Derfel seus ultimos argumentos foram sensacionais. Parabéns, conseguiu me convencer.
Para esclarecer de vez, me ensina aí como um amontoado de ácidos nucleicos através de uma composição molecular conseguiu saber que depois de pronto iria gerar uma determinada espécie com órgãos específicos para trabalhar numa sequência uniforme.
http://www.todabiologia.com/anatomia/
Não conseguiu saber, porque ela não sabe de nada. Uma sequência de nucleotídeos tem como função a expressão de uma proteína e essa expressão é que vai servir para que uma célula se diferencie em um ou outro tipo, através da expressão de um determinado gene e desligamento de outros. Essa diferenciação se faz em resposta a outros mediadores químicos. Por exemplo, o Fator de Crescimento de Fibroblastos fazem com as células se diferenciem em fibroblastos e a expressão de proteínas do fibroblastos acabam por gerar uma outra resposta de outra célula, fazendo com que ela se diferencie e outro tipo. Algumas vezes essa resposta é gerada pelo toque entre células que faz, por exemplo, com que cesse o crescimento celular. O uso dessa diferenciação e proliferação celular é que é a base da terapia com células-tronco. Aliás, essas mesmas células-tronco são a explicação do desenvolvimento de um ser humano a partir de um amontoado de células indiferenciadas. Células-tronco embrionárias têm a capacidade de diferenciar em qualquer outra do corpo humano, são as chamadas totipotentes. Durante o processo de desenvolvimento embrionário, depois de haver uma grande proliferação celular (gastrulação), há uma resposta química por um mediador (como os fatores de crescimento) que promove o início da diferenciação celular para formar os folhetos celulares (endoderma, mesoderma e ectoderma) que darão origem aos mais diversos tecidos. A origem de um tecido acaba por desencadear a formação de outro, assim por diante até a formação dos órgãos e sistemas. É como uma reação química autossustentada.
Tudo deu certo? Como?
Nem sempre dá tudo certo, daí você ver anencéfalos, por exemplo, ou portadores de síndrome de Down. Existem outras síndromes que são associadas às linhagens celulares, como a Disostose cleido-craniana, associada ao ectoderma. Uma falha em um gene ou no mecanismo de mediação química dos fatores de crescimento acabam por levar a esses problemas ou abortos espontâneos. Mesmo que, aparentemente, pareça não haver problema nenhum, pode haver alguma má-formação congênita, como prolapso da válvula mitral, por exemplo.
Porque alguma coisa não deu errado.
Como espécie (e não como indivíduo) o desenvolvimento embrionário "dá certo" porque foi ajustado pela própria seleção natural. vamos supor, de uma maneira grosseira, que em uma dada população tenha aparecido, por exemplo, grandes quatidades de anencéfalos. Esses não podem sobreviver, então a linhagem com gene defeituoso acaba extinta. De qualquer modo, a formação e desenvolvimento embrionário se desenvolveu a partir de organismos muito mais simples, como medusas.
E se deu errado pelo caminho porque continuou a dar certo para exercer funções inteligênte.
Esqueça esse negócio de inteligência primeiro, senão você não vai conseguir chegar a lugar nehum. A inteligência é uma consequência e não um fim do desenvolvimento de um sistema nervoso central como o nosso. Mas respondendo à sua pergunta, quando dá errado a seleção natural se encarrega de extinguir a linhagem. É o que está ocorrendo hoje com o Demônio da Tasmânia que está em perigo de extinção por causa de um câncer facial.
http://noticias.terra.com.br/ciencia/interna/0,,OI1421589-EI8145,00.htmlQue pressões ambientais é esta que faz tudo certo?
As pressões ambientais não fazem nada, nem certo nem errado. Elas apenas estão presentes e as espécies precisam se adaptar a elas ou morrerem. Quando o clima da Terra mudou, transformando as grandes florestas tropicais em savanas, espécies que estavam superadaptadas àquele ambiente acabaram extintas e outras emergiram daí. Esses são exemplos de pressões ambientais, clima, vegetação, fonte de alimentos.