Autor Tópico: Geologia - Refutação, em bases geológicas, de textos criacionistas  (Lida 103420 vezes)

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Re: Geologia - Refutação em bases geológicas de textos criacionistas
« Resposta #150 Online: 29 de Outubro de 2010, 12:29:00 »
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Offline Geotecton

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Re: Geologia - Refutação em bases geológicas de textos criacionistas
« Resposta #151 Online: 11 de Novembro de 2010, 02:28:24 »
Eis um trecho sobre especulação geológica criacionista, extraída de um "site" adventista:


Citação de: Artigo científico (sic)
Rochas dobradas





Fonte da Ilustração


O problema das rochas dobradas: Lyell teve de usar de grande imaginação para explicar através de processos lentos o que parece evidência duma catástrofe. Em muitos locais do mundo estratos de rochas sedimentares foram flectidos em dobras mais ou menos regulares; algumas de pequena dimensão, outras em extensões de vários quilómetros. As cristas superiores das dobras chamam-se anticlinais e as inferiores sinclinais; nestes locais a rocha dura está dobrada segundo ângulos agudos. Citando Longwell, Knopf e Flint (1950, p.246) num livro escolar de geologia bastante popular nos E.U.A.: "É motivo de algum espanto que rochas duras e frágeis sejam dobradas em ângulos agudos". A seguir os autores dão a explicação como tal é possível sem a rocha quebrar: "Se houver tempo suficiente para o ajuste, as rochas, por mais frágeis que sejam, debaixo de uma pressão confinante elevada, podem ser forçadas a dobrar-se como se fossem macias e plásticas." (p.248)

1. Depreende-se que o estudante de geologia e, em última instância, o público, devem aceitar esta afirmação totalmente sem provas. Lyell era um advogado por profissão e não tinha preparação em mecânica ou resistência dos materiais. 2. Se tivesse consultado um engenheiro da altura, ser-lhe-ia referido o facto básico de que materiais cristalinos como a rocha ou cimento têm um grande resistência compressiva mas virtualmente nenhuma resistência de tensão; numa dobra, para cada camada em compressão deve haver uma camada idêntica e oposta em tensão. Num anticlinal os estratos dobrados exteriores da rocha estavam em tensão mas geralmente aparecem não fracturados e mesmo, muitas vezes, sem qualquer fenda.

Lyell e a geologia moderna reconhecem que os estratos formaram-se incialmente como sedimentos planos, macios e plásticos. Com o tempo e, diz-se, com a pressão, estes sedimentos cristalizam e transformam-se em rocha dura. Lyell exigia tempos longos, mas são exactamente estes tempos longos que contrariam a sua teoria ao causarem que o sedimento endureça antes, ou certamente durante, o dobramento. Lyell fez a suposição a priori de que as leis naturais em acção nos dias de hoje não mudaram em relação aos tempos passados,3. mas depois, devido ao problema óbvio de dobrar a rocha sólida, teve de apelar ao tempo como um factor que altera as leis de fractura das rochas quando a sua resistência em tensão é ultrapassada.

Toda esta dificuldade teria sido evitada se a mentalidade de Lyell pudesse aceitar a explicação mais óbvia, que as rochas foram dobradas nos estádios iniciais, quando os sedimentos estavam elásticos e antes de ter lugar a metamorfose. Isto satisfaria facilmente todos os factos mas exigiria que os processos tivessem tido lugar num curto espaço de tempo, digamos alguns meses; mas, claro, seria difícil fugir à conclusão de que uma catástrofe de grandes dimensões estaria envolvida. (Taylor 1996, 105)

Fonte do Texto

1. "Afirmação sem provas"? Se o autor do ensaio tivesse lido um texto básico como este, não escreveria esta besteira.

2. Simplificadamente, a explicação apresentada é válida para um ambiente tectônico onde predomine uma deformação rúptil (em termos mais técnicos, deformação plástica além do ponto de ruptura), e que resulta em fraturas e falhas, e que é comum na superfície terrestre. Mas em ambiente tectônico dúctil (submetido a diversos fatores, tais como como a pressão confinante, a pressão de fluídos, temperatura, tensões compressivas e distensivas horizontais), típico de profundidades acima de 10 km, há, com frequência, deformações plásticas que não causam ruptura (fratura), mas que dobram as rochas, como no caso da foto.

3. Embora a Lei de Hooke já fosse amplamente conhecida na Grã-Bretanha de meados do século XIX, os ensaios de tração e o conhecimento da relação entre tensão e deformação somente foram obtidos ao longo do século XX. Lyell não tinha, portanto, condições de fazer nenhuma afirmação sobre isto, como de fato não o fez.
« Última modificação: 02 de Março de 2012, 21:06:37 por Geotecton »
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Offline Luiz F.

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Re: Geologia - Refutação em bases geológicas de textos criacionistas
« Resposta #152 Online: 12 de Novembro de 2010, 22:23:51 »
Essa de que se uma lenda é repetida 270 vezes, então só pode ser verdade é puro bullshit. Essa constante de dilúvios se deve a um simples fato. Todas, (ou a grande maioria) das civilizações se desenvolveu ao longo de cursos d'água, então, um regime de chuvas alterado poderia ter causado intensas inundações, muito maiores do que os habitantes estavam acostumados. Essas inundações descomunais logo entram no imaginário de um povo que teme a natureza, por desconhecê-la.

Aí para alguém dizer que essa inundação foi causada pelo seu deus para castigar por qualquer coisa que eles tivessem feito é um pulo. Então para a história ganhar novos contornos e se tornar um dilúvio global é só mais um passo.

E como todas essas civilizações estão passíveis de passar por essas inundações incomuns, essas histórias de dilúvio se tornam uma constante. Além é claro de intercambio cultural entre as civilizações trensferir histórias mutuamente entre si.

É só uma suposição, mas é bastante plausível.
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Re: Geologia - Refutação em bases geológicas de textos criacionistas
« Resposta #153 Online: 12 de Novembro de 2010, 23:01:55 »
Essa de que se uma lenda é repetida 270 vezes, então só pode ser verdade é puro bullshit.
Seguindo o "argumento" do Sodré, então deveríamos aceitar que o lobisomem é um ser real, já que em praticamente todas as civilizações temos "fontes arqueológicas" (lendas) da sua existência...
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Offline Geotecton

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Re: Geologia - Refutação em bases geológicas de textos criacionistas
« Resposta #154 Online: 13 de Novembro de 2010, 00:34:30 »
Essa de que se uma lenda é repetida 270 vezes, então só pode ser verdade é puro bullshit. Essa constante de dilúvios se deve a um simples fato. Todas, (ou a grande maioria) das civilizações se desenvolveu ao longo de cursos d'água, então, um regime de chuvas alterado poderia ter causado intensas inundações, muito maiores do que os habitantes estavam acostumados. Essas inundações descomunais logo entram no imaginário de um povo que teme a natureza, por desconhecê-la.

Aí para alguém dizer que essa inundação foi causada pelo seu deus para castigar por qualquer coisa que eles tivessem feito é um pulo. Então para a história ganhar novos contornos e se tornar um dilúvio global é só mais um passo.

E como todas essas civilizações estão passíveis de passar por essas inundações incomuns, essas histórias de dilúvio se tornam uma constante. Além é claro de intercambio cultural entre as civilizações trensferir histórias mutuamente entre si.

É só uma suposição, mas é bastante plausível.

A sua suposição é totalmente plausível.

No entanto, o mito de Gilgamesh, o do "dilúvio bíblico" e de outros congêneres do Oriente Médio, podem ter sido baseados no evento que formou o atual Mar Negro e que, estimativamente, ocorreu entre 11.000 e 5.600 aC.

Dada a magnitude do fenômeno, é factível que os assustados e ignorantes moradores da borda do então lago Negro tenham narrado para os seus descendentes este evento natural acrescentando-lhe uma dimensão religiosa e mística.
« Última modificação: 02 de Março de 2012, 21:09:16 por Geotecton »
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Offline Calberto

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Re: Geologia - Refutação em bases geológicas de textos criacionistas
« Resposta #155 Online: 13 de Novembro de 2010, 10:00:21 »
Volta e meia, eu encontro com algum criacionista falando que, o Monte Everest comprova o Dilúvio por causa dos fósseis encontrados lá, como diz neste site:

http://www.scb.org.br/artigos/DU-diluvio.asp
Citar
Evidência geológica do dilúvio de Gênesis

Um acontecimento como o dilúvio narrado em Gênesis haveria de deixar evidência significativa nas camadas de rochas da terra. Quando essas camadas são examinadas, um número de descobertas importantes sugere uma interpretação na base de um dilúvio. Durante um dilúvio universal, havia-se de esperar atividade catastrófica tão rápida quanto extensa, e pode-se ver tal evidência. Devemos ter em mente, porém, que, ao tratar de um acontecimento passado como o Dilúvio, estamos lidando com interpretações e não com observações diretas.

Eis algumas das características das rochas que sugerem um dilúvio universal.

1. Sedimentos marinhos sobre os continentes. No mundo, cerca da metade dos sedimentos sobre os continentes atuais veio do mar. Como é que tanto material marinho se depositou sobre os continentes? Era de se esperar que ficasse no oceano. A distribuição extensa de oceanos sobre os continentes é certamente uma situação que difere de hoje — e ela é coerente com a crença num dilúvio universal.


2. Abundante atividade de água subterrânea nos continentes. Evidência disso é percebida em grandes “leques submarinhos” antigos e outros depósitos submarinhos, como as turvações encontradas nos continentes. Turvações são aglomerações de rochas, limo, areia e partículas de argila depositadas em camadas debaixo d’água. Estudos de turvações demonstraram que enormes depósitos de vários metros de espessura e cobrindo até 100 mil quilômetros quadrados podem ser depositados no oceano em questão de horas depois de terremotos. Milhares de camadas de sedimento sobre os continentes, outrora considerados como tendo sido depositados através de longos períodos em água raza, agora são vistos como depósitos rápidos de turvações, como se havia de esperar durante o dilúvio bíblico.

3. Distribuição ampla de sedimentos exóticos. Muitas camadas de sedimento exótico cobrem áreas tão grandes que é difícil crer que foram depositados lentamente sob condições não-catastróficas. Por exemplo: no oeste dos Estados Unidos, o conglomerado de Shinarump, que tem uma espessura de 30 metros, cobre quase 250 mil quilômetros quadrados. A formação Morrison, de 100 metros de espessura, que contém os restos de muitos dinossauros, se estende sobre mais de 1 milhão de quilômetros quadrados, e o grupo Shinle, que encerra madeira petrificada, cobre 800 mil quilômetros quadrados.

4. Ausência de erosão nas lacunas das camadas sedimentares. Freqüentemente há lacunas na seqüência de camadas sedimentares de terra. Podemos identificar essas lacunas comparando-as com outras séries de camadas e fósseis encontrados alhures. Amiúde vastas camadas geológicas, datadas de uma época pela escala geológica padrão, jazem sob uma outra considerada muito mais recente. Os estratos que representam o longo tempo que se admitiu entre as camadas, faltam em algumas localidades. Contudo, nessas lacunas as camadas inferiores mostram pouca evidência de erosão que certamente teria ocorrido se tivessem existido por muitos milhões de anos. Com efeito, segundo a erosão média corrente, as camadas em questão — e muito mais — teriam sofrido erosão nesse período de tempo. A falta de erosão na maior parte destas lacunas sugere depósito rápido, como havia de se esperar no caso de um dilúvio, quando havia pouco tempo para a erosão.

5. Sistemas ecológicos incompletos. Em vários estratos que contêm fósseis, tais como o arenito de Coconino, da região do Grand Canyon, e a formação Morrison, do oeste dos Estados Unidos, achamos boa evidência de fósseis de animais, mas pouca ou nenhuma evidência de plantas. Os animais requereriam plantas como alimento. Contudo, poucas plantas foram encontradas no Morrison, que encerra restos de muitos dinossauros, e nenhuma planta foi encontrada no Coconino, com suas centenas de rastros de animais. Como poderiam os animais sobreviver durante milhões de anos sem nutrição adequada?

A seleção operada e a ação rápida que se havia de esperar das águas do Dilúvio parece ser uma explicação mais plausível.


Eu vi um documentário que fala sobre a formação do Monte Everest e, achei muito interessante a animação, fotos etc. Eu tentei procurar na internet mas, não encontrei. Eu gostaria de saber se você(s) tem algum vídeo, animação, fotos, figuras etc que demonstre como que se formou o Monte Everest e, que possa ser utilizado contra esses tipos de argumentos que diz que, os fósseis no monte comprova o Dilúvio.
Valeu pela atenção!
PS: Alguma coisa que refute a "teoria" do hidroplacas também é interessante.


Offline Calberto

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Re: Geologia - Refutação em bases geológicas de textos criacionistas
« Resposta #156 Online: 13 de Novembro de 2010, 10:02:49 »
PPS: Agora que eu estou vendo, eu  enviei a citação errada, Mas, isso não importa pois, não muda o meu pedido.

Offline Geotecton

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Re: Geologia - Refutação em bases geológicas de textos criacionistas
« Resposta #157 Online: 13 de Novembro de 2010, 11:04:12 »
Volta e meia, eu encontro com algum criacionista falando que, o Monte Everest comprova o Dilúvio por causa dos fósseis encontrados lá, como diz neste site:

Citar
Evidência geológica do dilúvio de Gênesis
[...]
http://www.scb.org.br/artigos/DU-diluvio.asp

Depois eu comento um pouco sobre este texto.



Eu vi um documentário que fala sobre a formação do Monte Everest e, achei muito interessante a animação, fotos etc. Eu tentei procurar na internet mas, não encontrei. Eu gostaria de saber se você(s) tem algum vídeo, animação, fotos, figuras etc que demonstre como que se formou o Monte Everest e, que possa ser utilizado contra esses tipos de argumentos que diz que, os fósseis no monte comprova o Dilúvio.
Valeu pela atenção!

Na série que passa no canal History Channel, denominada "Como Nasceu nosso Planeta", há um capítulo dedicado à formação dos Himalaias em geral e ao Everest, em particular. Mas não sei se já está disponível no YouTube.


PS: Alguma coisa que refute a "teoria" do hidroplacas também é interessante.

Neste tópico tem bastante material refutando a sandice das "hidroplacas". Há mais material de foristas em outros tópicos. Faça uma busca.
« Última modificação: 02 de Março de 2012, 21:10:21 por Geotecton »
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Offline Geotecton

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Re: Geologia - Refutação em bases geológicas de textos criacionistas
« Resposta #158 Online: 13 de Novembro de 2010, 21:10:22 »
Volta e meia, eu encontro com algum criacionista falando que, o Monte Everest comprova o Dilúvio por causa dos fósseis encontrados lá, como diz neste site:

Citação de: SCB
Evidência geológica do dilúvio de Gênesis

Um acontecimento como o dilúvio narrado em Gênesis haveria de deixar evidência significativa nas camadas de rochas da terra. Quando essas camadas são examinadas, um número de descobertas importantes sugere uma interpretação na base de um dilúvio. Durante um dilúvio universal, havia-se de esperar atividade catastrófica tão rápida quanto extensa, e pode-se ver tal evidência. Devemos ter em mente, porém, que, ao tratar de um acontecimento passado como o Dilúvio, estamos lidando com interpretações e não com observações diretas.

Eis algumas das características das rochas que sugerem um dilúvio universal.

1. Sedimentos marinhos sobre os continentes. No mundo, cerca da metade dos sedimentos sobre os continentes atuais veio do mar. Como é que tanto material marinho se depositou sobre os continentes? Era de se esperar que ficasse no oceano. A distribuição extensa de oceanos sobre os continentes é certamente uma situação que difere de hoje — e ela é coerente com a crença num dilúvio universal.

http://www.scb.org.br/artigos/DU-diluvio.asp

Hahahahahahaha. Desculpe-me, mas não pude conter o meu riso após ler tanta asneira.

O autor desta bobagem assume que os continentes sempre tiveram a mesma forma, superfície e disposição sobre o geóide e que foram todos recobertos por água... do (mito do) "dilúvio bíblico", é claro. Além disto, faz uma afirmação sem apresentar uma evidência sequer: "A distribuição extensa de oceanos sobre os continentes é certamente uma situação que difere de hoje, e ela é coerente com a crença num dilúvio universal".

Caro Privet.

Toda sedimentação marinha ocorre como parte de um Ciclo de Wilson, que pode ser parcial ou total. As características morfo-estruturais das rochas sedimentares dependerão de qual estágio do referido ciclo elas chegaram.

Uma bacia sedimentar que não chega ao estágio de abertura de oceano tem o seu embasamento constituído de rochas da crosta continental e não por rochas de crosta oceânica. A mais conhecida é aquela que se forma por estiramento e adelgaçamento de uma crosta continental mais estável e é chamada de bacia cratônica.

Neste tipo de bacia, os movimentos tectônicos são geralmente de baixa amplitude de tal modo que os sedimentos se apresentam, com mais frequência, na horizontal e se transformam em rochas pelo efeito de carga proveniente do próprio empilhamento estratigráfico.

As principais estruturas tectônicas nestas bacias são fraturas e falhas que se instalaram muito após a fase de sedimentação, e geralmente decorrem de ajustes rúpteis da crosta associados a algum tipo de movimento isostático ou a sistemas de falhas transcorrentes. Um bom exemplo é a Bacia do Paraná que se formou no Paleozóico.

No outro extremo estão as bacias de fundo oceânico e que são constituídas, em essência, de sedimentos pelágicos e turbidíticos sobre crosta oceânica, e são típicas das fases intermediárias do Ciclo de Wilson.

Na fase final do ciclo, um oceano entre dois continentes se fecha e os sedimentos (ou as rochas sedimentares) são comprimidos formando cadeias montanhosas alongadas e paralelas ao contato entre dois continentes, como no caso do Himalaia. Os sedimentos que estavam no fundo marinho são alçados a uma altitude de mais de 10 km. Eis o porque são achados fósseis de animais marinhos no monte Everest.

Neste caso são observadas estruturas de deformação dúctil nas rochas, tais como dobramentos e zonas de cisalhamentos tangenciais. Também são comuns rochas metamórficas de alta pressão, denominados de “xistos azuis”.

Portanto, Privet, não há qualquer base científica na explicação dada pelos criacionistas do porque existem fósseis no monte Everest.
« Última modificação: 02 de Março de 2012, 21:12:13 por Geotecton »
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Re: Geologia - Refutação em bases geológicas de textos criacionistas
« Resposta #159 Online: 13 de Novembro de 2010, 22:41:51 »
Citação de: SCB
Evidência geológica do dilúvio de Gênesis

2. Abundante atividade de água subterrânea nos continentes. Evidência disso é percebida em grandes “leques submarinhos” antigos e outros depósitos submarinhos, como as turvações encontradas nos continentes. Turvações são aglomerações de rochas, limo, areia e partículas de argila depositadas em camadas debaixo d’água. Estudos de turvações demonstraram que enormes depósitos de vários metros de espessura e cobrindo até 100 mil quilômetros quadrados podem ser depositados no oceano em questão de horas depois de terremotos. Milhares de camadas de sedimento sobre os continentes, outrora considerados como tendo sido depositados através de longos períodos em água raza, agora são vistos como depósitos rápidos de turvações, como se havia de esperar durante o dilúvio bíblico.

Hahaha. Desculpem-me, mas não pude conter o meu riso, de novo. Primeiro por causa do subtítulo do tópico: “Abundante atividade de água subterrânea nos continentes”. Qual é a relação desta frase com o resto do texto? Nenhuma.

O segundo motivo é pelas traduções de palavras inglesas para congêneres portuguesas em formas não-usuais. “Submarinhos” em lugar de submarinos e “turvações” ao invés de turbiditos.

O terceiro motivo é o argumento geológico desconexo usado pelos criacionistas, semelhante ao tópico anterior. Neste caso, eles alegam que os turbiditos foram depositados em águas profundas sobre os atuais continentes, recobertos pela água do “dilúvio”.

Fiz uma busca de uso da palavra “turvações” em outros textos na Internet, e todos eles apareceram somente em sites criacionistas. Um deles é cópia ipsis literis da referência citada nesta postagem. Compare-os.
« Última modificação: 08 de Março de 2017, 00:49:08 por Geotecton »
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Re: Geologia - Refutação em bases geológicas de textos criacionistas
« Resposta #160 Online: 16 de Novembro de 2010, 09:19:12 »
Citação de: SCB
Evidência geológica do dilúvio de Gênesis

3. Distribuição ampla de sedimentos exóticos. Muitas camadas de sedimento exótico cobrem áreas tão grandes que é difícil crer que foram depositados lentamente sob condições não-catastróficas. Por exemplo: no oeste dos Estados Unidos, o conglomerado de Shinarump, que tem uma espessura de 30 metros, cobre quase 250 mil quilômetros quadrados. A formação Morrison, de 100 metros de espessura, que contém os restos de muitos dinossauros, se estende sobre mais de 1 milhão de quilômetros quadrados, e o grupo Shinle, que encerra madeira petrificada, cobre 800 mil quilômetros quadrados.

Primeiro. Há mais de noventa anos que os geólogos da comunidade científica admitem que alguns depósitos sedimentares podem ser gerados a partir de eventos de alta energia e de curta duração, como tsunamis; deslizamentos de encostas e enchentes sazonais. Então a dicotomia proposta pelos criacionistas entre “naturalismo” e sedimentação rápida é falsa.

Segundo. Em Geologia se afirma que um sedimento é “exótico”, quando as condições de origem dele não são compatíveis com as dos sedimentos do entorno. Um exemplo hipotético. Considere a área mais externa de influência de sedimentação dos pequenos rios que desembocam na Baía de Paranaguá. Nesta área os sedimentos serão predominantemente da fração granulométrica argila e silte. Suponha que esta mesma baía fosse atingida por um tsunami semelhante ao que ocorreu recentemente no Oceano Índico. Estes eventos costumam carrear em suspensão e por curtas extensões, um material de granulometria maior, como os das frações areia e conglomerática, que serão depositados sob a forma de lóbulos no meio dos sedimentos mais finos.

Terceiro. Não há nada de exótico ou de estranho nos conglomerados do Membro Shinarump ou nos arenitos do Membro Petrified Forest (ambos são subdivisões da Formação Chinle). Vejamos qual é a descrição deles pelo USGS:

Citação de: USGS
Chinle Formation (Upper Triassic): Includes the Owl Rock Member; Petrified Forest Member; Shinarump Member and the sandstone and siltstone member, undivided (Repenning and others, 1969).

Owl Rock Member: Grayish-red and light-purple, slope- and ledge-forming nodular limestone interbedded with purple, light-blue, and light-red calcareous siltstone and sandstone. Limestone beds are gray, cherty, lenticular, silty, irregular bedded 0.5 to 1.5 m (1 to 5 ft) thick and extend laterally for several miles to form resistant ledges of Ward Terrace.

Black petrified logs form a unique petrified forest on Ward Terrace south of Landmark Wash. Unit contains abundant mud pellets and silicified clay and concretionary chert nodules and generally maintains constant thickness from Cameron to southeast edge of map area. Unconformable contact between Owl Rock Member of the Chinle Formation and overlying Moenave Formation commonly marked by distinct lithology and color change from purple and white calcareous siltstone and sandstone and limestone of the Owl Rock to dark-red or orange-red coarse-grained sandstone of the Moenave.

Gradational and arbitrary contact with underlying Petrified Forest Member placed at lowest laterally continuous limestone or nodular calcareous grayish-white siltstone in slope generally about 18 to 25 m (60 to 80 ft) below lowest prominent limestone caprock of Ward Terrace. About 82 m (270 ft) thick in southeast part of map to 60 m (200 ft) thick in northeast part.

Petrified Forest Member: Purple, blue, light-red, reddish-purple, grayish-blue, slope-forming mudstone and siltstone and interbedded white, coarse-grained lenticular sandstone. Includes three informal units of Akers and others (1958), in ascending order: blue mudstone, gray mudstone and sandstone, and red mudstone and sandstone (not mapped). Includes large lenticular erosional channel structures and large-scale low-angle trough crossbedding.

Petrified logs and wood fragments common in white or yellowish-white sandstone in lower part that may be within upper part of sandstone and siltstone member, undivided, of the Chinle Formation. Gradational and arbitrary contact with underlying Shinarump Member and sandstone and siltstone member, undivided, at lithologic and topographic change from sloping multicolored mudstone of Petrified Forest Member to coarse-grained, light-brown sandstone ledges and purple slopes of Shinarump Member.

Weathers into rounded hills or slopes with a rough, puffy, popcorn texture surface due to swelling of clay content when wet. Thickness, 122 to 153 m (400 to 500 ft).

Shinarump Member and sandstone and siltstone member, undivided: White, light-brown, and yellowish-pink, cliff-forming, coarse-grained sandstone and conglomeratic sandstone. Includes cliff-forming, low-angle crossbedded sandstone interbedded with slope-forming, poorly sorted, purple, light-red, and blue siltstone and mudstone. Lithology is highly variable but is relatively homogeneous from a regional viewpoint; consists of about 75% sandstone, 20% conglomerate, and 5% mudstone.

Pebbles are generally brown to light-colored, well-rounded quartzite and black siliceous composition. Petrified logs and wood fragments common at some localities but generally scattered throughout unit. Some petrified wood and associated sandstone include uranium mineral deposits that were mined for uranium along Little Colorado River valley during the 1950’s.

All open-pit mines (Qaf) are abandoned and most have undergone landscape reclamation. Unconformable erosional contact with underlying red siltstone and sandstone of Moenkopi Formation. Thickest exposures of unit is northwest of Cameron, thinning southeastward along Little Colorado River Valley. About 18,25 to 60 m (60 to 200 ft) thick.


Segundo DUBIEL (1981), a Formação Chinle foi depositada em uma bacia continental de retro-arco. Representa uma ampla deposição com muitos fácies intrincados de diversos sistemas deposicionais, tais como fluviais; planícies de inundação; lacustrinos-deltaicos; lacustrinos e eólicos. Há uma vasta bibliografia mostrando que as unidades litológicas mencionadas pelos criacionistas não são constituídas de “sedimentos exóticos” e nem se formaram em um só “evento global de inundação”. Parte dos depósitos sequer foi depositado em meio aquático, mas em ambiente continental do tipo 'campo de dunas'.
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Re: Geologia - Refutação em bases geológicas de textos criacionistas
« Resposta #161 Online: 17 de Novembro de 2010, 22:47:51 »
Citação de: SCB
Evidência geológica do dilúvio de Gênesis

4. Ausência de erosão nas lacunas das camadas sedimentares. Freqüentemente há lacunas na seqüência de camadas sedimentares de terra. Podemos identificar essas lacunas comparando-as com outras séries de camadas e fósseis encontrados alhures. Amiúde vastas camadas geológicas, datadas de uma época pela escala geológica padrão, jazem sob uma outra considerada muito mais recente. Os estratos que representam o longo tempo que se admitiu entre as camadas, faltam em algumas localidades. Contudo, nessas lacunas as camadas inferiores mostram pouca evidência de erosão que certamente teria ocorrido se tivessem existido por muitos milhões de anos. Com efeito, segundo a erosão média corrente, as camadas em questão — e muito mais — teriam sofrido erosão nesse período de tempo. A falta de erosão na maior parte destas lacunas sugere depósito rápido, como havia de se esperar no caso de um dilúvio, quando havia pouco tempo para a erosão.

Este argumento é totalmente ridículo.

Uma rocha somente é erodida se estiver exposta. Do contrário ela pode ser somente alterada. Há diversos tipos de contatos entre as rochas, dos quais o tipo discordância erosiva é um deles. Existem centenas de casos descritos na literatura geológica.

Há muitos casos também em que o contato entre duas rochas não apresenta sinais de erosão e sim de uma interrupção breve na sedimentação. Este intervalo denomina-se diastema.

Praticamente todas as colunas estratigráficas possuem algum tipo de lacuna, porque o empilhamento em um dado local depende de muitos fatores, no qual a tectônica é o principal. Então o fato de não ser possível fazer uma correlação mundial de todos os estratos geológicos somente enfraquece a sandice criacionista e não o contrário.

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Re: Geologia - Refutação em bases geológicas de textos criacionistas
« Resposta #162 Online: 27 de Novembro de 2010, 02:54:31 »
Citação de: SCB
Evidência geológica do dilúvio de Gênesis

5. Sistemas ecológicos incompletos. Em vários estratos que contêm fósseis, tais como o arenito de Coconino, da região do Grand Canyon, e a formação Morrison, do oeste dos Estados Unidos, achamos boa evidência de fósseis de animais, mas pouca ou nenhuma evidência de plantas. Os animais requereriam plantas como alimento. Contudo, poucas plantas foram encontradas no Morrison, que encerra restos de muitos dinossauros, e nenhuma planta foi encontrada no Coconino, com suas centenas de rastros de animais. Como poderiam os animais sobreviver durante milhões de anos sem nutrição adequada?

A seleção operada e a ação rápida que se havia de esperar das águas do Dilúvio parece ser uma explicação mais plausível.

Pelas "barbas de Odin", quanta besteira.

O arenito de Coconino representa uma deposição continental de natureza eólica em ambiente parcialmente desértico, como atestam as estratificações cruzadas de grande porte (mais de 5 metros de altura) e as ocorrências de estratos gipsíticos. Eis um trecho de dois estudos do USGS sobre o arenito em questão:


Citação de: USGS
[...]
Recent mapping by Billingsley (unpub. data d) suggests that the Coconino Sandstone may intertongue with the Seligman Member (Pts) of the Toroweap Formation. Overall, unit forms steep slope. Erosional contact with the underlying Hermit Formation placed between gray-brown, high-angle, cross-bedded sandstone, or slope-forming, gypsiferous, flat-bedded sandstone of the Seligman Member (Pts) and red or paleyellow, thick-bedded, ledge-forming sandstone of the Hermit Formation (Ph). Thickness ranges from 8 to 50 m.
[...]
Fonte


Citação de: USGS
[...]
The Coconino Sandstone, a crossbedded eolian sandstone, generally thickens from west to east across the map area. The Coconino is about 160 ft (50 m) thick in the northwest corner of the map, about 250 to 280 ft (76 to 85 m) thick at the southeast edge, and thickens to about 500 ft (153 m) or more near the east edge of the map area. The base of the Coconino Sandstone intertongues within the Seligman Member of the Toroweap Formation along the west edge of the map and overlies the Hermit Formation in the central and eastern portions of the map area (see discussion in Toroweap Formation section below). The Coconino Sandstone is buff-white along the north edge of the map area and light red to brown in the southwest corner of the map. Fossil amphibian footprints and wind ripple marks are commonly found within the cross-bedded sets.
[…]
Fonte

As pegadas fósseis indicam que os animais certamente transitavam sobre os sedimentos desta formação, mas não que viviam neste paleoambiente. Eles possivelmente migravam com regularidade, indo para locais mais propícios para alimentação e água, de forma semelhante ao que fazem hoje os elefantes da costa oeste da Namíbia, que percorrem até 200 km pelo deserto namibiano.

A explicação mais adequada do porque os arenitos Coconino apresentam pegadas e não esqueletos fósseis é que o paleoambiente desértico não era o mais propício para este tipo de fossilização. E não precisa ir para os Estados Unidos para ver icnofósseis. A foto abaixo é de uma calçada na cidade de Araraquara, que é constituída de blocos do arenito da Formação Botucatu e que contém quatro pegadas de um dinossauro bípede.


« Última modificação: 02 de Março de 2012, 21:16:59 por Geotecton »
Foto USGS

Offline Hold the Door

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Re: Geologia - Refutação em bases geológicas de textos criacionistas
« Resposta #163 Online: 27 de Novembro de 2010, 20:53:40 »
Citação de: SCB
5. Sistemas ecológicos incompletos. Em vários estratos que contêm fósseis, tais como o arenito de Coconino, da região do Grand Canyon, e a formação Morrison, do oeste dos Estados Unidos, achamos boa evidência de fósseis de animais, mas pouca ou nenhuma evidência de plantas. Os animais requereriam plantas como alimento. Contudo, poucas plantas foram encontradas no Morrison, que encerra restos de muitos dinossauros, e nenhuma planta foi encontrada no Coconino, com suas centenas de rastros de animais. Como poderiam os animais sobreviver durante milhões de anos sem nutrição adequada?

A seleção operada e a ação rápida que se havia de esperar das águas do Dilúvio parece ser uma explicação mais plausível.
O trecho em negrito tem tanto sentido quanto afirmar "Nós não conseguimos entender como David Copperfield realizou o truque de atravessar a muralha da China. Logo, a conclusão de que ele tem poderes mágicos reais e se desmaterializou de um lado e materializou-se magicamente no outro parece ser uma explicação mais plausível".
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Offline Buckaroo Banzai

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Re: Geologia - Refutação em bases geológicas de textos criacionistas
« Resposta #164 Online: 28 de Novembro de 2010, 23:00:28 »
Sistemas populacionais escassos. Por praticamente todos os sítios paleontológicos ao redor do planeta, se tem várias evidências de organismos individuais, mas pouca ou nenhuma evidência de populações viáveis, havendo no máximo pouco mais de uma dezena de indivíduos de cada espécie, comumente separados por longas distâncias e por grandes intervalos temporais. As espécies requerem grandes populações para se perpetuar. Contudo, são virtualmente inexistentes registros de grandes populações. Como poderiam os seres terem sobrevivido durante milhões de anos em quantidades tão ínfimas, com indivíduos tão isolados?

A habilidade de teletransporte e viagem no tempo que se espera da avançada tecnologia reptiliana parece ser uma explicação mais plausível.

Offline Calberto

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Re: Geologia - Refutação em bases geológicas de textos criacionistas
« Resposta #165 Online: 30 de Novembro de 2010, 19:36:22 »
Desculpe pela demora em responder, estava meio ocupado,
Mas, finalmente apareci.

Citar
Hahahahahahaha. Desculpe-me, mas não pude conter o meu riso após ler tanta asneira.

Tudo bem, não fui eu quem escreveu isso.  :hihi:
Mas, gostei das risadas não. É melhor dormir de olhos abertos  :hihi:

Citar
Hahaha. Desculpem-me, mas não pude conter o meu riso, de novo.

Cara, você está pedindo.  :ordem2:

Citar
Pelas barbas de Odin, quanta besteira.

Que bobagem. Invocar um falso deus. Somente o Zeus, o deus dos deuses é o verdadeiro deus. Você não vê os sinais?

Citar
Na série que passa no canal History, denominada "Como Nasceu nosso Planeta", há um capítulo dedicado à formação dos Himalaias em geral e ao Everest, em particular. Mas não sei se já está disponível no YouTube.

Eu estava vendo este episódio mas, eu fui interrompido no bem no começo.



Citar
Devemos ter em mente, porém, que, ao tratar de um acontecimento passado como o Dilúvio, estamos lidando com interpretações e não com observações diretas.

Os criacionistas adoram dizer isso quando falam sobre a evolução. Sempre repetem que não é possível observar a evolução por isso, não é científico.


Citar
“Abundante atividade de água subterrânea nos continentes”. Qual é a relação desta frase com o resto do texto?

Isso é muito comum vindo dos criacionistas: qualquer coisa explica o criacionismo mas, um análise atenta sempre percebe que uma coisa não tem nada a ver com a outra, ou então, surge a pergunta:
"E, daí? Isso comprova o criacionismo?"

Eu queria imagens, simulações ou sei-lá-o-quê demonstrando como que se formou o everest. Por exemplo, a única imagem que eu encontrei foi esta;



Eu gostaria de saber onde que eu posso encontrar uma imagem que, em vez de ser uma "visão aérea" (como esta)  que fosse de uma "visão lateral", sacou?

Offline Calberto

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Re: Geologia - Refutação em bases geológicas de textos criacionistas
« Resposta #166 Online: 30 de Novembro de 2010, 20:21:15 »
Como são formados os fósseis?
Por que os fósseis são encontrados somente nas rochas sedimentares?
Os fósseis só são encontrados nos lugares onde, geologicamente foi comprovado que havia algum rio, correto? Poderia falar um pouco mais sobre isso?
Se os animais foram soterrados durante o Dilúvio, então, por que não os fósseis não são distribuidos uniformemente por exemplo, por que não se encontra fósseis em todos os lugares? (Eu acho que esta última pergunta devia ser feito a um criacionista).

Neste site:
http://michelsonperguntas.blogspot.com/2009/02/perguntas-frequentes-sobre-criacionismo_1255.html

Na última pergunta: "7. Quais são os problemas não resolvidos mais importantes sobre Eras Glaciais?"
A resposta:
"Como explicar as evidências de que algumas regiões da América do Norte e Europa Setentrional experimentaram intervalos alternados de glaciação e climas mais quentes, sugerindo um período de tempo mais longo do que a maioria dos criacionistas julga disponível? Como explicar sondagens do gelo da Groenlândia e Antártica que são interpretadas como representando períodos de tempo de 100.000 anos ou mais?"

O que é essa glaciação na América do Norte e na Europa? Que sondagens são essas no gelo da Groenlândia?

Neste aqui:
http://michelsonperguntas.blogspot.com/2009/02/perguntas-frequentes-sobre-criacionismo_2509.html
"5. Que problemas não resolvidos sobre a idade da Terra são de maior preocupação?
(...)e busca-se uma explicação para as longas séries de camadas em gelo."


O que seria essas longas séries de camadas em gelo?

Em outras palavras, poderia responder as perguntas deste criacionista?


Offline Contini

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Re: Geologia - Refutação em bases geológicas de textos criacionistas
« Resposta #167 Online: 30 de Novembro de 2010, 20:26:41 »
Opa, essas perguntas são interessantes de ser respondidas pelo Geo.
Sou apenas curioso no assunto e de cara percebi a dos fósseis. Não necessariamente eles são encontrados onde havia algum rio, mas em algum lugar onde os restos dos animais pudessem ser rapidamente cobertos com sedimentos. Por isso de serem encontrados em rochas sedimentares. Imagino que o fundo do mar, fundo de lagos, permafrost(?) e até desmoronamentos de terra poderiam "originar" fósseis.

Claro que um geólogo poderá responder com mais propriedade essas perguntas.
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Offline Geotecton

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Re: Geologia - Refutação em bases geológicas de textos criacionistas
« Resposta #168 Online: 01 de Dezembro de 2010, 00:41:50 »
Eu queria imagens, simulações ou sei-lá-o-quê demonstrando como que se formou o everest. Por exemplo, a única imagem que eu encontrei foi esta;



Eu gostaria de saber onde que eu posso encontrar uma imagem que, em vez de ser uma "visão aérea" (como esta)  que fosse de uma "visão lateral", sacou?

Ok. Amanhã eu posto algum material sobre o tema.

Editado. Até sábado eu postarei o material.
« Última modificação: 02 de Dezembro de 2010, 23:55:06 por Geotecton »
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Offline Geotecton

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Re: Geologia - Refutação em bases geológicas de textos criacionistas
« Resposta #169 Online: 04 de Dezembro de 2010, 10:11:30 »
Caro Privet.

Abaixo seguem dois vídeos ultra-simplificados que explicam como se formam montanhas do tipo himalaiano (choque continente-continente) e como é a crosta debaixo da cordilheira dos Himalaias.

Formação de montanha do tipo himalaiano.

Crosta abaixo do Himalaia.


Há muitos outros bons vídeos no Youtube.


Se precisar de maiores esclarecimentos, avise.
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Offline Geotecton

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Re: Geologia - Refutação em bases geológicas de textos criacionistas
« Resposta #170 Online: 04 de Dezembro de 2010, 11:21:38 »
Como são formados os fósseis?

Simplificadamente, os fósseis são formados quando partes de um animal ou planta jazem sobre uma camada de sedimentos de granulação fina e são recobertos por outras camadas do mesmo sedimento, de tal maneira que não houve tempo para a decomposição em ambiente oxidante. A quase totalidade dos fósseis ocorrem em rochas sedimentares.


Por que os fósseis são encontrados somente nas rochas sedimentares?

A maioria deles sim. Mas há fósseis em rochas de baixo grau de metamorfismo. Eu, por exemplo, tenho uma amostra de estromatólitos em metacalcáreo cuja idade é estimada em 1,0 bilhão de anos AP.

É bom saber também que há fósseis preservados em âmbar, antigos lagos de piche (cerca de 40.000 anos como o La Brea) e no gelo.


Os fósseis só são encontrados nos lugares onde, geologicamente foi comprovado que havia algum rio, correto? Poderia falar um pouco mais sobre isso?

Não necessariamente eles são encontrados onde havia algum rio, mas em algum lugar onde os restos dos animais pudessem ser rapidamente cobertos com sedimentos. Por isso de serem encontrados em rochas sedimentares. Imagino que o fundo do mar, fundo de lagos, permafrost(?) e até desmoronamentos de terra poderiam "originar" fósseis.

O Contini deu uma resposta simples e satisfatória.


Se os animais foram soterrados durante o Dilúvio, então, por que não os fósseis não são distribuidos uniformemente por exemplo, por que não se encontra fósseis em todos os lugares? (Eu acho que esta última pergunta devia ser feito a um criacionista).

Não houve o "dilúvio".


Neste site:
http://michelsonperguntas.blogspot.com/2009/02/perguntas-frequentes-sobre-criacionismo_1255.html

Na última pergunta: "7. Quais são os problemas não resolvidos mais importantes sobre Eras Glaciais?"
A resposta:
"Como explicar as evidências de que algumas regiões da América do Norte e Europa Setentrional experimentaram intervalos alternados de glaciação e climas mais quentes, sugerindo um período de tempo mais longo do que a maioria dos criacionistas julga disponível? Como explicar sondagens do gelo da Groenlândia e Antártica que são interpretadas como representando períodos de tempo de 100.000 anos ou mais?"

O que é essa glaciação na América do Norte e na Europa? Que sondagens são essas no gelo da Groenlândia?


Há uma mistura proposital (e, ao que parece, de má-fé) de informações pelo senhor Borges, pois ele dá a entender que existiu apenas uma glaciação, associada ao "dilúvio" é claro.

Mas, há abundantes evidências de que existiram muitas glaciações no planeta ao longo dos últimos 2 bilhões de anos, pelo menos. Eis dois exemplos de glaciações antigas em território brasileiro, baseados em textos técnicos e não em "achismo criacionista". O primeiro caso foi descrito no estado de Minas Gerais com idade estimada do Proterozóico Superior (cerca de 1 bilhão de anos AP) e o segundo caso foi descrito no estado de São Paulo, com idade estimada do Permo-Carbonífero (cerca de 310 a 290 milhões de anos AP).

Agora, sobre as suas perguntas específicas. A última glaciação que ocorreu no hemisfério norte foi a chamada 'Glaciação Wisconsin' (denominação nos EUA), que é do tipo alpina, e que começou por volta de 72.000 AP e e se encerrou por volta de 9.500 AP, marcando, portanto, o fim da época pleistocênica.

As sondagens são perfurações realizadas em locais com espessos mantos de gelo que foram formados pela precipitação e compactação contínua de neve ao longo de milhares a centenas de milhares de anos. Delas são obtidas amostras ('testemunhos') e que servem para diversos tipos de análises, entre elas a variação na composição atmosférica. Quanto mais profunda for a amostra, mais antigo é o gelo.


Neste aqui:
http://michelsonperguntas.blogspot.com/2009/02/perguntas-frequentes-sobre-criacionismo_2509.html
"5. Que problemas não resolvidos sobre a idade da Terra são de maior preocupação?
(...)e busca-se uma explicação para as longas séries de camadas em gelo."


O que seria essas longas séries de camadas em gelo?

Esta questão já foi respondida acima.


Em outras palavras, poderia responder as perguntas deste criacionista?

Caro Privet.

Não caia na armadilha da ultra-simplificação (simploriedade!) criacionista. Há muitas questões ainda em aberto sobre diversas áreas do conhecimento geológico, mas isto não significa que a explicação criacionista deva ser considerada uma alternativa.
« Última modificação: 05 de Dezembro de 2010, 17:15:30 por Geotecton »
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Re: Geologia - Refutação em bases geológicas de textos criacionistas
« Resposta #171 Online: 06 de Dezembro de 2010, 16:50:53 »
Eu me dei ao luxo de ler este tópico INTEIRO. Fiquei impressionado com a paciência budista Jedi nível 100 milhões Plus do Geotecton. Como químico que sou, já perdi a paciência com o Sodré há muito tempo! E olha que eu só queria um sistema físico-químico sobre como um composto silicoso se transforma em um corpo base-carbono. Só achei interessante ele "não ter visto" o questionamento sobre a mudança do sentido da pesquisadora, bem como a supressão de alguns parágrafos. Isso é crime de estelionato, já que a alteração proposital de uma artigo (que em última análise é um documento) é violação clara da legislação penal.

Quousque tandem abutere, Sodre, patientia nostra? Quamdiu etiam furor iste tuus nos eludet? Quem ad finem sese effrenata iactabit audacia?

Parabéns pelas questões explanadas, explicadas e aniquiladoramente claras, Geotecton.
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Offline Hold the Door

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Re: Geologia - Refutação em bases geológicas de textos criacionistas
« Resposta #172 Online: 06 de Dezembro de 2010, 19:56:56 »
Só achei interessante ele "não ter visto" o questionamento sobre a mudança do sentido da pesquisadora, bem como a supressão de alguns parágrafos. Isso é crime de estelionato, já que a alteração proposital de uma artigo (que em última análise é um documento) é violação clara da legislação penal.
Acho que o certo seria falsidade ideológica. Estelionato, até onde eu sei, é um crime econômico e implica obtenção de lucro mediante fraude. Advogados do forum?
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Offline Geotecton

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Re: Geologia - Refutação em bases geológicas de textos criacionistas
« Resposta #173 Online: 06 de Dezembro de 2010, 20:04:39 »
Eu me dei ao luxo de ler este tópico INTEIRO. Fiquei impressionado com a paciência budista Jedi nível 100 milhões Plus do Geotecton. Como químico que sou, já perdi a paciência com o Sodré há muito tempo! E olha que eu só queria um sistema físico-químico sobre como um composto silicoso se transforma em um corpo base-carbono. Só achei interessante ele "não ter visto" o questionamento sobre a mudança do sentido da pesquisadora, bem como a supressão de alguns parágrafos. Isso é crime de estelionato, já que a alteração proposital de uma artigo (que em última análise é um documento) é violação clara da legislação penal.

Quousque tandem abutere, Sodre, patientia nostra? Quamdiu etiam furor iste tuus nos eludet? Quem ad finem sese effrenata iactabit audacia?

Parabéns pelas questões explanadas, explicadas e aniquiladoramente claras, Geotecton.

Agradeço as suas palavras Pryderi.

Um dos propósitos deste tópico é o de fornecer elementos de refutação científica geológica para alguns aspectos do criacionismo e do fundamentalismo religioso.

Por enquanto eu prefiro não recriminar o Sodré, na clara expectativa que ele possa ter maior discernimento e evite, assim, postar alguns textos que são verdadeiras atrocidades, embora viscerais.

E é muito legal ter um químico que possa contribuir com isto.
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Offline Pryderi

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Re: Geologia - Refutação em bases geológicas de textos criacionistas
« Resposta #174 Online: 06 de Dezembro de 2010, 20:11:05 »
Por enquanto eu prefiro não recriminar o Sodré, na clara expectativa que ele possa ter maior discernimento e evite, assim, postar alguns textos que são verdadeiras atrocidades, embora viscerais.

Vc conhece o Sodré há poco tempo, né?

E é muito legal ter um químico que possa contribuir com isto.

Valeu. Passarei mais por aqui. Ainda mais que estou saindo de férias estes dias e terei mais tempo.
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