Desde minha infância, ouvia comentários, vez ou outra, sobre o momento em que o "homem" tinha inventado, descoberto, dominado o fogo (compreendido um processo e desenvolvido uma técnica para produzí-lo). A questão que sempre me intrigava (e me intriga) era: quem teria sido esse homem? Como ele pensava? Como aconteceu? Com o tempo percebi que ninguém mais que eu conhecesse (além de mim mesmo) dava importância para isso. Não havia registros de nascimento na época. Não havia, mesmo, registro histórico. Talvez, no máximo, pinturas rupestres e afins. Nada que pudesse identificá-lo. Também, todos(ou quase) já sabem como se faz fogo. Por que se preocupar com isso? A conquista foi tida como da humanidade e assunto encerrado. Foi a primeira grande apropriação de idéia alheia, o primeiro grande plágio universal da humanidade. Isso repetiu-se muitas vezes até que culminou com a apropriação do método científico. Agora todos pensam que podem pensar cientificamente. Até quem não pensa (cientificamente). É com tristeza que confirmo a desgraçada inexorabilidade das três fases por que todo cientista e/ou inventor tem que passar.
O homem não inventou o fogo. Ele sempre existiu na natureza, o homem apenas criou maneiras de utilizá-lo e, mais tarde, de produzí-lo. Provavelmente o fogo originado era de origem natural, como a queda de um raio, por exemplo, e um grupo pegava aquele fogo e mantinha-o vivo enquanto pudesse. Mais tarde, através de observações casuais como ver que um tipo específico de pedra quando caía sobre outra produzia uma faísca semelhante ao raio que caía do céu, é que se desenvolveu uma técnica de produzir fogo. Mas é quase certo que: o domínio do fogo e sua produção deve ter surgido em vários lugares e épocas diferentes de forma independente; o fogo devia ser considerado uma coisa sagrada, um presente dos deuses (uma chama sagrada é recorrente na mitologia); Nem era realmente um "homem" a dominar primeiramente o fogo, mas um antepassado nosso, o
Homo erectus. Não entendi essa história de apropriação de ideia alheia, você queria que o
Homo erectus que "desenvolveu" o fogo registrasse no escritório de patentes e cobrasse royalties?
O *único* requisito que admito necessário para definir um cientista é pensar cientificamente. Eu já disse que não existem deuses e, é óbvio, nem "semideuses", qualquer que seja sua concepção disso. A impressão que se tem é que você quer dar a entender que, mas não leu nada do escrevi. Ou o que seria pior: quer deturpar minhas palavras.
O que, afinal, é pensar cietificamente para você?
Se vocês aceitam que alguém que reconhece o fato evolutivo biológico, simplesmente, por não ter mais um buraco onde se esconder dele mas, ainda assim, (procurando um esconderijo mais distante) acalenta o sonho de poder, um dia, provar que esse processo, traduzido pela absurda palavra "abiogênese", tenha ocorrido magicamente é um cientista. Ou, um físico que não desapegou-se da abóbada cristalina e somente afastou-a até os confins do infinito na esperança de provar, um dia, que há um tipo de casca vítrea lá, separando um deus da realidade. Se acham que esse também é um cientista, lamento por vocês. Lamento mais ainda pois sinto como se tivesse mexido com alguma coisa muito pessoal de vocês. E com um simples comentário meu, que "juro", não manifestava nem supunha nenhuma intenção de criar polêmica.
Ainda não consigo enteder o que seja cientista para você. Quer dizer que uma pessoa que é ateu, acredita na ciência, mas não necessariamente a entende, e nunca produziu conhecimento na forma de pesquisas é um cientista e, por outro lado, um pesquisador com um extenso currículo de produção científica, respeitado na comunidade científica, com trabalhos importantes na sua área de atuação, mas que é religioso, não é um cientista??? Muito confuso.
E não, não conheço a "falácia do escocês".
Falácia “Nenhum Escocês de Verdade…”
Suponha que eu afirme “Nenhum escocês coloca açúcar em seu mingau”. Você contra-argumenta dizendo que seu amigo Angus gosta de açúcar no mingau. Então eu digo “Ah, sim, mas nenhum escocês de verdade coloca”.
Esse é o exemplo de uma mudança Ad Hoc sendo feita para defender uma afirmação, combinada com uma tentativa de mudar o significado original das palavras; essa pode ser chamada uma combinação de falácias.
http://ceticismo.net/ceticismo/logica-falacias/#falacia-nenhum-escoces-de-verdadeSua definição de cientista pode ser vista como uma falácia do escocês.