O único lugar que poderia ter vida, seria uma das luas de júpiter.
Se debaixo das luas haver uma camada de água líquida, nutrientes vindos de cometas e energia suficiente, pode sim haver vida, mas como a camada de gelo é grossa nestas luas, então não haveria luz no ambiente onde viveriam tais organismos. Seria uma situação semelhante às das fossas hidrotermais.
Sim Júpiter é um planeta, e gigantes gasosos são uma classificação de planetas. Mas quando eu mencionei gigantes gasosos, também estava me referindo à possibilidade do tipo de vida que descrevi nestes tipos de planetas em geral, não somente Júpiter. Júpiter foi só um exemplo.
Pelo que eu pesquisei, ao redor da Terra há um cinturão onde a radiação é maior, apesar de ser muito mais fraco e menor que o de Júpiter. Isso talvez se deva à exosfera da Terra, à interação do gás com a radiação do espaço? Pois a exosfera terrestre seria bem alta. Teria uma espessura maior que a troposfera, por exemplo. Quanto mais alta a camada, maior a espessura, e mais rarefeita fica. A Terra não emite radiação, mas ao redor há uma faixa onde a radiação por algum motivo é maior, tanto que astronautas tem que tomar cuidado com ela. Mais uma vez deve ser por causa da alta atmosfera. Ou talvez esta faixa seja na verdade as camadas atmosféricas mais altas mesmo.
Quanto à vida em carbono, eu também espero que em todo universo haja carbono. Mas quando se fala em planetas com deficiência de carbono, daí já é um caso específico. O carbono é um dos elementos mais abundantes, porém o silício é mais abundante na Terra do que o carbono. Se fosse assim, todos os planetas seriam ricos em carbono, o que, em nosso sistema solar, já não é verdade (ao menos nos planetas internos). Eles têm carbono, mas tanto o silício quanto metais superam o carbono em quantidade.
Ou seja, dizer que o carbono é mais abundante não significa que todos os mundos terão carbono em abundância. E se por acaso haver um mundo específico não rico em carbono, mas em certos elementos, estes poderiam se juntar, formando moléculas que poderiam de alguma forma imitar a química orgânica. Um exemplo que tenho em mente são cadeias baseadas em fósfero e nitrogênio em alternância.
Voltando ao caso de Júpiter, repito, este só é quente em seu interior, e não na camada atmosférica acima das grossas nuvens. Júpiter só é comprimido em seu interior, e não nas regiões mais elevadas. Tanto que a temperatura de Júpiter, nas camadas mais altas é de em torno de mais ou menos -100°C. Há o cinturão de radiação que vai até Ganimedes, mas não se tem certeza se a atmosfera de Júpiter é tão radioativa assim a ponto de impedir qualquer forma de vida (ao menos nas camadas das nuvens).
Sim, a vida precisa de um material genético, mas este pode não ser, num determinado mundo, idêntico ao da Terra, ou ter o mesmo modelo do DNA. Como disse pode, por exemplo, não ter fosfato ou algo diferente. E este material genético, em sua constituição, ser resistente a níveis mais altos de radiação. E lembre-se, um ser humano não sobreviveria próximo a Júpiter, já um inseto, por exemplo, seria capaz de resistir a uma radiação muito mais alta. Ou seja, existem até aqui na Terra seres que resistem muito mais à radiação do que nós. O que poderia então impedir um ser assim num mundo como Júpiter? E ainda feito de um material genético mais resistente que o DNA? A radiação em Júpiter é alta, mas seria alta demais para uma forma de vida mais exótica? Esta é a questão em aberto.
Quanto aos ventos, estes são bem fortes no interior de Júpiter, e na camada grossa de nuvens, mas e acima desta camada? Como o ar é mais rarefeito nesta altitude, então com certeza o vento será mais fraco, permitindo então a vida. O problema todo são só as camadas mais internas da atmosfera, onde a pressão e calor são insuportáveis. E mais uma coisa, nas fossas hidrotermais, há seres que vivem sob pressões e temperaturas elevadíssimas. Mais uma vez, o que impediria um organismo assim em Júpiter (com relação a estes dois parâmetros)?
A gravidade em Júpiter é sim mais alta, mas para organismos que fiquem flutuando na atmosfera ao invés de se sustentarem no solo não é problema. Sim, é um problema, porque você está quebrando várias leis da física.
Não necessariamente. Quer saber porque? Pense num balão. Ainda que haja gravidade na Terra, ele flutua no ar, não é mesmo? E o que mantém flutuando? O gás aquecido em seu interior, que o faz subir. E a gravidade da Terra não impede isso, desde que a pressão do ar esteja alta o suficiente assim como o calor dentro do balão.
Um processo semelhante ocorreria em tais organismos. Depois que tais organismos morressem, o calor cessaria, e então cairiam no interior do planeta, tendo suas substâncias como base de uma biosfera mais interna ou então ser reciclado no próprio planeta. E os ventos do interior do planeta ajudariam neste processo. Como a alta atmosfera de Júpiter é gelada, então um organismo com hidrogênio ou hélio aquecido em seu interior poderia muito bem se manter flutuando, desde que a temperatura do gás esteja alta o suficiente em relação ao ambiente.
Se não há chão em Júpiter, organismos mais simples poderiam se formar na própria atmosfera. Há quem diga que pode haver vida em Vênus, quer dizer, na alta atmosfera, onde a pressão e temperatura seria mais semelhante à Terra e onde pode haver nutrientes presentes, estes como resultado do vulcanismo venusiano e dos ventos que carregariam estas substâncias da superfície até as camadas mais altas.
Vênus, assim como Júpiter, só é quente nas camadas mais inferiores, no caso de Vênus, na superfície, pois a alta atmosfera, em ambos os mundos, é mais fria. E isso vale para qualquer mundo, desde que estejamos apenas falando em troposfera ou estratosfera. Pois mesosfera, ionosfera e exosfera são muito mais quentes, devido à interação do gás com a radiação vinda do espaço e da estrela mais próxima (ou, no caso de uma lua, vinda de um gigante gasoso massivo suficiente para tal, ainda que possa haver vida exótica neste gigante gasoso).