Então:
(1) o Leafar assume definitivamente que é um religioso;
Algum dia eu disse o contrário? Eu considero, de par com a codificação, a religião uma das alavancas da inteligência humana. E a despeito do que dizem por aí alguns outros espíritas, o Espiritismo é uma religião. Eu diria até que o foco do Espiritismo é religioso, embora ele se escore na Filosofia e na Ciência.
Kardec, durante o seu trabalho, evitava usar a palavra religião por uma série de motivos. Mas desde o princípio ele sabia muito bem que estava criando uma nova religião, e no fim do seu trabalho, quando as obras já estavam prontas, ele não deixou de dizer que o Espiritismo era sim uma religião (na RE de dez/1868, no discurso em comemoração ao dia dos mortos).
(2) e como tal, não deve misturar Ciência com religião.
Eu não misturo. E ciência e religião não são incompatíveis. São dois universos diferentes: o material e o moral. Eles se tocam, mas não se confundem. E a verdadeira ciência, a verdadeira religião e a verdadeira filosofia se complementam, ao invés de se contradizerem.
O Espiritismo, enquanto investigação fenomenológica é ciência. Enquanto dedução de consequências, é filosófico. E enquanto propagador de certas verdades adquiridas, é religioso. O Espiritismo possui essas três facetas, mas elas não ocorrem simultaneamente, ou seja, numa dada situação específica, se ele for religião, não é ciência nem filosofia; se for filosofia, não é ciência nem religião; e se for ciência, não é nem religião nem filosofia. Como eu disse, essas três facetas se tocam, mas não se confundem.
Aliás, recomendo que leiam o artigo
A Religião e o Progresso. É bem interessante.
(3) nem adotar ou inventar uma ciência "alternativa" ajustada à sua fé religiosa.
Quando que fiz isso? Quando falo de ciência me refiro à mesma ciência ordinária. Eu só não restrinjo tanto o significado desse vocábulo como vocês o fazem, porque do contrário, ciências humanas jamais poderiam ser consideradas ciência.
Um abraço.