Argumentos do Banzai:
Não houve "100% de acerto". Há/houve tanto química que presta quanto que não presta para originar a vida, pelo universo.
Qual seria a explicação para o que não presta não atrapalhou as coisas que conseguiram dar certas?
O que não presta, não presta e tenta atrapalhar o que deu certo mas não conseguiu. O certo deu certo. O certo não procura o errado mas o errado procura desfazer o que está correto. Não é assim a natureza?
As coisas da natureza não tem "intenções". Aquilo cujas propriedades não tem nada a ver com a origem da vida (por exemplo, vale para qualquer outra coisa), não ativamente atrapalham a origem da vida como se isso fosse objetivo delas. Da mesma forma, as montanhas "não prestam" para chuva, não tem nada a ver com o processo, e nem por isso elas "atrapalham" ou "procuram desfazer" o que "está correto" para que aconteça a chuva.
Se você pensa apenas em dois pontos muito distantes da evolução, a tendência é parecer muito surpreendente mesmo. A chave para compreender é lembrar de duas coisas: 1 - de que os seres são aparentados como numa imensa árvore genealógica, os mais parecidos, são parentes mais próximos; e 2 - que separando dois seres muito diferentes, há uma enorme série de parentes os ligando gradualmente. Tem a girafa, o parente mais próximo da girafa, então o parente desse parente (até então todos muito mais parecidos com girafas do que com bactérias), o próximo, o próximo, centenas, milhares de outros parentes, até que vamos, de parente em parente, nos aproximando das bactérias; seres cada vez mais simples, conforme se vai "retrocedendo no tempo", até chegar num dos organismos mais simples ainda vivos, que são as bactérias.
Esses "passos menores" da bactéria até a girafa são mais fáceis de entender. São um pouco como as diferenças entre as raças de cães.
As raças de cães também um dia tiveram um ancestral mais simples na natureza que diversificaram dos primeiros seres vivos chamados bactérias. Não é esta a teoria atual?
Eu precisaria saber de algum entendimento nesta parte para por minhas idéias da evolução.
As raças de cães são assim. De repente alguém inventa de criar uma nova raça de cão. Como ele faz? Ele não cria a vida, e seleciona bactérias, até que virem procariotos, e depois os procariotos, até que virem seres pluricelulares, e esses, até que virem vertebrados, até que virem uma raça de cachorros com as característica que quer. Não, o cara divide uma linhagem de cachorros que já tenham um monte de características que ele queira (começando por serem cachorros), e seleciona para sua linhagem só aqueles com as características que quiser. Se quiser um cachorro que parece o pastor alemão, só que maior, vai selecionar os maiores pastores alemães para cruzar, e deixar os pequenos de fora. E vice-versa, e de acordo com o que quiser.
A mesma coisa acontece com a divisão entre espécies. As diferentes espécies, embora tenham todas distantes descendentes em micróbios, tem parentes mais próximos em outras espécies muito mais parecidas, como patos e gansos, ou lobos e raposas. Os patos e os gansos não vieram em linhagens independentes de bactérias até virar seres extremamente parecidos, vieram de uma linhagem que deixou de ser microbial há muito, muito tempo.
Por exemplo, a genealogia (ou melhor, filogenia) dos canídeos:

Todos são parentes uns dos outros, de acordo com o diagrama. As duas raposas de cima, não vieram de linhagens independentes desde os micróbios, mas vieram de um "outro tipo de raposa", e mesmo os lobos e as raposas, vieram de um ancestral comum que era meio parecido com ambos.
O mesmo acontece com todos os outros seres, sempre parentes de outros seres bem mais parecidos, de forma que é sempre mais útil pensar na evolução de parente próximo em parente próximo, e não de micróbio em girafa.

Esse aqui está pulando um monte de parentes mais próximos de cada grupo, só para ilustrar o parentesco distante entre os vertebrados, dá para ver algumas características que foram herdadas de um ancestral comum vertebrado, e dos parentes distantes, mas ainda vertebrados, em cada grupo de parentes mais próximos.

Um grupo menor, um subgrupo de dinossauros, que estaria incluido no gráfico anterior, se fosse possível fazer um imenso gráfico completo, com todos os parentescos, de todas as espécies.

Esse outro é só um pouco maior que o anterior, e o inclui de maneira mais explícita, mostrando seu parentesco com outros dinossauros também ainda razoavelmente parecidos, mas que vão se diferenciando conforme o parentesco vai aumentando.

E esse aqui ilustra o parentesco de seres ainda mais distantes.