Eu não "quero colocar adjetivos", acabei colocando apenas por clareza/embalo, ainda que talvez nem seja mesmo produtivo.
E não tem nada de "paradigma utópico de perfeição". Nem é distanciado da realidade; quase todo mundo faz essa condenação sem nenhum bug no raciocínio quando se troca o ítem comprado da gangue violenta por outro ítem qualquer. Exceto aqueles que consideram isso também aceitável, por motivos que não são inferiores ao que se usa para justificar a compra da maconha da mesma gangue. O fato do cara comprar maconha e não um rádio ou um carro, não faz com que o dinheiro investido vá ser melhor empregado pela gangue, apenas em atividades não violentas. Isso não muda em nada também pela maconha só ser encontrada dessa forma (que nem é bem o caso), da mesma forma que não muda em nada se fosse um rádio holandês que ninguém mais importa.
Toda nossa "presunção", é apenas que não fazemos coisas tão graves quanto comprar coisas de gangues. Comemos carne, andamos de carro, mas não consideramos que essas coisas sejam equiparáveis a comprar coisas de gangue, "mesmo se" fosse comprar maconha e não um rádio (que não faz diferença alguma).
O que não é nada forçado. Forçado é imaginar, que, de alguma forma, todo mundo vai ser sempre igualmente inocente/insignificantemente culpado sobre um monte de coisas graves que acontecem, ou ao menos, desde que só comprem drogas de gangues, e não rádios, peças de carro ou moto, etc. E que não podem fazer nada, só continuar fazendo tudo como fazem, pois um cara que não compra maconha de uma gangue, de alguma forma faz algo tão prejudicial quanto, mantendo o balanço cármico do universo. Nem adianta querer corrigir as coisas que possa fazer de prejudicial, não faz diferença, e não tem por que se sentir mal com nada que porventura causem. Basta lembrar de recusar algum rádio que a gangue eventualmente desse como brinde, claro, pois aí sim, passa dos limites.