Não é pra tanto Geo. A crítica do livro, é tão válida quanto o próprio livro. O Luiz tentou desqualificar a crítica, mas...
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Discordo _Juca_.
O Luiz Souto não desqualificou a crítica de per si e sim o fato de que o Adriano fez um juízo de valor do trabalho ("bíblia ideológica") e indiretamente do próprio Gaspari ("este livro em pauta, é de extrema direita") sem sequer ter lido as obras, em uma variação de esquerda do tradicional "Não li e não gostei por que não é de esquerda.".
Na verdade , alguém que faz a crítica a uma obra (histórica , literária ou o que for) sem tẽ-la lido , apenas porque leu resenhas ou análises de outros , já se desqualifica sozinho. Igual àqueles criacionistas que nunca leram a
Evolução das Espécies mas escrevem páginas e páginas refutando a TE ...
Mas vamos em frente que , de minha parte , o que já falei encerra o que tinha a dizer.
Não é pra tanto Geo. A crítica do livro, é tão válida quanto o próprio livro. O Luiz tentou desqualificar a crítica, mas...
O fato não é esse, e até agora a questão que eu levantei aqui não foi devidamente esclarecida. Não acho que como o Adriano diz o livro seja uma bíblia direitista. Falo isso conhecendo um pouco dos artigos do Gaspari, mas acho que ele pode ser uma pauta da direita aqui no fórum, ou fora dele.
Ainda espero com ansiedade que alguém me mostre as evidências, datas, locais, valores e tudo mais que justifique comparar e equiparar a esquerda hoje no poder, ao generais que colocaram o exército brasileiro a serviço dos crimes estatais.
Estou esperando... ![Entediado :entediado:](../forum/Smileys/default/boredom.gif)
Juca , a "esquerda hoje no poder" é composta tanto de elementos que participaram da luta armada ( com a visão que estariam gerando uma revolução socialista nos moldes cubanos/maoístas) quanto de elementos que não participaram ( por serem contrários à estratégia da luta armada , elementos oriundos do PCB e das correntes trotskistas).
As organizações de esquerda que aderiram á estratégia da luta armada não o fizeram para retornar o Brasil a um Estado democrático. Eles , tanto quanto os generais no poder , consideravam a democracia parlamentar indesejável: para os primeiros por ser uma "fraude burguesa" os segundos por ser "incapaz de conter a ameaça populista/comunista".
A visão da esquerda armada era a impĺantação de um regime revolucionário nos moldes cubanos (ou chinẽs , no caso do PC do B) , considerando que o PCB falira (por sua estratégia de conquista do poder pelas via eleitoral e da infiltração nas estruturas do Estado) e que o governo militar acirrava as contradições dentro da sociedade brasileira permitindo as condições
objetivas da criação de um
foco revolucionário. Dentro da visão estratégica chamada de foquista ( teorizada por Guevara) não é necessário que as condições
subjetivas para o levante revolucionário estejam presentes , o foco revolucionário poderia criá-las , estimulando e despertando nos atores sociais a adesão á revolução.
A série do Gaspari não traz fatos substancialmente novos que mudem a interpretação sobre a atuação dos grupos de esquerda ( embora traga muitas informações liberadas recentemente dos arquivos). O livro de Jacob Gorender
Combate nas Trevas - a esquerda brasileira: das ilusões perdidas à luta armada já em 1987 expunha em detalhes o processo que expus muito resumidamente acima e continua uma das obras fundamentais para entender o universo ideológico da esquerda brasileira pouco antes e logo após 64 ( em especial o capítulo
Idéias que fizeram a cabeça da esquerda). O grande diferencial do livro do Gaspari é a visão do lado dos governos militares , já que ele teve acesso a documentos particulares (além de entrevistas) de Geisel , Golbery e , fundamentalmente , dos diários do Cap Heitor Ferreira , secretário de ambos ( os arquivos de Golbery estão atualmente no CPDOC da FGV).
O interessante é ate o Luiz Souto, um esquerdista notorio do CC, esta sendo chamado de direitista reacionario...
Procẽ vê as vortas que o mundo dá...
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