Autor Tópico: Tráfico: 5 ministros do STF são a favor de pena alternativa  (Lida 26305 vezes)

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Offline Donatello

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Re: Tráfico: 5 ministros do STF são a favor de pena alternativa
« Resposta #225 Online: 27 de Novembro de 2010, 14:48:28 »
Não falo q o usuario que compra de carteis não participa do esquema, digo que isso não justifica a violencia e caos. Isso é óbvio. Se houvesse esse nexo causal, o mundo inteiro seria igual ao Rio neste quesito.

Se houver algum lugar do mundo em que compra de drogas em mesmo não sendo legal não estiver associada ao financiamento de grupos armados que praticam outros delitos então realmente este problema moral não existe. Mas no Rio sobretudo e no Brasil inteiro esta conexão é real, é factual assim como também o é a sua comparação com quem frequenta escolas de samba, joga no bicho, contrata netgato das mãos da milícia, ou assiste escola de samba pela televisão (eu não faço nenhuma destas coisas e admito que são todas imorais com a única diferença é que no caso do ver o desfile há uma distância maior, não física, no sentido de ser mais indireta a relação, de extrapolar mais, e você mesmo parece tê-lo mencionado ao dizer que vê gradações). Em relação aos outros casos: jogar no bicho ou contratar netgato ou comprar fantasia para desfilar na Unidos e depois mostrar orgulhosa a foto que tirou com a Mulher do Patrão a putaria é a mesma. Ontem mesmo eu citei o desfilar em "escolas de samba" como exemplo a um colega de trabalho que insistia na posição de que a culpa da criminalidade é só dos políticos (ele desfila em duas).

A comparação com comprar carros e papel chamequinho é forçada: a justificativa da necessidade de se usar papel (mesmo que de forma cada vez mais controlada), da falta de opções de opções admitíveis, e até o questionamento sobre a realidade ou não do impacto ambiental do uso de papel são aceitáveis.

A justificativa da necessidade de ficar doidão, a alegação de que não há outras opções e a fuga do fato esbofeteante que os fuzís e pistolas que matam mais de 5000 por ano no Rio foram comprados com o dinheiro de cada escroque que não pode se contentar em bebericar umas cervejas enquanto a maconha não é legalizada não é aceitável e nem se torna menos escrota pelo fato de que tem gente que compra fantasias das mãos da mulher do Celsinho ou que dá todo dia 10 merreis para a famiglia "Abraão David".


Offline Buckaroo Banzai

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Re: Tráfico: 5 ministros do STF são a favor de pena alternativa
« Resposta #226 Online: 27 de Novembro de 2010, 16:06:29 »
Buckaroo,

Não tenho a menor idéia do que significa “boas intenções” pra você e nem onde isso se encaixa no que eu disse. “Boas intenções” são coisas que um indivíduo faz e que ele, e somente ele, julga boa!  Mas isso não é suficientemente objetivo pra analisar qualquer coisa que se queira. Entretanto, já que você insistiu nisso, onde está a objetividade disso  e como podemos considerar as “boas intenções” de alguém pra analisar o que quer seja?

Não considero fácil ou mesmo muito útil procurar delinear objetivamente "boas intenções".

O que enxerguei como tal no que você disse foi, "quando pagamos por alguma coisa, pagamos por aquilo que queremos. O infeliz quer a droga, somente. A violência pode, e somente pode, vir a ser um efeito indireto da estrutura desse mercado e da sua repressão."

Ou seja, a lógica de que, porque eu quero X, se alguém me oferece esse X, pelo fato de eu simplesmente querer X, não tenho a menor responsabilidade ou culpa por Y e Z que o meu fornecedor faça para me prover X, mesmo que eu esteja perfeitamente ciente disso, não seja nenhum ingênuo.

Simplesmente não acho que cola. Parece que é só trocar o X de "droga" para algo como "prostituta", "aparelho de som", "carro", e o Y e Z poderem abranger desde "a mesma" violência usada pelo tráficou ou adicionar-se coisas como "escravidão", que de repente a lógica não vale mais.


Porque você não entende bulhufas do que está falando. Se você troca X por um carro verá que é um efeito danoso, mas aí um carro pode, e não se sabe porquê.

Não, não considero que possa se trocar o "X" por "carro" em "eu quero X, se alguém me oferece esse X, pelo fato de eu simplesmente querer X, não tenho a menor responsabilidade ou culpa por Y e Z que o meu fornecedor faça para me prover X.

Especialmente se usarmos uma analogia próxima, que seria de carros forncecidos por gangues violentas.iç


Não existe nenhuma proibição de se andar de carro, existe um mercado legal. Quem quer comprar alcool compra de um bar, quem quer comprar maconha compra de traficatne.

E desses, o único que faz algo seriamente reprovável é o que compra de gangues violentas.



Por obvio. E como ja foi dito n vezes, não é similar o ato de se comprar maconha e o de se comprar um radio roubado, salvo que o dinheiro vai para a mãonde bandidos.

E é isso que importa. Que o cara vai desfrutar do objeto fornecido pela gangue o fumando e não o ouvindo, é completamente irrelevante.



Tao similar quanto fumar maconha é igaul a assassinato, tosquices como do diego.

Ambos são comprar algo de uma gangue, "comparações" muito próximas, tão próximas que mal chegam a ser "comparações", uma vez que o cerne é o fato de comprar algo trivial de uma gangue, e não o que se compra dela. Bem, quero dizer, nesse caso ao menos.

A comparação entre comprar rádio e comprar maconha, ambos de uma gangue, está a anos luz de distância de ser como comparar fumar maconha com cometer assassinato -- se é que alguém realmente fez essa comparação. Não li tudo, e não lembro de tudo que li, mas imagino que não, assim como não devem ter também declarado amor incondicional e defendido uma obediência cega ao estado.




Nem mesmo o impacto ambiental de um carro obtido legalmente e sem envolvimento de criminosos e de N hipotéticas situações condenáveis (escravidão, semi-escravidão, etc) é algo a ser totalmente desconsiderado, mas não é algo equiparável a se financiar gangues violentas.  

Porque como eu já disse e parece que você me copiou abaixo, você acha que tem a moral absoluta e entende a degradação do que é ruim, etc..

Não se está financiando, está se consumindo drogas, da mesma maneira que quando eu compra um nike eu não estou ajudando a escravidão, eu estou comprando um tenis.
Se você não quer aceitar, é simplesmente porque seu argumento é baseado em uma escala de moral sua que é aceito por algumas pessoas e outras não, mas não tem nada de lógica.

Como eu disse, repetidas vezes, aceito que várias coisas que fazemos tem resultados menos do que ideais, podendo ser desde tão ou mais graves quanto aqueles de se comprar maconha ou outras coisas de gangues, até coisas bem mais leves. Essas coisas que fazemos devem ser julgadas individualmente, por suas próprias conseqüências, pela necessidade ou superficialidade do que se faz, e não se escolher uma coisa cujas conseqüências se julge insignificantes e nivelar por ela, como se fosse análoga a qualquer coisa arbitrária.

Sim, concordamos. Individualmente, pelas consequencias,  e pela superficialidade ou não do ato.E AQUI NÃO SERÁ VOCÊ que irá julgao o que é relevante. Aceitamos que o que fazemos é menos do que ideal, todos nós aceitamos, a minha diferença é que eu não julgo que meus atos que são indiretamente danosos sejam melhores que os atos indiretos de quem fuma um baseado. O problema de vocês é que coincidentemente julgam que o ato indireto feito pelos nossos hábitos e justificavel mesmo não conseguindo diferenciar em termos abstratos as diferenças. Entao sua justificatva é, eu sei mas o meu é ok e o deles não, mesmo aceitando todas as suas premissas.

O fato de julgarmos que nossas ações típicas (ou mesmo pela vida inteira) não são tão graves quanto comprar maconha de uma gangue é que, provavelmente, a maioria de nós não comprou outras coisas de gangues, e para a maioria ou talvez a totalidade das coisas diversas que tipicamente fazemos, as eventuais/hipotéticas consegüências ruins não são tão claramente diretas, nem tão graves quanto comprar algo de uma gangue violenta. Não é esse juizo "doido", arbitrário, sem qualquer embasamento, que você tenta sugerir que seja, é uma avaliação bastante razoável das coisas.

As pessoas realmente podem estar deixando de conseguir enxergar um monte de outras coisas que façam e talvez produzam resultados também muito graves, como comprar nike, como exemplo hipotético. Isso não faz com que "valha tudo", que quaisquer consqüências sejam aceitáveis em qualquer caso, ou que valha só alguma coisa que se escolha arbitrariamente (no caso, drogas), por se achar razoável o consumo ou a compra desse bem.

E novamente, se comprar nike envolve conseqüências terríveis, em momento algum isso deixa de ser algo realmente condenável por que é desconhecido ou as pessoas fingem que não vêem, ou não se importam. O que se tem é simplesmente uma situação onde uma larga parte da população aceita algo errado, assim como há populações onde barbaridades mais diretas são aceitas -- e a comparação aqui não é entre comprar tênis e apedrejar mulheres ou escravidão, mas entre as barbaridades aceitas (ou racionalizadas, ignoradas), direta (no caso dos apedrejamentos e escravidão) ou indiretamente (no caso de comprar algo que seja produto de escravidão).

    

Cuspir chiclete no chão é uma coisa, e empresas jogarem lixo tóxico no meio ambiente é outra, pessoas jogarem entulho em terrenos baldios, outra ainda. Cada uma tem sua gravidade e "condenabilidade", não dá para se justificar a segunda ou a terceira pela primeira ser comparativamente inócua. E a primeira, para começar, não deixa de ser algo reprovável o tempo todo, apenas porque é a menos grave delas.

por obvio.

Eu não sei onde "comprar nike" seria plotado nessa escala de como as coisas são necessárias e reprováveis (ou não), mas não é simplesmente o fato de ser popularmente aceito comprar Nike que irá realmente justificar essa compra, quaisquer que sejam os meios empregados na sua produção. Da mesma forma que escravidão e apedrejamento de adúlteras até a morte não são coisas que consideramos aceitáveis apenas por serem popularmente aceitas em algumas regiões (ainda que seja o coerente a se fazer, se for realmente insistir em se posicionar contra uma moral absoluta).

Aqui mora a questao. Realmente isso não é determinante. Se fosse me dar a comparaçōes exdrúxulas como a sua, falaria que não é porqueba escravidào foi socialmente aceita, legal e defendida pelo estado que eu deveria concordar com ela.
Eu coloco, como já mostrei n vezes, as coisas em termos abstratos e diferente de voces nào julgo meus hábitos danosos melhores donque o dosmoutros a priori e saio cagando regras. Para mim, vocês são hipócritas, eu não consigo, por mais que me esforce, em ver de outro jeito. Não sou usuário de drogas, aqueço o meio ambiente, ajudo a escravidão na china, etc.. E convivo com isso como simples decorrencia da sociedadenemnque vivemos. Onque nao significa que nao devemos atuar para melhorar as coisas.

Se não devemos deixar de atuar para melhorar as coisas, então isso começa por avaliar as coisas que fazemos, suas conseqüências, suas alternativas, e agir de acordo.

Não dá para se ter uma base para agir para melhorar as coisas traçando uma linha entre o certo e o errado com comprar maconha de uma gangue no limite, e comprar qualquer outra coisa que não seja uma droga ilícita da mesma gangue do outro lado, colocando tudo que é legal e/ou aceito (e que não necessariamente deveria ser) de um lado, e tudo que não é, do outro. A única coisa que isso nos permite dizer que precisa mudar/melhorar é a ilegalidade da maconha. Depois disso, está tudo "certo", já classificado como aceitável ou inaceitável.

Essa é possivelmente uma das razões pelas, como você diz, não consegue ver de outra forma. Se não coloca as coisas independentemente na balança, não avalia a necessidade e graus de gravidade da conseqüência de cada ato, mas agrupa generalizadamente diferentes necessidades e conseqüências como se fossem todas iguais, bem, isso é, por definição, não conseguir ver a diferença entre a gravidade das conseqüências de cada ação.

Por outro lado, isso talvez seja mais o problema para coisas do tipo "nike" do que a maconha, uma vez que você aceita que é errado comprar outro ítem da mesma gangue violenta que forneceria a maconha.

Isso sugere que talvez o problema principal seja não estar enxergando qual é (ou deveria ser) a verdadeira razão pela qual rejeita que se compre outras coisas de bandidos. Se você considera comprar um rádio de uma gangue violenta é inaceitável, comprar dela qualquer outro ítem, maconha incluso, não deveria ser diferente. O que faz o primeiro ato inaceitável não é "ter uma alternativa legal, ainda que mais cara, inferior", mas sim o fato de ser fornecido por uma gangue violenta, e isso se mantém para ambos os casos. A indisponibilidade de ítem não atenua isso, que é o cerne da questão, não a indisponibilidade ou suas causas.






E mesmo seguindo seu raciocinio, maconha ja faz partebda cultura ha tanto tempo...

Eu não disse em momento algum que isso é o determinante, mas justamente que não é, que não deve ser!




A questão é que eu não considero que as ações de alguém em uma sociedade vão ser inócuas, de maneira alguma, e quem quer defender a perfeição de ações acabam caindo em uma hipocrisia sem fim e não consegue perceber isso.

Não há hipocrisia, há apenas uma percepção de gradações de dano que se causa e de grau de necessidade daquilo. Não dá para comparar financiar o tráfico com cuspir chiclete no chão, mas é nisso que você insiste; não só isso, mas não vale o tu quoque, "ah, muita gente cospe chiclete no chão, isso causa N danos à sociedade, então é hipocrisia reclamar de alguém financiar o tráfico", e também cuspir chiclete no chão já não é algo que deva ser exatamente "aceito". Outras coisas, como o sistema de transportes que existe hoje em dia e os problemas que causa, são mais complicadas do que simplesmente "não cuspa chiclete no chão", e "não compre coisas de gangues".

sem comentários, você sabe que isso não tem sentido.

Sem comentários quanto a não ter comentários.

Deveria ter. Muito pelomcontrarioneu entendo a gradação, e por issonque acho justo o consumo, porque abstratamente é similar a diversos outros habitos. Voce entende a gradacao desde que voce concorde com o ato, e não por uma análise racional.

Sinto muito, mas não, e você está descrevendo o seu problema em avaliar a situação.

Você entende a gradação, desde que não estejamos falando de comprar drogas ilícitas. Se for um rádio, da mesma gangue violenta, não vale mais -- mesmo que as conseqüências sejam as mesmas, não tenham mudado nada em grau nas "duas" situações, apenas pelo ítem que a gangue está fornecendo. Isso não é uma análise racional.

Essa abstração que faz a compra da maconha ser similar a diversos outros hábitos é justamente o que anula essa gradação. Faz das conseqüências coisas tão abstratas que não há mais nenhuma apreciação dos diferentes graus de gravidade. Financiar uma gangue assassina e emitir CO2 enquanto se anda de carro, se tornam coisas igualmente graves, ou melhor, igualmente "inócuas", desprezíveis, abstraídas apenas como reles "conseqüências indesejáveis" genéricas, juntas numa massa indistinta com quaisquer outras trivialidades que se imaginar, como o ruído incômodo de um aspirador de pó. Se for um rádio, e não maconha, a coisa muda completamente de figura, claro, e agora, as mesmas conseqüências, que eram desprezíveis se o ítem comprado fosse maconha, se tornam algo grave e injustificável.
 





A pessoa tem que balancear o que lhe parece adequado fazer frente as opções que tem e frente ao impacto que isso causa. Se você acha melhor andar de carro e agir indiretamente para o aquecimento global você não seria melhor que um bicho grilo que não come carne nem anda de carro e fuma sua maconha e impacta indiretamente na violência. Ponto.

Numa visão totalmente relativista, sim. Também não valeria mais do que um bandido que acha que matar é o que tem que fazer para poder viver sob o sistema e etc.

Em uma visão lógica sim. Em uma visão de um neurótico que tem certeza que o que ele acha de errado é o mal absoluto mas insiste em não dar razão alguma além de comparações com escrotas com escravidão, etc..,aí não.


Não é simplesmente "lógica", é relativismo. E "escravidão", qualquer que seja o motivo de ser uma comparação "escrota", não foi a única comparação. Comparações muito mais próximas já foram feitas, repetidas vezes. Quaisquer coisas fornecidas por gangues violentas. Desde ioiôs até carros. Com condições que, para a pessoa (afinal, nós não podemos julgar o que é importante para elas -- se isso não valer só para drogas ilícitas versus lícitas, que é o que parece), sejam análogas aos problemas de se conseguir as específicas drogas que quer, de maneira legal.

Vc que aplica o relativismo. Relativisa habitos que considera justos e desce pau no dosmoutros mesmonque fundamentalmente iguaisnaos seus. Eu uso algum critério.

O resto é bla bla bla.

Apenas ter "conseqüências indesejáveis", não faz de todas coisas "fundamentalmente iguais", como você bem aceita se o ítem comprado da gangue violenta for um rádio ou um carro. E não é a disponibilidade do ítem no mercado ou suas condições que fazem das coisas fundamentalmente diferentes também.

O resto é groselha.

Offline Diegojaf

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Re: Tráfico: 5 ministros do STF são a favor de pena alternativa
« Resposta #227 Online: 27 de Novembro de 2010, 16:14:28 »
Buckaroo,

Não tenho a menor idéia do que significa “boas intenções” pra você e nem onde isso se encaixa no que eu disse. “Boas intenções” são coisas que um indivíduo faz e que ele, e somente ele, julga boa!  Mas isso não é suficientemente objetivo pra analisar qualquer coisa que se queira. Entretanto, já que você insistiu nisso, onde está a objetividade disso  e como podemos considerar as “boas intenções” de alguém pra analisar o que quer seja?

Não considero fácil ou mesmo muito útil procurar delinear objetivamente "boas intenções".

O que enxerguei como tal no que você disse foi, "quando pagamos por alguma coisa, pagamos por aquilo que queremos. O infeliz quer a droga, somente. A violência pode, e somente pode, vir a ser um efeito indireto da estrutura desse mercado e da sua repressão."

Ou seja, a lógica de que, porque eu quero X, se alguém me oferece esse X, pelo fato de eu simplesmente querer X, não tenho a menor responsabilidade ou culpa por Y e Z que o meu fornecedor faça para me prover X, mesmo que eu esteja perfeitamente ciente disso, não seja nenhum ingênuo.

Simplesmente não acho que cola. Parece que é só trocar o X de "droga" para algo como "prostituta", "aparelho de som", "carro", e o Y e Z poderem abranger desde "a mesma" violência usada pelo tráficou ou adicionar-se coisas como "escravidão", que de repente a lógica não vale mais.


Porque você não entende bulhufas do que está falando. Se você troca X por um carro verá que é um efeito danoso, mas aí um carro pode, e não se sabe porquê.

Não, não considero que possa se trocar o "X" por "carro" em "eu quero X, se alguém me oferece esse X, pelo fato de eu simplesmente querer X, não tenho a menor responsabilidade ou culpa por Y e Z que o meu fornecedor faça para me prover X.

Especialmente se usarmos uma analogia próxima, que seria de carros forncecidos por gangues violentas.iç


Não existe nenhuma proibição de se andar de carro, existe um mercado legal. Quem quer comprar alcool compra de um bar, quem quer comprar maconha compra de traficatne.

E desses, o único que faz algo seriamente reprovável é o que compra de gangues violentas.



Por obvio. E como ja foi dito n vezes, não é similar o ato de se comprar maconha e o de se comprar um radio roubado, salvo que o dinheiro vai para a mãonde bandidos.

Tao similar quanto fumar maconha é igaul a assassinato, tosquices como do diego.

Onde eu disse que fumar maconha é igual a assassinato? Porque até onde me lembro, quem faz essas analogias toscas de dirigir/comer carne é assassinato, é você.
"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." - Rui Barbosa

http://umzumbipordia.blogspot.com - Porque a natureza te odeia e a epidemia zumbi é só a cereja no topo do delicioso sundae de horror que é a vida.

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Tráfico: 5 ministros do STF são a favor de pena alternativa
« Resposta #228 Online: 27 de Novembro de 2010, 16:22:44 »
A propaganda do tráfico é assim:

"Compre seu baseadinho aqui e ajude-nos a matar mais um cidadão inocente"

Dessa forma eles conseguem aliciar os clientes que tem esse instinto assassino e não tem coragem de matar por conta própria. É muito mais fácil financiar essa atividade homicida e manter o seu real interesse de consumo que é o de eliminar pessoas. Fica muito mais fácil disfarçar essa maldade toda dizendo que só quer ficar doidão  ::)


Lei de Poe aqui. Se for paródia, parabéns, muito boa.

Se for sério, você realmente acredita nisso que disse? Que o ponto de quem condena isso é achar que quem consome a droga tem uma "sanha assassina", mas não tem coragem de matar eles mesmos?

Offline Donatello

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Re: Tráfico: 5 ministros do STF são a favor de pena alternativa
« Resposta #229 Online: 27 de Novembro de 2010, 16:24:08 »
A propaganda do tráfico é assim:

"Compre seu baseadinho aqui e ajude-nos a matar mais um cidadão inocente"

Dessa forma eles conseguem aliciar os clientes que tem esse instinto assassino e não tem coragem de matar por conta própria. É muito mais fácil financiar essa atividade homicida e manter o seu real interesse de consumo que é o de eliminar pessoas. Fica muito mais fácil disfarçar essa maldade toda dizendo que só quer ficar doidão  ::)


Lei de Poe aqui. Se for paródia, parabéns, muito boa.

Se for sério, você realmente acredita nisso que disse? Que o ponto de quem condena isso é achar que quem consome a droga tem uma "sanha assassina", mas não tem coragem de matar eles mesmos?
Fiquei com a mesma dúvida.

Offline Gaúcho

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Re: Tráfico: 5 ministros do STF são a favor de pena alternativa
« Resposta #230 Online: 27 de Novembro de 2010, 16:26:44 »
Olha, continuo dizendo que não adianta espernear nem tacar cáca no enfermeiro.

A relação de financiando da MESMA máfia continua existindo no caso q eu apontei ("financiando a mesma merda", para usar sua linguagem).

Realmente, ninguem sabe q mafiosos organizam o carnaval... Eu q sou sinistro e levantei essas informações! Por favor, né...?

Não falo q o usuario que compra de carteis não participa do esquema, digo que isso não justifica a violencia e caos. Isso é óbvio. Se houvesse esse nexo causal, o mundo inteiro seria igual ao Rio neste quesito.

Sua noção de quem usa uma droga é "imbecil" é bem interessante, apesar de ser refutada pelo mundo real.

Usuários dão a maior parte do dinheiro para que traficantes possam comprar armas/pessoas para cometerem seus crimes e você não vê relação?

Ta bom.
"— A democracia em uma sociedade livre exige que os governados saibam o que fazem os governantes, mesmo quando estes buscam agir protegidos pelas sombras." Sérgio Moro

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Tráfico: 5 ministros do STF são a favor de pena alternativa
« Resposta #231 Online: 27 de Novembro de 2010, 16:28:29 »
Onde eu disse que fumar maconha é igual a assassinato? Porque até onde me lembro, quem faz essas analogias toscas de dirigir/comer carne é assassinato, é você.

Na verdade há uma distinção sutil. A equiparação não é dirigir/comer carne e assassinato, mas assassinato (conseqüência indesejada de comprar drogas) e emitir gases de efeito estufa (conseqüência indesejada de dirigir ou comer carne), contribuindo com o aquecimento global. Não que seja muito menos tosco, não tanto pela disparidade da comparação, quanto por nivelar por baixo. "Vamos todos rumo ao aquecimento global, já que não tem nada demais andar de carro. E já que é assim, tudo bem fazer coisas que indiretamente causam mortes, dane-se então, vamos comprar maconha de gangues assassinas também".

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Tráfico: 5 ministros do STF são a favor de pena alternativa
« Resposta #232 Online: 27 de Novembro de 2010, 16:32:34 »
Citação de: Gaúcho link=topic=23514.200.html#msg565221 date=
Você se tornou um tipo de religioso quando:

Você compara assitir o carnaval pela televisão com comprar drogas ilícitas, de traficantes armados até os dentes, sabendo que o dinheiro que você usou, na compra do seu baseadinho, será usado para financiar ainda mais a violência gerada por esses traficantes. E tudo isso para tentar justificar o injustificável.

Parabéns, você é um religioso!

Não adianta espernear.

Transmissão pela tv faz muito dinheiro, e só o faz pq tem público (vou usar um pouco do truismo de vcs também).

Só que os organizadores são os chefes da mesma máfia, logo vc dá recursos para as ações criminosas do mesmo jeito.

E espero quando diz "dinheiro que você usou, na compra do seu baseadinho" seja só forma de se expressar, e não eu especificamente.

Eu realmente não conheço o caso.

Supondo ser como descreve. Você então acha que está tudo certo, que não tem nada demais as coisas continuarem assim, e as pessoas não deveriam boicotar esses eventos?

Offline Gaúcho

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Re: Tráfico: 5 ministros do STF são a favor de pena alternativa
« Resposta #233 Online: 27 de Novembro de 2010, 16:36:56 »
Pra mim também é a primeira vez que ouço falar que as pessoas que organizam o carnaval são mafiosas.

Sem contar que é uma informação muito vaga, já que o carnaval acontece pelo Brasil todo em quase todas as cidades...Haja organização desse pessoal...
"— A democracia em uma sociedade livre exige que os governados saibam o que fazem os governantes, mesmo quando estes buscam agir protegidos pelas sombras." Sérgio Moro

Offline Moro

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Re: Tráfico: 5 ministros do STF são a favor de pena alternativa
« Resposta #234 Online: 27 de Novembro de 2010, 16:43:36 »
Citação de: Gaúcho link=topic=23514.200.html#msg565221 date=
Você se tornou um tipo de religioso quando:

Você compara assitir o carnaval pela televisão com comprar drogas ilícitas, de traficantes armados até os dentes, sabendo que o dinheiro que você usou, na compra do seu baseadinho, será usado para financiar ainda mais a violência gerada por esses traficantes. E tudo isso para tentar justificar o injustificável.

Parabéns, você é um religioso!

Não adianta espernear.

Transmissão pela tv faz muito dinheiro, e só o faz pq tem público (vou usar um pouco do truismo de vcs também).

Só que os organizadores são os chefes da mesma máfia, logo vc dá recursos para as ações criminosas do mesmo jeito.

E espero quando diz "dinheiro que você usou, na compra do seu baseadinho" seja só forma de se expressar, e não eu especificamente.

Seu discurso não faz o menor sentido e falha miseravelmente em defender o usuário que compra de traficantes.

O que estamos falando, a incontáveis páginas, é que quando um usuário compra drogas de traficantes, ele esta financiando toda a violência resultante do tráfico e, consequentemente, é diretamente responsável por qualquer morte causada por essa violência.

Não interessa se quando alguém assiste o carnaval esse alguém esta financiando outra merda, ou se quando alguém compra um chiclete, este alguém esta financiando uma invasão alienígena. Nada disso importa, porque nada disso muda o fato de que quando o usuário compra sua droga do tráfico, esse usuário está financiando toda a violência e a merda resultante disso. E o que é pior, nesse caso, é que esse usuário, se não for um completo imbecil (na minha opinião usuário de drogas é sinônimo de imbecil, mas deixa pra lá...), tem a completa noção do que esta financiando para sustentar seu vício, diferente daquelas pessoas que assistem o carnaval pela TV ou compram um tênis de marca, que eu tenho certeza que 99% delas, se estiverem indiretamente financiando algo ilegal, não têm conhecimento disso.

Vocês podem continuar com esses discursos do tipo "Ahá! Veja bem, quem usa folhas de ofício do tipo A4 está financiando o desmatamento ilegal na Floresta das Fadas Azuis e, consequentemente, está contribuindo para a extinção desses belos seres!". Não interessa! Usuário continua financiando o tráfico. Usuário continua sendo responsável pela violência, com ou sem Fadas Azuis. Se não tem usuário, não tem tráfico. "Mimimimi, mas se fosse legalizado...mimimimi". Não interessa! Não é o que está sendo discutido aqui. O que está sendo dito é que, enquanto não é legalizado, enquanto não é liberado, comprar de traficantes é financiar e dar sinal verde para toda a violência oriunda do tráfico.

Conseguiram entender ou vamos precisar desenhar?

Aí concordo 100% Di. Já disse aqui que considero que comprar maconha é dar dinheiro ao tráfico, até porque isso é quase uma tautologia.

Mas o que concordo é.. então somos todos filhos da puta.
“If an ideology is peaceful, we will see its extremists and literalists as the most peaceful people on earth, that's called common sense.”

Faisal Saeed Al Mutar


"To claim that someone is not motivated by what they say is motivating them, means you know what motivates them better than they do."

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I'm not convinced that faith can move mountains, but I've seen what it can do to skyscrapers."  --William Gascoyne

Offline Adriano

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Re: Tráfico: 5 ministros do STF são a favor de pena alternativa
« Resposta #235 Online: 27 de Novembro de 2010, 16:44:28 »
A propaganda do tráfico é assim:

"Compre seu baseadinho aqui e ajude-nos a matar mais um cidadão inocente"

Dessa forma eles conseguem aliciar os clientes que tem esse instinto assassino e não tem coragem de matar por conta própria. É muito mais fácil financiar essa atividade homicida e manter o seu real interesse de consumo que é o de eliminar pessoas. Fica muito mais fácil disfarçar essa maldade toda dizendo que só quer ficar doidão  ::)


Lei de Poe aqui. Se for paródia, parabéns, muito boa.

Se for sério, você realmente acredita nisso que disse? Que o ponto de quem condena isso é achar que quem consome a droga tem uma "sanha assassina", mas não tem coragem de matar eles mesmos?
O problema é mais de conjectura. Ou se admite a grande verdade de que o consumo de drogas ilícitas é um fator crucial para a violência existente do crime organizado ou se é um imbecil quanto a esta revelação social tão disponível e ao alcance de qualquer pessoa do bem  ::)
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Re: Tráfico: 5 ministros do STF são a favor de pena alternativa
« Resposta #236 Online: 27 de Novembro de 2010, 16:45:59 »
Olha, continuo dizendo que não adianta espernear nem tacar cáca no enfermeiro.

A relação de financiando da MESMA máfia continua existindo no caso q eu apontei ("financiando a mesma merda", para usar sua linguagem).

Realmente, ninguem sabe q mafiosos organizam o carnaval... Eu q sou sinistro e levantei essas informações! Por favor, né...?

Não falo q o usuario que compra de carteis não participa do esquema, digo que isso não justifica a violencia e caos. Isso é óbvio. Se houvesse esse nexo causal, o mundo inteiro seria igual ao Rio neste quesito.

Sua noção de quem usa uma droga é "imbecil" é bem interessante, apesar de ser refutada pelo mundo real.

Por muito tempo, a máfia financiava o carnaval do Rio. Isso é fato. Castor de Andrade entre outros, eram os organizadores e financiadores. Seu ponto é válido sim, ao menos já foi, não sei como está hoje.
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Offline Donatello

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Re: Tráfico: 5 ministros do STF são a favor de pena alternativa
« Resposta #237 Online: 27 de Novembro de 2010, 16:49:53 »
Pra mim também é a primeira vez que ouço falar que as pessoas que organizam o carnaval são mafiosas.

Sem contar que é uma informação muito vaga, já que o carnaval acontece pelo Brasil todo em quase todas as cidades...Haja organização desse pessoal...
Bem, em relação ao carnaval do Rio esta realmente não é uma informação nova e é amplamente difundida: http://www.sidneyrezende.com/noticia/21615+anisio+abraao+david+e+preso+pela+policia+federal e http://pt.wikipedia.org/wiki/Castor_de_Andrade e http://aceveda.com.br/blog/?p=13708 e http://www.oreporter.com/detalhes.php?id=33176 e http://oglobo.globo.com/pais/mat/2009/11/09/bicheiros-pagaram-festa-para-presidentes-de-tres-914678341.asp e mais zilhões de notícias.

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Tráfico: 5 ministros do STF são a favor de pena alternativa
« Resposta #238 Online: 27 de Novembro de 2010, 16:49:57 »
Eu tenho dificuldade em entender a cabeça das pessoas. Parece que é tudo 8 ou 80.

Não acompanho nem futebol nem carnaval, mas isso me lembrou de algo que falaram em outro fórum, sobre uma máfia ou maracutaia envolvendo empresas e futebol. O contexto era que empresários são inerentemente seres daninhos, deveriam ser todos levados para a guilhotina, e o comunismo traria alegria para todos.

Aqui é mais ou menos o extremo oposto. Máfia existe, ganha dinheiro com carnaval, mas está tudo bem, esse é o país do carnaval.

O meio termo é algo tão obscuro assim? Existem empresas e empresas, ações e ações, conseqüências e conseqüências? Tem que ser ou tudo aceitável ou tudo inaceitável? (Ou tudo até o limite do carnaval ou da maconha, que seja)

Até entendo a posição da pessoa não ter um engajamento tremendo, pretensão de acabar com a coisa. Afinal, ninguém quer morrer. Mas as coisas que se está defendendo são bem mais passivas e seguras que isso. E não são um sacrifício enorme como ir combater o tráfico ou a máfia com os próprios punhos feito o Schwarzenegger em comando ou algo assim. É só não comprar maconha, não assistir carnaval, e falar sobre essas coisas, para que mais pessoas deixem de fazer o mesmo. E o que tentam sugerir é que o contrário é o certo. Não ligar para isso, e até repudiar quem tenha essa posição.

Não consigo entender.

Daqui a pouco farão pouco de quem diz, "não jogue lixo na rua, contribui com as enchentes", lembrando que, sei lá, empresa tal fez sei lá o que que contribui mais para as enchentes ou outro problema qualquer, então está tudo bem, e ninguém tem nada que falar para não jogar lixo na rua. É moralismo, moral absoluta ou relativização de ter comprado leite, pneus ou pão francês.

Offline Donatello

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Re: Tráfico: 5 ministros do STF são a favor de pena alternativa
« Resposta #239 Online: 27 de Novembro de 2010, 16:52:16 »
Citar
Aí concordo 100% Di. Já disse aqui que considero que comprar maconha é dar dinheiro ao tráfico, até porque isso é quase uma tautologia.

Mas o que concordo é.. então somos todos filhos da puta.[/b]

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Re: Tráfico: 5 ministros do STF são a favor de pena alternativa
« Resposta #240 Online: 27 de Novembro de 2010, 16:52:37 »

Onde eu disse que fumar maconha é igual a assassinato? Porque até onde me lembro, quem faz essas analogias toscas de dirigir/comer carne é assassinato, é você.


..

Não consigo entender qual a dificuldade do cara entender que tão fdp quanto o traficante é o cara que compra dele. Tão fdp quanto o ladrão de carros/remédios/eletros é o cara que compra dele.

..

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Re: Tráfico: 5 ministros do STF são a favor de pena alternativa
« Resposta #241 Online: 27 de Novembro de 2010, 16:54:07 »
Citar
http://Aí concordo 100% Di. Já disse aqui que considero que comprar maconha é dar dinheiro ao tráfico, até porque isso é quase uma tautologia.

Mas o que concordo é.. então somos todos filhos da puta.[/b]]Aí concordo 100% Di. Já disse aqui que considero que comprar maconha é dar dinheiro ao tráfico, até porque isso é quase uma tautologia.

Mas o que concordo é.. então somos todos filhos da puta.[/b]

Esqueceu do advérbio (ato falho?)

Ué.. acho que você não entendeu.. ele disse que não interessa que andar de carro é uma merda também, o que interessa é que financiar é ser filho da puta.

Tendo em vista ISSO, que ele reconhece que andar de carro também é filha da putisse, eu concordo com seu julgamento. Então, como ando de carro, somos todos filhos da puta.
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Re: Tráfico: 5 ministros do STF são a favor de pena alternativa
« Resposta #242 Online: 27 de Novembro de 2010, 16:56:13 »
Eu tenho dificuldade em entender a cabeça das pessoas. Parece que é tudo 8 ou 80.

Não acompanho nem futebol nem carnaval, mas isso me lembrou de algo que falaram em outro fórum, sobre uma máfia ou maracutaia envolvendo empresas e futebol. O contexto era que empresários são inerentemente seres daninhos, deveriam ser todos levados para a guilhotina, e o comunismo traria alegria para todos.

Aqui é mais ou menos o extremo oposto. Máfia existe, ganha dinheiro com carnaval, mas está tudo bem, esse é o país do carnaval.

O meio termo é algo tão obscuro assim? Existem empresas e empresas, ações e ações, conseqüências e conseqüências? Tem que ser ou tudo aceitável ou tudo inaceitável? (Ou tudo até o limite do carnaval ou da maconha, que seja)

Até entendo a posição da pessoa não ter um engajamento tremendo, pretensão de acabar com a coisa. Afinal, ninguém quer morrer. Mas as coisas que se está defendendo são bem mais passivas e seguras que isso. E não são um sacrifício enorme como ir combater o tráfico ou a máfia com os próprios punhos feito o Schwarzenegger em comando ou algo assim. É só não comprar maconha, não assistir carnaval, e falar sobre essas coisas, para que mais pessoas deixem de fazer o mesmo. E o que tentam sugerir é que o contrário é o certo. Não ligar para isso, e até repudiar quem tenha essa posição.

Não consigo entender.

Daqui a pouco farão pouco de quem diz, "não jogue lixo na rua, contribui com as enchentes", lembrando que, sei lá, empresa tal fez sei lá o que que contribui mais para as enchentes ou outro problema qualquer, então está tudo bem, e ninguém tem nada que falar para não jogar lixo na rua. É moralismo, moral absoluta ou relativização de ter comprado leite, pneus ou pão francês.

Para você que não há o meio termo Buck. Mesmo sendo atos similares se abstraidos, para você um é fdp e outro não, devido a ad hocs que fazem sentido para quem quer perseguir quem fuma o baseado.

O extremo seu é esse "Não importa quão danoso sejam todos os outros atos, milhões de exemplos, para qualquer um deles eu justifico, menos a droga"
e
Edit: E mais uma vez você quer definir o que é contingente e necessário para cada um. Para muitos americanos durante a recessão, tomar uma cerveja ou gim com seus amigos era algo que definia seu estilo de vida.

Não adianta você achar que tem a moral absoluta e saber absolutamente o conjunto de valores de cada um.
« Última modificação: 27 de Novembro de 2010, 17:02:40 por Agnóstico »
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Re: Tráfico: 5 ministros do STF são a favor de pena alternativa
« Resposta #243 Online: 27 de Novembro de 2010, 16:59:41 »
A propaganda do tráfico é assim:

"Compre seu baseadinho aqui e ajude-nos a matar mais um cidadão inocente"

Dessa forma eles conseguem aliciar os clientes que tem esse instinto assassino e não tem coragem de matar por conta própria. É muito mais fácil financiar essa atividade homicida e manter o seu real interesse de consumo que é o de eliminar pessoas. Fica muito mais fácil disfarçar essa maldade toda dizendo que só quer ficar doidão  ::)


Lei de Poe aqui. Se for paródia, parabéns, muito boa.

Se for sério, você realmente acredita nisso que disse? Que o ponto de quem condena isso é achar que quem consome a droga tem uma "sanha assassina", mas não tem coragem de matar eles mesmos?
O problema é mais de conjectura. Ou se admite a grande verdade de que o consumo de drogas ilícitas é um fator crucial para a violência existente do crime organizado ou se é um imbecil quanto a esta revelação social tão disponível e ao alcance de qualquer pessoa do bem  ::)

É um fator, não é O fator. Em todos os países europeus existe a droga, e nenhum tem uma violência próxima a do que temos aqui. Querer reduzir um tema complexo de desigualdade social, falta de presença do estado, blabla ao uso da droga é muito simplismo.
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Offline Gaúcho

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Re: Tráfico: 5 ministros do STF são a favor de pena alternativa
« Resposta #244 Online: 27 de Novembro de 2010, 17:02:33 »
Citar
http://Aí concordo 100% Di. Já disse aqui que considero que comprar maconha é dar dinheiro ao tráfico, até porque isso é quase uma tautologia.

Mas o que concordo é.. então somos todos filhos da puta.[/b]]Aí concordo 100% Di. Já disse aqui que considero que comprar maconha é dar dinheiro ao tráfico, até porque isso é quase uma tautologia.

Mas o que concordo é.. então somos todos filhos da puta.[/b]

Esqueceu do advérbio (ato falho?)

Ué.. acho que você não entendeu.. ele disse que não interessa que andar de carro é uma merda também, o que interessa é que financiar é ser filho da puta.

Tendo em vista ISSO, que ele reconhece que andar de carro também é filha da putisse, eu concordo com seu julgamento. Então, como ando de carro, somos todos filhos da puta.

Você sabe que quando você compara andar de carro com financiar traficantes, tentando justificar um ponto de vista, você parece um religioso, não sabe?
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Offline Adriano

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Re: Tráfico: 5 ministros do STF são a favor de pena alternativa
« Resposta #245 Online: 27 de Novembro de 2010, 17:07:09 »
O problema é mais de conjectura. Ou se admite a grande verdade de que o consumo de drogas ilícitas é um fator crucial para a violência existente do crime organizado ou se é um imbecil quanto a esta revelação social tão disponível e ao alcance de qualquer pessoa do bem  ::)

É um fator, não é O fator. Em todos os países europeus existe a droga, e nenhum tem uma violência próxima a do que temos aqui. Querer reduzir um tema complexo de desigualdade social, falta de presença do estado, blabla ao uso da droga é muito simplismo.
Realmente aprofundar nesse assunto é uma droga. Melhor ficar com essas explicações prontas e acabadas sobre algo tão complexo quanto a economia do crime e a respectiva atuação estatal.

Vamos voltar ao tópico do Rio de Janeiro e sonhar com a morte em massa de traficantes. Já temos a solução administrativa adequada e os direitos humanos são apenas um empecilho a esta implementação pacífica  ::)
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Offline Buckaroo Banzai

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Re: Tráfico: 5 ministros do STF são a favor de pena alternativa
« Resposta #246 Online: 27 de Novembro de 2010, 17:14:17 »
Eu tenho dificuldade em entender a cabeça das pessoas. Parece que é tudo 8 ou 80.

Não acompanho nem futebol nem carnaval, mas isso me lembrou de algo que falaram em outro fórum, sobre uma máfia ou maracutaia envolvendo empresas e futebol. O contexto era que empresários são inerentemente seres daninhos, deveriam ser todos levados para a guilhotina, e o comunismo traria alegria para todos.

Aqui é mais ou menos o extremo oposto. Máfia existe, ganha dinheiro com carnaval, mas está tudo bem, esse é o país do carnaval.

O meio termo é algo tão obscuro assim? Existem empresas e empresas, ações e ações, conseqüências e conseqüências? Tem que ser ou tudo aceitável ou tudo inaceitável? (Ou tudo até o limite do carnaval ou da maconha, que seja)

Até entendo a posição da pessoa não ter um engajamento tremendo, pretensão de acabar com a coisa. Afinal, ninguém quer morrer. Mas as coisas que se está defendendo são bem mais passivas e seguras que isso. E não são um sacrifício enorme como ir combater o tráfico ou a máfia com os próprios punhos feito o Schwarzenegger em comando ou algo assim. É só não comprar maconha, não assistir carnaval, e falar sobre essas coisas, para que mais pessoas deixem de fazer o mesmo. E o que tentam sugerir é que o contrário é o certo. Não ligar para isso, e até repudiar quem tenha essa posição.

Não consigo entender.

Daqui a pouco farão pouco de quem diz, "não jogue lixo na rua, contribui com as enchentes", lembrando que, sei lá, empresa tal fez sei lá o que que contribui mais para as enchentes ou outro problema qualquer, então está tudo bem, e ninguém tem nada que falar para não jogar lixo na rua. É moralismo, moral absoluta ou relativização de ter comprado leite, pneus ou pão francês.

Para você que não há o meio termo Buck. Mesmo sendo atos similares se abstraidos, para você um é fdp e outro não, devido a ad hocs que fazem sentido para quem quer perseguir quem fuma o baseado.

O rótulo "fdp" não é o caso, não tem a menor importância.

O problema é a ação. Comprar coisas de gangues violentas. Pipoca, cerveja, ou maconha.



Citar
O extremo seu é esse "Não importa quão danoso sejam todos os outros atos, milhões de exemplos, para qualquer um deles eu justifico, menos a droga"

Não, não é. Eu não dissse nada do tipo, repetidas vezes disse que há variadas gradações de coisas danosas, cada uma com seu respectivo grau de reprovação. Não é tudo dividido em igualmente "aceitável" como comprar maconha de uma gangue violenta ou igualmente reprovável como comprar um rádio da mesma gangue, divisão esta que carece de qualquer razão lógica. Todo aquele exaustivo papo de gradações e etc, de analisar cada ação e etc.



Citar
e
Edit: E mais uma vez você quer definir o que é contingente e necessário para cada um.

Assim como você não vê como problema em fazer quando o ítem comprado de uma gangue violenta não é uma droga ilícita.


Citar
Para muitos americanos durante a recessão, tomar uma cerveja ou gim com seus amigos era algo que definia seu estilo de vida.

O que não tem a menor importância, assim como não tem importância que para muita gente comprar um radinho mais barato ou mais bacana possa ser tão importante quanto poderia ser para eles beber uma cerveja ou gim.


Citar
Não adianta você achar que tem a moral absoluta e saber absolutamente o conjunto de valores de cada um.

Afinal, a tão retrógrada e suja moral absoluta só vale para condenar a compra de outros ítens, que não drogas ilícitas, da mesma gangue.

Offline Moro

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Re: Tráfico: 5 ministros do STF são a favor de pena alternativa
« Resposta #247 Online: 27 de Novembro de 2010, 17:34:59 »
Buckaroo,

Não tenho a menor idéia do que significa “boas intenções” pra você e nem onde isso se encaixa no que eu disse. “Boas intenções” são coisas que um indivíduo faz e que ele, e somente ele, julga boa!  Mas isso não é suficientemente objetivo pra analisar qualquer coisa que se queira. Entretanto, já que você insistiu nisso, onde está a objetividade disso  e como podemos considerar as “boas intenções” de alguém pra analisar o que quer seja?

Não considero fácil ou mesmo muito útil procurar delinear objetivamente "boas intenções".

O que enxerguei como tal no que você disse foi, "quando pagamos por alguma coisa, pagamos por aquilo que queremos. O infeliz quer a droga, somente. A violência pode, e somente pode, vir a ser um efeito indireto da estrutura desse mercado e da sua repressão."

Ou seja, a lógica de que, porque eu quero X, se alguém me oferece esse X, pelo fato de eu simplesmente querer X, não tenho a menor responsabilidade ou culpa por Y e Z que o meu fornecedor faça para me prover X, mesmo que eu esteja perfeitamente ciente disso, não seja nenhum ingênuo.

Simplesmente não acho que cola. Parece que é só trocar o X de "droga" para algo como "prostituta", "aparelho de som", "carro", e o Y e Z poderem abranger desde "a mesma" violência usada pelo tráficou ou adicionar-se coisas como "escravidão", que de repente a lógica não vale mais.


Porque você não entende bulhufas do que está falando. Se você troca X por um carro verá que é um efeito danoso, mas aí um carro pode, e não se sabe porquê.

Não, não considero que possa se trocar o "X" por "carro" em "eu quero X, se alguém me oferece esse X, pelo fato de eu simplesmente querer X, não tenho a menor responsabilidade ou culpa por Y e Z que o meu fornecedor faça para me prover X.

Especialmente se usarmos uma analogia próxima, que seria de carros forncecidos por gangues violentas.iç


Não existe nenhuma proibição de se andar de carro, existe um mercado legal. Quem quer comprar alcool compra de um bar, quem quer comprar maconha compra de traficatne.

E desses, o único que faz algo seriamente reprovável é o que compra de gangues violentas.



Por obvio. E como ja foi dito n vezes, não é similar o ato de se comprar maconha e o de se comprar um radio roubado, salvo que o dinheiro vai para a mãonde bandidos.

E é isso que importa. Que o cara vai desfrutar do objeto fornecido pela gangue o fumando e não o ouvindo, é completamente irrelevante.
...

Ambos são comprar algo de uma gangue, "comparações" muito próximas, tão próximas que mal chegam a ser "comparações", uma vez que o cerne é o fato de comprar algo trivial de uma gangue, e não o que se compra dela. Bem, quero dizer, nesse caso ao menos.

A comparação entre comprar rádio e comprar maconha, ambos de uma gangue, está a anos luz de distância de ser como comparar fumar maconha com cometer assassinato -- se é que alguém realmente fez essa comparação. Não li tudo, e não lembro de tudo que li, mas imagino que não, assim como não devem ter também declarado amor incondicional e defendido uma obediência cega ao estado.



Se o cara compra um produto ilegalmente onde pode comprar legalmente torna as coisas completamente distintas. O cara comprar um cigarro ilegal alimenta desnecessariamente o tráfico.




Nem mesmo o impacto ambiental de um carro obtido legalmente e sem envolvimento de criminosos e de N hipotéticas situações condenáveis (escravidão, semi-escravidão, etc) é algo a ser totalmente desconsiderado, mas não é algo equiparável a se financiar gangues violentas. 

Porque como eu já disse e parece que você me copiou abaixo, você acha que tem a moral absoluta e entende a degradação do que é ruim, etc..

Não se está financiando, está se consumindo drogas, da mesma maneira que quando eu compra um nike eu não estou ajudando a escravidão, eu estou comprando um tenis.
Se você não quer aceitar, é simplesmente porque seu argumento é baseado em uma escala de moral sua que é aceito por algumas pessoas e outras não, mas não tem nada de lógica.

Como eu disse, repetidas vezes, aceito que várias coisas que fazemos tem resultados menos do que ideais, podendo ser desde tão ou mais graves quanto aqueles de se comprar maconha ou outras coisas de gangues, até coisas bem mais leves. Essas coisas que fazemos devem ser julgadas individualmente, por suas próprias conseqüências, pela necessidade ou superficialidade do que se faz, e não se escolher uma coisa cujas conseqüências se julge insignificantes e nivelar por ela, como se fosse análoga a qualquer coisa arbitrária.

Sim, concordamos. Individualmente, pelas consequencias,  e pela superficialidade ou não do ato.E AQUI NÃO SERÁ VOCÊ que irá julgao o que é relevante. Aceitamos que o que fazemos é menos do que ideal, todos nós aceitamos, a minha diferença é que eu não julgo que meus atos que são indiretamente danosos sejam melhores que os atos indiretos de quem fuma um baseado. O problema de vocês é que coincidentemente julgam que o ato indireto feito pelos nossos hábitos e justificavel mesmo não conseguindo diferenciar em termos abstratos as diferenças. Entao sua justificatva é, eu sei mas o meu é ok e o deles não, mesmo aceitando todas as suas premissas.

O fato de julgarmos que nossas ações típicas (ou mesmo pela vida inteira) não são tão graves quanto comprar maconha de uma gangue é que, provavelmente, a maioria de nós não comprou outras coisas de gangues, e para a maioria ou talvez a totalidade das coisas diversas que tipicamente fazemos, as eventuais/hipotéticas consegüências ruins não são tão claramente diretas, nem tão graves quanto comprar algo de uma gangue violenta. Não é esse juizo "doido", arbitrário, sem qualquer embasamento, que você tenta sugerir que seja, é uma avaliação bastante razoável das coisas.

As pessoas realmente podem estar deixando de conseguir enxergar um monte de outras coisas que façam e talvez produzam resultados também muito graves, como comprar nike, como exemplo hipotético. Isso não faz com que "valha tudo", que quaisquer consqüências sejam aceitáveis em qualquer caso, ou que valha só alguma coisa que se escolha arbitrariamente (no caso, drogas), por se achar razoável o consumo ou a compra desse bem.

E novamente, se comprar nike envolve conseqüências terríveis, em momento algum isso deixa de ser algo realmente condenável por que é desconhecido ou as pessoas fingem que não vêem, ou não se importam. O que se tem é simplesmente uma situação onde uma larga parte da população aceita algo errado, assim como há populações onde barbaridades mais diretas são aceitas -- e a comparação aqui não é entre comprar tênis e apedrejar mulheres ou escravidão, mas entre as barbaridades aceitas (ou racionalizadas, ignoradas), direta (no caso dos apedrejamentos e escravidão) ou indiretamente (no caso de comprar algo que seja produto de escravidão).

São tão claramente diretas (ou indiretas como queira), algumas vezes menos violentas, outra vezes mais danosas.
   


Cuspir chiclete no chão é uma coisa, e empresas jogarem lixo tóxico no meio ambiente é outra, pessoas jogarem entulho em terrenos baldios, outra ainda. Cada uma tem sua gravidade e "condenabilidade", não dá para se justificar a segunda ou a terceira pela primeira ser comparativamente inócua. E a primeira, para começar, não deixa de ser algo reprovável o tempo todo, apenas porque é a menos grave delas.

por obvio.

Eu não sei onde "comprar nike" seria plotado nessa escala de como as coisas são necessárias e reprováveis (ou não), mas não é simplesmente o fato de ser popularmente aceito comprar Nike que irá realmente justificar essa compra, quaisquer que sejam os meios empregados na sua produção. Da mesma forma que escravidão e apedrejamento de adúlteras até a morte não são coisas que consideramos aceitáveis apenas por serem popularmente aceitas em algumas regiões (ainda que seja o coerente a se fazer, se for realmente insistir em se posicionar contra uma moral absoluta).

Aqui mora a questao. Realmente isso não é determinante. Se fosse me dar a comparaçōes exdrúxulas como a sua, falaria que não é porqueba escravidào foi socialmente aceita, legal e defendida pelo estado que eu deveria concordar com ela.
Eu coloco, como já mostrei n vezes, as coisas em termos abstratos e diferente de voces nào julgo meus hábitos danosos melhores donque o dosmoutros a priori e saio cagando regras. Para mim, vocês são hipócritas, eu não consigo, por mais que me esforce, em ver de outro jeito. Não sou usuário de drogas, aqueço o meio ambiente, ajudo a escravidão na china, etc.. E convivo com isso como simples decorrencia da sociedadenemnque vivemos. Onque nao significa que nao devemos atuar para melhorar as coisas.

Se não devemos deixar de atuar para melhorar as coisas, então isso começa por avaliar as coisas que fazemos, suas conseqüências, suas alternativas, e agir de acordo.

Não dá para se ter uma base para agir para melhorar as coisas traçando uma linha entre o certo e o errado com comprar maconha de uma gangue no limite, e comprar qualquer outra coisa que não seja uma droga ilícita da mesma gangue do outro lado, colocando tudo que é legal e/ou aceito (e que não necessariamente deveria ser) de um lado, e tudo que não é, do outro. A única coisa que isso nos permite dizer que precisa mudar/melhorar é a ilegalidade da maconha. Depois disso, está tudo "certo", já classificado como aceitável ou inaceitável.

Essa é possivelmente uma das razões pelas, como você diz, não consegue ver de outra forma. Se não coloca as coisas independentemente na balança, não avalia a necessidade e graus de gravidade da conseqüência de cada ato, mas agrupa generalizadamente diferentes necessidades e conseqüências como se fossem todas iguais, bem, isso é, por definição, não conseguir ver a diferença entre a gravidade das conseqüências de cada ação.

Devemos agir para melhorar as coisas, e devemos parar de fazer julgamentos apressados que não ajudam nada. E exatamente estou avaliando os graus de gravidade. O que talvez você não perceba é que para mim está claro que a violência no RJ (por exemplo) está longe, muito longe, de poder ser colocada na conta do tráfico.
Já disse N vezes que existe droga em todos os países desenvolvidos e a violência é uma fração ridícula da que vemos aqui.

E outra coisa que digo é que é EVIDENTE que não se deve proibir o alcool, porque será consumido e gerará disfunções. Se deve regularizar.
Preste atenção em uma coisa Buck de uma vez por todas e veja se ao menos me entende. Boa parte do seu raciocínio é sustentada pelo fato de fumar maconha seria tão contingente quanto tomar alcool, ou transar com uma prostituta, de modo que é óbvio que a pessoa deve se abster de fazer isso. Mas isso não é verdade Buck ao se analisar uma população. Para muitas dessas pessoas, comer uma puta é necessário, e isso que você não entende. Não use esse argumento cara, ele não é real. Você não pode definir isso... isso me parece tão evidente que até dói.

Muitas pessoas associam sua vida a coisa que para nós não faz sentido. Mas não adianta dizermos que não faz sentido apenas, é necessário entender porque faz sentido para os outros.

E faz sentido para MUITA gente ter um contato social com esse componente, ainda que eu ache de verdade uma MERDA que deixa as pessoas bobas. Minha opinião é IRRELEVANTE.

O único fato é: Para muita gente isso é importante. E para essas pessoas, o estado a está proibindo de algo que não faz sentido para ela, até porque o ato em sí é inócuo.

“If an ideology is peaceful, we will see its extremists and literalists as the most peaceful people on earth, that's called common sense.”

Faisal Saeed Al Mutar


"To claim that someone is not motivated by what they say is motivating them, means you know what motivates them better than they do."

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Offline Moro

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Re: Tráfico: 5 ministros do STF são a favor de pena alternativa
« Resposta #248 Online: 27 de Novembro de 2010, 17:43:28 »
Eu tenho dificuldade em entender a cabeça das pessoas. Parece que é tudo 8 ou 80.

Não acompanho nem futebol nem carnaval, mas isso me lembrou de algo que falaram em outro fórum, sobre uma máfia ou maracutaia envolvendo empresas e futebol. O contexto era que empresários são inerentemente seres daninhos, deveriam ser todos levados para a guilhotina, e o comunismo traria alegria para todos.

Aqui é mais ou menos o extremo oposto. Máfia existe, ganha dinheiro com carnaval, mas está tudo bem, esse é o país do carnaval.

O meio termo é algo tão obscuro assim? Existem empresas e empresas, ações e ações, conseqüências e conseqüências? Tem que ser ou tudo aceitável ou tudo inaceitável? (Ou tudo até o limite do carnaval ou da maconha, que seja)

Até entendo a posição da pessoa não ter um engajamento tremendo, pretensão de acabar com a coisa. Afinal, ninguém quer morrer. Mas as coisas que se está defendendo são bem mais passivas e seguras que isso. E não são um sacrifício enorme como ir combater o tráfico ou a máfia com os próprios punhos feito o Schwarzenegger em comando ou algo assim. É só não comprar maconha, não assistir carnaval, e falar sobre essas coisas, para que mais pessoas deixem de fazer o mesmo. E o que tentam sugerir é que o contrário é o certo. Não ligar para isso, e até repudiar quem tenha essa posição.

Não consigo entender.

Daqui a pouco farão pouco de quem diz, "não jogue lixo na rua, contribui com as enchentes", lembrando que, sei lá, empresa tal fez sei lá o que que contribui mais para as enchentes ou outro problema qualquer, então está tudo bem, e ninguém tem nada que falar para não jogar lixo na rua. É moralismo, moral absoluta ou relativização de ter comprado leite, pneus ou pão francês.

Para você que não há o meio termo Buck. Mesmo sendo atos similares se abstraidos, para você um é fdp e outro não, devido a ad hocs que fazem sentido para quem quer perseguir quem fuma o baseado.

O rótulo "fdp" não é o caso, não tem a menor importância.

O problema é a ação. Comprar coisas de gangues violentas. Pipoca, cerveja, ou maconha.


Não, o problema não é só esse. O problema é ter atos seus fazendo mal aos outros. E o problema é insistir que só os outros fazem mau, ou que só o mau dos outros é relevante.

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O extremo seu é esse "Não importa quão danoso sejam todos os outros atos, milhões de exemplos, para qualquer um deles eu justifico, menos a droga"

Não, não é. Eu não dissse nada do tipo, repetidas vezes disse que há variadas gradações de coisase  danosas, cada uma com seu respectivo grau de reprovação. Não é tudo dividido em igualmente "aceitável" como comprar maconha de uma gangue violenta ou igualmente reprovável como comprar um rádio da mesma gangue, divisão esta que carece de qualquer razão lógica. Todo aquele exaustivo papo de gradações e etc, de analisar cada ação e etc.

Não senhor. Quem vê gradações e consegue comparar sou eu. Você vê apenas 99% de atos que geramos como aceitáveis e absolutamente quem usa maconha como mau.



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e
Edit: E mais uma vez você quer definir o que é contingente e necessário para cada um.

Assim como você não vê como problema em fazer quando o ítem comprado de uma gangue violenta não é uma droga ilícita.

Não entendi. Eu vejo problema em comprar um rádio roubado. E SIM vejo problema em comprar droga de uma gangue. Só que nossa diferença é que vejo os trocentos outros problemas nossos, e nenhum justifica o outro, mas existem temas tão relevantes quanto ao da droga.

Citar
Para muitos americanos durante a recessão, tomar uma cerveja ou gim com seus amigos era algo que definia seu estilo de vida.

O que não tem a menor importância, assim como não tem importância que para muita gente comprar um radinho mais barato ou mais bacana possa ser tão importante quanto poderia ser para eles beber uma cerveja ou gim.

toda a importancia.
A comparação do rádio é apenas um espantalho seu.

Citar
Não adianta você achar que tem a moral absoluta e saber absolutamente o conjunto de valores de cada um.

Afinal, a tão retrógrada e suja moral absoluta só vale para condenar a compra de outros ítens, que não drogas ilícitas, da mesma gangue.

O problema Buck, não é a moral absoluta. Alias, eu estou tentando definir critérios.
O seu problema é a moral ad hoc e auto-proteção de qualquer ato danoso que você possa executar versus o massacre que você faz contra atos danosos alheios causados por hábitos que não tem.
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Offline Buckaroo Banzai

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Re: Tráfico: 5 ministros do STF são a favor de pena alternativa
« Resposta #249 Online: 27 de Novembro de 2010, 17:52:13 »

Se o cara compra um produto ilegalmente onde pode comprar legalmente torna as coisas completamente distintas.

Não. Os resultados são completamente indistintos. O que muda é só o que ele compra e a sua disponibilidade, o que não afeta em nada as conseqüências daquilo com o qual colabora.


O cara comprar um cigarro ilegal alimenta desnecessariamente o tráfico.

Seja ele de tabaco ou maconha.




Devemos agir para melhorar as coisas, e devemos parar de fazer julgamentos apressados que não ajudam nada. E exatamente estou avaliando os graus de gravidade. O que talvez você não perceba é que para mim está claro que a violência no RJ (por exemplo) está longe, muito longe, de poder ser colocada na conta do tráfico.
Já disse N vezes que existe droga em todos os países desenvolvidos e a violência é uma fração ridícula da que vemos aqui.

E com isso você conclui que a violência daqui não tem relação com o tráfico?



E outra coisa que digo é que é EVIDENTE que não se deve proibir o alcool, porque será consumido e gerará disfunções. Se deve regularizar.
Preste atenção em uma coisa Buck de uma vez por todas e veja se ao menos me entende. Boa parte do seu raciocínio é sustentada pelo fato de fumar maconha seria tão contingente quanto tomar alcool, ou transar com uma prostituta, de modo que é óbvio que a pessoa deve se abster de fazer isso. Mas isso não é verdade Buck ao se analisar uma população. Para muitas dessas pessoas, comer uma puta é necessário, e isso que você não entende. Não use esse argumento cara, ele não é real. Você não pode definir isso... isso me parece tão evidente que até dói.

Para mim o evidente é que são sim, coisas das quais as pessoas poderiam abdicar, sem ser nenhum sacrifício homérico. Claro que é mais fácil racionalizar o erro, dizer, "ah, é o sistema", e assim justificar. Mas não tem nada nessa justificação que não poderia se aplicar a qualquer outra coisa. Desde jogar lixo na rua até comprar equipamentos roubados. E são coisas que as pessoas "vão continuar fazendo", sim, "não é a realidade", achar que, porque eu considero errado, todos vão de repente parar, por mágica. Nunca tive essa pretensão. Apenas vou continuar dizendo que são coisas erradas, que as pessoas não deveriam fazer, que trazem conseqüências peloas quais elas são responsáveis. É o que eu posso fazer, nesses casos, além de não participar disso eu mesmo. É uma coisa meio como aquela do pardal cuspindo água no incêndio da floresta, mas simplesmente me parece o mais certo a fazer do que o oposto, dizer, "ah, tanto faz. Quer fumar, fume, nem se importe com o que a gangue que ajuda a financiar faz. Quer jogar lixo na rua, jogue, não pega nada, não será o seu lixo específico que causará uma enchente. Quer comprar um carro ou som de uma gangue? Compre, você não faz nada de errado, não apontou uma arma para ninguém". Ao mesmo tempo, não é tão "fantasioso" como a metáfora do pardal e o incêndio, uma vez que há de fato, coisas como populações umas mais educadas que outras, e mais ou menos tolerantes com o crime, bem como uma vasta maioria de pessoas que não fumam maconha. E é assim, por causa das pessoas tendo essas opiniões e a defendendo, que essas coisas existem.
 

Muitas pessoas associam sua vida a coisa que para nós não faz sentido. Mas não adianta dizermos que não faz sentido apenas, é necessário entender porque faz sentido para os outros.

E faz sentido para MUITA gente ter um contato social com esse componente, ainda que eu ache de verdade uma MERDA que deixa as pessoas bobas. Minha opinião é IRRELEVANTE.

O único fato é: Para muita gente isso é importante. E para essas pessoas, o estado a está proibindo de algo que não faz sentido para ela, até porque o ato em sí é inócuo.

Inócuo como como seria comprar um rádio bem bacana que não encontra em outro lugar por um precinho tão camarada. FDP do estado que coloca taxas ridículas, a culpa é dele.

 

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