Sinceramente, não vejo como o Brasil atualmente defenderia com eficácia as suas fronteiras, instalações de geração e distribuição de energia, torres de comunicação, pontes, fábricas e até mesmo os quartéis de um ataque da Rússia, China, EUA, França, Japão ou outro. Inclusive acho que o inimigo conseguiria dar um Sapeca Iaiá no Brasil sem sofrer danos significativos na economia, tendo em vista que para alguns países o ataque (e estímulo ao conflito) a outros leva de certo modo a avanços econômicos.
Na minha visão os únicos problema encontrados pelo inimigo seriam numa situação de guerrilha na selva, que ainda assim é ameaçada pela tal falta de munição para as tropas brasileiras (que supostamente não durariam uma hora de combate) e em “tomar o poder” dos grandes centros urbanos, se a intenção fosse de dominar causando o menor dano possível, o que é difícil em qualquer canto do mundo e talvez mais especialmente na China.
Na verdade, e plagiando os analistas políticos: "it's the airpower, stupid!"
No final, tudo se baseia na capacidade de defesa do país contra um ataque aéreo maciço: nenhum país, nem mesmo a Argentina, seria louco de tentar "conquistar" o Brasil num ataque terrestre*. Isso simplesmente porque o país é grande demais, com um terreno muito variado com florestas e morros, além de muitos rios largos e uma população enorme. Assim, se um país quisesse, como diria Clausewitz, impor sua vontade política por outras formas ao Brasil, sua estratégia deveria se basear em ataques aéreos em larga escala, para destruir a infraestrutura e a indústria do país (pense em Kosovo). Atualmente, somente os EUA são capazes de um ataque assim ao Brasil, por possuírem seus grupos de porta-aviões (um deles já seria suficiente para o serviço) e bombardeiros de longo alcance.
É por isso que é tão importante uma modernização da força aérea brasileira. Também acho que, se o governo estivesse levando a sério esses cenários, ele teria feito um esforço para desenvolver mísseis balísticos de médio alcance** e investir em baterias de SAM.
Fora isso, uma alternativa seriam ataques de submarinos à frota mercante e plataformas de petróleo brasileiras. Creio que a Rússia e, em menor medida a China, têm capacidade de ataques como esses, mas mesmo assim os ganhos seriam limitados. Mais um motivo também para o Brasil investir em tecnologias de submarinos nucleares.
*Essa era a maneira de pensar durante a Segunda Guerra Mundial. As coisas mudam.
**Um ponto fraco de porta-aviões.