos, e onde possivel, preferem minimizar os danos, ao menos os imediatos, como, digamos, fumar algo contaminado e ir parar no hospital ou necrotério.
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Offline Mr. Mustard

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Re: Legalização da maconha
« Resposta #285 Online: 31 de Janeiro de 2010, 14:26:42 »
Voltando ao assunto, e você discorda que se o tráfico tivesse que concorrer com os vendedores legalizados, não perderiam a enorme maior parte da sua renda? Continuando um paralelo com a lei seca americana, durante a lei seca, quem organizava e controlava a venda de álcool ilegal eram apenas criminosos, e se alguém tentasse corta-los nos preços, eles cortavam o individuo, de uma forma bem literal. Não era como se o concorrente pudesse ir até a polícia e reclamar que os outros criminosos estavam atrapalhando a atividade criminosa dele. E como eles eram os únicos fornecedores para um mercado onde havia grande demanda, cobravam o preço que quisessem, que as pessoas iriam dar um jeito de pagar. E com isso faturavam horrores e tinham enorme controle na sociedade.

Com o fim da lei da seca, estes mesmos não podia mais continuar como estavam. Agora a concorrência era legal, grande, e a polícia iria agir contra os criminosos se tentassem a força expulsar estes comerciantes legítimos a força. Com isso, a queda tanto no quanto lucravam e o controle que tinha na sociedade decaiu enormemente.

Muito bem, agora chegamos à um ponto de equilibrio. Polícia ostensiva funciona e funcionou... nos EUA!
Trace este mesmo paralelo à nossa realidade, ok? Trace a polícia de que temos hoje com a que praticamente erradicou o tráfico de bebidas no EUA à não sei quantos anos atrás... Para tudo tem solução, só falta a vontade de fazer... E neste país, vontade de fazer é algo que está em franca falta.

Alguem que bebe esta preocupado com a própria saúde? Vai pegar qualquer cachaça pirata vagabunda de alambique sujo pra encher a cara.
Alguem que fuma esta preocupado com a própria saúde? Vai fumar qualquer cigarro pirata 100 vezes mais venenoso pra saciar o vicio se apenas puder pagar a metade do preço neles.

Sim, há casos de viciados que não se importam com nada alem de saciar o vício, e estariam dispostos a consumir até cianeto se falassem que da barato. Mas estes são a minoria. A maioria dos usuarios não esta a tal ponto, e preferem não morrer, ao menos tão cedo. Provável de até estarem cientes de que estão prejudicando a própria saúde, mas acham que o prazer dado pela mesma vale os efeitos, e onde possivel, preferem minimizar os danos, ao menos os imediatos, como, digamos, fumar algo contaminado e ir parar no hospital ou necrotério.

Mas é exatamente o que eu disse! Vício é vício, legalizado ou não.
Não há vício erradicado. Podem ser menores, mas existem e todos são violentos, vide a quantidade de vítimas que o trânsito faz por abuso de álcool.

Offline Lion

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Re: Legalização da maconha
« Resposta #286 Online: 31 de Janeiro de 2010, 14:34:43 »
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'MACONHA É UMA DAS SUBSTÂNCIAS MAIS SEGURAS', DIZ ESPECIALISTA
Daniele Piomelli, neurocientista e farmacologista, defende o uso medicinal da planta e diz que pesquisas precisam ir fundo no assunto

“Uma vez eu disse a um jornal norte-americano que a maconha era uma das substâncias mais seguras que existem. Essa frase gerou o maior barulho e eu perdi minha paz por algum tempo. Mas mantenho a afirmação: a maconha é uma das substâncias mais seguras que existem”. Foi com essa convicção que o neurocientista e farmacologista Daniele Piomelli, considerado um dos maiores especialistas do mundo no assunto, defendeu o uso medicinal da polêmica erva.

Piomelli, da Universidade da Califórnia em Irvine, não é nenhum defensor da legalização da maconha. “Isso é uma decisão que cabe à sociedade tomar. Nós, cientistas, só fornecemos os fatos”, diz ele. Tampouco ignora os malefícios da droga. “Fumar maconha, como fumar qualquer cigarro, aumenta o risco de câncer de pulmão, de câncer de boca, entre vários outros. Isso não faz bem e uma pessoa sensata evitaria”, afirma. “Há outro problema: o vício. Alguém que fuma maconha por um certo tempo e em certas quantidades acaba desenvolvendo uma compulsão pela droga. Acaba tendo aquela vontade avassaladora de fumar de novo”, diz ele.

No entanto, o cientista acredita que a droga tem potencial para tratar pacientes de doenças graves, como câncer e Aids. “Seria imoral, antiético e desumano não fornecer esse alívio para pessoas que estão sofrendo, por motivos que vão além da medicina e que a ciência não fundamenta”, afirma. “Como você vai dizer para alguém com câncer terminal que ele não pode fumar maconha para aliviar sua dor?”

Piomelli espera que as pesquisas científicas na área avancem, sem serem atravancadas por questões políticas e sociais. “Chegou a hora de irmos além da maconha”, diz ele. “Quando tivermos um remédio melhor, eficiente, sem efeitos indesejados, que faça todo o bem que a maconha faz sem trazer todo o mal que ela causa, ninguém vai nem mais lembrar que maconha existe.”

Para conhecer mais sobre os usos terapêuticos da erva e sobre os efeitos da maconha no organismo, leia abaixo a íntegra da entrevista que o cientista deu ao G1.

G1 - O que se sabe sobre os efeitos da maconha no cérebro?

Daniele Piomelli - Nós sabemos, e já sabemos há alguns anos, que existem uma série de compostos no nosso próprio cérebro que agem como uma “maconha natural”. Por isso, são chamados de endocanabinóides, a partir do nome científico da maconha, Cannabis sativa. Normalmente, eles regulam coisas como o sono e a alimentação – e praticamente todos os processos do corpo humano. Quando alguém fuma maconha, esses compostos são “superativados”, passam a funcionar acima do normal, bloqueiam as sensações de dor e dão prazer.

G1 - Existem possíveis usos terapêuticos para a maconha?

Piomelli - Bom, quanto às propriedades medicinais, nós sabemos que a maconha é usada como um poderoso alívio para a dor crônica -- e não há nada muito eficiente contra isso até agora.

Pessoas com esclerose múltipla também têm benefícios ao fumar maconha, diversas pesquisas já mostraram isso. Ela também ajuda no combate a diversos outros problemas, como estresse, pressão alta, ansiedade, insônia, perda de apetite, cólicas menstruais e problemas intestinais.

Agora, a maconha deveria ser usada como remédio? Aí, depende. É preciso fumar maconha para obter seus efeitos e isso faz com que a pessoa consuma uma série de compostos químicos tóxicos e cancerígenos. E isso não faz bem.

Há outro problema: o vício. Há alguns anos, acreditávamos que a maconha não viciava. Hoje, sabemos que não é bem assim. A maconha é capaz, sim, de viciar -- ou seja, alguém que fuma maconha por um certo tempo e em certas quantidades, acaba desenvolvendo uma compulsão pela droga. Acaba tendo aquela vontade avassaladora de fumar de novo. O vício existe. É muito mais fraco do que o gerado pela cocaína e pela heroína, e mais fraco que o gerado pela nicotina. Mas existe.

G1 - Os efeitos negativos da maconha, portanto, não compensariam seus benefícios médicos?

Piomelli - Depende do caso. Se estamos falando de uma pessoa com câncer, por exemplo, ou Aids, ou algum outro problema grave de saúde, na hora de somar os prós e os contras, o alívio da dor que a maconha proporciona, compensa.

Mas se estamos falando de pessoas saudáveis, usando maconha para curar dores de cabeça, é uma irresponsabilidade muito grande. Há métodos mais eficazes, que não trazem os efeitos colaterais indesejados.

G1 - Então, na sua opinião, a maconha deveria, ou poderia, ser prescrita por médicos?

Piomelli - Sim. Eu acredito, e essa é minha opinião pessoal, que no caso de pacientes com câncer, por exemplo, seria imoral, antiético e desumano não fornecer esse alívio para pessoas que estão sofrendo, por motivos que vão além da medicina e que a ciência não fundamenta. Como você vai dizer para alguém com câncer terminal que ele não pode fumar maconha para aliviar sua dor?

Agora, se um paciente entrar no meu consultório pedindo para eu prescrever maconha para curar sua dor de cabeça, eu vou perguntar se ele está maluco e mandar ele tomar uma aspirina.

G1 - O senhor disse que é preciso fumar a maconha para obter seus efeitos. Não existe nenhuma forma além do fumo?

Piomelli - Na verdade, existe, mas não é tão eficiente quanto. Existe uma droga, feita a partir do princípio ativo da maconha, o THC, que tem sido usada para fins terapêuticos em diversos países. Existe a possibilidade de se consumir o THC oralmente, mas os resultados demoram mais para aparecer. E quando você está com dor, quer alívio o mais rápido possível.

O consumo oral do THC passa pelo estômago. Mas quando você fuma a maconha, o THC vai direto do pulmão para a corrente sanguínea, e daí para o cérebro. O efeito é muito mais rápido.

Alguns pacientes também declaram que preferem fumar, porque eles podem controlar exatamente o quanto vão consumir. Eles podem dar duas ou três tragadas, por exemplo, e parar quando se sentem melhor. Quando você toma um comprimido, ele vai ter lá seus 10g ou 20g e você não tem escolha. Se não for o suficiente, vai ter que agüentar. Se for demais, não tem como não absorver.

Ultimamente, tem sido testada uma nova forma de se consumir o THC que tem a velocidade do cigarro, mas não faz mal à saúde: o aerosol. Os médicos pegam o composto e o transformam para que ele possa ser aspirado. Dessa maneira, se tem os mesmos benefícios, mas sem os riscos.

G1 - Como o THC funciona?

Piomelli - O THC não é exatamente o melhor remédio do mundo. Ele atua naqueles componentes do cérebro que falamos antes, os endocanabinóides. Os endocanabinóides regulam praticamente todas as funções do corpo humano, do sono à fome. Por isso, eles são encontrados em locais muito diferentes do cérebro.

O que o THC faz? Ele fortalece todos os endocanabinóides. Todos, ao mesmo tempo. O que acontece? A dor passa, todos os efeitos benéficos aparecem, mas a pessoa fica “doidona”. Quando alguém fuma maconha para fins recreativos a intenção é, exatamente, essa: ficar “doidão”. É esse o objetivo. Que não é o objetivo de quem está com dor e toma THC. Essa pessoa não quer ficar alterada, ela só quer que a dor passe.

O que precisamos é de um remédio eficaz e seguro, que tire a dor, que melhore a náusea, que tenha todos os efeitos benéficos da maconha, e que não tenha os seus efeitos colaterais. Que não deixe ninguém drogado.

G1 - Estamos muito longe de um remédio como esse?

Piomelli - Essa é a grande meta de todas as pesquisas científicas que usam a maconha. No momento, o foco está, principalmente, em se encontrar um meio de aumentar o efeito dos endocanabinóides do cérebro naturalmente. Encontrar algo que faça o próprio corpo liberar os efeitos positivos desses compostos, sem que seja necessário fumar nada. É nisso que maioria das pesquisas está trabalhando no momento.

G1 - Voltando um pouco aos efeitos negativos da maconha. Há pesquisas que dizem que maconha mata neurônios. Outras dizem que não. Afinal de contas, mata ou não mata?

Piomelli - Esse é o grande problema, não é? Temos pesquisas de um lado falando uma coisa e daí vêm pesquisas do outro falando exatamente o oposto.

O que eu posso dizer é que conforme as pesquisas avançam está ficando cada vez mais claro para os cientistas que a maconha não tem nenhum efeito tóxico no cérebro, na quantidade em que é normalmente consumida.

Existem pesquisas que mostram que grandes quantidades de maconha em um curto período de tempo vão gerar uma série de estragos. E elas estão certas. Mas isso também é certo para qualquer coisa. Se você tomar uma grande quantidade de aspirina em um intervalo pequeno, também terá muitos problemas.

Uma vez eu disse a um jornal norte-americano que a maconha era uma das substâncias mais seguras que existem. Essa frase gerou o maior barulho e eu perdi minha paz por algum tempo. Mas, mantenho a afirmação: a maconha é uma das substâncias mais seguras que existem.

É impossível você matar alguém com maconha. O máximo que você vai fazer é botar a pessoa para dormir. Nós temos uma gigantesca lista de remédios usados normalmente muito mais perigosos que isso. A maioria desses analgésicos que são prescritos como água por aí são capazes de matar alguém -- em doses não muito maiores do que as consumidas normalmente. E você não mata ninguém com maconha.

G1 - Maconha, então, não faz mal?

Piomelli - Para o cérebro? Não. Para o cérebro de um adulto. Vamos sair por aí permitindo que nossas crianças e adolescentes fumem? Não. O cérebro de um adolescente ainda está em formação. Você diz isso para eles e eles não entendem, mas o fato é que no cérebro de alguém nessa idade ainda falta um monte de coisas. O sistema que é acionado em comportamentos de vício, por exemplo, não está pronto antes da idade adulta. Fumar maconha nessa idade pode fazer um dano enorme. Qual a extensão desse dano? Não sei. As pesquisas ainda não conseguiram definir. Mas, pelo princípio da precaução, adolescentes deveriam passar bem longe disso.

Agora, para um adulto, é outra questão. Por enquanto, não temos evidência de nenhum estrago que seja feito pela maconha no cérebro. Mas fumar maconha, como fumar qualquer cigarro, aumenta o risco de câncer de pulmão, de câncer de boca, entre vários outros. Isso não faz bem e uma pessoa sensata evitaria.

A maconha deveria ser liberada? Isso é uma decisão que cabe à sociedade tomar. Nós, cientistas, só fornecemos os fatos.

G1- Na sua opinião, o que podemos esperar do futuro das pesquisas com maconha?

Piomelli - Eu acho, e defendo isso exaustivamente, que chegou a hora de irmos além da maconha. Se temos o composto e temos como ele age no cérebro, já está na hora de podermos dispensar a maconha. Quando isso acontecer, tudo ficará mais fácil. Quando tivermos um remédio melhor, eficiente, sem efeitos indesejados, que faça todo o bem que a maconha faz sem trazer todo o mal que ela causa, ninguém vai nem mais lembrar que maconha existe.

No passado, o ópio era consumido para curar e aliviar de tudo. Tínhamos milhares de pessoas por aí usando. Hoje, o consumo do ópio caiu bruscamente. Ninguém mais usa. Por quê? Porque avançamos. Porque fomos além do ópio. Desenvolvemos uma série de medicamentos muito melhores, e daí ninguém mais precisava disso. É o que precisa acontecer com a maconha.

http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,AA1353657-5603,00.html

Offline Andre

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Re: Legalização da maconha
« Resposta #287 Online: 31 de Janeiro de 2010, 14:37:45 »
Caro colega,

Alguém que usa intorpecentes, realmente está preocupado com a própria saúde?
Minha analogia à pirataria é simples: Não é o risco que se corre e sim a vontade de saciar tua vontade.
Pode-se fazer a mesma pergunta a quem usa álcool ou fuma (tabaco). De qualquer forma, nem toda droga é igual. Definitivamente, quem usa crack não está preocupado com sua saúde, mas há controvérsias sobre o quanto prejudicial a maconha é, embora ultimamente tem-se falando que ela é menos prejudicial que o cigarro de tabaco. O LSD então, não há nenhum indicativo de que ele tenha efeitos colaterais; o máximo que existe é uma suspeita de que talvez ele seja abortivo, mas só.

Minha contra-analogia é simples: não há risco na pirataria, mas no consumo de substâncias sim. O primeiro risco é o da venda: enquanto no consumo de substâncias você está se envolvendo com traficantes potencialmente armados, a pirataria é tacitamente aceita e pode-se comprar de um camelôna rua (ou num camelódromo como existem em algumas cidades), geralmente em um horário movimentado, e lidando com uma pessoa desarmada.

O segundo risco é o do uso: Se você colocar um CD pirata no seu som (ou um jogo no seu console) existem três possibilidades: não vai funcionar; vai funcionar mas não era o que você pediu e estragar o aparelho. Eu, particularmente, nunca vi um aparelho estragar por isso, mas suponhamos que seja possível. Se você tomar um comprimido que foi comprado de um traficante como sendo LSD, existem duas possibilidades: não funcionar ou não ser o que você queria. Acontece, porém, que neste caso, não ser o que você queria é muito mais grave que ouvir sertanejo universitário quando você pediu um CD de heavy metal. Pode ser uma droga similar ao LSD mas com chance de bad-trip muito maior, com efeitos colaterais e que chega à overdose muito mais facilmente; pode ser que seja LSD mesmo, mas que no processo de fabricação, por algum motivo, misturou-se chumbo e mercúrio, metais altamente tóxicos; pode ser alguma coisa menos trágica, mas ainda perigosa.

O mesmo vale para as substâncias lícitas que são falsificadas/contrabandeadas: o cigarro que você comprou o pacote com 20 maços por 5 reais pode ter pedaço de corda e merda de cavalo; aquele uísque que você comprou provavelmente é água, álcool zulu e corante. Ou pode ser pior, pode ser que nem seja etanol, mas sim metanol, que é tóxico.
Se Jesus era judeu, então por que ele tinha um nome porto-riquenho?

Offline Mr. Mustard

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Re: Legalização da maconha
« Resposta #288 Online: 31 de Janeiro de 2010, 14:38:43 »
Boa parte do que compramos nas drogarias e farmácias são drogas de efeito terapeutico, ou seja, para sanar e/ou diminuir uma enfermidade de acordo com a quantidade receitada por um especialista.

Da notícia acima, penso o seguinte: Se o THC tem efeito terapeutico, qual o problema?
A minha dúvida é a seguinte: Qual o mecanismo da marginalização de uma substância?

Offline Darkside

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Re: Legalização da maconha
« Resposta #289 Online: 31 de Janeiro de 2010, 14:41:19 »
Existe uma correlação extremamente forte entre pobreza e tráfico, talvez mais do que tráfico e violência, e certamente muito forte entre pobreza e violência.

Olá Agnóstico.

Eu discordo de que a associação entre pobreza e tráfico de drogas seja superior ao relacionamento íntimo do mesmo com assassinatos, sequestros, extorsões, assaltos, corrupção de agentes do estado, tráfico internacional de armas, entre tantos outros crimes.

Minha opinião é baseada meramente no fato de que a enorme maioria dos moradores de favelas, bairros pobres e periferias não são traficantes, enquanto o tráfico, esteja onde estiver, causa esses crimes que citei, entre outros.

Citar
Veja essa resposta, e se puder seguir desde a primeira página ajuda. Veja o que falamos sobre problemas fabricados como o do tráfico, a analogia entre o que está ocorrendo e a lei seca norte americana.

Li o tópico desde o início.

Basicamente eu concordo com as opiniões manifestadas pelo Buckaroo Banzai e o Diegojaf, e não pretendo cansá-lo propondo uma discussão na qual você já participou.

Apenas pra deixar meu ponto de vista registrado, de forma suscinta. Considero pobre a analogia entre a lei seca americana e a situação do consumo de drogas atual do Brasil, pois as duas sociedades e culturas são muito diferentes, e considero uma legalização das drogas em nossa sociedade como ela se encontra algo que seria muito perigoso e prejudicial a todos nós.

Offline Mr. Mustard

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Re: Legalização da maconha
« Resposta #290 Online: 31 de Janeiro de 2010, 14:42:17 »
O mesmo vale para as substâncias lícitas que são falsificadas/contrabandeadas: o cigarro que você comprou o pacote com 20 maços por 5 reais pode ter pedaço de corda e merda de cavalo; aquele uísque que você comprou provavelmente é água, álcool zulu e corante. Ou pode ser pior, pode ser que nem seja etanol, mas sim metanol, que é tóxico.

E quem se preocupa com isso? Não tem gente que economiza na carreira de R$ 10 para levar duas de R$ 5? Uma hoje e outra amanhã?

Offline Andre

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Re: Legalização da maconha
« Resposta #291 Online: 31 de Janeiro de 2010, 14:45:01 »
Boa parte do que compramos nas drogarias e farmácias são drogas de efeito terapeutico, ou seja, para sanar e/ou diminuir uma enfermidade de acordo com a quantidade receitada por um especialista.

Da notícia acima, penso o seguinte: Se o THC tem efeito terapeutico, qual o problema?
A minha dúvida é a seguinte: Qual o mecanismo da marginalização de uma substância?
Acho que o uso terapêutico não é o problema. Existe preconceito, sim, mas o que está sendo debatido aqui é o uso recreativo.

O que você quer dizer com "mecanismo de marginalização"? O que faz uma substância ser lícita ou ilícita? É justamente esse o problema, não existe critério objetivo.
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Offline Andre

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Re: Legalização da maconha
« Resposta #292 Online: 31 de Janeiro de 2010, 14:45:53 »
O mesmo vale para as substâncias lícitas que são falsificadas/contrabandeadas: o cigarro que você comprou o pacote com 20 maços por 5 reais pode ter pedaço de corda e merda de cavalo; aquele uísque que você comprou provavelmente é água, álcool zulu e corante. Ou pode ser pior, pode ser que nem seja etanol, mas sim metanol, que é tóxico.

E quem se preocupa com isso? Não tem gente que economiza na carreira de R$ 10 para levar duas de R$ 5? Uma hoje e outra amanhã?
Quem se preocupa com isso é quem "prefere" comprar um maço de cigarro por 5 reais na padaria ao invés de comprar um pacote de 20 maços por 10 reais na barraca que tem na esquina.
Se Jesus era judeu, então por que ele tinha um nome porto-riquenho?

Offline Felius

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Re: Legalização da maconha
« Resposta #293 Online: 31 de Janeiro de 2010, 14:46:24 »
Voltando ao assunto, e você discorda que se o tráfico tivesse que concorrer com os vendedores legalizados, não perderiam a enorme maior parte da sua renda? Continuando um paralelo com a lei seca americana, durante a lei seca, quem organizava e controlava a venda de álcool ilegal eram apenas criminosos, e se alguém tentasse corta-los nos preços, eles cortavam o individuo, de uma forma bem literal. Não era como se o concorrente pudesse ir até a polícia e reclamar que os outros criminosos estavam atrapalhando a atividade criminosa dele. E como eles eram os únicos fornecedores para um mercado onde havia grande demanda, cobravam o preço que quisessem, que as pessoas iriam dar um jeito de pagar. E com isso faturavam horrores e tinham enorme controle na sociedade.

Com o fim da lei da seca, estes mesmos não podia mais continuar como estavam. Agora a concorrência era legal, grande, e a polícia iria agir contra os criminosos se tentassem a força expulsar estes comerciantes legítimos a força. Com isso, a queda tanto no quanto lucravam e o controle que tinha na sociedade decaiu enormemente.

Muito bem, agora chegamos à um ponto de equilibrio. Polícia ostensiva funciona e funcionou... nos EUA!
Trace este mesmo paralelo à nossa realidade, ok? Trace a polícia de que temos hoje com a que praticamente erradicou o tráfico de bebidas no EUA à não sei quantos anos atrás... Para tudo tem solução, só falta a vontade de fazer... E neste país, vontade de fazer é algo que está em franca falta.
Note que terminaram com o tráfico, APÓS o fim da lei seca. E erradicaram mais por causa do fim da lei seca do que pelo policiamento. Sim, o policiamento é importante, mas não é o que acaba com tráfico. Há uma demanda, e enquanto tem demanda, alguem vai querer ganhar dinheiro rápido vendendo, seja legal ou ilegal, policiamento ou sem.

http://en.wikipedia.org/wiki/Prohibition_in_the_United_States
Citar
When repeal of Prohibition occurred in 1933, organized crime lost nearly all of its black market alcohol profits in most states (states still had the right to enforce their own laws concerning alcohol consumption) because of competition with low-priced alcohol sales at legal liquor stores.

Alguem que bebe esta preocupado com a própria saúde? Vai pegar qualquer cachaça pirata vagabunda de alambique sujo pra encher a cara.
Alguem que fuma esta preocupado com a própria saúde? Vai fumar qualquer cigarro pirata 100 vezes mais venenoso pra saciar o vicio se apenas puder pagar a metade do preço neles.

Sim, há casos de viciados que não se importam com nada alem de saciar o vício, e estariam dispostos a consumir até cianeto se falassem que da barato. Mas estes são a minoria. A maioria dos usuarios não esta a tal ponto, e preferem não morrer, ao menos tão cedo. Provável de até estarem cientes de que estão prejudicando a própria saúde, mas acham que o prazer dado pela mesma vale os efeitos, e onde possivel, preferem minimizar os danos, ao menos os imediatos, como, digamos, fumar algo contaminado e ir parar no hospital ou necrotério.

Mas é exatamente o que eu disse! Vício é vício, legalizado ou não.
Não há vício erradicado. Podem ser menores, mas existem e todos são violentos, vide a quantidade de vítimas que o trânsito faz por abuso de álcool.

Perdão, esqueci que ironia não vai bem na internet. Entenda que virtualmente todos fazem escolhas prejudiciais a saúde a longo prazo, para viver de forma que considera melhor. Se você não come exatamente como uma nutricionista manda, você esta prejudicando sua saúde em nome de comer o que gosta e o quanto gosta. Se você não faz exercícios físicos regulares (e em quantidades relativamente pequenas, que fazer mais intensos, também podem prejudicar sua saúde e diminuir sua expectativa de vida), você também esta prejudicando sua saúde. Assim como se você bebe, fuma, ou cheira, você esta prejudicando sua saúde em nome do prazer a curto prazo.

E classificar todos os vícios como violentos, e ainda por cima, assumir que absolutamente todos usuários seriam viciados, especialmente viciados a tal ponto que serão obrigatoriamente violentos, é absurdo. Você fala como se todos ou a absoluta maioria fosse completamente incapaz de conviver em sociedade civilizada, o que é absolutamente falso.

Em outra nota, você esta mudando completamente o ponto. Começamos falando sobre se o usuário iria pegar uma droga extremamente mais arriscada, por que seria levemente mais barata, e você agora veio falar do perigo da direção alcoolizada. Sim, depois que ele ja usou a droga é, o julgamento pode ser afetado negativamente, mas isso não é argumento contra o tráfico, isso é argumento contra dirigir doidão. E a menos que defenda a volta da lei seca, este ponto não fara especialmente muito sentido.

Entenda também que não estou dizendo que a maconha deve ser liberada, jogada de aviões e etc. No mínimo, haveria restrições assim como a do cigarro e do álcool (isto é, afeta os sentidos, então o que não pode fazer alcoolizado também não pode fazer sob os efeitos da erva. Além disso, ninguém é para ser obrigado a ter que fumar maconha de segunda mão, então nada de maconha em lugares públicos. Idealmente seja ele aberto ou fechado. Que fumem em suas casas.)

P.S. ARGH, malditos ninjas, deixa eu postar! :P
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Offline Mr. Mustard

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Re: Legalização da maconha
« Resposta #294 Online: 31 de Janeiro de 2010, 14:54:08 »
Boa parte do que compramos nas drogarias e farmácias são drogas de efeito terapeutico, ou seja, para sanar e/ou diminuir uma enfermidade de acordo com a quantidade receitada por um especialista.

Da notícia acima, penso o seguinte: Se o THC tem efeito terapeutico, qual o problema?
A minha dúvida é a seguinte: Qual o mecanismo da marginalização de uma substância?
Acho que o uso terapêutico não é o problema. Existe preconceito, sim, mas o que está sendo debatido aqui é o uso recreativo.

O que você quer dizer com "mecanismo de marginalização"? O que faz uma substância ser lícita ou ilícita? É justamente esse o problema, não existe critério objetivo.

Por não existir um critério objetivo é que temos esse monte de gente empenhada a traficar...
Hoje droga é droga, alcool é alcool e cigarro é cigarro.

O primeiro é ilícito e banca boa parte do tráfico;
O segundo é lícito e faz um monte de alcoolatras pelo país e no mundo;
O terceito também é lícito e a longo prazo mata.

Mas no primeiro, recrear pode significar: Barato de novalgina é legal? Ou seja, sei que me modifica, então devo encarar como o alcool?

Offline Mr. Mustard

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Re: Legalização da maconha
« Resposta #295 Online: 31 de Janeiro de 2010, 14:59:55 »
O mesmo vale para as substâncias lícitas que são falsificadas/contrabandeadas: o cigarro que você comprou o pacote com 20 maços por 5 reais pode ter pedaço de corda e merda de cavalo; aquele uísque que você comprou provavelmente é água, álcool zulu e corante. Ou pode ser pior, pode ser que nem seja etanol, mas sim metanol, que é tóxico.

E quem se preocupa com isso? Não tem gente que economiza na carreira de R$ 10 para levar duas de R$ 5? Uma hoje e outra amanhã?
Quem se preocupa com isso é quem "prefere" comprar um maço de cigarro por 5 reais na padaria ao invés de comprar um pacote de 20 maços por 10 reais na barraca que tem na esquina.

E claro, o povo brasileiro tem toda essa grana né? Classes mais baixas não fazem esta analogia sabe...

Offline Felius

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Re: Legalização da maconha
« Resposta #296 Online: 31 de Janeiro de 2010, 15:00:11 »
Boa parte do que compramos nas drogarias e farmácias são drogas de efeito terapeutico, ou seja, para sanar e/ou diminuir uma enfermidade de acordo com a quantidade receitada por um especialista.

Da notícia acima, penso o seguinte: Se o THC tem efeito terapeutico, qual o problema?
A minha dúvida é a seguinte: Qual o mecanismo da marginalização de uma substância?
Acho que o uso terapêutico não é o problema. Existe preconceito, sim, mas o que está sendo debatido aqui é o uso recreativo.

O que você quer dizer com "mecanismo de marginalização"? O que faz uma substância ser lícita ou ilícita? É justamente esse o problema, não existe critério objetivo.

Por não existir um critério objetivo é que temos esse monte de gente empenhada a traficar...
Hoje droga é droga, alcool é alcool e cigarro é cigarro.

O primeiro é ilícito e banca boa parte do tráfico;
O segundo é lícito e faz um monte de alcoolatras pelo país e no mundo;
O terceito também é lícito e a longo prazo mata.

Mas no primeiro, recrear pode significar: Barato de novalgina é legal? Ou seja, sei que me modifica, então devo encarar como o alcool?

Basicamente por que é uma substancia bem mais usada e mais socialmente aceita. A maconha é uma droga nova na nossa sociedade (digo, nossa sociedade como em sociedade descendente da colonização europeia), os usuários uma relativa minoria, e alem de tudo, a maioria que usam, ao menos que usam visivelmente eram parte de algum tipo de contra cultura. Juntando isso, com o fato dos países de maior influencia no mundo ocidental serem um bocado moralistas, você tem os motivos da proibição.

O mesmo vale para as substâncias lícitas que são falsificadas/contrabandeadas: o cigarro que você comprou o pacote com 20 maços por 5 reais pode ter pedaço de corda e merda de cavalo; aquele uísque que você comprou provavelmente é água, álcool zulu e corante. Ou pode ser pior, pode ser que nem seja etanol, mas sim metanol, que é tóxico.

E quem se preocupa com isso? Não tem gente que economiza na carreira de R$ 10 para levar duas de R$ 5? Uma hoje e outra amanhã?
Quem se preocupa com isso é quem "prefere" comprar um maço de cigarro por 5 reais na padaria ao invés de comprar um pacote de 20 maços por 10 reais na barraca que tem na esquina.

E claro, o povo brasileiro tem toda essa grana né? Classes mais baixas não fazem esta analogia sabe...

Como se fosse as classes mais baixas que fumassem a maioria da maconha. E em outra nota, sim, arrisco dizer até que o comércio de cigarro piratas chega a ser minoria. E MESMO que ainda prefiram comprar o ilegal, vai ser um ilegal MUITO mais barato, o que quer dizer menos renda para o trafico.
« Última modificação: 31 de Janeiro de 2010, 15:02:33 por Felius »
"The patient refused an autopsy."

Offline Andre

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Re: Legalização da maconha
« Resposta #297 Online: 31 de Janeiro de 2010, 15:02:57 »
Boa parte do que compramos nas drogarias e farmácias são drogas de efeito terapeutico, ou seja, para sanar e/ou diminuir uma enfermidade de acordo com a quantidade receitada por um especialista.

Da notícia acima, penso o seguinte: Se o THC tem efeito terapeutico, qual o problema?
A minha dúvida é a seguinte: Qual o mecanismo da marginalização de uma substância?
Acho que o uso terapêutico não é o problema. Existe preconceito, sim, mas o que está sendo debatido aqui é o uso recreativo.

O que você quer dizer com "mecanismo de marginalização"? O que faz uma substância ser lícita ou ilícita? É justamente esse o problema, não existe critério objetivo.

Por não existir um critério objetivo é que temos esse monte de gente empenhada a traficar...
Hoje droga é droga, alcool é alcool e cigarro é cigarro.

O primeiro é ilícito e banca boa parte do tráfico;
O segundo é lícito e faz um monte de alcoolatras pelo país e no mundo;
O terceito também é lícito e a longo prazo mata.

Mas no primeiro, recrear pode significar: Barato de novalgina é legal? Ou seja, sei que me modifica, então devo encarar como o alcool?
Até onde sei, sim, é legal. Até porque novalgina não precisa de receita médica. Por outro lado, não sei se dá barato, qual a quantidade necessária, efeitos colaterais, etc. Então não recomendo. :P

E é claro, se drogas forem legalizadas, deve-se criar novas leis que proibam de dirigir sob efeito delas.
Se Jesus era judeu, então por que ele tinha um nome porto-riquenho?

Offline Lion

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Re: Legalização da maconha
« Resposta #298 Online: 31 de Janeiro de 2010, 15:03:54 »
A minha dúvida é a seguinte: Qual o mecanismo da marginalização de uma substância?

Não sei qual seria esse mecanismo de marginalização como um todo, mas desconfio que boa parte se deva a ignorância das pessoas em relação as próprias substâncias. Isso se eu estiver interpretando a pergunta corretamente  :P O LSD é um exemplo dessa marginalização.

A Volta da Criança Problema - lSD ressurge como possível tratamento clínico   ../forum/topic=21776.0.html
« Última modificação: 31 de Janeiro de 2010, 15:10:52 por Lion »

Offline Mr. Mustard

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Re: Legalização da maconha
« Resposta #299 Online: 31 de Janeiro de 2010, 15:05:07 »
Boa parte do que compramos nas drogarias e farmácias são drogas de efeito terapeutico, ou seja, para sanar e/ou diminuir uma enfermidade de acordo com a quantidade receitada por um especialista.

Da notícia acima, penso o seguinte: Se o THC tem efeito terapeutico, qual o problema?
A minha dúvida é a seguinte: Qual o mecanismo da marginalização de uma substância?
Acho que o uso terapêutico não é o problema. Existe preconceito, sim, mas o que está sendo debatido aqui é o uso recreativo.

O que você quer dizer com "mecanismo de marginalização"? O que faz uma substância ser lícita ou ilícita? É justamente esse o problema, não existe critério objetivo.

Por não existir um critério objetivo é que temos esse monte de gente empenhada a traficar...
Hoje droga é droga, alcool é alcool e cigarro é cigarro.

O primeiro é ilícito e banca boa parte do tráfico;
O segundo é lícito e faz um monte de alcoolatras pelo país e no mundo;
O terceito também é lícito e a longo prazo mata.

Mas no primeiro, recrear pode significar: Barato de novalgina é legal? Ou seja, sei que me modifica, então devo encarar como o alcool?

Basicamente por que é uma substancia bem mais usada e mais socialmente aceita. A maconha é uma droga nova na nossa sociedade (digo, nossa sociedade como em sociedade descendente da colonização europeia), os usuários uma relativa minoria, e alem de tudo, a maioria que usam, ao menos que usam visivelmente eram parte de algum tipo de contra cultura. Juntando isso, com o fato dos países de maior influencia no mundo ocidental serem um bocado moralistas, você tem os motivos da proibição.

Beleza, um dos mecanismos da utilização você já elucidou.
O que poderíamos dizer de quem não tem a menor noção disto?  

 

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