Não concordo com a colocação do Geotecton por dois motivos: O primeiro é a compartimentação da ciência. Se a Ciência, por um lado, é uma só, por outro ela é tratada de forma compartimentada. Assim temos a Geologia e as Ciências da Saúde, por exemplo. Não importa a crença de uma pessoa ela ainda poderá ser uma enorme referência em seu campo de pesquisa (e grande parte das pesquisas e saberes nem tangenciam o aspecto religioso da pessoa).
Eu não escrevi em momento algum que um teísta não possa ser um cientista de referência em seu campo. A História da Ciência tem 'n' exemplos: Mendel, Pasteur, Lemaitre, Muller, Collins, etc.
O Cientista sim, afirmou que ele não considera como sendo um cientista qualquer pessoa que tenha um 'traço' de "pensamento mágico".
Em alguns campos de pesquisa pode haver um maior conflito religião x ciência, como no caso da TE e Cosmologia, por exemplo, mas ainda assim apenas para um grupo restrito de crentes, como o caso dos neopentecostais.
Depende.
Quando entram em questão a exegese e a apologética os neopentecostais geralmente são os que mais se manifestam.
Mas se a análise for de cunho metafísico, os católicos e os protestantes tradicionais são os mais ruidosos.
O segundo motivo é a forma como a religião é tratada por muitos cientistas, apenas na esfera pessoal, sem misturar crença pessoal com objeto de estudo. Frequentemente isso leva a uma interpretação cada vez mais restritiva da divindade ou do divino, empurrando-a para as lacunas (o Deus das Lacunas) ou mesmo uma total reinterpretação, mais de cunho pessoal.
Aqui chegamos em uma "bifurcação".
Se o cientista teísta for um católico ou protestante mais erudito, ele vai partir da premissa escolástica visceral de que deus criou "tudo do nada" (ex nihilo). Ele provavelmente nunca encontrará algo na ciência que faça oposição à sua crença, pois ele sempre argumentará que foi deus quem proveu as condições para que o Universo seja o que é.
Se o cientista teísta for um católico conservador ou um protestante neopentecostal, que geralmente são mais literalistas, ele vai priorizar o conjunto de conhecimento de exegese, apologética e metafísica, incluindo a premissa "ex nihilo". Ele terá, com freqüência, um conflito entre a ciência e a sua religião. Exemplos conspícuos disto são os criacionistas.
Acredito que saibam separar uma coisa (a religião) da outra (ciência), sem o prejuízo de ambas.
Então sim, um cientista teísta pode fazer ciência com uma qualidade tão boa ou melhor que um cientista ateu.
Os mais fundamentalistas não sabem separar.
Os demais o fazem, com a premissa de que deus não pode ser objeto de estudo científico, pois que ele não é de natureza material e não pode ser entendido pelos sentidos, mas somente pela razão e pela revelação.
Um cientista teísta já parte da premissa que deus existe e é o responsável pelo Universo. Mas isto não é ciência.
E assim voltamos ao ponto original em minha resposta ao Cientista.
"Melhor qualidade", portanto, não diz respeito à qualidade intrínsica da pesquisa do teísta, mas à sua visão cosmogônica, que coloca deus como princípio, e sem qualquer necessidade de verificação ou evidências.
Os ateus e agnósticos não dispões desta "bengala intelectual".