- Valor-de-Uso é a utilidade que uma mercadoria apresenta para alguém. É subjetiva, contigente e NÃO influencia o Valor-de-Troca (atenção aqui).
Valor de uso é o que faz uma mercadoria ser produzida. Se ela não suprir uma necessidade , não será comercializada. Mas o valor-de-uso de uma mercadoria pode influir no seu valor-de-troca , embora isto ocorra de forma permanente para determinados artigos que são minoritários em relação ao conjunto da economia.
Um exemplo ?
Saia com sua filha para comprar roupa e quando ela se apaixonar por uma bata de algodão estampada que custa R$ 200,00 e você disser:
- Mas na loja lá da praça tem uma parecida que custa R$ 50,00..
Ela irá te olhar com aquele olhar de desprezo pela sem-noção paterna e responderá:
_ Mas esta é da Folic ( ou outra grife destas)!
Não lembro disso no livro de Marx. (Estamos debatendo a validade do mesmo, não?)
Reconhecer algo contrário ao que o livro diz (que a utilidade subjetiva é fator essencial no valor das coisas, como primeiro mostraram Menger, Bohm-Bawerk, Jevons e cia, é reconhecer o erro da teoria marxista.
-LOGO, um capitalista só poderá ter lucro se houver mão-de-obra humana trabalhando diretamente na produção de suas mercadorias. Quanto mais gente estiver trabalhando em uma empresa, mais lucrativa ela será. Quanto menos gente trabalhando, menos lucrativa.
Não.
O valor produzido é socialmente determinado , ou seja , é deteminado pelo tempo médio de produção.
Se sua fábrica e a da maioria dos seus concorrentes produzem 10.000 unidades com 100 trabalhadores e um determinado concorrente , por ter mecanizado a produção , produz 10.000 unidades com 50 trabalhadores este terá uma vantagem competitiva pois venderá sua mercadoria pelo valor médio embora esteja incorporado um valor menor por unidade. Em um mesmo setor há um desvio do valor auferido das unidades menos mecanizadas em direção ás mais mecanizadas.Este desnível prossegue até que o avanço na produção tenha se estendiso à maioria dos produtores , criando um novo patamar de valor médio.
Isto é um estímulo à´progressão da mecanização e , acessoriamente , da concentração em um ramo industrial.
Não.
Segundo a teoria do valor marxista. A indústria que emprega 50 trabalhadores terá na composição de seu produto menos mais-valia (trabalho humano incorporado) do que a que emprega 100 trabalhadores.
Segundo ele, o valor da mercadoria está assim dividido: matérias-primas e máquinas + trabalhadores.
As máquinas e matérias-primas NÃO acrescentam mais valor ao produto além do que já tinham incorporado. O capitalista não ganha nada a partir delas, pois elas apenas transferam um valor que JÁ ERA DELE para amercadoria. Ele só obterá valor-novo se algum ser humano lhe ceder um pouco ao trabalhar na sua mercadoria.
No caso da empresa que produz com menos trabalhadores, ela vende pelo mesmo valor das demais,
Porém a proporção de valor apenas transferido das matérias-primas e equipamentos é maior, ou seja, o empresário estaria apenas "liquidando" algo que ele já possuia na maior parte da venda. Ela estaria com menor lucratividade segundo Marx.
e um determinado concorrente , por ter mecanizado a produção , produz 10.000 unidades com 50 trabalhadores este terá uma vantagem competitiva pois venderá sua mercadoria pelo valor médio embora esteja incorporado um valor menor por unidade
Esse "menor valor incorporado por unidade" é onde está o problema para Marx.
Mesmo que ele venda a mercadoria pelo valor médio, a maior parte da venda será apenas para cobrir os gastos antecipados (em trabalho humano incorporado) que ele fez ao se equipar mais do que o outro empresário. Ou seja, a lucratividade dele (percentagem do lucro sobre o valor total das vendas) seria menor do que a do empresário que mecanizou menos.
É uma teoria bizarra mesmo, mas pega bem os incautos.
Daí Marx ter considerado que a composição orgânica do capital ( a relação capital constante/capital variável) tende a aumentar no sistema capitalista.
Na verdade, isso ele usou como pressuposto (baseado no que ele via os emrpesários fazerem DE FATO). Nenhuma parte de sua teoria do valor aconselha ou implica numa maior mecanização,
muito pelo contrário. A observação que você fez na postagem anterior está equivocada "marxianamente" falando (rever postagem anterior).
Por outro lado a produção progressivamente mecanizada gera o barateamento dos produtos e , portanto , do valor da força de trabalho.
Pela teoria marxista, os produtos barateariam (por exigirem menos trabalho humano médio para serem produzidos), mas como ainda é a mão-de-obra humana o que os produz 100%, a força de trabalho em si não baratearia.
-Sendo o trabalho humano a única fonte de valo novo, e havendo uma tendencia à maior mecanização (Marx não explica o porquê dos empresáriuos preferirem a mecanização, ou eu não conheço sua explicação), LOGO haverá uma queda nas taxas de lucro ao longo do tempo.
A explicação de Marx se encontra em toda seção IV do Livro I do Capital.
E sim , para Marx há uma tendência á queda da taxa de lucro já que há redução da participação do capital variável em relação ao capital total. Porém esta tendência pode ser contraposta , é o é , por uma expansão para novos mercados ( em especial a exportação) e pela criação de novos ramos ( em virtude dos avanços tecno-científicos).
Admita que a previsão falhou.
As fábricas mais mecanizadas conseguem ter mais lucros (ou no mínimo iguais) mesmo quando não exportam ou quando não inovam. Esse Ad Hoc não colou.
Você conhece o Princípio Fundamental da Burguesia?
O princípio é esse: comprar no mercado mais barato, vender no mercado mais caro.
Ok só que você se esquece que o que vendeu paraa ele também tem o mesmo princípio ,
Nem todo mundo é "burguês". Eu mesmo pago de bom grado por algo mais caro se (por exemplo) eu estiver com preguiça de caminhar mais para comprar mais barato. A grande maioria das pessoas compram na mão dos burgueses por um preço favorável aos mesmos a ainda sorri satisfeitas, pois lhes foi conveniente a compra por diversos motivos.
logo o que um ganha como vendedor ( vendendo mais caro ) perde como comprador ( pois terá de comprar).
E além do que falei acima, pelo que você falou aqui, um comerciante não pode ter lucro algum.
As vendas e compras sucessivas se anulariam em sua média histórica se mais valor não fosse associado ao processo.
Nem todo mundo compra especulando (como fazem os comerciantes). A maioria compra para consumo, para satisfazer suas necessidades. O comerciante ganha em cima das variações na disposição para pagar que as pessoas têm a depender do contexto, situação, época, lugar, etc
O comércio em si não gera valor . ele o faz circular ( inclusive levando a migração de valor de uma setor para outro em virtude de diferenças comparativas na produtividade do trabalho ).
Diga isso aos comerciantes.
Estou citando meios de se ganhar dinheiro mesmo sem ter sequer quem explorar. E se você estiver se referindo à produção de valores, não vá esqueçer das máquinas de novo.