Autor Tópico: Geologia - Refutação, em bases geológicas, de textos criacionistas  (Lida 103421 vezes)

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Offline Geotecton

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Re: Geologia - Refutação em bases geológicas de textos criacionistas
« Resposta #175 Online: 06 de Dezembro de 2010, 20:19:00 »
Por enquanto eu prefiro não recriminar o Sodré, na clara expectativa que ele possa ter maior discernimento e evite, assim, postar alguns textos que são verdadeiras atrocidades, embora viscerais.

Vc conhece o Sodré há poco tempo, né?

Há pouquíssimo tempo (menos de 8 meses).


E é muito legal ter um químico que possa contribuir com isto.

Valeu. Passarei mais por aqui. Ainda mais que estou saindo de férias estes dias e terei mais tempo.

Então bem vindo a bordo!
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Offline Geotecton

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Re: Geologia - Refutação em bases geológicas de textos criacionistas
« Resposta #176 Online: 24 de Dezembro de 2010, 16:18:32 »
Eis uma entrevista com o "expoente máximo" da geologia do criacionismo brasileiro, o senhor Nahor Neves de Souza Junior, feita por Wendel Thomaz Lima no ano de 2005, seguida dos meus comentários.


Citação de: Introdução
Cientista fala sobre os preconceitos contra a teoria criacionista.

Quais são os trabalhos deste cavalheiro com relação às áreas da Geologia afeitas à tectônica, por exemplo?


Citação de: Introdução
Inquisição evolucionista.

Cientista fala sobre os preconceitos contra a teoria criacionista.

Não, não é.

É apenas conhecimento científico versus crença religiosa.


Citação de: Introdução
A controvérsia entre evolucionistas e criacionistas vem ganhando cada vez mais espaço na mídia e nas universidades.

Não. Não vem "ganhando espaço" nas universidades, a não ser em unidades de ensino superior sem qualquer importância na pesquisa científica e que ainda pertencem à alguma vertente cristã, como é o caso da UNASP.


Citação de: Introdução
O geólogo Dr. Nahor Neves de Souza Jr. tem participado de vários debates no meio acadêmico.

Não me lembro de ter visto o senhor Nahor Neves debatendo a especulação cracionista em nenhum dos últimos cinco CBGs.


Citação de: Introdução
No último dia 6 de junho, ele palestrou num mini-curso sobre a origem da vida para alunos de Biologia da Universidade de Taubaté (Unitau), no interior de São Paulo. O professor Nahor é um dos mais ativos divulgadores do criacionismo no Brasil. Ele é membro do Núcleo de Estudos das Origens (NEO) do Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp), no qual também leciona. Parte dos seus 30 anos de estudo da Geologia se transformaram no livro Uma Breve História da Terra, lançado em 2002 pela Sociedade Criacionista Brasileira.

Este livro foi totalmente ignorado pela comunidade científica por ser um compêndio de crendices pseudocientíficas.


Citação de: Introdução
Nesta entrevista, o professor Nahor aponta as principais evidências científicas do criacionismo, critica o dogmatismo evolucionista e explica porque acredita ser possível conciliar ciência e religião.

Uau!

Estou ansioso pela apresentação das "evidências científicas do criacionismo".


Citação de: Entrevista
WTL - Muitos críticos do criacionismo têm afirmado que esta teoria não possui evidências científicas. Esta informação procede? Por quê?

Dr. Nahor Neves de Souza Jr. - As evidências científicas do criacionismo são mais abundantes e mais consistentes, relativamente, àquelas levantadas pelo evolucionismo. Na Biologia, as evidências de planejamento e propósito estão presentes em todos os seres vivos. Já na Geologia, as rochas e os fósseis fanerozóicos, mediante a compreensão dos fenômenos geológicos globais, apontam, inequivocamente, para uma catástrofe de proporções globais (o Dilúvio bíblico).

Frase misturando verborragia e wishful thinking cristão.

Não há nenhuma evidência de planejamento e propósito biológico. A não ser que se admita que o planejador tenha disfunção cognitiva com algum grau de imbecilidade.

Quais são as rochas e fósseis do Fanerozóico que apontam para uma catástrofe de proporções globais?

 
Citação de: Entrevista
WTL - O que seriam os fósseis fanerozóicos? E os fenômenos geológicos globais?

Dr. Nahor - O Fanerozóico corresponde a parte da coluna geológica que contém a maioria dos registros fósseis. Ao se analisar essa seqüência de camadas geológicas, verificam-se muitas evidências inequívocas de tempos bastante reduzidos (dias, semanas e meses), tanto para o rápido soterramento dos fósseis, como para a deposição contínua das respectivas camadas sedimentares.

O senhor Nahor ignora (ou desconhece) totalmente a Sedimentologia e a Estratigrafia de Sequências. Não existe um só lugar no planeta que apresente uma coluna estratigráfica contínua do Fanerozóico, isto é, do início do Cambriano até o Holoceno por causa principalmente da Tectônica.

Afirmar que todas as rochas sedimentares do Fanerozóico foram depositadas de forma contínua e rapidamente por causa de uma "grande inundação divina" é ridículo, pois ignora a impossibilidade física do evento, as abundantes evidências da multiplicidade de ambientes deposicionais e desconsidera a atividade e influência da tectônica global.


Citação de: Entrevista
Dr. Nahor - Além disso, ao se estudarem os fenômenos geológicos catastróficos atuais (soterramento da cidade de Armero, o maremoto do ano passado no sudeste asiático, etc), percebe-se a possibilidade de correlação entre estes recentes e aqueles passados (fenômenos geológicos globais) responsáveis pela mortandade generalizada de seres (hoje fósseis) fanerozóicos. Portanto, as centenas de milhões de anos atribuídas ao fanerozóico, pela Geologia convencional, deverão ser traduzidos por tempos equivalentes a poucos meses.

PQP!

É f... quando um ideólogo religioso sem tradição alguma em pesquisa científica induz o leitor a pensar que a Geocronologia e a Estratigrafia de Sequências são conhecimentos desprezíveis.


Citação de: Entrevista
WTL - O senhor já sofreu preconceito na sua carreira acadêmica por defender o criacionismo?

Dr. Nahor – Não, até porque os temas ligados à minha especialidade, Geologia Aplicada à Engenharia, praticamente não se valem dos cálculos de bilhões de anos defendidos pela Geologia convencional.

Certamente que não sofreu preconceito, pois ele é totalmente ignorado na comunidade científica, além de que ele não produz conhecimento nas áreas da Geologia que ele gosta de dar palpite e de apresentar a sua ideologia religiosa, tais como a Tectônica, a Sedimentologia, a Estratigrafia de Sequências, a Geocronologia e a Petrologia.


Citação de: Entrevista
WTL - Como o senhor avalia a abordagem que a imprensa nacional tem feito sobre o debate entre evolucionistas e criacionistas?

Dr. Nahor – Ela tem apoiado de modo incondicional e irrestrito as idéias evolucionistas. Portanto, uma abordagem extremamente tendenciosa, unilateral e, muitas vezes agressiva. Na imprensa não existe espaço para o modelo criacionista. E quando há, é tratado pejorativamente. Nas entrevistas, as respostas criacionistas, via de regra, são desvirtuadas. Antes de combater o Criacionismo, aqueles que o atacam deveriam conhecê-lo.

A imprensa mais responsável vai buscar na Academia as informações científicas de ponta e não em jornalecos publicados por vertentes cristãs protestantes.

E não existe um "modelo criacionista" a não ser um arremedo estapafúrdio de afirmações grotescas, impregnadas de fundamentalismo reigioso, sem qualquer base em observações de campo e ou dados de laboratório. Basta ler as bobagens da "tectônica de placas catastrofista" ou da "tectônica de hidroplacas".


Citação de: Entrevista
WTL - O senhor acredita que é possível conciliar ciência e religião? Por quê?

Dr. Nahor – Eu creio que existam duas importantes fontes de conhecimento legítimo: a Bíblia e a natureza.

Perfeito. Como todo e qualquer religioso ele "cre" que o seu livro-texto é a "verdade proferida diretamente por um deus". Aqui fica clara a péssima influência da religião sobre o homem que deveria ter a ciência como única fonte de conhecimento sobre a Natureza.


Citação de: Entrevista
Dr. Nahor – São muitos os exemplos de significativa harmonia da integração do conhecimento científico com o conhecimento bíblico.

É mesmo? Eu gostaria de saber quais são os "exemplos de harmonia entre Ciência e o texto religioso cristão". Os exemplos a seguir são válidos?

Que o Universo foi feito em seis dias?

Que as árvores surgiram antes do Sol?

Que existiram basiliscos e cobras falantes?


Citação de: Entrevista
Dr. Nahor – Ambos se complementam, possibilitando assim, em muitos casos, a mútua fiscalização, o que, por sua vez, tende a inibir qualquer tipo de dogmatismo, seja religioso ou científico.

A Ciência não tem de ser "fiscalizada" por nenhuma religião, pois esta não tem competência para avaliar o conhecimento proporcionado por aquela. E a História está repleta de exemplos de dogmatismo e de repressão quando a religião "fiscalizava" (cerceava!) a Ciência, principalmente no alvorecer desta. Os exemplos de Galileu Galilei e de George Louis Leclerc são conspícuos.

Para o senhor Nahor e seus acólitos vale o mote Sapientia Dei. Scientia Mundi. Ou seja, o conhecimento religioso deve prevalecer sobre o conhecimento científico.


Citação de: Entrevista
WTL - Alguns acreditam que Deus usou a evolução para criar, portanto, o relato bíblico seria simbólico. Por que os criacionistas não aceitam essa posição?

Dr. Nahor – Esta posição é conhecida como Evolucionismo Teísta. O primeiro problema com este modelo se refere às inconsistências e incoerências do próprio Evolucionismo. A tentativa de se associar o paradigma da evolução com o texto bíblico, de imediato, exige a reinterpretação dos primeiros 11 capítulos de Gênesis, transformando-os, de relatos históricos e literais, em narrativas simbólicas ou folclóricas do povo hebreu. Certamente, tal modificação descaracterizaria totalmente a Bíblia e a sua procedência divina.

O "Evolucionismo Teísta" é uma corrente de pensamento que reconhece a impossibilidade e a incoerência (infantilidade!) dos textos do Gênesis com o atual conhecimento científico.

No entanto a explicação do senhor Nahor é coerente com a atitude anacrônica de algumas vertentes cristãs, que ainda insistem na literalidade do texto mitológico cristão.
 

Citação de: Entrevista
Dr. Nahor – Um segundo aspecto, é que alguns teólogos do Evolucionismo Teísta se sentem ainda encorajados em retratar um deus humilde, que teria deixado a natureza livre para realizar a sua própria criação. Que deus então seria esse, que viabilizou um processo que se desenvolve de maneira extremamente lenta (centenas de milhões de anos), passando por um tortuoso caminho de morte e destruição, em que apenas o mais forte prevalece na luta pela sobrevivência, para finalmente atingir o objetivo supremo – a “criação” do homem?

Este trecho da entrevista é um primor de ignorância científica e de filosofia metafísica. E ainda dá um exemplo conspícuo de desconhecimento conveniente da estória judaica-cristã.

A falha científica está em afirmar que na Evolução o sucesso da sobrevivência é o do mais forte. Darwin nunca afirmou isto, e sim de que o mais apto é que tem a maior possibilidade de continuar existindo.

Como falhas metafísicas posso citar: Ignora a onipresença divina ("processo lento de milhões de anos") e descarta o livre-arbítrio ("teria deixado a natureza livre").

Ele ainda induz, maliciosamente, o leitor a associar Evolução com falta de ética e de respeito, ao citar que o processo evolutivo "passa por um caminho tortuoso de morte e destruição", como se existisse "moral e ética" no mundo natural e como se a "bíblia" não estivesse recheada de passagens que denotam uma atitude criminosa e psicopata do deus cristão.


Citação de: Entrevista
Dr. Nahor – Teria esse mesmo deus extraído – deliberadamente – do registro fóssil todos os seres de transição? Em terceiro lugar, a lentidão do processo evolutivo e o fator competição são incompatíveis com as características de Deus, como relatadas na Bíblia. Logo, o Evolucionismo Teísta se revela como a estrutura conceitual que traduz as maiores incoerências entre a ciência e a religião bíblico-cristã.

O deus cristão não subtraiu os fósseis transicionais. Os criacionistas é que não sabem reconhece-los.  :lol: Bem, isto não surpreende, pois eles também nada sabem sobre Paleontologia e Geologia.

A "lentidão do processo evolutivo" em nada afetaria a propriedade de onipresença do deus metafísico cristão.

De que maneira que a "competição" seria incongruente com o deus cristão dos adventistas? Porque revelaria um viés "imoral" representado pela morte por predação?

Se for isto, então eu pergunto: O deus cristão é tão débil intelectualmente que não conseguiu distinguir entre a (suposta) culpa dos pecados dos humanos e a total inocência dos animais (e plantas), pois que estes eram seres não-conscientes?


Citação de: Entrevista
Dr. Nahor - Por outro lado, o desenvolvimento da ciência, especialmente na Biologia e Geologia, tem tornado a teoria evolucionista cada vez mais questionável, enquanto surgem consistentes modelos criacionistas com forte argumentação científica.

Errado e mentira!!!

A Geologia demonstra com abundantes exemplos a consistência da Teoria da Evolução e refuta sistematicamente as idéias criacionistas.

Quais são os "consistentes modelos criacionistas"? A ridícula especulação das "hidroplacas" seria um exemplo?


Citação de: Entrevista
WTL– O senhor já participou em debates na Unesp, UFMG, UFBA e Unitau. Eventos como estes não são comuns. O criacionismo tem ganhado credibilidade junto a comunidade científica? Por quê?

Dr. Nahor – Primeiramente, não sei se é credibilidade ou tolerância, já que existe ainda muito preconceito e desconhecimento do que seja o Criacionismo. Espero que os evolucionistas abandonem sua excessiva e infundada implicância, sua costumeira arrogância e se debrucem (com o verdadeiro espírito científico) sobre os bons textos criacionistas indicados, por exemplo, neste site (SCB – www.scb.org.br).

Quem se "debruçar" com o "verdadeiro espírito científico" sobre os textos criacionistas deve faze-lo com um conhecimento básico de Geologia e, em pouco tempo, aparecerão as incongruências científicas do criacionismo.


Citação de: Entrevista
WTL - O senhor afirma que o evolucionismo e o criacionismo não são teorias científicas. Por quê?

Dr. Nahor – Ao se considerar o clássico método científico, que se baseia na experimentação e observação, tanto o evolucionismo como o criacionismo não podem ser classificados como teorias científicas, mas sim, estruturas conceituais (ou paradigmas).

Ele provavelmente leu (duvido que tenha lido, mas vá lá) Popper apenas antes deste reconhecer o caráter científico da Teoria da Evolução.


Citação de: Entrevista
Dr. Nahor - Os dois modelos recorrem, além da ciência, a outras fontes de conhecimento, ao não poderem aplicar o método científico para explicar a origem da vida e outros eventos ocorridos no passado.

Errado!!!

O criacionismo não usa a metodologia científica e sim alguns dados, isolados e retirados do contexto, e que são amalgamados ao corpus da sua ideologia religiosa.

E, suprema desonestidade e ou ignorância, a Teoria da Evolução original não propunha explicar a origem da vida e sim como esta foi modificada a ponto de existir a atual multiplicidade de organismos.


Citação de: Entrevista
Dr. Nahor - No caso do Criacionismo, a fonte legítima de conhecimento não científico é a Bíblia, que apresenta Deus como o agente criador. Já na filosofia evolucionista, o tempo e o acaso são capazes de realizar contínuos milagres criativos. Na verdade, não existe nenhum cientista puramente objetivo, pois a visão pessoal ou determinada postura filosófica influenciam a atividade científica muito mais do se imagina.

A "bíblia" não é uma fonte legítima para viabilizar o criacionismo como Teoria Científica, pois mesmo o conhecimento metafísico reconhece e estabelece que deuses não são o escopo da Ciência.

Ao afirmar que ninguém é isento de influências ideológicas, o senhor Nahor apresenta um argumento que derruba de vez a especulação criacionista, pois o criacionismo é o exemplo visceral de "visão pessoal (ou de grupo) impregnada de ideologia religiosa".


Citação de: Entrevista
WTL - O senhor defende o ensino do criacionismo nas escolas públicas? Por quê?

Dr. Nahor - Criacionismo pressupõe um domínio suficientemente abrangente e a capacidade de integração (com equilíbrio) dos conhecimentos bíblico e científico. Infelizmente, são muito raros os educadores que estão preparados para essa função. A Sociedade Criacionista Brasileira (SCB) está efetivamente empenhada em capacitar profissionais nesta área, há mais de 30 anos.

Sendo gentil eu diria que eles são, no máximo, conhecimentos distintos no qual o religioso não auxilia de maneira alguma a compreensão dos fenômenos naturais.

O ensino de criacionismo em escolas públicas é uma clara afronta à Constituição da República Federativa do Brasil, que afirma e confirma a separação entre igreja e Estado, embora garanta a liberdade de credo e de não-credo, para o desgosto dos religiosos, em particular daqueles com saudades dos tempos da Inquisição.


Citação de: Entrevista
WTL - Por que o senhor considera o criacionismo mais consistente que o evolucionismo?

Dr. Nahor - Em primeiro lugar, por experiência pessoal – as pesquisas desenvolvidas no mestrado e doutorado na Universidade de São Paulo, com rochas basálticas, me forneceram dados totalmente compatíveis com outras evidências que apontam para um cataclismo global. Ressalto ainda que os vários problemas enfrentados pelo evolucionismo não são periféricos ou superficiais. O paradigma evolucionista, muito embora não seja admitido por seus adeptos, está sendo solapado gradual e irreversivelmente ao ser questionado, nos seus fundamentos, não por criacionistas, mas, pela própria realidade dos fatos.


Resposta curta, mas não menos correta: Por pura crendice e ideologia religiosa.

Resposta mais longa. Quais dados provenientes de rochas basálticas que mostram um cataclismo global? Nenhum!

E a única "realidade dos fatos" que pode solapar a Teoria da Evolução é a ausência crônica de educação científica da maior parte da população, pois isto facilita a propagação das bobagens criacionistas no meio da massa ignara.


Citação de: Entrevista
WTL - Uma pesquisa recentemente publicada na revista Época (03/01/05) mostrou que a maioria dos brasileiros não acredita no evolucionismo e defende o ensino do criacionismo nas escolas públicas. Como o senhor explica esses dados?

Dr. Nahor - Creio que ninguém ousaria taxar a maioria dos entrevistados de ignorantes.

Eu ouso!


Citação de: Entrevista
Dr. Nahor - Resultado semelhante foi verificado com pesquisa realizada nos EUA. É interessante notar que, apesar de toda a imposição do Evolucionismo (semelhante ao exercício do poder político-religioso da Idade Média) nas universidades e na mídia em geral, o mesmo não consiga prevalecer.

Falácia. O fato(?) da maior parte da população não aceitar (compreender!) a Teoria da Evolução não invalida esta e muito menos torna o criacionismo correto.

Apesar disto, eu conclamo o senhor Nahor e o entrevistador para que realizem uma pesquisa semelhante no estrato mais culto e informado da população apenas para efeito de comparação.

 
Citação de: Material pós-entrevista
Infográfico
O que pensam...

Criacionistas

· Deus é o criador da vida e das espécies (há poucos milhares de anos), inclusive do ser humano.

É um direito que lhes assiste, embora não existam evidências de deuses e nem de que a vida surgiu e tenha se desenvolvido há menos de 10.000 anos.


Citação de: Criacionistas
· A Terra no seu aspecto inorgânico (sem vida) pode ser muito antiga.




Citação de: Criacionistas
· Existe micro-evolução dos seres vivos (pequenas e limitadas mudanças).


Separação totalmente arbitrária e conveniente, mas, ainda assim, rejeitada pela Biologia.


Citação de: Criacionistas
· Não aceitam a geração espontânea (vida surgir de não-vida).

Afirmação convergente. A TSE também não admite a "geração espontânea". Ela admite o desenvolvimento de vida a partir de compostos químicos que eram inorgânicos inicialmente.


Citação de: Criacionistas
· Não aceitam a macro-evolução (por exemplo: mudanças de um réptil para um mamífero).

Bobagem. A TSE nunca afirmou que de um réptil surgiu um mamífero e sim de que ambos apresentavam um ancestral comum.


Citação de: Criacionistas
· As idades dos fósseis são recentes: absoluta (milhares de anos) e relativa (meses).

Afirmação ridícula. Estudem Estratigrafia, Geocronologia e Tectônica de Placas.


Citação de: Criacionistas
· Os fenômenos geológicos globais apontam para o Dilúvio bíblico.

De modo algum!!!


Citação de: Criacionistas
Infográfico
O que pensam...

Evolucionistas

· O tempo e o acaso (ou “relojoeiro cego”) originaram a vida e as espécies.

O tempo sim, mas o acaso não. Substitua este por processo estocástico.


Citação de: Evolucionistas
· A Terra no seu aspecto inorgânico e orgânico é muito antiga. (centenas de milhões a bilhões de anos).

Aproximadamente 4,57 bilhões de anos.


Citação de: Evolucionistas
· Existe micro-evolução dos seres vivos (o acúmulo não seria de micro-mudanças).

A distinção entre macro e micro é somente semântica.


Citação de: Evolucionistas
· Aceita a geração espontânea (vida surgir de não-vida).

Armadilha semântica desonesta e ridícula, pois a expressão "geração espontânea" original não significa isto.


Citação de: Evolucionistas
· Aceitam a macro-evolução (por exemplo: mudanças de um réptil para um mamífero)

Não da maneira como foi, maliciosamente, exemplificada.

Os dados demonstram que répteis e mamíferos tiveram um ancestral comum e não que aqueles desembocaram nestes.


Citação de: Evolucionistas
· As idades dos fósseis são antigas: absoluta e relativa (milhões de anos).

Comparando com a minha idade, mesmo um fóssil criacionista, com 4.000 anos, já seria antigo. :lol:

De qualquer modo, os fósseis conhecidos apresentam idades estimadas entre 3,5 bilhões de anos (exemplares de estromatólitos) até menos de 4 mil anos.


Citação de: Evolucionistas
· Não existiu o Dilúvio bíblico.

Sem dúvida nenhuma!!!!!
« Última modificação: 02 de Novembro de 2013, 14:05:40 por Geotecton »
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Offline Hold the Door

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Re: Geologia - Refutação em bases geológicas de textos criacionistas
« Resposta #177 Online: 24 de Dezembro de 2010, 16:39:30 »
Dizem que se você pronunciar o nome Nahor na frente do ex-orientador de doutorado dele, corre sério risco de vida...
Hold the door! Hold the door! Ho the door! Ho d-door! Ho door! Hodoor! Hodor! Hodor! Hodor... Hodor...

Offline Geotecton

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Re: Geologia - Refutação em bases geológicas de textos criacionistas
« Resposta #178 Online: 24 de Dezembro de 2010, 16:43:07 »
Dizem que se você pronunciar o nome Nahor na frente do ex-orientador de doutorado dele, corre sério risco de vida...

Se eu fosse o orientador dele, morreria de desgosto. :lol:
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Offline Adriano

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Re: Geologia - Refutação em bases geológicas de textos criacionistas
« Resposta #179 Online: 24 de Dezembro de 2010, 20:13:05 »
No site http://www.scb.org.br/ , na parte grandes nomes do criacionismo, consta um geólogo americano que deve ser o pai de toda essa groselha geológica adventista:

Citar
JAMES DWIGHT DANA (l813-l895)

É considerado por alguns como o geólogo americano de vanguarda do século dezenove. De 1838 a 1842 foi geólogo e mineralogista da Expedição Exploradora no Pacífico que cartografou as ilhas e escreveu as monografias dos crustáceos e corais daquela área. Foi editor da revista científica American Journal of Science. Escreveu um Manual de Geologia que serviu de consulta para quase todo geólogo norte americano e foi um texto básico para duas gerações de estudantes na Yale University. Quando tinha apenas 24 anos escreveu o texto "O Sistema de Mineralogia de Dana" que chegou a ser o modelo de referência para classificar os minerais por sua química e sua cristalografia. Este texto tem mantido a posição de referência básica para a mineralogia por mais de 150 anos, com sete edições.

Dana pertencia a uma família de firmes conceitos religiosos, que aceitava as Sagradas Escrituras como a palavra literal de Deus. Seu intelecto aceitava as doutrinas do cristianismo e seu coração aceitava seus preceitos. Mesmo como homem de ciência, fez uma aberta profissão de fé como membro da Primeira Igreja (protestante) de New Haven, Connecticut. Seus biógrafos têm afirmado que uma vida de pesquisa e o ensino da ciência eram sua maneira de servir a Deus. Segundo a visão de mundo que Dana aceitava, a ciência "tem como objetivo decifrar alguns termos novos no Livro da Natureza, para que possamos aprender a vontade d'Aquele que ordenou todas as coisas no devido lugar, e poder assim compreender mais plenamente suas leis no governo da natureza." (Dott, 248)

Pela sua grande capacidade de proporcionar uma síntese geológica global, a velha tectônica global de Dana foi uma das maiores contribuições feitas para a geologia teórica na América do Norte. Dana aceitava a teoria sustentada há tempos, de que a Terra havia se originado como uma massa incandescente, e de que pouco a pouco se havia contraído ao esfriar-se. Também reconhecia as diferenças geológicas entre os continentes e as bacias oceânicas, que ele cria terem aparecido logo no início na história do planeta. Cunhou o termo geosinclinal para uma ampla forma sedimentar com dezenas de quilômetros e relacionada com a formação de montanhas, em que os sedimentos teriam se acumulado em camadas de milhares de metros de espessura nas margens continentais. Disto teria resultado a formação concêntrica das cadeias montanhosas que circundaram o antigo interior do continente norte americano.

Dana imaginava a América do Norte como um exemplo simples e perfeito de evolução continental, que estaria "revelando o plano da criação de Deus" melhor que qualquer outro. A América, segundo Dana, havia sido provida pelo Grande Projetista justamente com os elementos estruturais que eram necessários para que os geólogos americanos pudessem vir a ser os professores dos geólogos da Europa. Assim nasceu o conceito de ascenção continental ou concreção, com "a contração como o poder, sob a direção divina, para tornar a Terra habitável, para adequá-la à nova idade, a Idade do Homem." Através de todo seu Manual de Geologia há referências religiosas que apresentam o homem como a culminação da história da Terra. Dana acreditava em um Criador benevolente que ele denominava como "Poder Superior à Natureza" que havia preparado a Terra para benefício de seus filhos, como culminação da sua história. Para Lyell, a geologia era um processo cíclico, não direcional, dependente de forças que não eram sobrenaturais. Para Dana, ela era dirigida e progressiva, com uma história posta em movimento por um Criador com o objetivo de preparar um lar para a humanidade.

Embora indiscutível defensor da ciência, Dana comodamente incluiu a reconciliação da geologia com o Gênesis em seu livro texto, não sustentando uma visão estritamente uniformista da história da Terra. Sustentava, sim, que a vida havia mudado de forma de muitas maneiras, porém sempre aumentando sua complexidade não pelo acaso, mas sim de acordo com certo planejamento. Freqüentemente lutava entre sua piedade e sua ciência. Uma aguda crise lhe sobreveio quando Darwin apresentou a teoria da evolução, da qual somente aceitou algumas partes. Ele havia sido um campeão na evolução física da Terra, porém tinha sérias dificuldades para aceitar a evolução orgânica. Diz-se que T. H. Huxley certa vez disse: "Dana escreve com um olho no fato e o outro em Gênesis."

Dana era muito ativo em sua igreja, dava estudos bíblicos e era pianista da igreja. À mesa, dava graças pelo alimento. Em seus últimos anos escreveu: "Continuo meu trabalho com regozijo, olhando para a luz brilhante do lar acima para onde a terra converge".

Referências
James Natland. GSA Today. v. 13 nº.2 , pp. 20, 21 (fev.2003)
Robert Dott. American Journal of Science. v. 297 nº.3, pp. 283-311 (mar. 1997)
Julie Newell. American Journal of Science. v. 297 nº 3, pp. 273-282 (mar. 1997)
Princípio da descrença.        Nem o idealismo de Goswami e nem o relativismo de Vieira. Realismo monista.

Offline Geotecton

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Re: Geologia - Refutação em bases geológicas de textos criacionistas
« Resposta #180 Online: 25 de Dezembro de 2010, 19:03:26 »
No site http://www.scb.org.br, na parte grandes nomes do criacionismo, consta um geólogo americano que deve ser o pai de toda essa groselha geológica adventista: JAMES DWIGHT DANA (1813-1895).

Se voce quis escrever que Dana acabou sendo utilizado pelos teístas mais fundamentalistas, no argumento falacioso de que "muitos dos principais expoentes da ciência eram religiosos" e isto é "uma evidência de que deus existe", eu concordo.

Mas daí a julgar e condenar Dana exclusivamente por ele crer no deus cristão já é outra situação. Ele era um cientista teísta ocidental típico do século XIX, que procurava conciliar a crença no deus cristão com o conhecimento científico da sua área de formação, no caso a Geologia.

Ele foi um emérito mineralogista, responsável pela identificação e descrição de pelo menos 200 espécies minerais e um excelente petrógrafo. Também foi um ótimo geotectonista, responsável pela teoria do Geossinclinal, que foi o principal modelo geotectônico até o findar do primeiro meado dos anos 60 do século passado, quando então foi substituída pela teoria da Tectônica de Placas.
« Última modificação: 26 de Dezembro de 2010, 22:46:14 por Geotecton »
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Re: Geologia - Refutação em bases geológicas de textos criacionistas
« Resposta #181 Online: 27 de Dezembro de 2010, 18:03:35 »
No site http://www.scb.org.br, na parte grandes nomes do criacionismo, consta um geólogo americano que deve ser o pai de toda essa groselha geológica adventista: JAMES DWIGHT DANA (1813-1895).

Se voce quis escrever que Dana acabou sendo utilizado pelos teístas mais fundamentalistas, no argumento falacioso de que "muitos dos principais expoentes da ciência eram religiosos" e isto é "uma evidência de que deus existe", eu concordo.

Mas daí a julgar e condenar Dana exclusivamente por ele crer no deus cristão já é outra situação. Ele era um cientista teísta ocidental típico do século XIX, que procurava conciliar a crença no deus cristão com o conhecimento científico da sua área de formação, no caso a Geologia.

Ele foi um emérito mineralogista, responsável pela identificação e descrição de pelo menos 200 espécies minerais e um excelente petrógrafo. Também foi um ótimo geotectonista, responsável pela teoria do Geossinclinal, que foi o principal modelo geotectônico até o findar do primeiro meado dos anos 60 do século passado, quando então foi substituída pela teoria da Tectônica de Placas.
Ou seja, se ele tivesse acesso ao conhecimento geológico atual haveria uma boa possibilidade de ele se tornar ateu! Não que uma crença pessoal ou a ausencia de uma valide ou invalide o trabalho desenvolvido por ele...
"A idade não diminui a decepção que a gente sente quando o sorvete cai da casquinha"  - anonimo

"Eu não tenho medo de morrer, só não quero estar lá quando isso acontecer"  - Wood Allen

    “O escopo da ciência é limitado? Sim, sem dúvida: limitado a tratar daquilo que existe, não daquilo que gostaríamos que existisse.” - André Cancian

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Re: Geologia - Refutação em bases geológicas de textos criacionistas
« Resposta #182 Online: 27 de Dezembro de 2010, 18:43:28 »
No site http://www.scb.org.br, na parte grandes nomes do criacionismo, consta um geólogo americano que deve ser o pai de toda essa groselha geológica adventista: JAMES DWIGHT DANA (1813-1895).

Se voce quis escrever que Dana acabou sendo utilizado pelos teístas mais fundamentalistas, no argumento falacioso de que "muitos dos principais expoentes da ciência eram religiosos" e isto é "uma evidência de que deus existe", eu concordo.

Mas daí a julgar e condenar Dana exclusivamente por ele crer no deus cristão já é outra situação. Ele era um cientista teísta ocidental típico do século XIX, que procurava conciliar a crença no deus cristão com o conhecimento científico da sua área de formação, no caso a Geologia.

Ele foi um emérito mineralogista, responsável pela identificação e descrição de pelo menos 200 espécies minerais e um excelente petrógrafo. Também foi um ótimo geotectonista, responsável pela teoria do Geossinclinal, que foi o principal modelo geotectônico até o findar do primeiro meado dos anos 60 do século passado, quando então foi substituída pela teoria da Tectônica de Placas.
Ou seja, se ele tivesse acesso ao conhecimento geológico atual haveria uma boa possibilidade de ele se tornar ateu!

É o cenário de maior possibilidade, visto que hoje mais de 3/4 dos cientistas de primeira linha nos EUA são ateus ou agnósticos.


Não que uma crença pessoal ou a ausencia de uma valide ou invalide o trabalho desenvolvido por ele...

Nós podemos critica-lo por sua opção pela religiosidade, mas não pela qualidade de seu trabalho.
« Última modificação: 27 de Dezembro de 2010, 18:45:46 por Geotecton »
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Re: Geologia - Refutação em bases geológicas de textos criacionistas
« Resposta #183 Online: 02 de Janeiro de 2011, 18:20:41 »
Eis mais uma "pérola" do pensamento (pseudo)científico dos criacionistas, apresentada no blog denominado Criacionista pela fé e pela razão, de André Luiz Marques, geógrafo e professor adventista.

Editado: Para que não ficasse tão cansativa a leitura do texto original, eu estou reapresentando-o sob a forma de pequenos trechos comentados.

 
Citação de: Clifford Burdick
A estrutura e a essência da Geologia

Escrito pelo ph.D. em Geologia, Clifford L. Burdick (1919-2005):

Resumo

Este artigo não pretende ser um resumo completo da Geologia Diluvionista, mas principalmente uma resposta a algumas das críticas mais comuns apresentadas por autores tais como Dr. J. R. van de Fliert, da Holanda. Este autor publicou uma crítica à Geologia Diluvionista no número de setembro de 1969 do “Journal of the American Scientific Affiliation”, sob o título “Fundamentalismo e os Fundamentos da Geologia”.

O presente artigo foi escrito para mostrar que as supostas diferenças entre a Geologia Uniformista e a Geologia Diluvionista baseiam-se mais na semântica do que em evidências reais.

O abismo da separação era maior há um século, quando Lyell era considerado muito seriamente. Hoje em dia os geólogos uniformistas admitem períodos de catastrofismo no passado, enquanto que os geólogos diluvionistas sempre reconheceram eventos tectônicos cataclísmicos na crosta da Terra, inclusive o dilúvio bíblico;

Há uma diferença. De um lado existe a Geologia e do outro lado existem manifestações pseudocientíficas eivadas por ideologia religiosa.

Há mais de 1.800 anos que os estudiosos de História Natural reconheciam a importância de eventos "cataclísmicos", diferindo apenas na interpretação da intensidade e influência deles ao longo do tempo geológico. De qualquer modo, os processos lentos e contínuos são mais importantes para a modelagem da crosta do que os eventos rápidos e intensos.


Citação de: Clifford Burdick
reconhecem também que a maior porção do tempo geológico não foi muito diferente do presente. Por isso os geólogos diluvionistas argumentam que o sepultamento da vida fóssil exigiu catastrofismo.

De maneira nenhuma. Basta verificar os fósseis em lagos de piche para se constatar que não houve nenhuma catástrofe. A não ser para os animais que ali ficaram presos, é claro.

A maior parte do tempo geológico foi bem diferente das atuais condições. Ao longo de boa parte do éon Hadeano*, que durou cerca de 350 a 450 milhões de anos, não havia nem oceanos e nem crosta continental. Ao longo do éon Arqueano*, que durou cerca de 1,5 bilhões de anos, não existiam os atuais continentes, seja em forma, área ou composição petrológica; os oceanos eram mais ácidos; a atmosfera tinha pouco oxigênio livre e a vida se resumia a organismos unicelulares.


Citação de: Clifford Burdick
Ao mesmo tempo em que os biologistas procuram na Geologia evidências da evolução orgânica, de acordo com a lei da superposição, alguns geólogos diluvionistas raciocinam em um círculo vicioso, pois quando se verificam ocorrências de exceções à ordem evolutiva dos fósseis nas rochas, são levados a duvidar da evidência física, em vez de ajustar as hipóteses para condizerem com os fatos.

Não existem geólogos "diluvionistas" e sim indivíduos formados em geologia, que creem no deus cristão, e que nunca produziram conhecimento científico enquanto criacionistas.


Citação de: Clifford Burdick
Tentativas para datações da Lua esbarram nas mesmas dificuldades que são encontradas na radiometria das rochas da crosta terrestre.

Negativo. As condições são completamente distintas, pois a Lua nunca teve diferenciação crustal e nem apresentou atmosfera, até onde se sabe.


Citação de: Clifford Burdick
Introdução

Uma crítica à Geologia Diluvionista, por J. R. Van de Fliert (1) publicada no número de setembro de 1969 do “Journal of the American Scientific Affiliation” continha a seguinte afirmativa: “Se alguns anos atrás me fosse dito que uma tentativa aparentemente séria seria feita para reintroduzir a teoria diluvionista em bases bíblicas como a única hipótese aceitável para a maior parte das ciências geológicas, eu não teria acreditado”.

Continuamos a não "acreditar" até hoje.


Citação de: Clifford Burdick
A hipótese básica de Van de Fliert aparentemente é que o Dilúvio relatado na Bíblia é puro folclore, talvez baseado em alguma enchente local no vale do Rio Eufrates, como outros “Evolucionistas Teístas” têm alegado. O Dr. Van de Fliert parece crer que a teoria geológica diluvionista caiu por terra cerca de 150 anos atrás, tendo sido desaprovada cientificamente. Parece também surpreso com a audácia de competentes cientistas de nossa época em reintroduzir aquela teoria, em que pese o avanço da ciência.

Sem dúvida alguma que o "dilúvio bíblico" é uma narrativa de mitologia do final da Idade do Bronze, misturada com muitas figuras de linguagem, que teve um "apoio" da comunidade científica em seu alvorecer por causa da influência da Igreja Católica. A influência da religião cristã era tão grande, e nefasta, que Niels Steensen (ou Nicolas Steno), importante pesquisador de História Natural do século XVII, afirma em sua obra Pródomo de uma Dissertação sobre o Sólido naturalmente contido no Sólido que

Citação de: Niels Steensen, 1669
De medo que venham a atemorizar-me com uma maneira de ver tão nova (interpretar as feições observadas na Toscânia), eu afirmo que por elas (conchas recolhidas na cidade etrusca de Volterra) nós recuamos facilmente ao tempo do dilúvio.

Pensamento elaborado em uma situação de puro terror social, típico de uma época em que ainda vigia a doutrina Sapientia Dei. Scientia mundi.



* A duração dos éons Hadeano e Arqueano está sendo revista, em função de datações radiométricas recentes em rochas no Canadá e na Austrália.



« Última modificação: 11 de Novembro de 2012, 12:27:44 por Geotecton »
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Re: Geologia - Refutação em bases geológicas de textos criacionistas
« Resposta #184 Online: 03 de Janeiro de 2011, 02:46:29 »
Citação de: Clifford Burdick
Ao ver fotografias de pegadas de dinossauros juntamente com pegadas humanas gigantescas no leito do rio Paluxy, no Texas, publicadas no livro de Whitcomb e Morris “The Genesis Flood” (2), Van de Fliert pôs de lado tal evidência considerando-a como “supostas pegadas, mas de maneira nenhuma pegadas humanas”.

Esta fraude foi desmascarada pelo paleontólogo Glen Kuban, em 1978, mas ainda aparece como “evidência” em sites criacionistas, ao ponto de alguns ainda afirmarem que o paleontólogo supra “corroborou” a idéia de que dinossauros e humanos viveram no mesmo período. E não são apenas os sites de religiões que divulgam esta fraude. Vejam o caso deste, sobre ufologia.


Citação de: Clifford Burdick
Não se torna claro como Van de Fliert pode ser tão positivo quanto a não serem humanas as pegadas, sem um exame in loco dessas formações cretáceas do Texas. O Dr. A. E. Wilder Smith da Faculdade de Medicina da Universidade de Illinois dedicou algum tempo ao exame dessas pegadas e voltou convencido, como pode ser visto em seu livro “Man’s Origin, Man’s Destiny”.

O “renomado” Wilder-Smith é um criacionista, químico de formação com vários trabalhos científicos publicados antes de se tornar um fervoroso religioso. Ele não tem formação na área médica de anatomia, como pode ser visto pela síntese de seu currículo, extraído do seu próprio site:

Citação de: Síntese curricular de A. E. Wilder-Smith
- Creationist, Chemist, & Lecturer;
- Ph.D. in physical organic chemistry at University of Reading, England (1941);
- Dr.es.Sc. in pharmacological sciences from Eidgenossische Technische Hochschule (Swiss Federal Institute of Technology) in Zurich;
- D.Sc. in pharmacological sciences from University of Geneva (1964);
- F.R.I.C. (Fellow of the Royal Institute of Chemistry) Professorships held at numerous institutions including: University of Illinois Medical School Center (Visiting Full Professor of Pharmacology, 1959-61, received 3 "Golden Apple" awards for the best course of lectures), University of Geneva School of Medicine, University of Bergen (Norway) School of Medicine, Hacettepe University (Ankara, Turkey) Medical School, etc.;
- Former Director of Research for a Swiss pharmaceutical company;
- Presented the 1986 Huxley Memorial Lecture at the invitation of the University of Oxford;
- Author or co-author of over 70 scientific publications and more than 30 books published in 17 languages;
- NATO three-star general;
- Deceased;
- Dr. Wilder-Smith was featured in an award-winning film and video series called ORIGINS: How the World Came to Be.

Ele foi um professor visitante na área de farmacologia na Faculdade de Medicina da Universidade de Illinois entre 1959 e 1961.


Citação de: Clifford Burdick
O Dr. Van de Fliert compara esse achado com os ossos de elefantes encontrados há algumas gerações, e então julgados como sendo ossos de seres humanos destruídos no Dilúvio, concluindo que os geólogos diluvionistas de nossos dias estão voltando à Idade Escura. Tal insinuação obscurece as verdadeiras questões em discussão, e não deveria encontrar lugar em literatura científica.

Não, não obscurece, pois a fraude das pegadas é comparável à fraude dos ossos supramencionados.

Os criacionistas adoram citar a fraude do Homem de Piltdown, frisando sempre que se trata de uma “manipulação do evolucionismo”. Eles somente esquecem de mencionar que foram cientistas “evolucionistas” que descobriram e denunciaram a fraude. Que, diga-se de passagem, foi perpetrada por um padre francês e por um advogado protestante inglês. E isto nunca é mencionado, é claro.


Citação de: Clifford Burdick
Nas críticas à Geologia Diluvionista, surge o argumento de que a Bíblia não é um compêndio científico, concluindo-se não ser portanto digna de fé ao tratar de questões científicas. Naturalmente, se fosse um compêndio científico, deveria ela atingir proporções enciclopédicas. Entretanto, o fato de não o ser, não prejudica a sua autenticidade ao fazer uma afirmação científica.

E a "bíblia" realmente não é um compêndio científico e não há nenhuma afirmação científica nela, a não ser proposições absurdas se lidas de forma literal e algumas poucas descrições corretas sobre aspectos da natureza, mas que não tem foco científico.

Ver qualquer sentido científico nos textos judaicos do Antigo Testamento, não passa de um mero wishful thinking religioso.


Citação de: Clifford Burdick
Não se deveria concluir que a fé total ou parcial na Palavra de Deus deva se basear no estado atual da ciência. A aceitação de Jesus, o Messias, como Aquele que Ele declarou ser, dá autenticidade aos relatos mosaicos da Criação e do Dilúvio, pois Cristo os corroborou.

Proselitismo religioso.


Citação de: Clifford Burdick
A despeito de tudo isto, muitos são levados a duvidar, devido à influência solapante da ciência materialista.

Os religiosos precisam se decidir. Em um momento afirmam que o materialismo não tem nada de científico, pois é somente uma corrente filosófica. Em outro momento reconhecem que ele “representa um tipo de ciência”.


Citação de: Clifford Burdick
Ao acharem também os cientistas evidências corroboradoras em novas descobertas científicas, prestarão um duplo serviço ao publicá-las - à ciência, e à fé na veracidade da Bíblia.

Caros religiosos, eu recomendo que vocês puxem uma poltrona bem confortável e esperem sentados, porque tais descobertas jamais chegarão.
« Última modificação: 02 de Março de 2012, 21:32:33 por Geotecton »
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Re: Geologia - Refutação em bases geológicas de textos criacionistas
« Resposta #185 Online: 05 de Janeiro de 2011, 20:50:01 »
Citação de: Clifford Burdick
Catastrofismo

A Geologia Diluvionista implica certamente o Catastrofismo, o que entretanto não significa que o nosso mundo tenha permanecido em um contínuo estado de catástrofe. As interpretações diferentes freqüentemente se polarizam devido à ênfase exagerada dada à semântica. Novas descobertas demonstram que na disciplina da Geologia há lugar tanto para o catastrofismo quanto para o uniformismo.

O texto acima é típico do pensamento criacionista, pois o autor ou é ignorante ou age de má-fé.

Há mais de 90 anos que a comunidade geológica reconhece que os conceitos originais de Catastrofismo e de Uniformitarismo não são mais aplicáveis. Estes conceitos, hoje remodelados, apresentam compatibilidade. Não são autoexcludentes.

No entanto, a comunidade não admite que se use este fato como pretexto para dar guarida à pseudociência do criacionismo biológico e da “geologia diluvionista” (sic). Ainda assim, o autor quer passar ao leitor a impressão de que o conceito atual de Catastrofismo inclui a “geologia diluvionista”, o que não é verdade.


Citação de: Clifford Burdick
Norman Newell, do Museu Americano de História Natural (3), admite que as idéias mais recentes sobre acontecimentos cataclísmicos, tais como a teoria da Grande Explosão Inicial, terremotos e enchentes calamitosos, forçam-nos a readmitir o catastrofismo como um processo tectônico, juntamente com o uniformismo.

Nem o Uniformitarismo e nem o Catastrofismo constituem uma teoria geotectônica. Eles são paradigmas, ou seja, são princípios que nortearam interpretações sobre processos diversos, estabelecidos em uma época onde o grau de conhecimento sobre as áreas da Geologia era muito restrito e não existia nenhuma quantificação dos fenômenos observados.

Os significados atuais são bem diferentes dos originais e são apresentados nas aulas de Geologia Geral, na parte de História da Geologia. No entanto, eles possuem alguns princípios que são válidos até hoje, tais como: o da superposição de camadas (Steno, 1669); das relações de corte (Hutton, 1792); dos fragmentos inclusos (Hutton, 1792); das discordâncias (Hutton, 1792) e o da sucessão faunística (Smith, 1793).


Citação de: Clifford Burdick
Ensina-se aos estudantes de Geologia que o “presente é a chave para o passado”, e freqüentemente interpreta-se essa afirmação como significando que jamais aconteceu algo que não esteja acontecendo agora.

Desde o final dos anos 60 que os cursos de Geologia mostram que do conceito original de Uniformitarismo, deve ser mantido a sua concepção de predomínio de processos geológicos contínuos em ciclos longos de tempo.

E o mote “O presente é chave do passado” significa hoje que os processos atuais ocorreram no passado, mas não da mesma forma ou com a mesma intensidade. Além disto, nem todos os processos do passado ocorrem no presente e vice-versa.


Citação de: Clifford Burdick
Mas desde o final da Segunda Guerra Mundial, após o surgimento de uma nova geração, juntamos mais dados e começamos a compreender que houve muitos acontecimentos catastróficos no passado, alguns dos quais se deram somente uma única vez.

Quais foram os eventos catastróficos que ocorreram uma só vez?

O “dilúvio” certamente não é um bom exemplo, pois ele não passa de um mito, que sequer original é.


Citação de: Clifford Burdick
Novamente citando o artigo de Van de Fliert (4), aquele autor expõe (talvez inconscientemente) a harmonia essencial da Geologia de nossos dias com o conceito da Geologia Diluvionista. Admite ele que o pensamento geológico alterou-se desde o tempo de Lyell.

Não há menor sombra de dúvida que todo o conhecimento geológico aumentou muito desde Lyell.

E é justamente por isto que se afirma, sem qualquer margem de dúvida, que o “dilúvio bíblico” não ocorreu porque alguns dos seus atributos são fisicamente impossíveis. Além disto, não há nenhuma evidência física de que tenha existido uma “enchente global” capaz de elevar o nível dos oceanos em milhares de metros há 4.000 anos, ou em qualquer idade ao longo do tempo geológico.


Citação de: Clifford Burdick
A maior parte dos geólogos atuais não aceita esse princípio (uniformismo) exatamente da maneira como compreendida por Lyell, mas sim no sentido de uma permanência das leis físicas e biológicas, o que não exclui, por exemplo, períodos com climas diferentes do conhecido hoje em dia, ou também alternâncias de períodos estáveis mais prolongados com episódios catastróficos ou paroxismos mais curtos.

Como já foi explicado anteriormente, há muito tempo que nenhum geólogo adota o conceito original de Uniformitarismo.


Citação de: Clifford Burdick
Os geólogos diluvionistas e os criacionistas poderiam concordar com quase 100% desse conceito moderno de união do uniformismo com o catastrofismo. Como já mencionado, muitas supostas diferenças relacionam-se grandemente com questões semânticas. Uma definição cuidadosa dos termos freqüentemente elimina muitas diferenças aparentes.

Este ardil criacionista é irritante. Ao reconhecer que os princípios modernos tanto do Catastrofismo quanto do Uniformitarismo são válidos, os criacionistas tentam igualar a Geologia à especulação pseudocientífica e religiosa da “geologia” do criacionismo bíblico.


Citação de: Clifford Burdick
Os geólogos diluvionistas são freqüentemente acusados de tentar abolir leis físicas e químicas bem estabelecidas. Nenhum cientista ou meteorologista poderia ser culpado da abolição das leis naturais quando o tempo mudasse de uma suave brisa para um furacão de 300 km/h, ou de uma garoa para 300mm de precipitação em 24 horas.

Este parágrafo é uma “pérola” rara entre as “pérolas” criacionistas, de tão ridículo.


Citação de: Clifford Burdick
De igual maneira, não é compreensível por que uma chuva prolongada em escala mundial poderia ser responsável pela abolição das leis da natureza. Sabe-se que todo o vapor d’água hoje contido na atmosfera não poderia elevar o nível do oceano mais do que alguns poucos centímetros. Neste ponto, a Geologia Diluvionista sozinha não esclarece a discrepância científica, mas apela ao Criacionismo para a resposta.

Falácias da reificação e da pressuposição, porque não há nenhuma evidência de que, em algum momento no tempo geológico, tenha chovido em escala mundial por vários dias sem interrupção e nem há discrepância científica, pois o “dilúvio” não foi alçado da condição de mito para um fato científico. E nunca o será.


Citação de: Clifford Burdick
O historiador inspirado Moisés explicou no livro de Gênesis que, quando Deus criou o mundo, separou as águas em duas partes principais, a parte inferior compreendendo os mares, e a parte superior acima do firmamento.

O personagem Moisés, que sequer se tem certeza que tenha existido, é agora um “historiador inspirado”.


Citação de: Clifford Burdick
Com o apoio ou não do Dr. Newell, os crentes na Bíblia compreendem que o Dilúvio foi um acontecimento miraculoso, não sujeito a análise repetida.

É claro que os crentes na leitura literal do texto mitológico judaico-cristão afirmam que o “dilúvio” aconteceu por obra do deus judaico. Não poderia ser diferente.

E este é um dos motivos, no caso epistemológico, pelo qual a “geologia criacionista” não é ciência, pois não segue o conceito de falseabilidade e “esquece” o fato de que a ciência ignora, se é que não rejeita, a existência e atuação de deuses.
« Última modificação: 02 de Março de 2012, 21:35:58 por Geotecton »
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Re: Geologia - Refutação em bases geológicas de textos criacionistas
« Resposta #186 Online: 11 de Janeiro de 2011, 16:31:17 »
Citação de: Clifford Burdick
Essa cobertura superior de vapor bem poderia ter proporcionado uma camada de isolante térmico responsável por um clima relativamente uniforme em toda a Terra.

Quais são as evidências de que toda a atmosfera planetária foi tomada por nuvens de chuva há cerca de 4.000 anos?

Qual foi o processo que levou tal volume de vapor d´água para a atmosfera há 4.000 anos?

De onde veio a água para gerar tal volume de vapor?

Como era este “clima relativamente uniforme”?


Citação de: Clifford Burdick
Antes da precipitação da cobertura de vapor sobre a Terra, durante o Dilúvio Bíblico, muito possivelmente a cobertura de vapor propiciava rico revestimento vegetal mesmo nas zonas terrestres hoje cobertas de gelo.
[...]
Extensas jazidas de carvão na Antártida evidenciam a existência anterior de um clima temperado, em escala mundial, que explica a presença de grandes manadas de mamutes, mastodontes, rinocerontes, megatérios, e outras criaturas encontradas em cemitérios de fósseis. A extinção repentina de tanta vida biológica sempre foi um enigma para os cientistas, e a melhor explicação que pode ser dada para esse caso parece ser a da alteração do clima.

Não sei se é ignorância científica ou desfaçatez, dada a tremenda quantidade de erros reunidos em dois singelos parágrafos.

Como é que a cobertura de vapor propiciava um “rico revestimento vegetal” em áreas polares ou montanhosas, por exemplo? Seria por um processo de "efeito-estufa divino"?

As jazidas antárticas de carvão são o resultado da sedimentação e cobertura de grandes florestas que existiam no período Carbonífero (360 a 280 milhões de anos AP). Neste período a Antártida ocupava uma posição geográfica de latitude muito inferior ao que está hoje, bem como a temperatura média da Terra era cerca de 6 graus Celsius mais elevada.

A fauna pleistocênica evoluiu e viveu muito tempo depois da formação das jazidas carboníferas e é de uma ignorância e desonestidade intelectuais gritantes afirmar que elas foram sincrônicas.


Citação de: Clifford Burdick
O Onipotente não está limitado ao uso de algumas poucas leis naturais que o homem tem sido bem sucedido em descobrir.

Certamente que o "onipotente" não poderia ser inferior à sua própria criação. ::)

Então, vamos adotar a única postura realmente “científica” neste caso: Oremos!!! :twisted:


Citação de: Clifford Burdick
Como essa explicação casualmente coincide com o relato bíblico, os cientistas e estudiosos do assunto podem portanto ter mais confiança na precisão científica das Escrituras. A mudança repentina do clima é evidenciada pelos mamutes perfeitamente preservados, bem como por outros animais que têm sido desenterrados do gelo ártico.

Caros criacionistas.

Os mamutes não são um bom exemplo de animal extinto (sic) pelo “dilúvio”. Primeiro porque a maioria das subespécies desapareceu há mais de 9.000 anos, ou seja, pelo menos 6.000 anos antes do surgimento do (mito) do “dilúvio”, enquanto que a subespécie da ilha de Wrangel sobreviveu até cerca de 1.700 anos aC (800 anos depois da alegada ocorrência do "dilúvio”).


Citação de: Clifford Burdick
Se em 1845 alguém tivesse predito que a guerra mundial de 1940 seria decidida pela explosão de bombas atômicas, sem dúvida alguns cientistas o teriam ridicularizado. Seguindo as idéias de Dalton, a crítica teria afirmado ser a divisão do átomo uma violação das leis da Física, pois o átomo era considerado como a menor partícula da matéria. A partir daquela data, o homem descobriu leis da natureza anteriormente desconhecidas. Esse mesmo princípio pode ser aplicado à atitude de Deus no passado. Durante o dilúvio, Deus pode ter liberado forças e fatores que presentemente não são observáveis ou compreendidos claramente.

Ótima explicação científica. ::)

Oremos!!!! :twisted:


Citação de: Clifford Burdick
As Scablands de Montana (*)

Norman Newell iniciou o processo de reação ao uniformismo ortodoxo de Charles Lyell, e provocou uma volta ao catastrofismo. J. Harlen Bretz (5) do Departamento de Ciências Geofísicas da Universidade de Chicago, adicionou evidências à causa do catastrofismo com o seu notável artigo referente às scablands de Montana, publicado no Journal of Geology em setembro de 1969. Bretz é uma reconhecida autoridade em scablands, tendo dedicado anos ao estudo e a publicações referentes à geologia da região. Outros geólogos têm seguido a linha uniformista clássica para a explicação das gargantas fluviais fósseis cavadas no basalto.

Em 1938, Flint considerava que as scablands foram formadas por correntes lentas durante a remoção dos enchimentos. O termo “enchentes” era-lhe repugnante. Por outro lado, Bretz declarou que somente enchentes extraordinárias poderiam ter cruzado os divisores de água pré-glaciais, e somente velocidades extraordinárias (devido a grandes volumes) poderiam erodir os leitos rochosos tão tremendamente (6).

Os sobrecenhos franziram-se com essa interpretação. Surgiu uma tempestade de protestos. Mas Bretz não arredou pé, pois estava armado com fatos. Bretz (1969) descreveu o rompimento da barreira glacial do Lago Missoula da seguinte maneira:

Quando ela se rompeu, a água armazenada com quase 600 metros de profundidade ficou livre para escoar desde a bacia do rio Clark Fork, no oeste de Montana, até ao norte de Idaho. A água invadiu catastroficamente o Planalto de Colúmbia no sudoeste de Washington e atingiu o Oceano Pacífico pelo Rio Colúmbia, a 700 quilômetros de distância da barreira glacial. Enchente de tão grandes proporções é desconhecida atualmente em qualquer outra parte do mundo. Calcula-se que tenha durado duas semanas. Atingiu 240 metros no Passo Wallula, na divisa de Oregon e Washington.

O caso da Channeled Scabelands é um ótimo exemplo para demonstrar a desonestidade dos criacionistas. A mudança na interpretação de como elas foram formadas, bem como as suas implicações epistemológicas, podem ser acompanhadas neste tópico e neste.

Em síntese o que ocorreu foi o seguinte. Da parte mediana do Mioceno ao início do Plioceno (18 a 4 milhões de anos AP), na região noroeste do EUA, ocorreram erupções vulcânicas que resultaram em camadas espessas de rochas basálticas (mais de 2.000 metros) e que recobriram cerca de 160.000 km2.

Toda esta massa concentrada deformou a crosta por subsidência isostática, formando a chamada Bacia Colúmbia (platô), que por sua vez ocasionou mudanças fisiográficas importantes, como o assoreamento de vales, a mudança de curso de rios e a formação de lagos pelo represamento de rios. Nestes lagos depositaram-se muitas camadas de sedimentos repletos de fósseis de rochas petrificadas, de insetos e de ossos de animais vertebrados.

Cerca de 1 milhão de anos depois das erupções, houve um rearranjo dos esforços tectônicos e que propiciaram o início do soerguimento de regiões já montanhosas à norte e que resultou no suave arqueamento com caimento para sul da Bacia Colúmbia.

No transcorrer do Pleistoceno (1,0 milhão de anos AP), houve um rebaixamento da temperatura média da Terra e que no Hemisfério Norte permitiu a formação de grandes e espessas capas de gelos (glaciares) e com a junção destas, vastos campos de gelo, caracterizando o que chamamos hoje de a Era do Gelo. A espessura chegou a 1.200 metros em alguns locais e a pressão exercida pelo gelo foi suficiente para que a massa se deslocasse para sul, represando rios e criando lagos nos estados de Washington, Idaho e Montana.

Um lago especialmente grande, que cobriu a parte noroeste de Montana, desempenhou um importante papel na formação da Channeled Scabelands, pois ele acumulou um gigantesco volume de água de degelo em sua bacia delimitada pelas paredes de rochas vulcânicas à norte, leste e oeste e pelo gelo à sul. Por causa de movimentos de base e das fendas que surgiram, a parede de gelo foi rompida em diversos pontos formando fortes torrentes.

Estas torrentes rumaram para o sul, por causa da topografia, modelaram o que hoje se chama de Channeled Scabelands e formaram duas grandes cascatas. A menor, chamada de Upper Coulee, se desenvolveu em um vale mais encaixado e apresentava uma queda de 240 metros e teve tal capacidade erosiva que carreou grandes blocos de basalto, de modo que a frente da catarata chegou a recuar quilômetros.

Outra grande catarata, maior que a primeira, formou-se próxima do atual lago Soap, onde camadas mais fraturadas de basalto foram desgastadas devido à tremenda torrente. Assim como na catarata Upper Coulee, a sua frente foi recuada em vários quilômetros formando o arcabouço da maior catarata que se tem registro na história geológica, com cerca de 5,8 km de largura e com altura de 120 metros. Ela é conhecida como Dry Walls na literatura geológica estadunidense.


Citação de: Clifford Burdick
(*) O termo “scablands” tem sua origem nas grandes escaras (em inglês “scabs”) que desfiguram o platô basáltico da parte leste do estado de Washington, nos Estados Unidos da América do Norte, desfazendo-o num intrincado de testemunhos, mesas e canhões.

Descrição e caracterização corretas.


Citação de: Clifford Burdick
Bretz estava descrevendo uma comoção cataclísmica na natureza, muito semelhante em conseqüências ao dilúvio, embora em escala muito menor. Menciona ele que o trecho superior do Grand Coulee tinha 40 quilômetros de comprimento, enquanto que o maior salto tinha 15 quilômetros de largura.

O estudo e a reinterpretação das feições da Channeled Scabelands feitas por Bretz no primeiro meado do século XX é um procedimento comum na comunidade geológica. Naquela época a interpretação mais aceita era a de Flint, renomado geólogo do USGS, e este propunha que aquelas feições eram resultantes da erosão progressiva feita por águas fluviais.

Aqui reside a faceta da ignorância e da desonestidade criacionista.

Eles pegaram este caso isolado de uma interpretação construída sob as especificidades históricas de dois paradigmas, no caso o Uniformitarismo ainda não-redefinido e a influência personalista em uma instituição de renome, e, malandramente, quiseram torna-lo um padrão (um espantalho, de fato) para toda a ciência geológica, objetivando levar ao descrédito a comunidade geológica.

Aí eles usaram este argumento: "O processo que formou as Scabelands foi impressionante, mas claramente limitado. Então imagine o que ocorreu durante o 'dilúvio', que foi um processo de ocorrência em escala global?"

Falácia!


Citação de: Nota do autor do blog
Transcreve-se a seguir, a título de informação ao leitor, pequeno trecho (páginas 400 e 401) do livro “Principles of Geomorphology” de William D. Thornbury, editado pela John Wiley & Sons, Inc., New York - London, 1954, que permite localizar o problema tratado neste artigo.

“Bretz concluiu que as águas originadas do degelo ocuparam os vales preexistentes ao norte da região das ‘scablands’ em tamanha quantidade que se derramaram sobre o divisor de águas, constituindo uma imensa inundação com caráter catastrófico, apesar de curta duração, à qual denominou ele de inundação de Spokane.

As grandes torrentes que constituíram a ‘inundação’ presumivelmente deram origem a grandes barras que se projetaram acima do fundo das gargantas, sendo depois rapidamente destruídas, nesse processo modelando as gargantas e as outras impressionantes evidências de erosão.

A teoria representa um retorno ao catastrofismo, que muitos geólogos têm relutado em aceitar.”

Um texto que denota as circunstâncias históricas, mas que não permite, de maneira alguma, que os cristãos fundamentalistas afirmem que o mito do "dilúvio" tenha consistência científica.
« Última modificação: 02 de Março de 2012, 21:41:01 por Geotecton »
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Offline Feynman

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Re: Geologia - Refutação em bases geológicas de textos criacionistas
« Resposta #187 Online: 12 de Janeiro de 2011, 01:56:40 »
Atualmente sou professor colaborador na UDESC de Joinville, e qual não foi minha surpresa ao ver um grande outdoor anunciando "A Grande Controvérsia" (http://www.acontroversia.com.br/), a acontecer (na época) na UNIVILLE, praticamente ao lado da UDESC. Fiquei muito tentado a ir, mas era final de semana e eu não via a hora de voltar para casa, em Floripa. Desde o debate entre o Nahor e Mário César, fiquei muito, mas muito impressionado mesmo, com este caro senhor Nahor. Negativamente, é claro. Sinto que deixei de cumprir com minha obrigação por ter faltado o referido seminário em Joinville, mas fico muito contente e satisfeito de ver este tópico colocado como fixo e, principalmente, de ver o trabalho (que eu gostaria de ter feito) ser competentemente realizado por ti, Geotecton!

 :ok:
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Offline SnowRaptor

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Re: Geologia - Refutação em bases geológicas de textos criacionistas
« Resposta #188 Online: 12 de Janeiro de 2011, 02:08:41 »
Fui a um congresso em Joinville em 2009 (?) , organizado por professores da UDESC, mas o esperto aqui não viu que era num hotel. Rodamos aquela UDESC por cerca de 1h...

Achei engraçado uma universidade que aprecia uma UNIP da ida bem na esquina da UDESC.  :) Não surpreende um troço desse aparecer por lá..
Elton Carvalho

Antes de me apresentar sua teoria científica revolucionária, clique AQUI

“Na fase inicial do processo [...] o cientista trabalha através da
imaginação, assim como o artista. Somente depois, quando testes
críticos e experimentação entram em jogo, é que a ciência diverge da
arte.”

-- François Jacob, 1997

Offline Geotecton

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Re: Geologia - Refutação em bases geológicas de textos criacionistas
« Resposta #189 Online: 12 de Janeiro de 2011, 08:46:40 »
Atualmente sou professor colaborador na UDESC de Joinville, e qual não foi minha surpresa ao ver um grande outdoor anunciando "A Grande Controvérsia" (http://www.acontroversia.com.br/), a acontecer (na época) na UNIVILLE, praticamente ao lado da UDESC. Fiquei muito tentado a ir, mas era final de semana e eu não via a hora de voltar para casa, em Floripa. Desde o debate entre o Nahor e Mário César, fiquei muito, mas muito impressionado mesmo, com este caro senhor Nahor. Negativamente, é claro. Sinto que deixei de cumprir com minha obrigação por ter faltado o referido seminário em Joinville, mas fico muito contente e satisfeito de ver este tópico colocado como fixo e, principalmente, de ver o trabalho (que eu gostaria de ter feito) ser competentemente realizado por ti, Geotecton!

 :ok:


Obrigado pelo seu apoio Feynman.

Eu nunca tive a oportunidade de assistir a uma só "palestra" do senhor Nahor, embora já tenha lido muita coisa dele sobre "geologia criacionista".

Se voce souber de algum novo evento em Joinville e que envolva este cavalheiro, me avise.
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Offline Geotecton

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Re: Geologia - Refutação em bases geológicas de textos criacionistas
« Resposta #190 Online: 12 de Janeiro de 2011, 23:22:40 »
[...]
e qual não foi minha surpresa ao ver um grande outdoor anunciando "A Grande Controvérsia" (http://www.acontroversia.com.br/), a acontecer (na época) na UNIVILLE, praticamente ao lado da UDESC.
[...]

Caro Feynman

Baixei a primeira parte da palestra do senhor Nahor, feita em powerpoint, do link indicado por voce, e terminei de ver agora os 74 slides que compõe esta parte.

Fiquei estarrecido com a quantidade de bobagens apresentadas sob a forma de uma "interpretação alternativa" de diversas áreas da Geologia.

Estou baixando agora a segunda parte, que é muito maior em termos de tamanho de arquivo.

Depois eu comento mais alguma coisa, mas a minha intenção é postar logo as duas partes da palestra e então tecer críticas à luz do conhecimento geológico.

Apenas quero tomar o cuidado para não ter qualquer problema com direito autoral.
 
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Offline Feynman

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Re: Geologia - Refutação em bases geológicas de textos criacionistas
« Resposta #191 Online: 12 de Janeiro de 2011, 23:38:34 »
Pois é, e saber que estas coisas foram propaladas em uma universidade! E, o pior, provavelmente o fez com um mínimo de contra- argumentações. Sério, arrependi-me de não ter ido. O silêncio da razão é mais perigoso que o barulho do discurso ideológico encabrestado.
"Poetas dizem que a Ciência tira toda a beleza das estrelas - meros globos de átomos de gases. Eu também posso ver estrelas em uma noite limpa e sentí-las. Mas eu vejo mais ou menos que eles?" - Richard Feynman

Offline Calberto

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Re: Geologia - Refutação em bases geológicas de textos criacionistas
« Resposta #192 Online: 16 de Janeiro de 2011, 18:13:33 »
No orkut, eu li o seguinte argumento que "comprova" que a Terra tem milhares e não bilhões de anos:
Citar
Petróleo e gás natural são mantidos sob pressão em reservatórios subterrâneos de rocha porosa e areia, recapeados com uma camada relativamente impermeável de rocha. Dr. Melvin Cook conduziu experimentos analisando a resitência dessas capas “impermeáveis” e concluiu que tais capas não são suficientemente resistentes a ponto de suportar a pressão existente nas jazidas petrolíferas por mais de 10 mil anos.

O petróleo forçaria sua passagem pela porosidade dessas rochas e a pressão se esvairia. Porém, quando em trabalho de prospecção de petróleo atingimos uma dessas jazidas, o óleo jorra alto, muito acima da superfície, revelando a existência de uma pressão que não deveria mais existir se a Terra fosse mesmo tão velha como alegam os evolucionistas.

A média mundial de profundidade de solo arável é da ordem de vinte centímetros. Foi calculado que leva cerca de 300 a 1000 anos para se formar cerca de uma polegada ou 2,54 cm desse solo. Assim, nessa base, a Terra só pode ter uns poucos milhares de anos.

Gostaria de saber como refutar isto.

Offline Geotecton

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Re: Geologia - Refutação em bases geológicas de textos criacionistas
« Resposta #193 Online: 16 de Janeiro de 2011, 19:40:27 »
No orkut, eu li o seguinte argumento que "comprova" que a Terra tem milhares e não bilhões de anos:

A Geologia do Petróleo não é a minha área de especialização, mas lhe afirmo que os argumentos são totalmente inválidos pelos motivos que seguem.


Citação de: Criacionista desconhecido
Petróleo e gás natural são mantidos sob pressão em reservatórios subterrâneos de rocha porosa e areia, recapeados com uma camada relativamente impermeável de rocha.

A terminologia usada pelo criacionista denota desconhecimento técnico e até mesmo ignorância em termos de conhecimento geral.

É óbvio que o gás e o petróleo in situ são reservatórios subterrâneos, quase sempre muito profundos, do contrário as surgências seriam comuns e todo o petróleo já teria sido degradado e todo o gás teria alcançado a atmosfera.

E em subsuperfície de bacias cratônicas, não há "areia" e sim rochas arenosas, que são as hospedeiras de óleo e gás por excelência.


Citação de: Criacionista desconhecido
Dr. Melvin Cook conduziu experimentos analisando a resistência dessas capas “impermeáveis” e concluiu que tais capas não são suficientemente resistentes a ponto de suportar a pressão existente nas jazidas petrolíferas por mais de 10 mil anos.

Ohhh!! É mesmo?

Primeiro. Eis a sinopse da carreira do finado senhor Melvin Cook. Ele é um químico e não tem especialização nem em geologia do petróleo e nem em física de materiais. A especialidade dele era com... explosivos!!!???

Segundo. Quais são as referências, publicadas em revistas científicas indexadas, para estes "experimentos"?

Terceiro. As camadas de argilitos ou siltitos, que são as rochas impermeáveis mais comuns, são o suficiente para suportar a pressão, pois os criacionistas "esquecem" que sobre as camadas trapeadoras e impermeáveis há uma coluna espessa de rocha (até 7 mil metros) que, ao exercer pressão no óleo e no gás, também o faz sobre as rochas e seus constituintes minerais, compactando-os e 'selando-os' (o processo não é tão simples, além de que há de se considerar que a história térmica da bacia sedimentar também é muito importante, mas a explicação permanece válida).
 

Citação de: Criacionista desconhecido
O petróleo forçaria sua passagem pela porosidade dessas rochas e a pressão se esvairia.

Não. Ele não força a sua passagem se não existir um meio para isto. Há basicamente duas maneiras naturais disto ocorrer. Pela erosão e fraturamento hidráulico, quando as rochas capeadoras são retiradas sobre a rocha fonte e por fraturamento tectônico, quando se instala uma fratura ou uma falha resultante da modificação no equilíbrio do campo de esforços tensionais de uma região.

Há também, é claro, a maneira antrópica ("não-natural") do petróleo "forçar a sua passagem", e que ocorre por meio da perfuração. :)

 
Citação de: Criacionista desconhecido
Porém, quando em trabalho de prospecção de petróleo atingimos uma dessas jazidas, o óleo jorra alto, muito acima da superfície, revelando a existência de uma pressão que não deveria mais existir se a Terra fosse mesmo tão velha como alegam os evolucionistas.

Errado.

Este não é um argumento válido para afirmar que a Terra tem menos de 10.000 anos, conforme as explicações já fornecidas.

Além disto, não se conhece nenhum reservatório "subterrâneo" (sic) de petróleo que seja mais antigo que o período Siluriano (não tenho certeza desta informação, mas não está muito afastado disto), ou seja, cerca de 443 milhões de anos AP. A idade do planeta é estimada em 4,57 bilhões de anos AP.

Temos então novo erro dos criacionistas que é o de relacionar a idade do planeta com a idade dos reservatórios de petróleo e gás natural e, provavelmente por extensão, com a dos depósitos de carvão.


Citação de: Criacionista desconhecido
A média mundial de profundidade de solo arável é da ordem de vinte centímetros. Foi calculado que leva cerca de 300 a 1000 anos para se formar cerca de uma polegada ou 2,54 cm desse solo. Assim, nessa base, a Terra só pode ter uns poucos milhares de anos.

A taxa de formação de solo agricultável varia muito, em função do clima (umidade, temperatura, ventos) e dos tipos de rochas, de tal modo que se deve ter muito cuidado com tais estimativas.

E de qualquer maneira a explicação está errada!!! Motivo: O criacionista "esqueceu" de considerar dois processos geológicos muito importantes: A erosão e o intemperismo. Eles alteram, desagregam e removem continuamente o solo formado, de tal maneira que uma estimativa temporal baseada na espessura de solo não é aplicável a não ser em casos muito, mas muito restritos. E certamente este "método" de datação não serve para mensurar a idade do planeta Terra.


Gostaria de saber como refutar isto.

Agora já sabe.


P.S.

O finado senhor químico Melvin Cook, foi um dos criadores do nitrato de amônio aluminizado usado nas bombas BLU-82. Enfim, mais uma grande contribuição para a humanidade, de um típico e "bom" cristão estadunidense.  ::)
« Última modificação: 18 de Janeiro de 2011, 00:53:58 por Geotecton »
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Offline Nina

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Re: Geologia - Refutação em bases geológicas de textos criacionistas
« Resposta #194 Online: 16 de Janeiro de 2011, 23:40:01 »
Geo, sou sua fã! :D
"A ciência é mais que um corpo de conhecimento, é uma forma de pensar, uma forma cética de interrogar o universo, com pleno conhecimento da falibilidade humana. Se não estamos aptos a fazer perguntas céticas para interrogar aqueles que nos afirmam que algo é verdade, e sermos céticos com aqueles que são autoridade, então estamos à mercê do próximo charlatão político ou religioso que aparecer." Carl Sagan.

Offline Calberto

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Re: Geologia - Refutação em bases geológicas de textos criacionistas
« Resposta #195 Online: 17 de Janeiro de 2011, 13:38:51 »
Citar
Geo, sou sua fã

Eu também.
Aliás, eu quero enfatizar este ponto

Geo, eu sou seu fã.

Offline Geotecton

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Re: Geologia - Refutação em bases geológicas de textos criacionistas
« Resposta #196 Online: 18 de Janeiro de 2011, 00:43:05 »
Geo, sou sua fã! :D

Eu também.
Aliás, eu quero enfatizar este ponto

Geo, eu sou seu fã.

Obrigado, obrigado.

Em março eu lançarei o livro, o filme e o jogo "Como bater, piedosamente, em criacionistas com lamprófiros verdes". Não percam! :lol:

A propósito. Com a adesão de voces, o meu fã-clube já chegou à estupenda marca de... dois fãs. :P

Hehehehehe.


Agora sem brincadeiras.

Realmente muito obrigado e um forte abraço para ambos.
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Offline Derfel

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Re: Geologia - Refutação em bases geológicas de textos criacionistas
« Resposta #197 Online: 18 de Janeiro de 2011, 23:24:06 »
Mas eu não sou seu fã! Você é do bando do Homem de Ferro e escolheu o lado errado da Guerra Civil! Aqui em Asgaard detestamos tal vilania! :biglol:

Offline Geotecton

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Re: Geologia - Refutação em bases geológicas de textos criacionistas
« Resposta #198 Online: 19 de Janeiro de 2011, 22:57:03 »
Mas eu não sou seu fã! Você é do bando do Homem de Ferro e escolheu o lado errado da Guerra Civil! Aqui em Asgaard detestamos tal vilania! :biglol:

Eu sou, acima de tudo, um legalista! :lol:
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Offline Barata Tenno

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Re: Geologia - Refutação em bases geológicas de textos criacionistas
« Resposta #199 Online: 19 de Janeiro de 2011, 23:32:24 »
Mas eu não sou seu fã! Você é do bando do Homem de Ferro e escolheu o lado errado da Guerra Civil! Aqui em Asgaard detestamos tal vilania! :biglol:

Eu sou, acima de tudo, um legalista! :lol:
É isso ai Geo!!! Dura lex, sed lex!!!!!
He who fights with monsters should look to it that he himself does not become a monster. And when you gaze long into an abyss the abyss also gazes into you. Friedrich Nietzsche

 

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