Autor Tópico: Avaliando a habilidade científica de pensar  (Lida 96327 vezes)

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Offline Hold the Door

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Re: Avaliando a habilidade científica de pensar
« Resposta #225 Online: 28 de Maio de 2010, 03:15:35 »
Sim, eu entendi muito bem o que você quis descrever com "mesmo meio fluido". Vou repetir a pergunta especificando: Você está afirmando que dois corpos de mesma forma e densidades diferentes (citando seu exemplo, duas esferas de mesmo volume, uma de ósmio e outra de isopor) imersos na atmosfera terrestre caem com a mesma velocidade? Ou seja, você está afirmando que para este caso a resistência do ar é desprezível *na prática* (como você mesmo diz)?
Impossível responder à sua pergunta assim. Você deixou de especificar muitos outros parâmentros necessários, como o comprimento total da trajetória de queda, por exemplo.
A afirmação é sua não minha, só estou perguntando se você confirma o que você disse no post anterior, onde você não especificou nenhum parâmetro para afirmar o que afirma:
Corpos de *diferentes* densidades caem com velocidades *iguais* (imersos no mesmo meio fluido) *e de forma (seguem uma trajetória) igual*: duas esferas volumetricamente iguais, uma de ósmio e outra de... isopor.
Ou será que estou em uma discussão do tipo: você afirma algo com absoluta certeza, daí eu pergunto se você confirma o que acabou de afirmar e você diz que não é bem assim, que depende de outros parâmetros, etc...
Angelo, vou repetir, como um bom conselho, *estude mais* antes que eu passe e exigir isso para que possas debater comigo.
Vou seguir seu conselho...assim que parar de rir...
E você precisa estudar mais as definições de falácias, porque parece que você não sabe o que é um ad hominem...
Esta não vou nem comentar.
É bom mesmo, porque já vi que você não tem a mínima idéia sobre o assunto.
Hold the door! Hold the door! Ho the door! Ho d-door! Ho door! Hodoor! Hodor! Hodor! Hodor... Hodor...

Offline Cientista

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Re: Avaliando a habilidade científica de pensar
« Resposta #226 Online: 28 de Maio de 2010, 03:37:50 »
Sim, eu entendi muito bem o que você quis descrever com "mesmo meio fluido". Vou repetir a pergunta especificando: Você está afirmando que dois corpos de mesma forma e densidades diferentes (citando seu exemplo, duas esferas de mesmo volume, uma de ósmio e outra de isopor) imersos na atmosfera terrestre caem com a mesma velocidade? Ou seja, você está afirmando que para este caso a resistência do ar é desprezível *na prática* (como você mesmo diz)?
Impossível responder à sua pergunta assim. Você deixou de especificar muitos outros parâmentros necessários, como o comprimento total da trajetória de queda, por exemplo.
A afirmação é sua não minha, só estou perguntando se você confirma o que você disse no post anterior, onde você não especificou nenhum parâmetro para afirmar o que afirma:
Corpos de *diferentes* densidades caem com velocidades *iguais* (imersos no mesmo meio fluido) *e de forma (seguem uma trajetória) igual*: duas esferas volumetricamente iguais, uma de ósmio e outra de... isopor.
Ou será que estou em uma discussão do tipo: você afirma algo com absoluta certeza, daí eu pergunto se você confirma o que acabou de afirmar e você diz que não é bem assim, que depende de outros parâmetros, etc...
Angelo, vou repetir, como um bom conselho, *estude mais* antes que eu passe e exigir isso para que possas debater comigo.
Vou seguir seu conselho...assim que parar de rir...
E você precisa estudar mais as definições de falácias, porque parece que você não sabe o que é um ad hominem...
Esta não vou nem comentar.
É bom mesmo, porque já vi que você não tem a mínima idéia sobre o assunto.
Eu confirmo o que eu disse, especificando os *meus* parâmetros. Se você está fingindo que não percebeu, eu ressalto que não os especifiquei "lá" por que o Tex (com quem eu estava debatendo) não especificou os dele quando proferiu sua tolice (e, curiosamente, ninguém o rebateu -- causo eu tanto desespero assim?).

É uma pena eu não poder compartilhar de seus risos pois não consigo rir quando sinto pena.

Vou dar mais um conselho: pare de agir como o Derfel. Eu *ainda* penso que isso não lhe cai bem.

E, mais uma vez...    não vou nem comentar.

Você pode prosseguir, se quiser. Tenho que parar agora. Se eu puder, continuo depois.

Offline Derfel

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Re: Avaliando a habilidade científica de pensar
« Resposta #227 Online: 28 de Maio de 2010, 06:03:12 »
Eu virei o malvadão aqui  :vergonha:

Offline N3RD

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Re: Avaliando a habilidade científica de pensar
« Resposta #228 Online: 28 de Maio de 2010, 07:53:42 »
Dizem que derfel vai virar xingamento!

Seu, seu derfel...
Não deseje.

Offline Geotecton

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Re: Avaliando a habilidade científica de pensar
« Resposta #229 Online: 28 de Maio de 2010, 08:45:56 »
Eu virei o malvadão aqui  :vergonha:
Dizem que derfel vai virar xingamento!

Seu, seu derfel...


São duas versões de xingamento:

a) Seu, seu Derfel... (quando o interlocutor A questiona o B, sem usar de um 'ad hominem', e B não tem como responder).  :lol:

b) Seu "enciclopedinha ambulante" (quando o interlocutor A questiona o B, usando uma 'enxurrada' de argumentos, e B não consegue se articular).  :biglol:
Foto USGS

Offline Derfel

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Re: Avaliando a habilidade científica de pensar
« Resposta #230 Online: 28 de Maio de 2010, 14:25:14 »
Eu virei o malvadão aqui  :vergonha:
Dizem que derfel vai virar xingamento!

Seu, seu derfel...


São duas versões de xingamento:

a) Seu, seu Derfel... (quando o interlocutor A questiona o B, sem usar de um 'ad hominem', e B não tem como responder).  :lol:

b) Seu "enciclopedinha ambulante" (quando o interlocutor A questiona o B, usando uma 'enxurrada' de argumentos, e B não consegue se articular).  :biglol:

Vou ter que mudar o meu nick para D****l, senão o sistema vai me barrar... :(

Offline Derfel

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Re: Avaliando a habilidade científica de pensar
« Resposta #231 Online: 28 de Maio de 2010, 14:39:08 »
Mas, retornando ao tópico, a explicação que o cientista deu para o fenômeno aos sete anos é bem interessante, para um garoto de sete anos. Se eu fosse o professor dele também ficaria impressionado com a resposta, mesmo sabendo que estava incompleta e com alguns erros (como não considerar a resistência do ar e considerar a pena diferente porque caia de uma forma diferente), em essência estava muito bom. Isso aos sete anos, depois de já ter pago pelo menos a física do ensino médio então o rigor tem que ser maior na interpretação do fenômeno. Isso posto, volto à minha pergunta já feita outras vezes: o que isso demonstra sobre o pensamento mágico ou ausência dele?

Offline Derfel

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Re: Avaliando a habilidade científica de pensar
« Resposta #232 Online: 28 de Maio de 2010, 15:44:15 »
Para o cientista não falar que estou perseguindo ele, tem uma coisa que há tempos gostaria de comentar, mas a metralhadora intelectual do cientista não me permitiu:
Geotecton, você mencionou que, em interlocuções com "teístas cientistas", expõe sua proposição de que a ciência produzida por não teístas é de "melhor qualidade" do que a produzida por teístas (no mínimo isso -- se o contrário fosse observado, pareceria um interessante paradoxo). Mas, afinal, o que seria uma ciência de melhor qualidade ou uma de pior qualidade?

Você está correto Cientista.

Eu fiz uma análise qualitativa generalista e deixei uma brecha (dúvida?) conceitual.

A expressão "melhor qualidade" significa, para mim, que, em situações limites, um cientista ateu diante de um fenômeno qualquer observado mas (ainda) não explicado, não usará a hipótese "deus" como anteparo. Ele sempre terá que buscar uma explicação que não esteja nem no mundo religioso e nem no metafísico.

Em contraposição, um cientista (sim, um cientista) teísta sempre irá inserir o seus deus, de alguma maneira, no processo natural, seja ele o deus dirigista e controlador dos protestantes, seja ele o deus Causa Primeira de tudo e não (ou pouco) interventor dos católicos.

Não concordo com a colocação do Geotecton por dois motivos: O primeiro é a compartimentação da ciência. Se a Ciência, por um lado, é uma só, por outro ela é tratada de forma compartimentada. Assim temos a Geologia e as Ciências da Saúde, por exemplo. Não importa a crença de uma pessoa ela ainda poderá ser uma enorme referência em seu campo de pesquisa (e grande parte das pesquisas e saberes nem tangenciam o aspecto religioso da pessoa). Em alguns campos de pesquisa pode haver um maior conflito religião x ciência, como no caso da TE e Cosmologia, por exemplo, mas ainda assim apenas para um grupo restrito de crentes, como o caso dos neopentecostais. O segundo motivo é a forma como a religião é tratada por muitos cientistas, apenas na esfera pessoal, sem misturar crença pessoal com objeto de estudo. Frequentemente isso leva a uma interpretação cada vez mais restritiva da divindade ou do divino, empurrando-a para as lacunas (o Deus das Lacunas) ou mesmo uma total reinterpretação, mais de cunho pessoal. Acredito que saibam separar uma coisa (a religião) da outra (ciência), sem o prejuízo de ambas.
Então sim, um cientista teísta pode fazer ciência com uma qualidade tão boa ou melhor que um cientista ateu.

Offline HFC

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Re: Avaliando a habilidade científica de pensar
« Resposta #233 Online: 28 de Maio de 2010, 16:05:51 »
Adoro nicks  de quacks !!! :D :biglol:
Mars ain't the kind of place
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Offline Derfel

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Re: Avaliando a habilidade científica de pensar
« Resposta #234 Online: 28 de Maio de 2010, 16:18:20 »
Ele não é um quack, é só confuso mesmo...

Offline Derfel

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Re: Avaliando a habilidade científica de pensar
« Resposta #235 Online: 28 de Maio de 2010, 16:18:54 »
... e egocêntrico!

Offline HFC

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Re: Avaliando a habilidade científica de pensar
« Resposta #236 Online: 28 de Maio de 2010, 17:24:11 »
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Offline Geotecton

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Re: Avaliando a habilidade científica de pensar
« Resposta #237 Online: 28 de Maio de 2010, 17:50:15 »
Não concordo com a colocação do Geotecton por dois motivos: O primeiro é a compartimentação da ciência. Se a Ciência, por um lado, é uma só, por outro ela é tratada de forma compartimentada. Assim temos a Geologia e as Ciências da Saúde, por exemplo. Não importa a crença de uma pessoa ela ainda poderá ser uma enorme referência em seu campo de pesquisa (e grande parte das pesquisas e saberes nem tangenciam o aspecto religioso da pessoa).

Eu não escrevi em momento algum que um teísta não possa ser um cientista de referência em seu campo. A História da Ciência tem 'n' exemplos: Mendel, Pasteur, Lemaitre, Muller, Collins, etc.

O Cientista sim, afirmou que ele não considera como sendo um cientista qualquer pessoa que tenha um 'traço' de "pensamento mágico".


Em alguns campos de pesquisa pode haver um maior conflito religião x ciência, como no caso da TE e Cosmologia, por exemplo, mas ainda assim apenas para um grupo restrito de crentes, como o caso dos neopentecostais.

Depende.

Quando entram em questão a exegese e a apologética os neopentecostais geralmente são os que mais se manifestam.

Mas se a análise for de cunho metafísico, os católicos e os protestantes tradicionais são os mais ruidosos.


O segundo motivo é a forma como a religião é tratada por muitos cientistas, apenas na esfera pessoal, sem misturar crença pessoal com objeto de estudo. Frequentemente isso leva a uma interpretação cada vez mais restritiva da divindade ou do divino, empurrando-a para as lacunas (o Deus das Lacunas) ou mesmo uma total reinterpretação, mais de cunho pessoal.

Aqui chegamos em uma "bifurcação".

Se o cientista teísta for um católico ou protestante mais erudito, ele vai partir da premissa escolástica visceral de que deus criou "tudo do nada" (ex nihilo). Ele provavelmente nunca encontrará algo na ciência que faça oposição à sua crença, pois ele sempre argumentará que foi deus quem proveu as condições para que o Universo seja o que é.

Se o cientista teísta for um católico conservador ou um protestante neopentecostal, que geralmente são mais literalistas, ele vai priorizar o conjunto de conhecimento de exegese, apologética e metafísica, incluindo a premissa "ex nihilo". Ele terá, com freqüência, um conflito entre a ciência e a sua religião. Exemplos conspícuos disto são os criacionistas.


Acredito que saibam separar uma coisa (a religião) da outra (ciência), sem o prejuízo de ambas.
Então sim, um cientista teísta pode fazer ciência com uma qualidade tão boa ou melhor que um cientista ateu.

Os mais fundamentalistas não sabem separar.

Os demais o fazem, com a premissa de que deus não pode ser objeto de estudo científico, pois que ele não é de natureza material e não pode ser entendido pelos sentidos, mas somente pela razão e pela revelação.

Um cientista teísta já parte da premissa que deus existe e é o responsável pelo Universo. Mas isto não é ciência.
 
E assim voltamos ao ponto original em minha resposta ao Cientista.

"Melhor qualidade", portanto, não diz respeito à qualidade intrínsica da pesquisa do teísta, mas à sua visão cosmogônica, que coloca deus como princípio, e sem qualquer necessidade de verificação ou evidências.

Os ateus e agnósticos não dispões desta "bengala intelectual".
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Offline Hold the Door

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Re: Avaliando a habilidade científica de pensar
« Resposta #238 Online: 28 de Maio de 2010, 18:17:38 »
Eu confirmo o que eu disse, especificando os *meus* parâmetros. Se você está fingindo que não percebeu, eu ressalto que não os especifiquei "lá" por que o Tex (com quem eu estava debatendo) não especificou os dele quando proferiu sua tolice (e, curiosamente, ninguém o rebateu -- causo eu tanto desespero assim?).
Não, como falei, só causa risos mesmo. E ninguém o refutou porque o único a dizer besteiras sobre o assunto foi você.

E o que o Tex especificou ou deixou de especificar é irrelevante. Foi você fez uma afirmação categórica (e ainda usando um exemplo extremamente infeliz) e tentou usar isso como "refutação". Portanto cabia a você explicitar todas as condições a que seu argumento é válido.

Mas como sabemos que essa é apenas uma desculpa esfarrapada para o fato de que você afirmou com convicção uma besteira gigantesca e depois se deu conta e tentou consertar dizendo que não era bem assim, que a afirmação só é válida em determinados parâmetros e sob certas aproximações (mas espera aí! se ela só é válida nesses parâmetros e com aproximações, então fora dessas condições - bem restritas em grande parte dos casos, diga-se de passagem - ela não é válida, e sim a afirmação do Tex. Então você não refutou a afirmação dele  :stunned:) então vamos deixar por isso mesmo, já que ficou claro que você nunca vai admitir estar errado.
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Offline Hold the Door

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Re: Avaliando a habilidade científica de pensar
« Resposta #239 Online: 28 de Maio de 2010, 18:27:38 »
Isso posto, volto à minha pergunta já feita outras vezes: o que isso demonstra sobre o pensamento mágico ou ausência dele?
Seu Derfel, digo, seu infiel!

Aceite com seu coração a crença de que tal fato ocorreu no passado e não questione a suposta falta de relação entre ele e o pensamento mágico - são mistérios da fé - e *certamente* você se libertará do pensamento mágico e toda sua vida irá mudar!
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Offline Derfel

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Re: Avaliando a habilidade científica de pensar
« Resposta #240 Online: 28 de Maio de 2010, 18:34:33 »
Não concordo com a colocação do Geotecton por dois motivos: O primeiro é a compartimentação da ciência. Se a Ciência, por um lado, é uma só, por outro ela é tratada de forma compartimentada. Assim temos a Geologia e as Ciências da Saúde, por exemplo. Não importa a crença de uma pessoa ela ainda poderá ser uma enorme referência em seu campo de pesquisa (e grande parte das pesquisas e saberes nem tangenciam o aspecto religioso da pessoa).

Eu não escrevi em momento algum que um teísta não possa ser um cientista de referência em seu campo. A História da Ciência tem 'n' exemplos: Mendel, Pasteur, Lemaitre, Muller, Collins, etc.

O Cientista sim, afirmou que ele não considera como sendo um cientista qualquer pessoa que tenha um 'traço' de "pensamento mágico".
É que a citação que ele faz sua dá a entender isso. Mas confesso que procurei, procurei e não encontrei a afirmação original que levou ao comentário dele (e que ele fez em outras ocasiões). Como, contudo, você está sendo produtivo demais, não deu para pesquisar 900 mensagens :) Parti do princípio de confiar do post acima.
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Em alguns campos de pesquisa pode haver um maior conflito religião x ciência, como no caso da TE e Cosmologia, por exemplo, mas ainda assim apenas para um grupo restrito de crentes, como o caso dos neopentecostais.

Depende.

Quando entram em questão a exegese e a apologética os neopentecostais geralmente são os que mais se manifestam.

Mas se a análise for de cunho metafísico, os católicos e os protestantes tradicionais são os mais ruidosos.

Concordo. Mas os cientistas teístas não se resumem a neopentecostais e católicos e protestantes tradicionais. Existem aqueles que são apenas teístas, sem uma religião definida, e outros que se definem como católicos ou protestantes, mas não seguem realmente a doutrina ou escolhem o que seguir (isso analisando os cristãos, mas a análise deve valer também para os não-cristãos).

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O segundo motivo é a forma como a religião é tratada por muitos cientistas, apenas na esfera pessoal, sem misturar crença pessoal com objeto de estudo. Frequentemente isso leva a uma interpretação cada vez mais restritiva da divindade ou do divino, empurrando-a para as lacunas (o Deus das Lacunas) ou mesmo uma total reinterpretação, mais de cunho pessoal.

Aqui chegamos em uma "bifurcação".

Se o cientista teísta for um católico ou protestante mais erudito, ele vai partir da premissa escolástica visceral de que deus criou "tudo do nada" (ex nihilo). Ele provavelmente nunca encontrará algo na ciência que faça oposição à sua crença, pois ele sempre argumentará que foi deus quem proveu as condições para que o Universo seja o que é.
Concordo, mas, novamente, essa crença pode não ter importância no seu objeto de estudo.
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Se o cientista teísta for um católico conservador ou um protestante neopentecostal, que geralmente são mais literalistas, ele vai priorizar o conjunto de conhecimento de exegese, apologética e metafísica, incluindo a premissa "ex nihilo". Ele terá, com freqüência, um conflito entre a ciência e a sua religião. Exemplos conspícuos disto são os criacionistas.
dependendo do seu campo de atuação! O caso dos criacionistas é um exemplo interessante. A esmagadora maioria dos criacionistas ou não é cientista (ou seja, antes de confundam com o cenceito do cientista, são jornalistas, amadores ou curiosos) ou são cientistas de uma área diferente da do escopo do objeto de estudo (como químicos, médicos e mesmo bioquímicos), eles apenas "emprestam" seus títulos para uma agenda. Tem um tópico por aqui sobre os cientistas listados pelo Instituto Discovery que mostra bem isso.
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Acredito que saibam separar uma coisa (a religião) da outra (ciência), sem o prejuízo de ambas.
Então sim, um cientista teísta pode fazer ciência com uma qualidade tão boa ou melhor que um cientista ateu.

Os mais fundamentalistas não sabem separar.

Os demais o fazem, com a premissa de que deus não pode ser objeto de estudo científico, pois que ele não é de natureza material e não pode ser entendido pelos sentidos, mas somente pela razão e pela revelação.

Um cientista teísta já parte da premissa que deus existe e é o responsável pelo Universo. Mas isto não é ciência.
 
E assim voltamos ao ponto original em minha resposta ao Cientista.

"Melhor qualidade", portanto, não diz respeito à qualidade intrínsica da pesquisa do teísta, mas à sua visão cosmogônica, que coloca deus como princípio, e sem qualquer necessidade de verificação ou evidências.

Os ateus e agnósticos não dispões desta "bengala intelectual".

Fundamentalista é a palavra. Realmente eles não sabem separar, mas também não estarão envolvidos na produção de conhecimento que afetem a sua crença. Aqui cabe uma anedota, só a título de curiosidade: minha esposa é bióloga e na faculdade de biologia ela tinha uma colega evangélica que estava muito angustiada com o que vinha estudando. Foi então conversar com o pastor que disse que ela não precisar acreditar no que estudava, mas deveria estudar mesmo assim e passar como foi aprendido. Realmente acredito que haja áreas do conhecimento nos quais um fundamentalista não se encaixa, biologia e física são dois exemplos, ou a pessoa muda a sua visão de mundo ou levará a uma angústia cada vez maior.
Quanto à visão de mundo... bom, cada um tem a sua, que vai depender tanto das experiências vividas e da sociedade onde se insere quanto de componentes temporais (edit: esqueci um p) e culturais. Essa visão permeia toda a vida do indivíduo e não poderia deixar de ser na produção do próprio conhecimento. Mas isso não é um problema a menos que essa visão se choque com a realidade dos fatos durante a pesquisa realizada, quando isso ocorre duas coisas podem ocorrer: negação dos fatos ou muda-se a visão de mundo e um cientista muda a visão de mundo. Sendo assim, não existe visão de mundo com maior ou menor qualidade e sim indivíduos com maior resistência a mudanças (e aqui não falo apenas de religião).
« Última modificação: 28 de Maio de 2010, 18:38:01 por Derfel »

Offline DDV

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Re: Avaliando a habilidade científica de pensar
« Resposta #241 Online: 28 de Maio de 2010, 20:27:32 »
Pelo que me informaram e pelas poucas postagens que eu li (não lerei os textos prolixos de alguns, claro), parece-me que essas 10 páginas originaram-se de uma simples confusão por parte do autor do tópico entre Contexto da Descoberta e Contexto da Justificação de teorias científicas, o que é algo elementar de método científico. Ele misturou questões psicológicas e pessoais dos cientistas com questões relativas à justificação/corroboração de teorias. Trata-se de um simples Ad Hominen e Apelo à Autoridade.



Não acredite em quem lhe disser que a verdade não existe.

"O maior vício do capitalismo é a distribuição desigual das benesses. A maior virtude do socialismo é a distribuição igual da miséria." (W. Churchill)

Offline Fabrício

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Re: Avaliando a habilidade científica de pensar
« Resposta #242 Online: 28 de Maio de 2010, 20:33:13 »
Malditos Derféis, não ousem questionar o Mestre! :hmph:
"Deus prefere os ateus"

Offline Feynman

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Re: Avaliando a habilidade científica de pensar
« Resposta #243 Online: 28 de Maio de 2010, 21:04:45 »
Pelo que me informaram e pelas poucas postagens que eu li (não lerei os textos prolixos de alguns, claro), parece-me que essas 10 páginas originaram-se de uma simples confusão por parte do autor do tópico entre Contexto da Descoberta e Contexto da Justificação de teorias científicas, o que é algo elementar de método científico. Ele misturou questões psicológicas e pessoais dos cientistas com questões relativas à justificação/corroboração de teorias. Trata-se de um simples Ad Hominen e Apelo à Autoridade.

Vejo que, como bom conhecedor de Popper (ao contrário do Cientista, por sua phobosofia), entendestes o essencial do Cientista. Por isso sinto (mesmo!) por ele não ser um pouco mais versado em epistemologia científica, como deixou claro em diversos momentos ao desconhecer termos comuns da área. Ele visivelmente apresenta uma boa capacidade argumentativa que só teria a ganhar com um pouco menos de atitudes empedernidas e mais abertura para uma discussão binomial, e não unidirecional.

Popper, Lakatos, Kuhn e, particularmente Feyerabend, explicitaram a heterogeneidade entre a ciência como ela é e a ciência como é contada e devidamente justificada. O Cientista faz uma reconstrução racional da ciência que não é propriamente reprochável, não fosse ele tão auto-inconteste.
"Poetas dizem que a Ciência tira toda a beleza das estrelas - meros globos de átomos de gases. Eu também posso ver estrelas em uma noite limpa e sentí-las. Mas eu vejo mais ou menos que eles?" - Richard Feynman

Offline Adriano

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Re: Avaliando a habilidade científica de pensar
« Resposta #244 Online: 29 de Maio de 2010, 00:35:46 »
Feyerabend é um demente por estas banda céticas. Até Lakatos era um pouco mais mal visto.

E até o Rambo tinha um grande potencial pelo seu aparente conhecimento. Mas a questão é mais sobre sociabilidade virtual, sobre saber lidar com os demais foristas. Querer impor sua visão de ciência é um problema, visto que a ciência representa uma visão de mundo válida.

A epistemologia é uma forma democrática de se falar sobre a ciência e que é valorizada por todo arcabouço filosófico que traz. Mesmo o ceticismo tem o seu conteúdo filosófico e tem a adjetivação de científico para dar essa abordagem mais realista. Porém mesmo no cetismo forístico daqui se observa muito positivismo, através da busca por provas e evidências.
Princípio da descrença.        Nem o idealismo de Goswami e nem o relativismo de Vieira. Realismo monista.

Offline Feynman

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Re: Avaliando a habilidade científica de pensar
« Resposta #245 Online: 29 de Maio de 2010, 11:54:36 »
Feyerabend é um demente por estas banda céticas. Até Lakatos era um pouco mais mal visto.

É o que acontece quando se repete resenhas subdoutas sem se dar o trabalho de ler com atenção suas obras. Pegam aquele parágrafo sobre ensinar magia negra junto com ciência, e um abraço... esquecem das inúmeras argumentações altamente procedentes em relação à suposta (não existente) metodologia científica.
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Offline DDV

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Re: Avaliando a habilidade científica de pensar
« Resposta #246 Online: 29 de Maio de 2010, 14:11:57 »
Feyerabend é um demente por estas banda céticas. Até Lakatos era um pouco mais mal visto.

É o que acontece quando se repete resenhas subdoutas sem se dar o trabalho de ler com atenção suas obras. Pegam aquele parágrafo sobre ensinar magia negra junto com ciência, e um abraço... esquecem das inúmeras argumentações altamente procedentes em relação à suposta (não existente) metodologia científica.

Thomas Kuhn é muito bom. Tive uma grande surpresa positiva ao ler o principal livro dele.

Mas Feyerabend...sinceramente, eu li o Contra o Método e não consegui achar quase NADA aproveitável. De 80 a 90% do livro é um monte de acusações contra Galileu (o primeiro dos cientistas no sentido moderno do termo), apontando supostas falhas e irracionalidades do mesmo, concluindo disso que a ciência não respeita método nenhum, e que a propaganda irracional e a politicagem contam mais no final.

Nem mesmo as acusações contra Galileu (no qual 90% do livro se baseia, e falando de uma pessoa que foi simplesmente a PRIMEIRA a dar os passos em algo completamente novo, desconhecido e inexplorado, que agora chamamos de "método científico") se sustentam. Algumas são bastante pueris. E todas elas foram refutadas em um livro posterior de Gunnar Anderson.

Por mais que se tente, achei difícil achar razoabilidade no Feyerabend.

Não acredite em quem lhe disser que a verdade não existe.

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Re: Avaliando a habilidade científica de pensar
« Resposta #247 Online: 29 de Maio de 2010, 14:17:40 »
Tem mais: Feyerabend diz põe claramente em dúvida no livro se  a "verdade" realmente é algo desejável! E afirma (ao contrário de todos os demais) que a tarefa da ciência não é "buscar a verdade" ou mesmo "resolver problemas", mas "buscar a felicidade da humanidade"(!)

Ora, a postura de Feyerabend é de louco. Seria como um alguém escrevendo e dando pitaco em medicina dizendo que o tratamento/cura das doenças não é o objetivo principal da mesma.







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Re: Avaliando a habilidade científica de pensar
« Resposta #248 Online: 29 de Maio de 2010, 14:58:57 »
Lembrei agora de umas das criticas feitas a Galileu por Feyerabend. É assim:

Galileu, utilizando o telescópio recém-inventado, mostrava para seus adversários os satélites de Júpiter. A existência desses satélites orbitando Júpiter contradizia a tese de que apenas a Terra era um centro de revolução para os corpos celestes. Os adversários de Galileu alegavam que aquilo era um truque dele, que aqueles satélites que apareciam no telescópio não existiam e que o telescópio não mostrava as coisas como realmente eram.

Galileu então começou a mostrar para seus adversários objetos e paisagens distantes (como igrejas, construções, etc) com o telescópio, e eles viam que a imagem correspondia à realidade. Porém, alguns deles continuaram afirmando que o telescópio, embora mostrasse com fidedignidade as coisas da terra, não mostraria com exatidão as coisas do céu (!). Galileu deu de ombros (acho).

A crítica de Feyerabend é que Galileu agiu de forma "não-científica" ao assumir que o telescópio mostrava com exatidão os corpos celestes da mesma forma que mostrava com exatidão os objetos terrestres. Conclui-se, que Galileu violou as normas do método científico. O ônus da prova, obviamente, era de Galileu ir provando passo a passso que o telescópio mostrava com exatidão os corpos celestes ou qualquer objeto que estivesse fora do alcance para averiguação, mesmo mostrando com exatidão as coisas que poderiam ser averiguadas de perto.

Uma outra situação onde Galileu agiu de forma não-científica (o que mostra a todos nós que o método científico não existe e é errado): Galileu mostrou com o telescópio que a superfície da Lua era irregular, cheia de crateras e morros. Isso contradizia a metafísica aristotélica, que afirmava que os corpos celestes eram "perfeitos" e completamente lisos.

Um aristotélico (um dos que não contestavam a fidedignidade do telescópio para corpos celestes :)) disse a Galileu que na verdade existia um material invisível que preenchia as crateras e saliências da Lua, de forma que no final das contas a superfície lunar era completamente lisa, embora não vejamos isso.

O que fez Galileu? Olhem só a conduta desonesta e não-científica dele:

Ao invés de provar que não existia esse material invisível que preenchia as irregularidades da Lua, ele disse que CONCORDAVA que havia realmente esse material invisível, mas ao invés desse material preencher os espaços irregulares, ficava em cima as irregularidades e morros, de forma que a superfície da Lua na verdade era mais irregular ainda do que enxergávamos.

Viram a safadeza do Galileu?

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Offline Adriano

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Re: Avaliando a habilidade científica de pensar
« Resposta #249 Online: 29 de Maio de 2010, 15:33:33 »
Tem mais: Feyerabend diz põe claramente em dúvida no livro se  a "verdade" realmente é algo desejável! E afirma (ao contrário de todos os demais) que a tarefa da ciência não é "buscar a verdade" ou mesmo "resolver problemas", mas "buscar a felicidade da humanidade"(!)
Esta é uma das verdades de Feyerabend. A felicidade humana é que guia a tecnologia, que nada mais é que a ciência aplicada.


Ora, a postura de Feyerabend é de louco. Seria como um alguém escrevendo e dando pitaco em medicina dizendo que o tratamento/cura das doenças não é o objetivo principal da mesma.
A cura da loucura (doença) é a pessoa ter prazer em viver e deixar o sofrimento psíquico de lado que tem diversas causas. Por outro lado a loucura é o que todos buscam, principalmente na ficção, uma fuga da realidade.
Princípio da descrença.        Nem o idealismo de Goswami e nem o relativismo de Vieira. Realismo monista.

 

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