Olá, Geotecton,
[...]
Olá dylan_mm.
Está tudo bem com você?
eu não sei se você já estudou um pouco de metodologia científica,
[...]
Um pouco.
Fiz uma disciplina específica na graduação em 1981 e mais a leitura de quatro livros sobre o assunto, que hoje fazem parte de meu acervo.
Quer algum deles emprestado ou quer que eu lhe recomende algum outro título?
...mas você querendo ou não, o que ele faz é ciência.
Talvez.
Para que eu pudesse dar um parecer definitivo eu teria que acessar os trabalhos
científicos dele sobre o assunto, publicados em revistas especializadas e com revisão por pares.
Como eu não tive acesso a estes trabalhos, se é que existem, eu fiz uma análise preliminar com a fonte fornecida por você e re-afirmo que ali a Ciência não parece estar presente, mas sim algum tipo de crença do cavalheiro em tela, visto que ele parece aceitar as premissas espíritas como verdadeiras.
Do contrário, ele não teria sido nomeado chefe do Departamento de Psiquiatria da Universidade da Virgínia, se não utilizasse métodos científicos para suas pesquisas.
Ele foi nomeado chefe do Departamento antes ou depois destas pesquisas? E se foi 'depois', a nomeação ocorreu por causa dos "trabalhos" sobre a reencarnação ou pelo conjunto da obra
apesar destes "trabalhos"?
O seu argumento não foi um argumento racional, somente um argumento preconceituoso.
O meu argumento foi baseado na fonte fornecida por você. E ali me deparei com um "pesquisador" que aparentemente se move por uma crença prévia no "fenômeno" a ser estudado e não alguém tentando falsear as proposições, como seria de se esperar de um pesquisador que conhece e aplica o método científico e a atual epistemologia científica.
Em suas pesquisas, ele entrevistou milhares de crianças em tenra idade, coletando relatos, cruzando dados e informações para correlacionar com os indícios de que aquela informação dada pela criança seja verdade, comparando também com o que outras crianças entrevistadas relatavam. A sua pesquisa é estatística, empírico-analítica. Não confunda testemunhos com relatos. Muitas vezes, as crianças têm apenas 3 ou 4 anos de idade e consequentemente dizem apenas o que vêm-lhes à cabeça, mas ele verifica que muitos dos dados por elas apresentados possuem relações com fatos ocorridos tempos antes de seu nascimento, muitas vezes em outro continente.
Forneça-me uma cópia dos trabalhos e os avaliarei na parte metodológica.
Por acaso você sabe quem é Carl Sagan?
Sim.
Ele foi um dos que me motivou a seguir um dos ramos do conhecimento chamado Geologia.
Você já ouvia falar?
Eu o considero um homem cético,
[...]
Sim, ele era.
...além de extremamente inteligente,
[...]
Sim, ele era.
...mais do que todos que vi nesse fórum.
Incluindo você?
Congratulo-o por sua modéstia, apesar do seu uso das falácias
ad verecundiam e
ad hominem, como a que vem a seguir.
Se você acha que possui mais do que um terço do conhecimento que ele possui, acho melhor assistir Cosmos e repensar.
Você percebeu que está usando falaciosamente a figura de Sagan para justificar a sua crença no assunto?
E o (possível) fato de que Sagan tinha (muito) mais conhecimento do que eu torna verdadeira a reencarnação?
E para que fique claro, eu conheço muito mais sobre Geologia do que Sagan sabia, visto que ele era um astrônomo.
No entanto, ele, um homem extremamente inteligente e rigoroso, do ponto de vista científico, afirmou que as obras de Ian Stevenson são umas das poucas que ele considera meritória de análise profunda, pois apresentam dados extremamente sérios.
Como eu escrevi anteriormente, o (alegado) fato de que Sagan viu nele um pesquisador sério sobre o fenômeno não significa que a reencarnação exista.
Se quiser saber um poquinho sobre a metodologia utilizada por Stevenson, indico-lhe este site da IPPB (lembrando que não é um artigo científico, são mais curiosidades repassadas pelo Instituto, por meio de suas entrevistas com pesquisadores) http://www.ippb.org.br/option=com_content&view=article&id=2644&catid=80
Sinceramente caro forista, você quer que eu avalie a metodologia usada pelo cavalheiro supra em textos que não são científicos e sequer a apresentam?
Se, de acordo com você, não se pode considerar apenas "testemunhos" ou relatos de MILHARES de pessoas como recurso científico, então pode jogar a Sociologia no lixo.
E há filósofos da ciência que não a consideram como uma forma de conhecimento científico.
É legal estar pegando uma disciplina de Fundamentos de Astronomia da Faculdade, porque passa-se a entender não somento um pouco mais do universo, mas da ciência em si.
Concordo.
Desde quando Hubble passou a estudar a galáxia de Andrômeda, os cálculos apontavam uma distância de aproximadamente 200 mil anos luz, entretanto, hoje estipula-se mais de 2 milhões de anos luz. Sim, tanto a medida de 200 mil anos luz, como a de mais de 2 milhões de anos luz, foram constatadas com base em cálculos. Não pensem que, por ser ciências exatas, por ser cálculo, não está passível de erros.
Todos os que lidam com ciência
sensu strictu sabem que continuamente são obtidas novas informações que permitem (ou obrigam) a uma reformulação nos modelos científicos, que são a nossa forma de representar a Natureza.
Meu professor me disse hoje que a teoria do buraco negro contradiz a própria teoria do big bang, que está faltando coerência alguma das duass teorias, porque a princípio, a densidade do Big Bang em seu estado imediatamente antes da explosão seria bem superior a de outros buracos negros super-massivos, o que indica que a gravidade atrairá não deixará escapar nada de lá. Entretanto, não se sabe o por quê de isso ter, de alguma forma, se rompido e desencadeado a grande explisão.
Eu não sou físico e nem astrônomo mas eu sei que o
Big Bang não foi uma explosão e sim a expansão da malha do espaço-tempo. Além disto ele não obedece o mesmo princípio dos "buracos negros", pois estes são o resultado, por exemplo, do colapso de estrelas hiper-massivas e que resultam em uma contração pontual na malha do espaço-tempo.
A teoria do big bang, apesar de ser a mais aceitável no meio científico, é repleta de furos e abismos de informações, evidentemente.
Eu substituiria "repleta de furos e abismos de informações" por "lacunas a serem preenchidas".
Mas creio que ninguém aqui no fórum deixe de acreditar nela.
Eu não "acredito" nela e nem em qualquer outra teoria, pois não se trata de um objeto de crença e sim de uma forma de conhecimento científico, sendo tão perene quanto os novos dados permitirem.
Sem crenças, sem dogmas.
É bem provável que a ciência cósmica seja mais passível de erros do que a ciência realizada por Stevenson.
