Essa história da hereditariedade da preferência por nórdicas cai numa simples especulação de Psicologia Evolutiva Popular. Segundo a Psicologia Evolutiva Popular, sabemos ou podemos descobrir porque certos traços psicológicos evoluíram. Mas como já disse um especialista em Filosofia da Biologia “
para descobrir porque uma característica evoluiu é preciso identificar que funções adaptativas elas atenderam entre os hominídeos”. Inevitavelmente, isso geralmente é ""resolvido"" com especulações como "a aparência infantil em mulheres aumenta a sensualidade para os homens porque estimula seu instinto protetor, ao mesmo tempo que transmite a ideia de submissão, ou pelo menos, docilidade". Segue um excerto de um importante artigo científico escrito no ano do bicentenário de Darwin:
“Biólogos em geral conseguem reconstruir as pressões que determinaram a evolução da espécie usando o método comparativo, para estudar um clã ou um grupo de espécies descendentes de um ancestral comum. [...] Quando uma característica é compartilhada por duas ou mais espécies em um clã, e não por outras, pode ser possível identificar as exigências ambientais comuns apenas aquelas espécies que apresentaram tal característica. Relacionar desse modo as diferenças dos traços com variações do meio específicas permite identificar que exigências do meio levaram a adaptação.
[...]
Na aplicação do método comparativo para responder questões como essas devemos comparar alguns traços psicológicos humanos com sua forma homóloga em espécies com um ancestral comum conosco.
E aqui está o problema Entre as espécies existentes, nossos parentes mais próximos são o chimpanzé e o bonobo, descendentes, como nós, de um ancestral que viveu há aproximadamente 6 milhões de anos.[...]
Como o método comparativo trouxe luz a essas adaptações fisiológicas [o parágrafo anterior, que omiti, falava da utilização do método comparativo na explicação da detecção da anemia falciforme em certas populações humanas] pode-se supor que faça o mesmo pelas adaptações psicológicas. Mas isso não significa um grande alento para a PE Pop, segundo a qual todas as adaptações psicológicas, são, na verdade, universais entre as populações humanas. E são exatamente os traços humanos comuns e os distintos para os quais o método comparativo tem pouca utilidade.”
Equívocos da Psicologia Evolutiva Popular. DAVID J. BULLER. Scientific American Brasil (81) Fev/2009, pág. 62.
http://www.scientificamerican.com/article.cfm?id=four-fallacies Ou seja, não houve troll total na página 10 do tópico. Como o Buckaroo postou, as únicas evidências científicas de hereditariedade da preferência universal por nórdicas são essas: