Como médico formado há 1 ano, acho que o grande problema do SUS atualmente chama-se atenção básica.
Minha cidade (Ribeirão Preto) é considerada modelo em atenção básica, e apesar de o Programa de Saúde da Família estar previsto para toda a região, apenas 50% da população está coberta pelos Núcleos de Saúde da Família (NSF). É uma peça chave no binômio promoção-prevenção pois muitas das complicações crônicas que seriam evitadas com orientações, diagnóstico e manejo adequado de doenças oneram em demasia os níveis secundário e terciário de atenção à saúde.
Muitas cidades nem tem o programa de saúde da família; a maioria das UBS ainda funcionam da maneira tradicional. A iniciativa para o estabelecimento do programa e dos NSF parte das prefeituras, e isso talvez seja o grande problema, porque de modo geral prevalece, nas iniciativas dos governos municipais, a atenção básica nos moldes tradicionais, que tem menos exigências para sua implementação e é mais fácil de administrar.
Claro, existem problemas em todos os níveis da atenção. Mas acho que a atenção básica precisa de um olhar mais atencioso, especialmente porque as pessoas esquecem a sua importância em termos de gastos em saúde pública.