Autor Tópico: Deus existe?  (Lida 174872 vezes)

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Offline Cientista

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Re: Deus existe?
« Resposta #825 Online: 04 de Maio de 2010, 03:30:20 »
Geotecton, algumas "coisas"(para ser eufêmico) que você tem escrito não parecem compatíveis com sua erudição. Estaria você tentando me testar ou me pegar no salto? Isso não seria ético.

Offline Cientista

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Re: Deus existe?
« Resposta #826 Online: 04 de Maio de 2010, 03:37:54 »
edited: Já entendi o conceito de cientista do cientista  :hihi:


Que bom! Fico felicíssimo por você.

Offline Cientista

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Re: Deus existe?
« Resposta #827 Online: 04 de Maio de 2010, 04:01:44 »
Não só interpretação de profecias bíblicas, mas também se dedicava a alquimia e astrologia. Para falar a verdade, ele dedicou mais tempo da sua vida para o ocultismo e o misticismo do que para a física.

http://en.wikipedia.org/wiki/Isaac_Newton%27s_religious_views

http://en.wikipedia.org/wiki/Isaac_Newton%27s_occult_studies
Você considerou que no tempo de Newton não havia a química e nem uma "astronomia física", uma mecânica celeste realmente científica? Considerou também que foi justamente Newton quem fundou a base física dessa mecânica celeste que, por fim, pôs de lado a astrologia? Considerou também que foi ele quem esboçou os primeiros conceitos e questões que vieram culminar, mais tarde, na química lavoisieriana?
Parece que a não existência de cientistas religiosos é o seu dragão na garagem...
Posso até considerar essa possibilidade se você considerar a possibilidade de que a inexistência dos mesmos seja o seu dragão.
Não sou eu que estou tendo que fazer malabarismos de argumentações sobre cientistas religiosos não serem religiosos de verdade, ou não serem cientistas de verdade, só para que se encaixem na minha definição pessoal de cientista...
Malabarismos de argumentações? Tá certo, Angelo Melo.

Note, contudo, que eu afirmo que qualquer um que tiver um resquício de pensamento mágico, sequer, não pode ser considerado cientista, mesmo que faça pesquisas científicas. Mas não foi eu quem afirmou que Newton era religioso. E a contra-argumentação acima era a respeito disso.

Acho que eu seria capaz de apostar a minha vida em que você, se contemporâneo de Darwin fosse, quando ele apresentasse sua teoria, poderia ser capaz de dizer a ele alguma coisa bem próxima disso que disse para mim. Pena que talvez não seja possível provar isso, nunca. A não ser, é claro, que você admitisse.

Offline Cientista

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Re: Deus existe?
« Resposta #828 Online: 04 de Maio de 2010, 04:05:49 »
Tenho a impressão de que vocês estão começando a peneirar apenas o que interessa abordar dos meus comentários. O que será que isso significa?

Offline Tex Willer

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Re: Deus existe?
« Resposta #829 Online: 04 de Maio de 2010, 10:23:40 »
Note, contudo, que eu afirmo que qualquer um que tiver um resquício de pensamento mágico, sequer, não pode ser considerado cientista, mesmo que faça pesquisas científicas. Mas não foi eu quem afirmou que Newton era religioso. E a contra-argumentação acima era a respeito disso.

Mesmo que o cara faça pesquisas científicas, ele não pode ser considerado cientista por ser religioso? Putz. Pobre Lemaître.
Depois de tantos exemplos de cientistas religiosos, duvidar disso é um ato de fé mesmo.

Quando eu falo que ateísmo pode ser dogmático, tem gente que torce o nariz...
"A velhacaria e a idiotice humanas são fenômenos tão correntes, que eu antes acreditaria que os acontecimentos mais extraordinários nascem do seu concurso, ao invés de admitir uma inverossímil violação das leis da natureza".  - Hume

Offline Derfel

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Re: Deus existe?
« Resposta #830 Online: 04 de Maio de 2010, 11:17:32 »

Desde minha infância, ouvia comentários, vez ou outra, sobre o momento em que o "homem" tinha inventado, descoberto, dominado o fogo (compreendido um processo e desenvolvido uma técnica para produzí-lo). A questão que sempre me intrigava (e me intriga) era: quem teria sido esse homem? Como ele pensava? Como aconteceu? Com o tempo percebi que ninguém mais que eu conhecesse (além de mim mesmo) dava importância para isso. Não havia registros de nascimento na época. Não havia, mesmo, registro histórico. Talvez, no máximo, pinturas rupestres e afins. Nada que pudesse identificá-lo. Também, todos(ou quase) já sabem como se faz fogo. Por que se preocupar com isso? A conquista foi tida como da humanidade e assunto encerrado. Foi a primeira grande apropriação de idéia alheia, o primeiro grande plágio universal da humanidade. Isso repetiu-se muitas vezes até que culminou com a apropriação do método científico. Agora todos pensam que podem pensar cientificamente. Até quem não pensa (cientificamente). É com tristeza que confirmo a desgraçada inexorabilidade das três fases por que todo cientista e/ou inventor tem que passar.

O homem não inventou o fogo. Ele sempre existiu na natureza, o homem apenas criou maneiras de utilizá-lo e, mais tarde, de produzí-lo. Provavelmente o fogo originado era de origem natural, como a queda de um raio, por exemplo, e um grupo pegava aquele fogo e mantinha-o vivo enquanto pudesse. Mais tarde, através de observações casuais como ver que um tipo específico de pedra quando caía sobre outra produzia uma faísca semelhante ao raio que caía do céu, é que se desenvolveu uma técnica de produzir fogo. Mas é quase certo que: o domínio do fogo e sua produção deve ter surgido em vários lugares e épocas diferentes de forma independente; o fogo devia ser considerado uma coisa sagrada, um presente dos deuses (uma chama sagrada é recorrente na mitologia); Nem era realmente um "homem" a dominar primeiramente o fogo, mas um antepassado nosso, o Homo erectus. Não entendi essa história de apropriação de ideia alheia, você queria que o Homo erectus que "desenvolveu" o fogo registrasse no escritório de patentes e cobrasse royalties? :)

Citar
O *único* requisito que admito necessário para definir um cientista é pensar cientificamente. Eu já disse que não existem deuses e, é óbvio, nem "semideuses", qualquer que seja sua concepção disso. A impressão que se tem é que você quer dar a entender que, mas não leu nada do escrevi. Ou o que seria pior: quer deturpar minhas palavras.

O que, afinal, é pensar cietificamente para você?

Citar
Se vocês aceitam que alguém que reconhece o fato evolutivo biológico, simplesmente, por não ter mais um buraco onde se esconder dele mas, ainda assim, (procurando um esconderijo mais distante) acalenta o sonho de poder, um dia, provar que esse processo, traduzido pela absurda palavra "abiogênese", tenha ocorrido magicamente é um cientista. Ou, um físico que não desapegou-se da abóbada cristalina e somente afastou-a até os confins do infinito na esperança de provar, um dia, que há um tipo de casca vítrea lá, separando um deus da realidade. Se acham que esse também é um cientista, lamento por vocês. Lamento mais ainda pois sinto como se tivesse mexido com alguma coisa muito pessoal de vocês. E com um simples comentário meu, que "juro", não manifestava nem supunha nenhuma intenção de criar polêmica.

Ainda não consigo enteder o que seja cientista para você. Quer dizer que uma pessoa que é ateu, acredita na ciência, mas não necessariamente a entende, e nunca produziu conhecimento na forma de pesquisas é um cientista e, por outro lado, um pesquisador com um extenso currículo de produção científica, respeitado na comunidade científica, com trabalhos importantes na sua área de atuação, mas que é religioso, não é um cientista??? Muito confuso.
Citar
E não, não conheço a "falácia do escocês".

Citar
Falácia “Nenhum Escocês de Verdade…”

Suponha que eu afirme “Nenhum escocês coloca açúcar em seu mingau”. Você contra-argumenta dizendo que seu amigo Angus gosta de açúcar no mingau. Então eu digo “Ah, sim, mas nenhum escocês de verdade coloca”.

Esse é o exemplo de uma mudança Ad Hoc sendo feita para defender uma afirmação, combinada com uma tentativa de mudar o significado original das palavras; essa pode ser chamada uma combinação de falácias.
http://ceticismo.net/ceticismo/logica-falacias/#falacia-nenhum-escoces-de-verdade

Sua definição de cientista pode ser vista como uma falácia do escocês.

Offline Hold the Door

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Re: Deus existe?
« Resposta #831 Online: 04 de Maio de 2010, 14:42:44 »
Malabarismos de argumentações? Tá certo, Angelo Melo.

Note, contudo, que eu afirmo que qualquer um que tiver um resquício de pensamento mágico, sequer, não pode ser considerado cientista, mesmo que faça pesquisas científicas. Mas não foi eu quem afirmou que Newton era religioso. E a contra-argumentação acima era a respeito disso.
Que contra-argumentação? Quando lhe foi mostrado a visão religiosa de Newton e seus trabalhos em ocultismo você se limitou a listar uma série de realizações de Newton que culminaram na física moderna, como se isso invalidasse o fato dele ter sido um místico também. Isso é defender um dragão na garagem.

Ele poderia ter descoberto sozinho a mecânica analítica, a teoria quântica de campos, a cromodinâmica quântica e a relatividade geral que não mudaria o fato de que ele também fez estudos sobre ocultismo, alquimia, interpretou passagens bíblicas e previu o fim do mundo para 2060 com base no livro de Daniel da bíblia. E no entanto você continua insistindo que o dragão flutua, que o fogo é incorpóreo e outros malabarismos para não admitir que Newton tinha um pensamento mágico também junto ao racional e que o primeiro não interferiu na suas grandes realizações no segundo.

Sem contar os demais cientistas que já foram citados aqui no qual a visão religiosa não interferiu nas suas pesquisas científicas.
Acho que eu seria capaz de apostar a minha vida em que você, se contemporâneo de Darwin fosse, quando ele apresentasse sua teoria, poderia ser capaz de dizer a ele alguma coisa bem próxima disso que disse para mim. Pena que talvez não seja possível provar isso, nunca. A não ser, é claro, que você admitisse.
Não entendi absolutamente nada do que você disse. O que você supõe que eu diria a Darwin? E o que Darwin tem a ver com essa história? Darwin nunca escreveu nada sobre o assunto em questão, parece apenas uma tentativa de ad hominem da sua parte.
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Offline Hold the Door

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Re: Deus existe?
« Resposta #832 Online: 04 de Maio de 2010, 14:59:13 »

Quero ver se entendi.

Cientista para você é aquele que somente pratica o método experimental; não aceita nenhum tipo de conhecimento que não seja obtido pela razão e pelo empirismo e não é dependente de nenhum contexto temporal histórico?

Você pode fornecer um só exemplo de quem é cientista para você, nas condições acima descritas?


Empirismo é a essência do método experimental. Acho que confundiu-se aqui.
Eu já disse que cientista é quem pensa cientificamente, sem conceitos mágicos.

Todos os cientistas são (levando em conta a correção que fiz acima e a sua definição do que seja razão). Mas... posso fornecer mais de um? Demócrito, Galileu, Newton... Mais recentemente, talvez, Carl Sagan. Ah! Esqueci. Você certamente não aceitará que eu inclua Galileu e Newton aqui pois, apesar de que fossem estóicos bastante para encarar o que seria o revés de uma declaração aberta de ateísmo total(realismo total) não o faziam porque... eram crentes de fato. Será que Demócrito e Carl Sagan servem? Começo a pensar que para vocês nenhum servirá.
O problema da história é que ela é feita, principalmente, de palavras.
Ok, então para você Newton era um ateu não declarado, apesar de ter escrito inúmeros textos com interpretações de profecias bíblicas, do apocalipse e da segunda vinda de Cristo:

http://www.newtonproject.sussex.ac.uk/prism.php?id=74
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Offline Advogado do Diabo

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Re: Deus existe?
« Resposta #833 Online: 04 de Maio de 2010, 20:16:49 »
Acho que não entendi isso aqui. Você está afirmando que o determinismo estrito não é um possibilidade física ou, simplesmente acredita no lívre arbítrio?

Não, estou dizendo que o determinismo é tão metafísico quanto o livre-arbítrio. O determinismo pode até ser verificado (embora de forma indireta), mas não pode ser falseado (critério para ser considerado científico). Se um determinista encontrar um evento que não obedece à descrição determinista, ele dirá que existe algo de errado no observador, que ele é que não consegue encontrar o padrão, mas ele está lá. Ou seja, o determinismo nunca pode ser provado como falso porque está protegido por todos os lados contra o falsificacionismo. É uma idéia metafísica.
Para um determinista, o observador não existe (separadamente). Ele é parte do evento.

E metafísica é assunto de filosofia, não de física. Para físicos, a proposição do determinismo estrito é bastante consistente e considerada com atenção.

E quanto às outras coisas que escrevi?

Você está muito enganado se achar que cientistas não acreditam em pressupostos metafísicos. Claro que a metafísica é assunto da filosofia, mas ninguém é cientista o tempo todo. Por isso eles podem acreditar em Deus ou na metafísica sim (claro que nem todos os cientistas acreditam nisso).

E que outras coisas? A lógica binária? Não sei se ela é muito útil pra distinguir regressão ao infinito de tautologias, mas também não sei se essa distinção é útil para o debate.
"Aquele que não sabe, mas não sabe que não sabe, é um ignorante: ajudemo-lo. Aquele que não sabe, mas pensa que sabe, é um tolo: apiedemo-nos dele. Aquele que não sabe, mas sabe que não sabe, é um sábio: sigamo-lo"

Offline Geotecton

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Re: Deus existe?
« Resposta #834 Online: 04 de Maio de 2010, 22:01:48 »
Geotecton, você mencionou que, em interlocuções com "teístas cientistas", expõe sua proposição de que a ciência produzida por não teístas é de "melhor qualidade" do que a produzida por teístas (no mínimo isso -- se o contrário fosse observado, pareceria um interessante paradoxo). Mas, afinal, o que seria uma ciência de melhor qualidade ou uma de pior qualidade?

Você está correto Cientista.

Eu fiz uma análise qualitativa generalista e deixei uma brecha (dúvida?) conceitual.

A expressão "melhor qualidade" significa, para mim, que, em situações limites, um cientista ateu diante de um fenômeno qualquer observado mas (ainda) não explicado, não usará a hipótese "deus" como anteparo. Ele sempre terá que buscar uma explicação que não esteja nem no mundo religioso e nem no metafísico.

Em contraposição, um cientista (sim, um cientista) teísta sempre irá inserir o seus deus, de alguma maneira, no processo natural, seja ele o deus dirigista e controlador dos protestantes, seja ele o deus Causa Primeira de tudo e não (ou pouco) interventor dos católicos.
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Offline Geotecton

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Re: Deus existe?
« Resposta #835 Online: 04 de Maio de 2010, 22:13:03 »

O que é uma 'prova cabal'? Uma declaração pública de que ele era ateu mas que 'estava' teísta?

Não, Cientista. Você não achará tal prova cabal, mas o conjunto de indícios apresentados nas postagens anteriores são suficientemente consistentes para afirmar que Newton era religioso do tipo teísta e tinha um certo grau de misticismo.

Assisti a um filme do Woody Allen, certa vez, em que ele debatia com outro sujeito sobre a teoria da relatividade. Não concordavam com alguma questão específica, não lembro qual. De repente, Woody Allen(seu personagem) vira-se, vai em direção a um senhor que está de costas e o chama. Eis que é... Einstein. Ele é solicitado a esclarecer a questão e Woody, é claro, vence. Em seguida, ele olha para a câmera e diz: "que bom se a vida real fosse assim". E foi, de certa forma. Parece até que a vida imita a arte, mesmo. Já tive essa mesma discussão que está em andamento, aqui, com muitas pessoas e Einstein era um tipo de baluarte dos que defendiam a teoria oposta. Argumentavam que as coisas que ele dizia e alguns documentos que escrevera comprovavam isso e não havia o que discutir. Até que descobriu-se a carta que já mencionei.
Então minha resposta é sim. Mas se você acha "estritamente cabal", um exagero, digamos que eu considerasse "suficientemente cabal", como prova.
Claro, tenho que aventar a hipótese de que esse documento teria sido forjado, o que poderia me render uma acusação de teoria conspiratória.

Acho que você é quem exagerou aqui. É uma determinação dogmática de que nunca terei tal prova?

Cientista, voce trabalha com qual área da Ciência?

No seu meio nunca aconteceu de existir uma hipótese ou uma teoria que explicava os dados e fazia previsões de modo satisfatório, até que em um dado momento novos dados forçaram uma modificação dela ou até mesmo o seu abandono?

Pois pode ter sido este o caso de Einstein, conforme eu destaquei em negrito. Até um dado momento Einstein era tido como deísta porque o conjunto de evidências o assim sugeria, e aí foi identificado um documento (dado) que mostrou que ele era ateu.

Se surgirem novos documentos de Newton, e que sejam validados por historiadores, indicando que ele era ateu, não vejo nenhum problema em reavaliar a minha conclusão a respeito da relação de Newton com a religião.

« Última modificação: 05 de Maio de 2010, 08:53:32 por Geotecton »
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Offline Geotecton

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Re: Deus existe?
« Resposta #836 Online: 04 de Maio de 2010, 22:36:52 »


Não, Cientista. Você não achará tal prova cabal, mas o conjunto de indícios apresentados nas postagens anteriores são suficientemente consistentes para afirmar que Newton era religioso do tipo teísta e tinha um certo grau de misticismo.


Para os cidadãos europeus do século XVI a XVIII, período considerado em nosso colóquio, o fato de serem cristãos lhes trazia uma segurança social, pois do contrário eles seriam considerados párias.


Você percebe que o que afirmou aqui elimina a validade do que afirmou logo acima?

Mas... pária? Não seria 'herege' um substantivo mais adequado?

Acho que perdi o ponto. Qual parte da minha afirmação "aqui" contradiz a minha afirmação "de lá"?

Para chegar a condição de herege ele deveria ser acusado, julgado e condenado em um tribunal eclesiástico. Devemos lembrar que a prática de condenação por heresia já era muito menos frequente na Europa do início do século XVIII.

Já a condição de pária por oposição ao pensamento cristão vigente ou por ateísmo seria rapidamente caracterizada pelos demais membros da malha social da época. E com isto ocorreria uma enérgica marginalização social.

É claro que o exposto acima provém de uma análise rápida e simples, pois haveria outras condicionantes, como, por exemplo, a posição social e política da família do acusado.
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Offline Derfel

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Re: Deus existe?
« Resposta #837 Online: 04 de Maio de 2010, 23:28:09 »
Newton ERA herege, já que não professava a fé católica romana. Sendo protestante, era considerado herege.

Offline Advogado do Diabo

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Re: Deus existe?
« Resposta #838 Online: 04 de Maio de 2010, 23:33:53 »
Newton era do Priorado de Sião e era alquimista. Três vezes herege.
"Aquele que não sabe, mas não sabe que não sabe, é um ignorante: ajudemo-lo. Aquele que não sabe, mas pensa que sabe, é um tolo: apiedemo-nos dele. Aquele que não sabe, mas sabe que não sabe, é um sábio: sigamo-lo"

Offline Geotecton

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Re: Deus existe?
« Resposta #839 Online: 05 de Maio de 2010, 00:04:24 »

Quero ver se entendi.

Cientista para você é aquele que somente pratica o método experimental; não aceita nenhum tipo de conhecimento que não seja obtido pela razão e pelo empirismo e não é dependente de nenhum contexto temporal histórico?

Você pode fornecer um só exemplo de quem é cientista para você, nas condições acima descritas?

Empirismo é a essência do método experimental. Acho que confundiu-se aqui.
Eu já disse que cientista é quem pensa cientificamente, sem conceitos mágicos.

Não. Eu não me confundi. A primeira parte da minha frase trata apenas do conhecimento científico enquanto que a segunda parte afirma, segundo o que você dá a entender, que a totalidade do conhecimento somente pode ser obtido pelo conhecimento científico. E isto eu discordo.

Galileu, Newton e Einstein (em seu início de carreira) não eram cientistas segundo a sua definição. Todos eram crentes na existência do "éter" que era a "pedra filosofal" da física, o "wishful thinking" dos físicos, até o final do século XIX.

 
Todos os cientistas são (levando em conta a correção que fiz acima e a sua definição do que seja razão). Mas... posso fornecer mais de um? Demócrito, Galileu, Newton... Mais recentemente, talvez, Carl Sagan. Ah! Esqueci. Você certamente não aceitará que eu inclua Galileu e Newton aqui pois, apesar de que fossem estóicos bastante para encarar o que seria o revés de uma declaração aberta de ateísmo total(realismo total) não o faziam porque... eram crentes de fato. Será que Demócrito e Carl Sagan servem? Começo a pensar que para vocês nenhum servirá.
O problema da história é que ela é feita, principalmente, de palavras.

Você afirmou com convicção que Demócrito, Galileu e Newton se encaixam no perfil. E para Carl Sagan é um "talvez"? Não deveria ser o contrário? Pelo que me consta as informações que dispomos de Sagan são muito mais confiáveis do que as dos três outros citados.

Interessante a sua menção aos estóicos. Ao que me consta os estóicos se opunham à idéia de um mundo regulado por deuses personificados, sendo portanto materialistas. Mas não no sentido que conhecemos hoje, pois eles consideravam que o mundo era autoregulado, autoconsciente. Em outras palavras, eles eram panteístas.

Realmente não entendo a sua crítica à História. Sem dúvida que ela é feita de palavras. As mesmas com as quais você afirma que Demócrito, Galileu e Newton eram ateus.

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Offline Geotecton

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Re: Deus existe?
« Resposta #840 Online: 05 de Maio de 2010, 00:07:19 »
Newton ERA herege, já que não professava a fé católica romana. Sendo protestante, era considerado herege.

Newton era do Priorado de Sião e era alquimista. Três vezes herege.

Desculpe cavalheiros. Mas o direito eclesiástico, tendo como base o direito romano, só considerava alguém herege após o cumprimento de um ritual formal de acusação, julgamento e condenação. Antes disto, não!

E, pelo que eu sei, ele não foi submetido a um tribunal eclesiástico.
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Offline Geotecton

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Re: Deus existe?
« Resposta #841 Online: 05 de Maio de 2010, 00:11:27 »
Com o conceito de cientista que vocês admitem, poderiam pegar o Bento XVI e o Edir Macedo (embora eu ache que esses caras acreditem menos em deus que eu) e fazê-los cientistas. Minha posição, já explicitei.

Sem comentários Cientista, pois aqui voce exagerou, não?


Não vejo em que exagerei aqui. Se não estou percebendo, mostre-me, por favor.

Como você faria para tipificar os senhores Ratzinger e Macedo como cientistas?
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Offline Geotecton

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Re: Deus existe?
« Resposta #842 Online: 05 de Maio de 2010, 00:12:06 »

De modo algum. Eu só costumo dialogar quando tenho um conhecimento básico do tópico em foco. Do contrário seria apenas apresentar uma opinião.
Ah tá bom, Geotecton. Muito prudente da sua parte.

Obrigado!
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Re: Deus existe?
« Resposta #843 Online: 05 de Maio de 2010, 00:17:13 »
Geotecton, algumas "coisas"(para ser eufêmico) que você tem escrito não parecem compatíveis com sua erudição. Estaria você tentando me testar ou me pegar no salto? Isso não seria ético.

Cientista

01) Quais "coisas" que eu escrevi que não são compatíveis com o grau do colóquio que mantivemos até o momento?

02) Não sou erudito!

03) Não estou lhe testando e nem estou querendo-o "pegar de salto", pois não sou moleque!

04) Não sou aético ou antiético!

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Re: Deus existe?
« Resposta #844 Online: 05 de Maio de 2010, 00:57:14 »
Cáspite!!!!!!!!!!!!

Vamos lá.

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Re: Deus existe?
« Resposta #845 Online: 05 de Maio de 2010, 01:02:09 »
Note, contudo, que eu afirmo que qualquer um que tiver um resquício de pensamento mágico, sequer, não pode ser considerado cientista, mesmo que faça pesquisas científicas. Mas não foi eu quem afirmou que Newton era religioso. E a contra-argumentação acima era a respeito disso.

Mesmo que o cara faça pesquisas científicas, ele não pode ser considerado cientista por ser religioso? Putz. Pobre Lemaître.
Depois de tantos exemplos de cientistas religiosos, duvidar disso é um ato de fé mesmo.

Quando eu falo que ateísmo pode ser dogmático, tem gente que torce o nariz...
Puuuuuuuuuxa Tex!!!!!!!!!!!! Contra isso não posso argumentar. Você me pegou hein!

Tex, que é isso?! Eu já disse que não sou ateísta (você deve ter lido bem tudo que escrevi, não?). Se quiser, pode ver também o meu primeiro comentário no fórum, aqui ../forum/topic=22651.125.html De qualquer forma, até hoje, só vi crentes dizerem que ateísmo pode ser dogmático.
Você é crente?

Offline Cientista

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Re: Deus existe?
« Resposta #846 Online: 05 de Maio de 2010, 01:07:30 »

Desde minha infância, ouvia comentários, vez ou outra, sobre o momento em que o "homem" tinha inventado, descoberto, dominado o fogo (compreendido um processo e desenvolvido uma técnica para produzí-lo). A questão que sempre me intrigava (e me intriga) era: quem teria sido esse homem? Como ele pensava? Como aconteceu? Com o tempo percebi que ninguém mais que eu conhecesse (além de mim mesmo) dava importância para isso. Não havia registros de nascimento na época. Não havia, mesmo, registro histórico. Talvez, no máximo, pinturas rupestres e afins. Nada que pudesse identificá-lo. Também, todos(ou quase) já sabem como se faz fogo. Por que se preocupar com isso? A conquista foi tida como da humanidade e assunto encerrado. Foi a primeira grande apropriação de idéia alheia, o primeiro grande plágio universal da humanidade. Isso repetiu-se muitas vezes até que culminou com a apropriação do método científico. Agora todos pensam que podem pensar cientificamente. Até quem não pensa (cientificamente). É com tristeza que confirmo a desgraçada inexorabilidade das três fases por que todo cientista e/ou inventor tem que passar.

O homem não inventou o fogo. Ele sempre existiu na natureza, o homem apenas criou maneiras de utilizá-lo e, mais tarde, de produzí-lo. Provavelmente o fogo originado era de origem natural, como a queda de um raio, por exemplo, e um grupo pegava aquele fogo e mantinha-o vivo enquanto pudesse. Mais tarde, através de observações casuais como ver que um tipo específico de pedra quando caía sobre outra produzia uma faísca semelhante ao raio que caía do céu, é que se desenvolveu uma técnica de produzir fogo. Mas é quase certo que: o domínio do fogo e sua produção deve ter surgido em vários lugares e épocas diferentes de forma independente; o fogo devia ser considerado uma coisa sagrada, um presente dos deuses (uma chama sagrada é recorrente na mitologia); Nem era realmente um "homem" a dominar primeiramente o fogo, mas um antepassado nosso, o Homo erectus. Não entendi essa história de apropriação de ideia alheia, você queria que o Homo erectus que "desenvolveu" o fogo registrasse no escritório de patentes e cobrasse royalties? :)


Derfel, meu caro! Você acha que não sei de tudo isso? Lord Vader, peço sua licença para dizer que "definitivamente, ele não sabe com quem está falando".

Eu até que gosto de você; parece uma enciclopedinha ambulante. É só ver uma chance que começa a fazer minuciosas descrições enciclopédicas de tudo. Mas se não entendeu, descupe-me. Não vou repetir.

Offline Cientista

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Re: Deus existe?
« Resposta #847 Online: 05 de Maio de 2010, 01:13:55 »

O que, afinal, é pensar cietificamente para você?

Ah!!!!! Finalmente! Uma pergunta inteligente! Mas... peraí. Eu já respondi isso. Puxa! Não é mais uma pergunta inteligente aqui. Você não deve ter lido, então, para não ficar procurando, respondo de novo. Pensar cientificamente é não projetar no universo exterior à mente (o que inclui o cérebro, é claro) a própria mente, ou seja, propriedades de natureza mental (sejam reais ou ilusórias) tais quais: inclinações, desejos, inteligência, burrice, *livre arbítrio*, cognição, pensamentos... Respondido?
Talvez eu tenha lhe poupado trabalho, não Vader?

Offline Cientista

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Re: Deus existe?
« Resposta #848 Online: 05 de Maio de 2010, 01:22:52 »
Ainda não consigo enteder o que seja cientista para você. Quer dizer que uma pessoa que é ateu, acredita na ciência, mas não necessariamente a entende, e nunca produziu conhecimento na forma de pesquisas é um cientista e, por outro lado, um pesquisador com um extenso currículo de produção científica, respeitado na comunidade científica, com trabalhos importantes na sua área de atuação, mas que é religioso, não é um cientista??? Muito confuso.
É só voltar lá na página 31 e ler, *direitinho*.Tenho "féééé" que você vai entender se parar de tentar aplicar golpe baixo (consciente ou inconscientemente).

E cientistas não "acreditam", Derfel. Para cientistas, acreditar é só um verbo intransitivo que não serve para nada.

Offline Cientista

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Re: Deus existe?
« Resposta #849 Online: 05 de Maio de 2010, 02:14:49 »
Falácia “Nenhum Escocês de Verdade…”

Suponha que eu afirme “Nenhum escocês coloca açúcar em seu mingau”. Você contra-argumenta dizendo que seu amigo Angus gosta de açúcar no mingau. Então eu digo “Ah, sim, mas nenhum escocês de verdade coloca”.

Esse é o exemplo de uma mudança Ad Hoc sendo feita para defender uma afirmação, combinada com uma tentativa de mudar o significado original das palavras; essa pode ser chamada uma combinação de falácias.

http://ceticismo.net/ceticismo/logica-falacias/#falacia-nenhum-escoces-de-verdade

Sua definição de cientista pode ser vista como uma falácia do escocês.
Olha a enciclopédia aí de novo!
Eu sabia que não valia perder tempo tentando procurar por essa besteira incomensurável. E me lembrei que já tinha ouvido essa bobagem antes. Eu tenho esse defeito: costumo me esquecer fácil de coisas inúteis.

Será que a água ferverá sempre a 100º? Eu já a fervi 10000 vezes mas será que vai ser sempre assim? Oh meu deus! Eu preciso muuuuito descobrir isso antes de morrer. Isso é importante demais pra mim.
Será que todos os patos são brancos? Não poderia haver um pato roxo em Andrômeda? Como eu posso ter certeza de que todas as baratas adultas são escuras? Eu não vi todas elas. Eu teeeeenho que descobrir uma maneira de saber isso! Será que todos os americanos são americanos mesmo? Será que todos os escoceses são escoceses de verdade? Oh! dúvida cruel!

Hume era só um pobre ignorante que dispunha, apenas, de água na chaleira. Mas qual seria a desculpa do Popper pra tanta besteira?

Não precisamos saber se a água ferve sempre à mesma temperatura por coincidência porque sabemos muito mais que isso. Sabemos como e porque ela ferve.

Não precisamos saber o que pensam todos os cientistas do mundo porque sabemos como um cientista pensa. Vocês estão tratando os cientistas como a água de Hume.

Ah! Voltaire. Tu tinhas razão quando dizias: "os filósofos são como dançarinos de minuete; partem de um ponto magestosos; volteiam graciosamente; mas sempre voltam ao ponto de onde partiram." E alguns chegam a chamar-te filósofo, Voltaire. Tu que foste um dos dois maiores divulgadores da ciência de Newton para este mundo de m.... Mas tu deste ao mundo também o que ele merece. O teu sábio sarcasmo. Desesperarias-te se vivesses em meu tempo.

 

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