Autor Tópico: Tráfico: 5 ministros do STF são a favor de pena alternativa  (Lida 26304 vezes)

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Offline Titoff

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Re: Tráfico: 5 ministros do STF são a favor de pena alternativa
« Resposta #200 Online: 26 de Novembro de 2010, 19:03:01 »
E o que seria melhor do que prender um dos caras que financiam a merda toda? Gritar na cabeça dele: "Ô imbecil!!! Você acha que eles compra algodão doce com a grana que você dá pra eles?"?

É mais fácil mandar essa para ele do que para o político mafioso, bicheiro, juiz ou policial que vende munição (que é o que mata)...;-D

Offline Donatello

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Re: Tráfico: 5 ministros do STF são a favor de pena alternativa
« Resposta #201 Online: 26 de Novembro de 2010, 19:09:04 »
Porra Jaf, foi de propósito que você só não quotou o parágrafo que responde a sua pergunta: em que eu admito ficar preso em um paradoxo ao entender que a criminalização dos usuários aumenta o tamanho da cagada ocasionada pela criminalização mas a não criminalização destes reduz a possibilidade de se combater as quadrilhas ocasionadas a partir da cagada?

Não. Mas você editou a mensagem enquanto eu escrevia a resposta. Não apareceu isso.
:sorry: Eu vivo fazendo isso... é meu pecado mais grave das minhas postagens, foi mal aê... de qualquer modo: respondido :)

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Embora eu não saiba como estae paleativo poderia ser aplicado ao caso do usuário que decide comprar do "traficante tradicional".

E é claro que eu vejo relação entre os dois casos:para mim o cara que compra do "traficante tradicional" é um tremendo filho da puta. O meu problema não é quanto às justificativas para prendê-lo mas quanto ao resultado disso na minimização da cagada.

E o que seria melhor do que prender um dos caras que financiam a merda toda? Gritar na cabeça dele: "Ô imbecil!!! Você acha que eles compra algodão doce com a grana que você dá pra eles?"?

Sinceramente, eu acho que a segunda opção seria menos pior. Mantinha apenas as merdas que já temos e não criava novas. Mas a aplicação da política diferenciada defendida pelos Ministros e tão bem esclarecida pelo Buck no post quotado seria uma alternativa, esta sim, não apenas menos ruim, mas melhor. E que embora seja aplicada aos traficantes atingiria de tabela o seu ponto (se o usuário tivesse opções mais pacíficas para comprar talvez uma boa parte deles levasse isso em consideração e preferisse comprar no cara que tem um matagalzinho no fundo quintal e revende na escola do que no cara que carrega duas pistolas na cintura e lidera um bando de 50 indivíduos fortemente armados)
« Última modificação: 26 de Novembro de 2010, 19:11:09 por Donatello van Dijck »

Offline Moro

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Re: Tráfico: 5 ministros do STF são a favor de pena alternativa
« Resposta #202 Online: 26 de Novembro de 2010, 22:47:42 »
No Rio até bem pouco tempo usuários iam de fato presos. Receptador eu nunca ví, realmente.

Como assim, velho?? A antiga lei de tóxicos, se não me engano, dava 2 anos de pena pra usuários, que automaticamente entravam na lei 9.099 e com isso não cumpriam pena e pagavam cesta básica. Com a 11.343 o que se fez foi botar no papel o que já se fazia há anos.

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Quer dizer que cadeia e punição gera mais criminosos?

Ok...

Uhnnn, não exatamente: eu concordo que originalmente foi a interveção coercitiva e violenta por parte do Estado que gerou o estado de coisas atual. Mas concordo que como não estamos em 1900 e guaraná de rolha não dá para simplesmente acabar com a repressão ou legalizar o consumo para que o feitiço lançado lá no passado se desfaça.

Outra é que o fato de a criminalização da venda de drogas me parecer uma idéia incorreta não absolve o vendedor de drogas: não vale o discurso: ah, eu queria vender drogas legalmente, mas como o Estado só me dá esta escolha aqui estou eu com meu AK-47 atirando em policiais e incendiando veículos. Assim como o usuário não deveria se auto-eximir com o análogo discurso "eu queria consumir legalmente mas como o Estado me priva desta opção aqui estou eu na Rocinha dando dinheiro na mão de um cara, dinheiro este que eu sei que ele vai usar para comprar munição e gasolina e fósforos".

Então qual exatamente é sua crítica com relação a prisão desses indíviduos? Qual a solução sugerida? Prender? Soltar? Passar a mão na cabeça? Dar tapa na mão?

Não consigo entender qual a dificuldade do cara entender que tão fdp quanto o traficante é o cara que compra dele. Tão fdp quanto o ladrão de carros/remédios/eletros é o cara que compra dele.

É sério que vocês não vêem ligação NENHUMA entre os casos?

não, nenhuma.
“If an ideology is peaceful, we will see its extremists and literalists as the most peaceful people on earth, that's called common sense.”

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Offline Donatello

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Re: Tráfico: 5 ministros do STF são a favor de pena alternativa
« Resposta #203 Online: 26 de Novembro de 2010, 22:58:49 »
Agnóstico, onde exatamente você enxerga a diferença moral entre "eu queria vender maconha pacificamente mas como esta lei imbecil não me dá outra opção eu estou aqui com um fuzil (necessário para me protejer da polícia já que pela lei o mero fato de eu vender drogas me torna um criminoso hediondo) na mão direita e com minha sacola cheia de papelotes na outra" e a frase "eu queria comprar meu baseado legalmente mas como esta opção me foi retirada por esta lei imbecil...ei moço do fuzil, me dá 5 papelotes aê!"?

Sério Agnostico, com todo o respeito que eu tenho pelo histórico de debates com você, acho que está na hora de você incluir uma (duas?) nova religião na sua assinatura. Está agindo da mesma forma que os comunistas stalinistas ou anarco-liberais que você ataca: desenxergando de propósito todas as evidências que apontam em contrário.

Está claro que o dogma dos outros é sempre mais fácil de ser abandonado.
« Última modificação: 26 de Novembro de 2010, 23:02:32 por Donatello van Dijck »

Offline Moro

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Re: Tráfico: 5 ministros do STF são a favor de pena alternativa
« Resposta #204 Online: 26 de Novembro de 2010, 23:00:38 »
Buckaroo,

Não tenho a menor idéia do que significa “boas intenções” pra você e nem onde isso se encaixa no que eu disse. “Boas intenções” são coisas que um indivíduo faz e que ele, e somente ele, julga boa!  Mas isso não é suficientemente objetivo pra analisar qualquer coisa que se queira. Entretanto, já que você insistiu nisso, onde está a objetividade disso  e como podemos considerar as “boas intenções” de alguém pra analisar o que quer seja?

Não considero fácil ou mesmo muito útil procurar delinear objetivamente "boas intenções".

O que enxerguei como tal no que você disse foi, "quando pagamos por alguma coisa, pagamos por aquilo que queremos. O infeliz quer a droga, somente. A violência pode, e somente pode, vir a ser um efeito indireto da estrutura desse mercado e da sua repressão."

Ou seja, a lógica de que, porque eu quero X, se alguém me oferece esse X, pelo fato de eu simplesmente querer X, não tenho a menor responsabilidade ou culpa por Y e Z que o meu fornecedor faça para me prover X, mesmo que eu esteja perfeitamente ciente disso, não seja nenhum ingênuo.

Simplesmente não acho que cola. Parece que é só trocar o X de "droga" para algo como "prostituta", "aparelho de som", "carro", e o Y e Z poderem abranger desde "a mesma" violência usada pelo tráficou ou adicionar-se coisas como "escravidão", que de repente a lógica não vale mais.


Porque você não entende bulhufas do que está falando. Se você troca X por um carro verá que é um efeito danoso, mas aí um carro pode, e não se sabe porquê.

Não, não considero que possa se trocar o "X" por "carro" em "eu quero X, se alguém me oferece esse X, pelo fato de eu simplesmente querer X, não tenho a menor responsabilidade ou culpa por Y e Z que o meu fornecedor faça para me prover X.

Especialmente se usarmos uma analogia próxima, que seria de carros forncecidos por gangues violentas.iç


Não existe nenhuma proibição de se andar de carro, existe um mercado legal. Quem quer comprar alcool compra de um bar, quem quer comprar maconha compra de traficatne.


Nem mesmo o impacto ambiental de um carro obtido legalmente e sem envolvimento de criminosos e de N hipotéticas situações condenáveis (escravidão, semi-escravidão, etc) é algo a ser totalmente desconsiderado, mas não é algo equiparável a se financiar gangues violentas. 

Porque como eu já disse e parece que você me copiou abaixo, você acha que tem a moral absoluta e entende a degradação do que é ruim, etc..

Não se está financiando, está se consumindo drogas, da mesma maneira que quando eu compra um nike eu não estou ajudando a escravidão, eu estou comprando um tenis.
Se você não quer aceitar, é simplesmente porque seu argumento é baseado em uma escala de moral sua que é aceito por algumas pessoas e outras não, mas não tem nada de lógica.


A questão é que eu não considero que as ações de alguém em uma sociedade vão ser inócuas, de maneira alguma, e quem quer defender a perfeição de ações acabam caindo em uma hipocrisia sem fim e não consegue perceber isso.

Não há hipocrisia, há apenas uma percepção de gradações de dano que se causa e de grau de necessidade daquilo. Não dá para comparar financiar o tráfico com cuspir chiclete no chão, mas é nisso que você insiste; não só isso, mas não vale o tu quoque, "ah, muita gente cospe chiclete no chão, isso causa N danos à sociedade, então é hipocrisia reclamar de alguém financiar o tráfico", e também cuspir chiclete no chão já não é algo que deva ser exatamente "aceito". Outras coisas, como o sistema de transportes que existe hoje em dia e os problemas que causa, são mais complicadas do que simplesmente "não cuspa chiclete no chão", e "não compre coisas de gangues".

sem comentários, você sabe que isso não tem sentido.


A pessoa tem que balancear o que lhe parece adequado fazer frente as opções que tem e frente ao impacto que isso causa. Se você acha melhor andar de carro e agir indiretamente para o aquecimento global você não seria melhor que um bicho grilo que não come carne nem anda de carro e fuma sua maconha e impacta indiretamente na violência. Ponto.

Numa visão totalmente relativista, sim. Também não valeria mais do que um bandido que acha que matar é o que tem que fazer para poder viver sob o sistema e etc.

Em uma visão lógica sim. Em uma visão de um neurótico que tem certeza que o que ele acha de errado é o mal absoluto mas insiste em não dar razão alguma além de comparações com escrotas com escravidão, etc..,aí não.

Sua moral de boteco lhe atrapalha. Qualquer tentativa de abstrair as sentenças como já fiz antes (consumo X, violência direta ou indireta, etc..) te deixaria um ofensor para a sociedade.  Viva a vida o melhor que pode, não seja hipócrita, não deixe de viver algo que te é interessante se isso for razoavelmente justificável. Se você acha que isso é igual a ir a um puteiro entre 1.000 onde tem escravas algemadas, o argumento é tão tosco que merece 1.000 face palms.

Claro, porque só você que pode "DECIDIR O QUE É IMPORTANTE PARA A VIDA DAS PESSOAS". Droga fornecida por gangues violentas em vez de lícita, perfeitamente justificável; quem quer que morra por uma bala perdida (ou não) do tráfico deve lembrar em seus momentos finais que aquilo não foi em vão, mas por um fim nobre e perfeitamente justo. Já aquele puteiro, aquelas putas em específico, em vez de outras, em outro lugar, de jeito nenhum, injustificável. E não tem fetiche que justifique. Só fetiche com drogas.

Aqui foi a imitação. Na verdade quem quer decidir o que é importante e aceitável, e já se usou desse argumento foi você.

E se naquele puteiro em especial também fornecerem drogas que não se consegue em outros lugares? Aí vale?

E se as putas forem também "mulas", se prostituindo para pagar as dívidas com os fornecedores? Aí sim deve ser OK.

sem comentários.
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Offline Moro

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Re: Tráfico: 5 ministros do STF são a favor de pena alternativa
« Resposta #205 Online: 26 de Novembro de 2010, 23:05:16 »
Vamos ver se geramos algo mais produtivo


A- Todos entendem que a lei é equivocada

B- Todos entendem que é diferente o crime do traficante, a violência do traficante, e o ato de fumar maconha. O próprio código penal não estabelece um vínculo entre o ato de fumar e um assassinato cometido pelo traficante.

C- Não está claro ainda se todos vêem a diferença entre comprar algo ilegal quando há a mesma possibilidade de comprar o mesmo produto de formas legais e comprar algo de forma ilegal quando não há outra opção. Nesse caso, cabe o julgamento se a pessoa deve ou não comprar algo ilegal se esse é o único meio de obter o produto, e isso evidentemente tem a ver com a importância que cada um dá ao produto.

Entre B e C deveriam sumir algumas comparações como:
- fumar maconha e assassinar, fumar maconha e estuprar
- comprar traficante e comprar um radio roubado
- fumar maconha e estuprar

D- Está claro que todos percebem que um estupro sempre é ruim para o estuprado. O fumo da maconha não geraria nenhum impacto caso não fosse a existência da lei, ou pelo menos não iria gerar nada a mais do que o alcool já gera.

E- Está claro que a maioria quer a legalização.

F- Todos sabemos que a violência no morro não pode ser exclusivamente creditada ao consumidor. Países desenvolvidos com tráfico de drogas não experimentam um caveirão subindo ao morro.

G- Todos concordam que o usuário gera grandes receitas ao tráfico e dá poder de comprar armas, o que certamente prejudica o trabalho da justiça.

H- Todos concordamos que em um mundo ideal as pessoas iriam renunciar ao pessoal em benefício do coletivo.

I- Todos sabemos e concordamos que o mundo ideal não existe. Todos concordamos que a droga não parará de ser utilizada.

J- Não está claro como todos reagem a afirmação que o Buck/Barata fizeram: Se tennis/paozinho fossem ilegais, quem compra é um FDP.

K- Não está claro para mim que todos vêem o estado da mesma maneira: Mandou tem que obedecer ou você é um FDP, mandou e você não fez vai pagar na justiça e faz parte do Jogo.

L- Não se sabe até que ponto sem o tráfico de drogas a violência iria continuar ou não. Certamente os traficantes não iriam se transformar em executivos e o jovem pobre da favela poderia ir para roubo de carro ou assalto, ou não. O fato é que o Brasil é um país com fortes problemas socias que contribuem para a violência.
- Isso joga contra a legalização, pois não há garantia que a violência iria reduzir.
- Mas sabemos que iria reduzir o poder aquisitivo na mão de bandidos.

M- Buck entende a analogia de que comer carne impacta o meio ambiente e entende que comprar eletrônicos pode gerar trabalho escravo ou semi-escravo na china.
E coloca que

- Maconha é pura diversão, então quem usa é FDP porque poderia ficar sem diversão.
- Diamentes que podem gerar guerra no Sudão também é FDP, já que é acessório.

Não está claro para mim que, aceitando que geramos impacto ao meio ambiente e escravidão, porque comprar um IPAD para se divertir, sair de carro 3.0 para passear sem nexo pela cidade ou campo pode ser mais justificável de que fumar maconha se reconhecemos o impacto indireto de nossas ações para ambos e que para todos esses casos ninguém ia morrer por não se divertir.

Ao abstrair a sentença temos o seguinte

Para um milhão de ações, incluindo diamantes, carne (mal tratos ao animais e aquecimento, etc..), etc...

Alguém faz X por diversão e esse X, ainda que inócuo diretamente, é prejudicial à coletividade porque causa Y, de forma não direta, além de haver dezenas de outros fatores extrínsecos que geram o mesmo Y.

Para a maconha

Alguém faz X por diversão e esse X , ainda que inócuo diretamente, é prejudicial à coletividade porque causa Y, de forma não direta, além de haver dezenas de outros fatores extrínsecos que geram o mesmo Y além de que o ato X é ilegal.

Buck coloca diamantes como FDP também mesmo sendo legal, de modo que dá a impressão que ele acredita que seu conjunto de valores para definir o que é util ou não, o que é prioridade ou não, deve ser extrapolado para suportar julgamentos absolutos.

Ainda não vejo como sustentar a argumentação do Buck.



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Offline Buckaroo Banzai

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Re: Tráfico: 5 ministros do STF são a favor de pena alternativa
« Resposta #206 Online: 27 de Novembro de 2010, 04:02:24 »
Buckaroo,

Não tenho a menor idéia do que significa “boas intenções” pra você e nem onde isso se encaixa no que eu disse. “Boas intenções” são coisas que um indivíduo faz e que ele, e somente ele, julga boa!  Mas isso não é suficientemente objetivo pra analisar qualquer coisa que se queira. Entretanto, já que você insistiu nisso, onde está a objetividade disso  e como podemos considerar as “boas intenções” de alguém pra analisar o que quer seja?

Não considero fácil ou mesmo muito útil procurar delinear objetivamente "boas intenções".

O que enxerguei como tal no que você disse foi, "quando pagamos por alguma coisa, pagamos por aquilo que queremos. O infeliz quer a droga, somente. A violência pode, e somente pode, vir a ser um efeito indireto da estrutura desse mercado e da sua repressão."

Ou seja, a lógica de que, porque eu quero X, se alguém me oferece esse X, pelo fato de eu simplesmente querer X, não tenho a menor responsabilidade ou culpa por Y e Z que o meu fornecedor faça para me prover X, mesmo que eu esteja perfeitamente ciente disso, não seja nenhum ingênuo.

Simplesmente não acho que cola. Parece que é só trocar o X de "droga" para algo como "prostituta", "aparelho de som", "carro", e o Y e Z poderem abranger desde "a mesma" violência usada pelo tráficou ou adicionar-se coisas como "escravidão", que de repente a lógica não vale mais.


Porque você não entende bulhufas do que está falando. Se você troca X por um carro verá que é um efeito danoso, mas aí um carro pode, e não se sabe porquê.

Não, não considero que possa se trocar o "X" por "carro" em "eu quero X, se alguém me oferece esse X, pelo fato de eu simplesmente querer X, não tenho a menor responsabilidade ou culpa por Y e Z que o meu fornecedor faça para me prover X.

Especialmente se usarmos uma analogia próxima, que seria de carros forncecidos por gangues violentas.iç


Não existe nenhuma proibição de se andar de carro, existe um mercado legal. Quem quer comprar alcool compra de um bar, quem quer comprar maconha compra de traficatne.

E desses, o único que faz algo seriamente reprovável é o que compra de gangues violentas.



Nem mesmo o impacto ambiental de um carro obtido legalmente e sem envolvimento de criminosos e de N hipotéticas situações condenáveis (escravidão, semi-escravidão, etc) é algo a ser totalmente desconsiderado, mas não é algo equiparável a se financiar gangues violentas.  

Porque como eu já disse e parece que você me copiou abaixo, você acha que tem a moral absoluta e entende a degradação do que é ruim, etc..

Não se está financiando, está se consumindo drogas, da mesma maneira que quando eu compra um nike eu não estou ajudando a escravidão, eu estou comprando um tenis.
Se você não quer aceitar, é simplesmente porque seu argumento é baseado em uma escala de moral sua que é aceito por algumas pessoas e outras não, mas não tem nada de lógica.

Como eu disse, repetidas vezes, aceito que várias coisas que fazemos tem resultados menos do que ideais, podendo ser desde tão ou mais graves quanto aqueles de se comprar maconha ou outras coisas de gangues, até coisas bem mais leves. Essas coisas que fazemos devem ser julgadas individualmente, por suas próprias conseqüências, pela necessidade ou superficialidade do que se faz, e não se escolher uma coisa cujas conseqüências se julge insignificantes e nivelar por ela, como se fosse análoga a qualquer coisa arbitrária. Cuspir chiclete no chão é uma coisa, e empresas jogarem lixo tóxico no meio ambiente é outra, pessoas jogarem entulho em terrenos baldios, outra ainda. Cada uma tem sua gravidade e "condenabilidade", não dá para se justificar a segunda ou a terceira pela primeira ser comparativamente inócua. E a primeira, para começar, não deixa de ser algo reprovável o tempo todo, apenas porque é a menos grave delas.

Eu não sei onde "comprar nike" seria plotado nessa escala de como as coisas são necessárias e reprováveis (ou não), mas não é simplesmente o fato de ser popularmente aceito comprar Nike que irá realmente justificar essa compra, quaisquer que sejam os meios empregados na sua produção. Da mesma forma que escravidão e apedrejamento de adúlteras até a morte não são coisas que consideramos aceitáveis apenas por serem popularmente aceitas em algumas regiões (ainda que seja o coerente a se fazer, se for realmente insistir em se posicionar contra uma moral absoluta).




A questão é que eu não considero que as ações de alguém em uma sociedade vão ser inócuas, de maneira alguma, e quem quer defender a perfeição de ações acabam caindo em uma hipocrisia sem fim e não consegue perceber isso.

Não há hipocrisia, há apenas uma percepção de gradações de dano que se causa e de grau de necessidade daquilo. Não dá para comparar financiar o tráfico com cuspir chiclete no chão, mas é nisso que você insiste; não só isso, mas não vale o tu quoque, "ah, muita gente cospe chiclete no chão, isso causa N danos à sociedade, então é hipocrisia reclamar de alguém financiar o tráfico", e também cuspir chiclete no chão já não é algo que deva ser exatamente "aceito". Outras coisas, como o sistema de transportes que existe hoje em dia e os problemas que causa, são mais complicadas do que simplesmente "não cuspa chiclete no chão", e "não compre coisas de gangues".

sem comentários, você sabe que isso não tem sentido.

Sem comentários quanto a não ter comentários.



A pessoa tem que balancear o que lhe parece adequado fazer frente as opções que tem e frente ao impacto que isso causa. Se você acha melhor andar de carro e agir indiretamente para o aquecimento global você não seria melhor que um bicho grilo que não come carne nem anda de carro e fuma sua maconha e impacta indiretamente na violência. Ponto.

Numa visão totalmente relativista, sim. Também não valeria mais do que um bandido que acha que matar é o que tem que fazer para poder viver sob o sistema e etc.

Em uma visão lógica sim. Em uma visão de um neurótico que tem certeza que o que ele acha de errado é o mal absoluto mas insiste em não dar razão alguma além de comparações com escrotas com escravidão, etc..,aí não.

Não é simplesmente "lógica", é relativismo. E "escravidão", qualquer que seja o motivo de ser uma comparação "escrota", não foi a única comparação. Comparações muito mais próximas já foram feitas, repetidas vezes. Quaisquer coisas fornecidas por gangues violentas. Desde ioiôs até carros. Com condições que, para a pessoa (afinal, nós não podemos julgar o que é importante para elas -- se isso não valer só para drogas ilícitas versus lícitas, que é o que parece), sejam análogas aos problemas de se conseguir as específicas drogas que quer, de maneira legal.

O que nem deveria ser realmente uma necessidade, de qualquer forma, essas condições análogas à dificuldade de obtenção pela proibição. Acho que esse é o elemento mais absurdo de toda a argumentação. "Ah, mas o cara comprar um carro de uma gangue não é justificável porque ele poderia comprar legalmente; mesmo que mais caro, não é tão drástica a diferença quanto ir para a Holanda". Essa ponderação simplesmente aceita a conexão, a responsabilidade, que é condenável que se pague para gangues violentas nos fornecerem coisas, mas ao mesmo tempo, e de maneira embasbacadoramente absurda, simplesmente aceita que a a droga vale mais do que a vida das pessoas. A droga ou uma viagem ou mudança para a Holanda, um dos dois.

Bem, por outro lado, eu parto de um ponto de partida onde as coisas são coerentes, lógicas. Se é errado pagar para uma gangue me dar cerveja, ou um carro, por causa da violência dela, é também errado pagar para ela me dar maconha. E isso não muda em nada, num passe de mágica, só porque as gangues praticamente detém o monopólio da maconha.


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Sua moral de boteco lhe atrapalha. Qualquer tentativa de abstrair as sentenças como já fiz antes (consumo X, violência direta ou indireta, etc..) te deixaria um ofensor para a sociedade.  Viva a vida o melhor que pode, não seja hipócrita, não deixe de viver algo que te é interessante se isso for razoavelmente justificável. Se você acha que isso é igual a ir a um puteiro entre 1.000 onde tem escravas algemadas, o argumento é tão tosco que merece 1.000 face palms.

Claro, porque só você que pode "DECIDIR O QUE É IMPORTANTE PARA A VIDA DAS PESSOAS". Droga fornecida por gangues violentas em vez de lícita, perfeitamente justificável; quem quer que morra por uma bala perdida (ou não) do tráfico deve lembrar em seus momentos finais que aquilo não foi em vão, mas por um fim nobre e perfeitamente justo. Já aquele puteiro, aquelas putas em específico, em vez de outras, em outro lugar, de jeito nenhum, injustificável. E não tem fetiche que justifique. Só fetiche com drogas.

Aqui foi a imitação. Na verdade quem quer decidir o que é importante e aceitável, e já se usou desse argumento foi você.

Você também, quando acha que é inaceitável pagar para gangues darem outras coisas além de maconha ou outra droga que não possa ser obtida legalmente num país ou região. Para quaisquer outras coisas e condições vantajosas de fornecimento que uma gangue possa oferecer, você se vê plenamente capaz de julgar e colocar como errado, pagar para uma gangue fornecer. Aí o julgamento individual e a moral relativista são abandonadas, e é a moral absoluta que impera, não sendo mais um rótulo pejorativo para colocar naquilo com que não concorda.


E se naquele puteiro em especial também fornecerem drogas que não se consegue em outros lugares? Aí vale?

E se as putas forem também "mulas", se prostituindo para pagar as dívidas com os fornecedores? Aí sim deve ser OK.

sem comentários.

Pois é.

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Tráfico: 5 ministros do STF são a favor de pena alternativa
« Resposta #207 Online: 27 de Novembro de 2010, 04:10:34 »
[...]

Não está claro para mim que, aceitando que geramos impacto ao meio ambiente e escravidão, porque comprar um IPAD para se divertir, sair de carro 3.0 para passear sem nexo pela cidade ou campo pode ser mais justificável de que fumar maconha se reconhecemos o impacto indireto de nossas ações para ambos e que para todos esses casos ninguém ia morrer por não se divertir.

Ao abstrair a sentença temos o seguinte

Para um milhão de ações, incluindo diamantes, carne (mal tratos ao animais e aquecimento, etc..), etc...

Alguém faz X por diversão e esse X, ainda que inócuo diretamente, é prejudicial à coletividade porque causa Y, de forma não direta, além de haver dezenas de outros fatores extrínsecos que geram o mesmo Y.

Para a maconha

Alguém faz X por diversão e esse X , ainda que inócuo diretamente, é prejudicial à coletividade porque causa Y, de forma não direta, além de haver dezenas de outros fatores extrínsecos que geram o mesmo Y além de que o ato X é ilegal.

Buck coloca diamantes como FDP também mesmo sendo legal, de modo que dá a impressão que ele acredita que seu conjunto de valores para definir o que é util ou não, o que é prioridade ou não, deve ser extrapolado para suportar julgamentos absolutos.

Ainda não vejo como sustentar a argumentação do Buck.







Não está claro para mim que, aceitando que geramos impacto ao meio ambiente e escravidão, porque comprar um IPAD para se divertir, sair de carro 3.0 para passear sem nexo pela cidade ou campo pode ser mais justificável de que comprar um carro roubado se reconhecemos o impacto indireto de nossas ações para ambos e que para todos esses casos ninguém ia morrer por não se divertir.

Ao abstrair a sentença temos o seguinte

Para um milhão de ações, incluindo maconha, carne (mal tratos ao animais e aquecimento, etc..), etc...

Alguém faz X por diversão e esse X, ainda que inócuo diretamente, é prejudicial à coletividade porque causa Y, de forma não direta, além de haver dezenas de outros fatores extrínsecos que geram o mesmo Y.

Para o carro

Alguém faz X por diversão e esse X , ainda que inócuo diretamente, é prejudicial à coletividade porque causa Y, de forma não direta, além de haver dezenas de outros fatores extrínsecos que geram o mesmo Y além de que o fornecedor de X é ilegal.

O Agnóstico coloca quem compra carros de gangues como FDP também mesmo sendo aceito esse meio para a maconha, de modo que dá a impressão que ele acredita que seu conjunto de valores para definir o que é util ou não, o que é prioridade ou não, deve ser extrapolado para suportar julgamentos absolutos.

Ainda não vejo como sustentar a argumentação do Agnóstico.


Offline Diegojaf

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Re: Tráfico: 5 ministros do STF são a favor de pena alternativa
« Resposta #208 Online: 27 de Novembro de 2010, 08:29:01 »

Citar
Então qual exatamente é sua crítica com relação a prisão desses indíviduos? Qual a solução sugerida? Prender? Soltar? Passar a mão na cabeça? Dar tapa na mão?

Não consigo entender qual a dificuldade do cara entender que tão fdp quanto o traficante é o cara que compra dele. Tão fdp quanto o ladrão de carros/remédios/eletros é o cara que compra dele.

É sério que vocês não vêem ligação NENHUMA entre os casos?

não, nenhuma.

Que surpresa.
"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." - Rui Barbosa

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Re: Tráfico: 5 ministros do STF são a favor de pena alternativa
« Resposta #209 Online: 27 de Novembro de 2010, 09:49:31 »
Todo mundo é hipocrita e religioso...... Menos o Agnóstico.
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Offline Moro

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Re: Tráfico: 5 ministros do STF são a favor de pena alternativa
« Resposta #210 Online: 27 de Novembro de 2010, 11:48:40 »
Buckaroo,

Não tenho a menor idéia do que significa “boas intenções” pra você e nem onde isso se encaixa no que eu disse. “Boas intenções” são coisas que um indivíduo faz e que ele, e somente ele, julga boa!  Mas isso não é suficientemente objetivo pra analisar qualquer coisa que se queira. Entretanto, já que você insistiu nisso, onde está a objetividade disso  e como podemos considerar as “boas intenções” de alguém pra analisar o que quer seja?

Não considero fácil ou mesmo muito útil procurar delinear objetivamente "boas intenções".

O que enxerguei como tal no que você disse foi, "quando pagamos por alguma coisa, pagamos por aquilo que queremos. O infeliz quer a droga, somente. A violência pode, e somente pode, vir a ser um efeito indireto da estrutura desse mercado e da sua repressão."

Ou seja, a lógica de que, porque eu quero X, se alguém me oferece esse X, pelo fato de eu simplesmente querer X, não tenho a menor responsabilidade ou culpa por Y e Z que o meu fornecedor faça para me prover X, mesmo que eu esteja perfeitamente ciente disso, não seja nenhum ingênuo.

Simplesmente não acho que cola. Parece que é só trocar o X de "droga" para algo como "prostituta", "aparelho de som", "carro", e o Y e Z poderem abranger desde "a mesma" violência usada pelo tráficou ou adicionar-se coisas como "escravidão", que de repente a lógica não vale mais.


Porque você não entende bulhufas do que está falando. Se você troca X por um carro verá que é um efeito danoso, mas aí um carro pode, e não se sabe porquê.

Não, não considero que possa se trocar o "X" por "carro" em "eu quero X, se alguém me oferece esse X, pelo fato de eu simplesmente querer X, não tenho a menor responsabilidade ou culpa por Y e Z que o meu fornecedor faça para me prover X.

Especialmente se usarmos uma analogia próxima, que seria de carros forncecidos por gangues violentas.iç


Não existe nenhuma proibição de se andar de carro, existe um mercado legal. Quem quer comprar alcool compra de um bar, quem quer comprar maconha compra de traficatne.

E desses, o único que faz algo seriamente reprovável é o que compra de gangues violentas.



Por obvio. E como ja foi dito n vezes, não é similar o ato de se comprar maconha e o de se comprar um radio roubado, salvo que o dinheiro vai para a mãonde bandidos.

Tao similar quanto fumar maconha é igaul a assassinato, tosquices como do diego.




Nem mesmo o impacto ambiental de um carro obtido legalmente e sem envolvimento de criminosos e de N hipotéticas situações condenáveis (escravidão, semi-escravidão, etc) é algo a ser totalmente desconsiderado, mas não é algo equiparável a se financiar gangues violentas.  

Porque como eu já disse e parece que você me copiou abaixo, você acha que tem a moral absoluta e entende a degradação do que é ruim, etc..

Não se está financiando, está se consumindo drogas, da mesma maneira que quando eu compra um nike eu não estou ajudando a escravidão, eu estou comprando um tenis.
Se você não quer aceitar, é simplesmente porque seu argumento é baseado em uma escala de moral sua que é aceito por algumas pessoas e outras não, mas não tem nada de lógica.

Como eu disse, repetidas vezes, aceito que várias coisas que fazemos tem resultados menos do que ideais, podendo ser desde tão ou mais graves quanto aqueles de se comprar maconha ou outras coisas de gangues, até coisas bem mais leves. Essas coisas que fazemos devem ser julgadas individualmente, por suas próprias conseqüências, pela necessidade ou superficialidade do que se faz, e não se escolher uma coisa cujas conseqüências se julge insignificantes e nivelar por ela, como se fosse análoga a qualquer coisa arbitrária.

Sim, concordamos. Individualmente, pelas consequencias,  e pela superficialidade ou não do ato.E AQUI NÃO SERÁ VOCÊ que irá julgao o que é relevante. Aceitamos que o que fazemos é menos do que ideal, todos nós aceitamos, a minha diferença é que eu não julgo que meus atos que são indiretamente danosos sejam melhores que os atos indiretos de quem fuma um baseado. O problema de vocês é que coincidentemente julgam que o ato indireto feito pelos nossos hábitos e justificavel mesmo não conseguindo diferenciar em termos abstratos as diferenças. Entao sua justificatva é, eu sei mas o meu é ok e o deles não, mesmo aceitando todas as suas premissas.

Cuspir chiclete no chão é uma coisa, e empresas jogarem lixo tóxico no meio ambiente é outra, pessoas jogarem entulho em terrenos baldios, outra ainda. Cada uma tem sua gravidade e "condenabilidade", não dá para se justificar a segunda ou a terceira pela primeira ser comparativamente inócua. E a primeira, para começar, não deixa de ser algo reprovável o tempo todo, apenas porque é a menos grave delas.

por obvio.

Eu não sei onde "comprar nike" seria plotado nessa escala de como as coisas são necessárias e reprováveis (ou não), mas não é simplesmente o fato de ser popularmente aceito comprar Nike que irá realmente justificar essa compra, quaisquer que sejam os meios empregados na sua produção. Da mesma forma que escravidão e apedrejamento de adúlteras até a morte não são coisas que consideramos aceitáveis apenas por serem popularmente aceitas em algumas regiões (ainda que seja o coerente a se fazer, se for realmente insistir em se posicionar contra uma moral absoluta).

Aqui mora a questao. Realmente isso não é determinante. Se fosse me dar a comparaçōes exdrúxulas como a sua, falaria que não é porqueba escravidào foi socialmente aceita, legal e defendida pelo estado que eu deveria concordar com ela.
Eu coloco, como já mostrei n vezes, as coisas em termos abstratos e diferente de voces nào julgo meus hábitos danosos melhores donque o dosmoutros a priori e saio cagando regras. Para mim, vocês são hipócritas, eu não consigo, por mais que me esforce, em ver de outro jeito. Não sou usuário de drogas, aqueço o meio ambiente, ajudo a escravidão na china, etc.. E convivo com isso como simples decorrencia da sociedadenemnque vivemos. Onque nao significa que nao devemos atuar para melhorar as coisas.

E mesmo seguindo seu raciocinio, maconha ja faz partebda cultura ha tanto tempo...





A questão é que eu não considero que as ações de alguém em uma sociedade vão ser inócuas, de maneira alguma, e quem quer defender a perfeição de ações acabam caindo em uma hipocrisia sem fim e não consegue perceber isso.

Não há hipocrisia, há apenas uma percepção de gradações de dano que se causa e de grau de necessidade daquilo. Não dá para comparar financiar o tráfico com cuspir chiclete no chão, mas é nisso que você insiste; não só isso, mas não vale o tu quoque, "ah, muita gente cospe chiclete no chão, isso causa N danos à sociedade, então é hipocrisia reclamar de alguém financiar o tráfico", e também cuspir chiclete no chão já não é algo que deva ser exatamente "aceito". Outras coisas, como o sistema de transportes que existe hoje em dia e os problemas que causa, são mais complicadas do que simplesmente "não cuspa chiclete no chão", e "não compre coisas de gangues".

sem comentários, você sabe que isso não tem sentido.

Sem comentários quanto a não ter comentários.

Deveria ter. Muito pelomcontrarioneu entendo a gradação, e por issonque acho justo o consumo, porque abstratamente é similar a diversos outros habitos. Voce entende a gradacao desde que voce concorde com o ato, e não por uma análise racional.




A pessoa tem que balancear o que lhe parece adequado fazer frente as opções que tem e frente ao impacto que isso causa. Se você acha melhor andar de carro e agir indiretamente para o aquecimento global você não seria melhor que um bicho grilo que não come carne nem anda de carro e fuma sua maconha e impacta indiretamente na violência. Ponto.

Numa visão totalmente relativista, sim. Também não valeria mais do que um bandido que acha que matar é o que tem que fazer para poder viver sob o sistema e etc.

Em uma visão lógica sim. Em uma visão de um neurótico que tem certeza que o que ele acha de errado é o mal absoluto mas insiste em não dar razão alguma além de comparações com escrotas com escravidão, etc..,aí não.


Não é simplesmente "lógica", é relativismo. E "escravidão", qualquer que seja o motivo de ser uma comparação "escrota", não foi a única comparação. Comparações muito mais próximas já foram feitas, repetidas vezes. Quaisquer coisas fornecidas por gangues violentas. Desde ioiôs até carros. Com condições que, para a pessoa (afinal, nós não podemos julgar o que é importante para elas -- se isso não valer só para drogas ilícitas versus lícitas, que é o que parece), sejam análogas aos problemas de se conseguir as específicas drogas que quer, de maneira legal.

Vc que aplica o relativismo. Relativisa habitos que considera justos e desce pau no dosmoutros mesmonque fundamentalmente iguaisnaos seus. Eu uso algum critério.

O resto é bla bla bla.

« Última modificação: 27 de Novembro de 2010, 13:03:15 por Agnóstico »
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Offline Titoff

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Re: Tráfico: 5 ministros do STF são a favor de pena alternativa
« Resposta #211 Online: 27 de Novembro de 2010, 12:08:28 »
É meio paradoxal.

Defendem que essas substancias são muito perigosas e terríveis. São uma tentação imensa e exercem um poder de domínio a ponto de escolher colocar forças de repressão armadas extensas, com batante recursos (sendo a corrupção e a manutenção de cartéis algo aceitável, diante de tão "nobre objetivo").

Essa é a "justificativa" de tais leis. Acontece que vc punir alguém que sucumbe a tentação de tão terrível mal não combina muito com isso.

E se vc partir da premissa q não é bem assim, q a maioria o faz por livre vontade, como consumir outra droga legal, desmonta toda a justificativa para que as leis sejam deste jeito.

Mesmo que a desculpa para a violência no Rio (e Brasil) não fosse o narcotráfico, vejo como um princípio não ficar se metendo na vida alheia só pq vc condena o q o outro faz ou deixa de fazer.

Offline Gaúcho

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Re: Tráfico: 5 ministros do STF são a favor de pena alternativa
« Resposta #212 Online: 27 de Novembro de 2010, 12:21:55 »
Todo mundo é hipocrita e religioso...... Menos o Agnóstico.

Olha ai, quem diria que o Agnóstico também teria uma "religião"...
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Offline Moro

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Re: Tráfico: 5 ministros do STF são a favor de pena alternativa
« Resposta #213 Online: 27 de Novembro de 2010, 12:24:45 »
Titoff quase todos aqui aceitam a legalização e sabem que o consumo não é prejudicial. O que se está discutindo aqui é simplesmente moral. A proposta do buck, diego e barata basicamente é, usuáris de maconha são assassinos, em maior grau para diego e um tanto menor para o buck, barata no meio pelo que pude entender.
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Offline Titoff

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Re: Tráfico: 5 ministros do STF são a favor de pena alternativa
« Resposta #214 Online: 27 de Novembro de 2010, 12:35:59 »
É, eu to vendo gradações não muito claras para mim.:-)

Bem, e só para usar exemplo q já havia citado: não acham q quem acompanha carnaval desfilando, indo a ensaio ou mesmo assistindo pela TV também assassinos em algum grau?

Offline Adriano

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Re: Tráfico: 5 ministros do STF são a favor de pena alternativa
« Resposta #215 Online: 27 de Novembro de 2010, 12:38:46 »
A propaganda do tráfico é assim:

"Compre seu baseadinho aqui e ajude-nos a matar mais um cidadão inocente"

Dessa forma eles conseguem aliciar os clientes que tem esse instinto assassino e não tem coragem de matar por conta própria. É muito mais fácil financiar essa atividade homicida e manter o seu real interesse de consumo que é o de eliminar pessoas. Fica muito mais fácil disfarçar essa maldade toda dizendo que só quer ficar doidão  ::)

Princípio da descrença.        Nem o idealismo de Goswami e nem o relativismo de Vieira. Realismo monista.

Offline Gaúcho

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Re: Tráfico: 5 ministros do STF são a favor de pena alternativa
« Resposta #216 Online: 27 de Novembro de 2010, 12:42:26 »
Você se tornou um tipo de religioso quando:

Você compara assitir o carnaval pela televisão com comprar drogas ilícitas, de traficantes armados até os dentes, sabendo que o dinheiro que você usou, na compra do seu baseadinho, será usado para financiar ainda mais a violência gerada por esses traficantes. E tudo isso para tentar justificar o injustificável.

Parabéns, você é um religioso!
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Offline Diegojaf

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Re: Tráfico: 5 ministros do STF são a favor de pena alternativa
« Resposta #217 Online: 27 de Novembro de 2010, 12:53:19 »
Todo mundo é hipocrita e religioso...... Menos o Agnóstico.

Olha ai, quem diria que o Agnóstico também teria uma "religião"...

Em qualquer discussão com ele, ocasionalmente ele vai te chamar de religioso/dogmático/intransigente.

Quando isso acontecer, melhor mudar de tópico ou ir dormir.
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Offline Adriano

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Re: Tráfico: 5 ministros do STF são a favor de pena alternativa
« Resposta #218 Online: 27 de Novembro de 2010, 12:57:04 »
É, eu to vendo gradações não muito claras para mim.:-)

Bem, e só para usar exemplo q já havia citado: não acham q quem acompanha carnaval desfilando, indo a ensaio ou mesmo assistindo pela TV também assassinos em algum grau?
Fiquei na dúvida, queria saber qual é essa relação que aponte entre carnaval e violência  :?

Ou será somente um sarcasmo?
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Offline Moro

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Re: Tráfico: 5 ministros do STF são a favor de pena alternativa
« Resposta #219 Online: 27 de Novembro de 2010, 12:59:54 »
A propaganda do tráfico é assim:

"Compre seu baseadinho aqui e ajude-nos a matar mais um cidadão inocente"

Dessa forma eles conseguem aliciar os clientes que tem esse instinto assassino e não tem coragem de matar por conta própria. É muito mais fácil financiar essa atividade homicida e manter o seu real interesse de consumo que é o de eliminar pessoas. Fica muito mais fácil disfarçar essa maldade toda dizendo que só quer ficar doidão  ::)



Exatamente.

Di isso.. A minha religiao nesse caso é falar que maconheiro nao é assassino. Bem, acho que os estereötipos mais uma vez estão do outro lado.

Vc pode argumentar sobre o post que fiz ao buck.
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Offline Titoff

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Re: Tráfico: 5 ministros do STF são a favor de pena alternativa
« Resposta #220 Online: 27 de Novembro de 2010, 13:15:00 »
Citação de: Gaúcho link=topic=23514.200.html#msg565221 date=
Você se tornou um tipo de religioso quando:

Você compara assitir o carnaval pela televisão com comprar drogas ilícitas, de traficantes armados até os dentes, sabendo que o dinheiro que você usou, na compra do seu baseadinho, será usado para financiar ainda mais a violência gerada por esses traficantes. E tudo isso para tentar justificar o injustificável.

Parabéns, você é um religioso!

Não adianta espernear.

Transmissão pela tv faz muito dinheiro, e só o faz pq tem público (vou usar um pouco do truismo de vcs também).

Só que os organizadores são os chefes da mesma máfia, logo vc dá recursos para as ações criminosas do mesmo jeito.

E espero quando diz "dinheiro que você usou, na compra do seu baseadinho" seja só forma de se expressar, e não eu especificamente.

Offline Moro

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Re: Tráfico: 5 ministros do STF são a favor de pena alternativa
« Resposta #221 Online: 27 de Novembro de 2010, 13:29:46 »
Acho que toda a diferença entre nós pode ser assim.

eua, o cara adora a cerveja, chama os amigos, etc..só que é ilegal. Eu apoiaria o consumo, as pessoas daqui não, iriam se tornar abstênicos já que tenho certeza que não são hipócritas.
E claro que todos eles preocupados com seus atos, evitam lazer com carros, comer carne e tem certeza que seu nike não está feito em um sweat shop. Claro que agora mapearam todos os produtoa da fox conn para não comprar mais eletronicos o&m e componentes dessa marca.

Ou não, deixa eu ver, já que como eu não usam drogas, eles vão dizer que apenas os hábitos danosos dos outros são errados, supérfluos e criminosos. Como esta tudo ok com eles não precisam fazer nada e pronto. NEGAÇÃO PURA.

eu vivo bem aquecendo o globo e infelizmente financiando regime semi escravo na china. Faz parte estrutural do modo em que vivo e se achasse que sou responsavel diretamente e que meus atos idretamente iriam impactar, certamente eu pararia de andar de carro.
Nao vou sacrificar meu prazer de ter um carro e utiliza-lo por uma parcela de 1 bostesimal da culpa (numero de gente, numero de outros fatores, relacao indireta e não intencional, não há substituto que eu considere adequado, etc...). Mesma coisa para quem fuma maconha.
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Offline Donatello

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Re: Tráfico: 5 ministros do STF são a favor de pena alternativa
« Resposta #222 Online: 27 de Novembro de 2010, 13:45:34 »
Todo mundo é hipocrita e religioso...... Menos o Agnóstico.

Olha ai, quem diria que o Agnóstico também teria uma "religião"...

Em qualquer discussão com ele, ocasionalmente ele vai te chamar de religioso/dogmático/intransigente.

Quando isso acontecer, melhor mudar de tópico ou ir dormir.

Mas o Agnostico, pelas minhas lembranças de antes do meu hiato no fórum sempre teve autoridade moral para esta postura: sempre foi dos foristas (junto com o Buckaroo) que eu mais admirei e elogiei exatamente por terem esta postura de abandonar pontos frágeis, de admitirem publicamente (mesmo que ainda mantivessem globalmente a mesma idéia) que determinada forma de argumentação tinha sido detonada. Parecia-se ao se discutir com o Agnostico que estava-se debatendo com um cara que por mais firme que tivesse suas convicções e idéias estava sempre sensível a ser recondicionado pela apresentação de dados e fatos.

Eu não me importava em debater contra o Agnostico.

Nestes dois debates recentes eu não tenho visto esta qualidade tão admirável: parece que as longas discuções com os espíritas, éééérrrr, eu sempre disse que tinha medo de debater com aquela gente...

Quanto a você, Agnóstico, não me lembrava de ter participado de algum debate contigo mas tem me saído um grato presente. Não por concordar comigo nos dois outros tópicos ou discordar neste, mas pela bela cisma que você parece ter de só entrar num debate quando há pontos relevantes a apresentar, de sempre considerar os pontos levantados pelo interlocutor e de admitir quando eram os seus que não eram muito firmes. Mania feia esta, einh?

Abraços.
« Última modificação: 27 de Novembro de 2010, 13:47:47 por Donatello van Dijck »

Offline Gaúcho

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Re: Tráfico: 5 ministros do STF são a favor de pena alternativa
« Resposta #223 Online: 27 de Novembro de 2010, 14:05:48 »
Citação de: Gaúcho link=topic=23514.200.html#msg565221 date=
Você se tornou um tipo de religioso quando:

Você compara assitir o carnaval pela televisão com comprar drogas ilícitas, de traficantes armados até os dentes, sabendo que o dinheiro que você usou, na compra do seu baseadinho, será usado para financiar ainda mais a violência gerada por esses traficantes. E tudo isso para tentar justificar o injustificável.

Parabéns, você é um religioso!

Não adianta espernear.

Transmissão pela tv faz muito dinheiro, e só o faz pq tem público (vou usar um pouco do truismo de vcs também).

Só que os organizadores são os chefes da mesma máfia, logo vc dá recursos para as ações criminosas do mesmo jeito.

E espero quando diz "dinheiro que você usou, na compra do seu baseadinho" seja só forma de se expressar, e não eu especificamente.

Seu discurso não faz o menor sentido e falha miseravelmente em defender o usuário que compra de traficantes.

O que estamos falando, a incontáveis páginas, é que quando um usuário compra drogas de traficantes, ele esta financiando toda a violência resultante do tráfico e, consequentemente, é diretamente responsável por qualquer morte causada por essa violência.

Não interessa se quando alguém assiste o carnaval esse alguém esta financiando outra merda, ou se quando alguém compra um chiclete, este alguém esta financiando uma invasão alienígena. Nada disso importa, porque nada disso muda o fato de que quando o usuário compra sua droga do tráfico, esse usuário está financiando toda a violência e a merda resultante disso. E o que é pior, nesse caso, é que esse usuário, se não for um completo imbecil (na minha opinião usuário de drogas é sinônimo de imbecil, mas deixa pra lá...), tem a completa noção do que esta financiando para sustentar seu vício, diferente daquelas pessoas que assistem o carnaval pela TV ou compram um tênis de marca, que eu tenho certeza que 99% delas, se estiverem indiretamente financiando algo ilegal, não têm conhecimento disso.

Vocês podem continuar com esses discursos do tipo "Ahá! Veja bem, quem usa folhas de ofício do tipo A4 está financiando o desmatamento ilegal na Floresta das Fadas Azuis e, consequentemente, está contribuindo para a extinção desses belos seres!". Não interessa! Usuário continua financiando o tráfico. Usuário continua sendo responsável pela violência, com ou sem Fadas Azuis. Se não tem usuário, não tem tráfico. "Mimimimi, mas se fosse legalizado...mimimimi". Não interessa! Não é o que está sendo discutido aqui. O que está sendo dito é que, enquanto não é legalizado, enquanto não é liberado, comprar de traficantes é financiar e dar sinal verde para toda a violência oriunda do tráfico.

Conseguiram entender ou vamos precisar desenhar?
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Re: Tráfico: 5 ministros do STF são a favor de pena alternativa
« Resposta #224 Online: 27 de Novembro de 2010, 14:15:48 »
Olha, continuo dizendo que não adianta espernear nem tacar cáca no enfermeiro.

A relação de financiando da MESMA máfia continua existindo no caso q eu apontei ("financiando a mesma merda", para usar sua linguagem).

Realmente, ninguem sabe q mafiosos organizam o carnaval... Eu q sou sinistro e levantei essas informações! Por favor, né...?

Não falo q o usuario que compra de carteis não participa do esquema, digo que isso não justifica a violencia e caos. Isso é óbvio. Se houvesse esse nexo causal, o mundo inteiro seria igual ao Rio neste quesito.

Sua noção de quem usa uma droga é "imbecil" é bem interessante, apesar de ser refutada pelo mundo real.

 

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