1- a questão não se resolve nada.
Se resolve sim, aliás, é assim que sempre tem se resolvido. Pessoas com algum interesse resolver tutelas um bem que julgam desamparado, no caso, o direito de animais à vida.
Não é porque é assim que funciona que está certo.
E por que estaria errado ou certo?
Do jeito que você fala, todas as leis que os legisladores aprovam são perfeitas.
Eu não disse nada nem perto disto. Aliás, isso é um espantalho.
Por que o legislador deve ter a competência de conceder direitos, ou, em outras palavras, decidir o que faço e ferir minha liberdade?
Por que vivemos sob um estado de direito. Se você conhece outra forma de se resolver conflitos, organizar uma sociedade, cuidar dos desamparados etc. Exponha.
2- Eu disse que o efeito da pratica[matar rato, chutar pedra] em mim é desprezível. Isso não é verdade para outros crimes, mesmo que eu não esteja presente. A minha presença é necessária para causar empatia, que seria o único efeito deste tipo de prática.
Complementando o que eu disse, se você não vê diferença entre chutar uma pedra e matar um cachorro, isso é problema seu e a concessão de direitos não depende, e ainda bem, de apenas um indivíduo. Eu vejo diferença e grande parte da população vê, inclusive o legislador.
Ainda, se você não sente empatia, muita gente sente. E daí?
Aliás, uma empatia em um único indivíduo não justifica uma lei. É realmente uma situação subjetiva. Mas se vários se comovem, aí a coisa muda de figura. Havendo disposição, leis serão criadas.
3-Isso é um exemplo de falácia do espantalho. Eu nem de longe disse que dar direitos a animais causaria um novo holocausto. Eu disse que é possível que eu seja alvo de decisões arbitrárias. Você nega( sem justificativa), e depois diz que são momentos diferentes, mas em ambos a arbitrariedade está presente. Se é permitido ser arbitrário para criar leis porque eu não posso ser alvo de decisões arbitrárias? Basta que a população concorde: ditadura da maioria.
Em síntese, sua afirmação: se concedermos direitos aos animais, logo poderei ser alvo de decisões arbitrárias.
1. Quando da concessão de um direito, existe um bem tutelado pela lei, qual seja neste caso concreto, a vida animal. A lei é criada pra proteger este bem, ponto. Inferir que daqui, que deste momento em diante você poderá ser alvo de decisões arbitrárias decorrentes desta lei ou de qualquer outra, sem ao menos você conhecer o conteúdo de tais leis e a motivação das mesmas, inclusive as decisões decorrentes dispostas nas normas infralegais, não é só um
non sectur, como também uma afirmação vaga, sem sustento nenhum na realidade. Ou você tem um exemplo de que, ao conceder direitos a animais alguém foi alvo de decisões arbitrárias?
2. Não! Você não tem. Aliás, você sequer consegue me dar um exemplo do que afirma ou mesmo se justificar. O melhor que você conseguiu foi uma extravagância: o holocausto. E ainda se confunde! Pois se estamos falando de conceder direitos a animais e você admite que por isso será alvo de decisões arbitrárias, como foi o holocausto, logo você está admitindo que conceder direitos a animais poderá engendrar um novo holocausto, o que é ridículo! Nem você consegue perceber a própria besteira que fala.
3. Criar leis decorrem de motivos constantes do “projeto de lei”. Não é por epifania divina que o legislador faz uma lei. Não sabe o motivo, procure se informar. Discorda do motivo, traga-o aqui para questionamentos. Se você afirma que é uma decisão arbitrária mas desconhece o projeto de lei, você está afirmando e insistindo sobre uma ignorância sua.
4. Mais, existem grupos de interesse agindo. Uma lei cujo prejuízo seja notado por um deles dará motivo a sua alteração. É um sistema dinâmico a criação de leis. E mesmo que você seja alvo de qualquer decisão que julgue arbitrária, não se esqueça que estamos num estado de direito e que você pode se defender.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Lei